Em virtude do esqueleto da peça ter a função de sistematizar sua fundamentação, a
primeira etapa para montá-lo deve ser a identificação da peça, algo fundamental para sua aprovação. Leia o enunciado com calma e determine qual a solução processual mais apropriada. Após a identificação da peça, delimite no rascunho de prova os seguintes elementos:
● Peça: Recurso XXXX
● Juízo A Quo: Juiz de Direito da Vara XXXX ● Juízo Ad Quem: Tribunal Regional da XXXX Região ● Recorrente: Maria Aparecida ● Recorrido: João da Silva ● Fundamento legal: Art 111 da CF – Art. 222 da Lei X ● Folha de interposição de recurso endereçada ao juiz da causa? sim!
Perceba que através da concepção do esqueleto acima, grande parte do trabalho de
pesquisa no Vade Mecum, de compreensão da problemática e da idealização da fundamentação é realizada. Após a elaboração do esqueleto, discorrer a fundamentação da peça transforma-se praticamente em trabalho braçal. Evidentemente, a estruturação da peça depende do problema, havendo então a necessidade de estruturação dos tópicos de sua petição.
Delimitação de tópicos Com o esqueleto acima definido no rascunho de sua prova, a
segunda etapa é delimitar os tópicos da petição. Cada tópico deve ser dividido em 3 partes: tese a ser combatida, fundamentação legal e conclusão. Como sugestão, a estruturação de um parágrafo para cada tópico seria ideal, embora isso não seja uma regra e o examinando pode discorrer como for melhor para o tempo que tiver disponível. Vamos estruturar a segunda parte do esqueleto. ● Tópico 1: Preliminar XXX ● Tese a ser combatida: empurrão não gera direito a indenização por danos morais. ● Fundamentos contra a tese: Art. 111 da Lei XXXX + Art. 222 da Lei ZZZZ + Art. 333 da Lei YYYY + Súmula 111 do STF. ● Conclusão: provimento do recurso Tópico 2: Danos materiais ● Tese a ser combatida: Danos de colisão de veículo decorrem de culpa concorrente. ● Fundamentos contra a tese: A Art. 111 da Lei XXXX + Art. 222 da Lei ZZZZ + Art. 333 da Lei YYYY + Súmula 111 do STF. ● Conclusão: provimento do recurso. Em cada um dos tópicos, na primeira parte (tese a ser combatida), o examinando deve adicionar uma breve explanação sobre a tese a ser combatida. Na segunda parte (fundamentos legais), o examinando elucida fundamentos legais e jurisprudenciais que justifiquem o combate da tese. Por fim, na terceira parte, o examinando apresenta sua conclusão como advogado sobre qual deve ser a solução jurídica aplicada. A partir do momento que as duas partes do esqueleto estão definidas, fica mais fácil ao examinando redigir de fato sua petição. Suas ideias, fundamentos legais e jurisprudenciais já estão definidos, reduzindo sua margem de erro e viabilizando a elaboração assertiva de sua peça de acordo com os critérios exigidos pela OAB.
IMPORTANTE: o esqueleto de sua peça deve ser sucinto, pois sua função é de estruturar os elementos de sua petição. Deixe para dar volume quando você for efetivamente escrever sua peça.
Considerações Finais A estruturação do esqueleto para sua petição de forma alguma é
obrigatória ou exigida pelo edital da OAB. Trata-se apenas de uma forma sistemática para você organizar suas ideias antes de colocar no papel, evitando possíveis equívocos desnecessários. Apesar disto, o site Prova da Ordem recomenda incisivamente a utilização desta técnica como forma de aumentar suas chances de êxito. Para usar esta técnica ou qualquer outra, recomenda-se a prática da mesma. Não deixe para utilizar esta técnica no dia da prova se você não a tiver praticado, caso contrário o esqueleto da peça poderá lhe atrapalhar ao invés de ajudá-lo.
IMPORTANTE: de forma alguma faça um rascunho de sua petição. O tempo de prova é
curto e se você escrever a petição inteira como rascunho para posteriormente passar a limpo, você não conseguirá fazer as questões dissertativas por falta de tempo. O esqueleto para sua peça também foi idealizado para tornar desnecessária a confecção do rascunho de sua petição, em virtude do dispêndio de tempo nesta atividade.