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Hipóteses de cabimento do Recurso de Apelação e seu

prazo
O recurso de Apelação, de forma diversa do que ocorre
com o Recurso em Sentido Estrito, em regra não é
taxativo. Ao contrário, será possível contra sentenças
condenatórias e absolutórias proferidas pelo juiz singular
(art. 593, inciso I, do CPP), mas também será cabível de
qualquer decisão definitiva ou com força de definitiva da
qual não seja cabível o recurso em sentido estrito (art.
593, II), pois este sim possui rol taxativo.

No entanto, merece atenção especial a apelação de


decisões proferidas pelo Tribunal do Júri (art. 593, III, do
CPP), pois neste caso, temos um rol taxativo no inciso III.
Logo, não é possível recorrer de toda e qualquer decisão
do tribunal do júri, mas somente nos seguintes casos:

a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia;

b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei


expressa ou à decisão dos jurados;

c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena


ou da medida de segurança;

d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à


prova dos autos.

No caput do artigo 593 do CPP podemos observar o


prazo para a interposição do recurso que será de 5
dias nestes casos.

Além da apelação no CPP, devemos ter atenção às


hipóteses de apelação previstas na legislação
extravagante.
Em se tratando de Apelação nos Juizados Especiais
Criminais, o fundamento será o art. 82 da Lei 9.099/95.
Lembre-se que, neste caso, o prazo será de 10 dias.

Ressalte-se que, nos Juizados Especiais, a apelação


também será cabível contra a decisão que homologa a
transação penal (art. 76, § 5o., da Lei 9.099/95).

Da mesma forma, da sentença proferida nos processos


por crimes eleitorais, a apelação terá fundamento na
legislação específica e não no CPP. Dispõe o art. 362 do
Código Eleitoral (Lei 4.737/65):

Art. 362. Das decisões finais de condenação ou


absolvição cabe recurso para o Tribunal Regional, a ser
interposto no prazo de 10 (dez) dias.

No Curso de Segunda Fase da OAB em Direito Penal,


temos simulados com correção em vídeo, treinamentos
direcionados de peças e questões de prova, videoaulas
de como identificar cada peça processual, aulas de
processo penal e leis especiais, tutorial de marcação de
Vade Mecum, tutorial de resolução de questões, de
elaboração de peças, Aulas específicas de peças
processuais, material de apoio, banco de peças e muito
mais.

O recurso de apelação também é tratado detalhadamente


no Curso de Prática na Advocacia Criminal, onde temos
um banco de peças e de roteiros detalhados para auxiliar
o advogado na elaboração das peças processuais penais
e dos recursos.
Como elaborar a peça de Recurso de Apelação Criminal (Regra Geral)

Agora que já aprendemos o cabimento e os prazos em


cada caso, vamos à estrutura da peça, por partes, ok?

– Preliminares
Da mesma forma que nos Memoriais, devemos buscar
todo e qualquer fundamento que possa levar à nulidade
do processo, incluindo-se, neste caso, as hipóteses que
deveriam ter levado à rejeição da peça acusatória, bem
como aquelas que prejudicam ou retardam o processo.

Igualmente, devemos apresentar cada uma


das preliminares eventualmente existentes em
parágrafos distintos, apontando qual a preliminar,
justificando-a e indicando os dispositivos legais
pertinentes e eventuais súmulas relacionadas.
– Teses de mérito

Aqui deverão ser arguidas as teses de Direito Material


(Direito Penal). É importante alegar cada uma das teses
de forma estruturada, com a apresentação de cada uma
delas da mesma forma que fizemos nos memoriais.

Contudo, agora será ainda mais fácil, pois você terá a


sentença proferida pelo juiz, ora atacada, como base
neste caso.

Lembrando que, em um mesmo caso concreto,


podem estar presentes diversas teses defensivas, e
neste caso, se você estiver fazendo a prova da OAB,
o espelho de correção provavelmente cobrará todas
elas.

Então pergunte-se: o que, na sentença, merece


reparo?

Parta da premissa maior: O que é mais benéfico ao réu?


Provavelmente, a reforma da decisão para que o mesmo
seja absolvido. Então, qual a tese de direito material que
pode levar a sua absolvição? Este será seu pedido
principal.

Em seguida, avalie as premissas menores. Ou seja, se


não houver jeito e a condenação for mantida, o que
podemos pedir em seu favor, de forma a reduzir os
gravames da condenação?

Na apresentação de cada uma das teses, esclareça o


que será alegado como mecanismo de defesa. Mas como
devem ser apresentadas essas teses defensivas?

No nosso curso de Segunda Fase da OAB de Direito


Penal, explico com detalhes a sequência que você deve
alegar as teses e cada aspecto importante sobre o
Recurso de Apelação e tudo o que você precisa saber
para identificar e estruturar da forma correta.

Já no nosso Curso de Prática na Advocacia Criminal,


você também pode terá acesso a um módulo especial
sobre a fase recursal onde abordo com mais
profundidade cada aspecto importante sobre o recurso de
apelação e outros recursos e temas relativos.

– Pedidos

Devemos nos lembrar de que o pedido na apelação


sempre será o de conhecimento do recurso e, no
mérito, seu provimento.

Assim, o pedido nas razões recursais deve partir da


seguinte frase:

“Diante de todo o exposto, pede o apelante o


conhecimento e o provimento do presente recurso, para
…”

A partir daí formulamos os pedidos de forma específica,


ou seja, da premissa maior para a menor, com o pedido
principal, que, na apelação da defesa, será, à exceção do
rito do Júri, sempre o de absolvição do apelante, na
forma do art. 386 do CPP (com a indicação do(s)
inciso(s) pertinente(s)).

Após pedir a reforma com a consequente absolvição,


lembre-se do que dispõe o parágrafo único do art. 386 do
CPP:

Parágrafo único.  Na sentença absolutória, o juiz:

I – mandará, se for o caso, pôr o réu em liberdade;

II – ordenará a cessação das medidas cautelares e


provisoriamente aplicadas;
III – aplicará medida de segurança, se cabível.

Passe, então, aos pedidos subsidiários.

Atenção: um bom advogado não poupará esforços para


conseguir o melhor possível para o seu cliente.
Buscaremos sua absolvição, mas, se não for possível,
devemos buscar a condenação mais branda, e isso inclui
desde a fixação da pena base no mínimo legal até a
substituição da pena por benefícios como a pena
restritiva de direitos ou ainda a suspensão condicional da
execução da pena.

Os pedidos devem ser formulados na ordem das


teses preliminares e de mérito apresentadas.

Assim, vejamos a ordem de pedidos a seguir:

1. Pedidos PRELIMINARES
2. Pedido principal: CONHECIMENTO E
PROVIMENTO DO RECURSO, COM A
CONSEQUENTE ABSOLVIÇÃO DO APELANTE,
NA FORMA DO ART. 386 CPP (verifique o inciso ou
incisos aplicáveis)
3. Pedidos subsidiários:
a) pena mínima

b) afastar agravantes

c) reconhecer atenuantes

d) afastar aumento

e) reconhecer causa de diminuição

f) regime de pena

g) substituição por pena restritiva de direitos

h) sursis
Sei o quanto é desafiador, seja para o advogado que
inicia na prática da advocacia criminal, seja para quem
vai se submeter à prova de segunda fase da OAB em
Direito Penal, elaborar as peças processuais com
segurança. Nos Cursos de Prática na Advocacia
Criminal e Extensivo para a Segunda Fase da OAB em
Direito Penal, além dos modelos de peças, você pode
baixar roteiros para elaboração de cada uma delas.

Bom, esses foram os aspectos mais importante sobre a


peça mais cobrada do Exame de Ordem de Direito Penal
que gostaria de te passar hoje. Lembrando que aqui
não abordamos todos os detalhes, como por exemplo
a Apelação no Júri e do Assistente de Acusação.
No Curso de Prática na Advocacia Criminal, temos um
módulo especial para tratar no recurso de apelação.

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