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MODULO: Planificar, circuitos de força motriz em instalações eléctricas industriais e

linhas de distribuição de energia.

Material para o Resultaldo de Aprendizagem 3

RA3-Dimensionar os motores dos accionamentos (acoplamentos) electromecânicos, secções, linhas de


distribuição de energia e calibre das protecções.

CDa) selecciona a tensão de alimentação e potência nominal do motor consoante o accionamento.

Introdução

O motor eléctrico é uma das grandes invenções da humanidade, estando presente em diversos equipamentos,
desde um relógio até máquinas industriais tendo como sua principal característica transformar energia eléctrica
em energia mecânica.

Quando o motor é energizado, ele funciona como um transformador com o secundário em curto-circuito,
portanto exige da rede eléctrica uma corrente muito maior que a nominal, podendo atingir cerca de 8 vezes o
valor da mesma.

As altas correntes de partida causam inconvenientes, pois, exige dimensionamento de cabos com diâmetros bem
maiores do que o necessário. Além disso, pode ocorrer quedas momentâneas do factor de potência, que é
monitorado pela concessionária de energia eléctrica, causando elevação das contas de energia.

Para evitar estas altas correntes na partida, existem métodos de accionamentos de motores eléctricos que
proporcionam uma redução no valor da corrente de partida dessas máquinas, tais como:

→ Partida estrela-triângulo;

→ Partida série-paralela;

→ Partida por autocompensador.

Os motores de indução podem ser adquiridos com 3, 6, 9 ou 12 terminais externos. No caso do motor de 6
terminais existem dois tipos de ligação:

1 → Triângulo: Com a tensão nominal do enrolamento de fase igual a 220 V

→ Estrela: Com o enrolamento conectado em estrela a tensão de linha passa a ser √3 vezes a tensão do
enrolamento em Δ (√3 . 220 = 380V)

2 → Triângulo: Com a tensão nominal do enrolamento de fase igual a 380 V;

→ Estrela: Com o enrolamento conectado em estrela a tensão de linha passa a ser √3 vezes a tensão do
enrolamento em Δ (√3 . 380 = 660V)

Uma última característica importante do motor de indução a ser citada é a sua placa de identificação que traz
informações importantes e, algumas estão listadas a seguir:

→ CV: Potência mecânica do motor em cv. É a potência que o motor pode fornecer, dentro de suas
características nominais.

→ Ip/In: Relação entre as correntes de partida e nominal;

→ Hz: Frequência da tensão de operação do motor;

→ RPM: Velocidade do motor na frequência nominal de operação


→ V: Tensão de alimentação

→ A: Corrente que o motor absorve da rede quando funciona à potência nominal, sob tensão e frequência
nominais.

→ F.S: Factor de serviço: Factor que aplicado à potência nominal, indica a carga permissível que pode ser
aplicada continuamente ao motor, sob condições especificadas.

CDb) escolher o tipo de canalizações de acordo com o ambiente do local e as secções de acordo a carga

O objectivo fundamental do dimensionamento e protecção de canalizações é a determinação da secção do cabo a


instalar e do calibre da protecção respectiva, da forma mais económica possível, satisfazendo as condições
técnicas e regulamentares aplicáveis. Neste texto, não se discutem as razões que poderão levar a escolher um
determinado tipo de cabo (estudadas noutra ocasião), supondo-se portanto conhecido o material condutor e o
isolante. Também se supõem já determinadas as condições de montagem, pelo menos nos seus aspectos
essenciais.

Definições

Os valores fundamentais envolvidos são os seguintes:

Is-corrente de serviço (A)

Iz- corrente máxima admissível na canalização (A)

In- calibre da protecção (A)

If -corrente convencional de funcionamento da protecção (A)

∆|U|- queda de tensão (ponto mais desfavorável) (V)

ε.Uns- queda de tensão máxima admissível (V)

Recorde-se que o valor de Is é calculado em função da carga prevista para a canalização,

Iz depende da secção e das condições de instalação do cabo e In e If são características da protecção escolhida.
Finalmente, a queda de tensão máxima é imposta por condições regulamentares ou por necessidades técnicas
mais restritivas.

Condições técnicas

De forma geral, as condições a verificar pelo conjunto cabo/protecção são as listadas a seguir.

• Is ≤ Iz condição de aquecimento

• ∆|U| ≤ ε.|Uns| condição de queda de tensão

• Protecção contra sobreintensidades (sobrecargas e curto-circuitos)

O valor de ε a usar depende da exigência da qualidade de serviço, sendo valores típicos 8% (redes rurais) e 5%
(redes urbanas). Em casos especiais, podem ser impostas restrições adicionais, salientando-se o mínimo de 10
mm2 nas colunas montantes e de 4 mm2 nas entradas. Como se disse, haverá sempre que confirmar no
regulamento quais as condições particulares de estabelecimento eventualmente aplicáveis.

Corrente de serviço No caso geral de alimentação de uma carga absorvendo a potência aparente S à tensão
𝑆
nominal composta Unc, é conhecido que a corrente de serviço é dada por: I=
√3𝑈c
Corrente máxima admissível

O valor de Iz obtém-se de tabelas fornecidas pelos fabricantes de cabos eléctricos sendo eventualmente afectado
por um ou mais factores de correcção para a situação de montagem e condições locais. Os factores usualmente
fornecidos pelos fabricantes referem-se às correcções seguintes:

- Cabos enterrados, em grupos;

- Cabos instalados ao ar, em grupos;

- Temperatura ambiente;

- Resistividade térmica do terreno.

Protecção contra sobreintensidades

A previsão de situações de defeito (curto-circuito) ou de utilização excessiva dos circuitos (sobrecarga), leva à
necessidade da protecção contra sobreintensidades, através da instalação de fusíveis ou disjuntores magneto-
térmicos. As condições de estabelecimento regulamentares são apresentadas a seguir.

Protecção contra sobrecargas

Devem ser satisfeitas simultaneamente as seguintes condições:

Is ≤ In ≤ Iz

If ≤ 1,45 Iz

CDc) Dimensiona os condutores e as protecções.

Critérios para dimensionamento da seção mínima dos condutores de fase:

• A seção mínima dos condutores eléctricos deve satisfazer, simultaneamente, aos três critérios seguintes:

1. Capacidade de condução de corrente.

2. Limites de queda de tensão.

3. Capacidade de condução de corrente de curto‐circuito por tempo limitado.

NB: Os condutores são inicialmente dimensionados pelos dois primeiros critérios e quando do dimensionamento
das protecções baseado nas intensidades das correntes de falta, é necessário confrontar os valores destas e os
respectivos tempos de actuação de protecção para eliminação da falta, com os valores admitidos pelo isolamento
dos condutores. A seção do condutor é escolhida como a maior entre os três critérios.
Tabela de anexo de uso de Motores na rede Publica em Moçambique

Dados Ligação na rede Prevista LIGAÇÃO EM


pelo fabricante e segundo o MOÇAMBIQUE ONDE
esquema por ele previsto A REDE PÚBLICA É DE
3X380/220V

380 𝑉 Com o esquema de ligação Com o esquema de


Δ prevista pelo fabricante ligação contrário do
𝐼𝑁=17, previsto pelo fabricante
3𝐴

IL=17,3 A ;
IF(nom)=10 A Tensão da rede
O motor iria funcionar
UF(nom)=220 V moçambicana coincida com
bem, mas com potência
a prevista pelo fabricante
reduzida seria necessário
logo o motor iria funcionar
controlar a corrente de
sem problemas
linha não deve ultrapassar
IF(nom)do motor que é
de 10
A(𝐼𝐿(𝑌)=𝐼𝐿(Δ)=𝐼𝑁1,73)

380 𝑉−
𝑌
𝐼𝑁=17,3
𝐴

O motor vai queimar visto que em


Rede pública coincide com a prevista cada enrolamento terá 380 v ao
IL=17,3 A ; pelo fabricante
IF(nom)=17,3 A invés de 220v previsto.
UF(nom)=220 V

Fim

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