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O MÉDICO OU CARCEREIRO?
O artigo "médico ou carcereiro” traz para o debate um tema de muita relevância e que possui
uma necessidade em ser discutido atualmente, por tratar-se de situações que acontecem com muita
frequência. Ao abordarmos a linha tênue entre o sigilo profissional e a omissão de comunicação de
um crime, devemos analisar sabiamente os critérios jurídicos e humanos envolvidos nessa questão.
“Art. 154 - Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência em
razão de função, ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa
produzir dano a outrem:
(grifos nossos)
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“Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico:
Aborto necessário
Ao deparar-se com um aborto que não preencha tais requisitos citados pela normal penal
brasileira, considera-se crime.
Pensemos na prática, quando um médico recebe em seu consultório uma paciente que não
atende os requisitos penais, todavia deseja realizar o aborto, qual deve ser a atitude? Realizar o
aborto e garantir a assistência médica ou realizar uma denúncia pelo desejo de cometer a infração
penal.
A partir da análise do artigo, é evidente que ainda existem diversos entendimentos a respeito
do tema, entender-se que os médicos devem prestar assistência, e manter sigilo profissional, ainda
que as pacientes estejam erradas juridicamente, tenham no serviço de saúde um apoio e a garantia
sua dignidade humana, bem como a garantia de seu direito de acesso à saúde, prevista na
Constituição Federal, em conformidade com a vedação expressa no código de ética médica:
Entretanto quando a atitude do indivíduo delator seja de violência ou grave ameaça, viole
direitos de outro indivíduo, o profissional deve denunciar.
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“... se houver um exame médico em mulher que acabou de abortar, não pode o
profissional da medicina ocultar das autoridades a ocorrência do referido
aborto. É a materialidade do delito. Deve enviar a ficha clínica ou prontuário a
juízo (ou para instruir inquérito).”
Do exposto, podemos concluir que o temas ainda causa opções juridicamente diversas,
portanto, com a cautela que se necessita, compactou da conclusão da nobre colega de que o Direito
Brasileiro dá margem para as diversas interpretações existentes, por isso, as normas deveriam ser
mais certeiras em delimitar o que deve ser resguardado pelo sigilo médico e quais as situações de
obrigatoriedade de comunicação às autoridades competentes.
Independentemente do critério a ser adotado para normatizar esses limites, devem sempre
ser respeitadas as garantias e direitos fundamentais dos indivíduos e principalmente sua
dignidade humana.