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Teorias sobre o nascimento das primeiras civilizações na Mesopotâmia:

1 - Teoria hidráulica:

De acordo com uma teoria inicial da formação do estado, o estado centralizado foi
desenvolvido para administrar grandes sistemas de obras públicas (como sistemas de
irrigação) e regular economias complexas. Essa teoria foi articulada por Karl Wittfogel.
Wittfogel argumentou que a maioria dos primeiros estados foi formada em civilizações
hidráulicas, quis ele dizer, civilizações onde os líderes controlavam as pessoas controlando o
suprimento de água. Frequentemente, essas civilizações dependiam dos sistemas de irrigação
que precisavam ser gerenciados centralmente. O povo tinha razões para dar o controlo a uma
elite central, mas ao renunciar ao controlo do sistema de irrigação, também renunciou o
controlo dos seus meios de subsistência e, assim, o a elite ganhou imenso controlo sobre as
pessoas em geral - Monopólio.

2 – Hipótese de Childe sobre a especialização artesanal e a irrigação:

Childe propôs a ideia de que a irrigação desempenhou um papel fundamental na transição de

sociedades baseadas na agricultura de subsistência para sociedades mais complexas e
civilizadas. Ele argumentou que a agricultura de subsistência não seria suficiente para sustentar
populações em crescimento e que a necessidade de gerenciar sistemas de irrigação levou ao
desenvolvimento de uma classe especializada de artesãos e trabalhadores.

Especialização artesanal: Com a expansão da agricultura devido à irrigação, as sociedades

passaram a ter excedentes de alimentos. Esses excedentes permitiram o surgimento de uma
classe de artesãos e especialistas, que não precisavam mais se dedicar inteiramente à
agricultura. Em vez disso, eles podiam se dedicar a atividades como a produção de cerâmica,
metalurgia, tecelagem e construção, impulsionando o desenvolvimento de tecnologias e a
criação de bens de luxo.

3 – As hipóteses da pressão e os conflitos populacionais:

Diakonoff argumentou que o crescimento populacional em sociedades antigas poderia criar

pressão sobre os recursos disponíveis, como terra arável, água e alimentos. À medida que a
população aumentava, a procura por esses recursos também crescia, levando a uma situação
em que os recursos não podiam mais sustentar a população existente. Então, com o aumento
demográfico dá-se um aumento da produção que leva à intensificação da tecnologia de
subsistemas - A "intensificação da tecnologia de subsistemas" refere-se ao processo pelo qual
as sociedades humanas desenvolvem e aprimoram métodos e tecnologias para garantir sua
subsistência, ou seja, para atender às suas necessidades básicas. O aumento da produção leva
também à conquita de povos. A conquita de povos e intensificação da tecnologia de
subsistemas permite o aparecimento de um grupo administrador central.

4 – As hipóteses do comércio local e inter-regional:

A maior procura - devido ao aumento da população e ao desenvolvimento dos mercados -

levou a maior produtividade e especialização (A especialização na agricultura se refere à
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prática de se concentrar na produção de cultivos específicos ou na criação de gado em vez de

cultivar uma grande variedade de alimentos ou criar várias espécies de animais. Essa
estratégia é frequentemente adotada para aumentar a eficiência, maximizar os rendimentos e
se adaptar às condições ambientais ou de mercado.). Esta mesma levou ao maior intercâmbio
de produtos e também à obtenção de matérias-primas em regiões vizinhas. Isto significa que
há necessidade de uma elite para administrar e regular as atividades da civilização.

5 - Hipóteses da urbanização como resultado de fatores múltiplos:

Com a intensificação da agricultura, dá-se a produção especializada e aparece uma riqueza

muito diferenciada entre a população de uma única civilização. A riqueza dá-se pela obtenção
de terras, ou seja, quanto melhor a terra, maior a riqueza. A luta pela procura e obtenção das
melhores terras leva a que aconteçam algumas atividades bélicas. Portanto, existe a
necessidade de criar um Estado/governo capaz de parar com estas guerras – as guerras fizeram
com que aparecesse uma organização estatal secular, um governo independente da igreja.

6 - Modelo sistémico-ecológico:

O nascimento da civilização acontece em crescente interação com as condições ecológicas e

culturais favoráveis, e que continuaram a desenvolver-se mediante interações de reforço
mútuo.