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1. Introdução ..................................................................................................................................... 2
2. Resumo historial e da evolução dos Caminhos De Ferro (CFM) .............................................. 3
3. Conceito de Interoperabilidade ....................................................................................................... 7
4. Sistema Ferroviário – Subsistemas ................................................................................................. 7
4.1.1. Subsistema – Infraestrutura ................................................................................................. 9
4.1.1.1. Bitola ............................................................................................................................ 10
4.1.1.2. Gabarito ....................................................................................................................... 12
4.1.2. Diferentes cargas por eixo .............................................................................................. 14
4.1.3. Rampas, Curvas e Desvios.............................................................................................. 16
4.1.4. Diferentes inclinações dos Carris ................................................................................... 16
4.1.5. Diferentes padrões da Plataforma ................................................................................. 18
4.1.6. Via de Resguardo ............................................................................................................ 19
4.1.8. Sistemas de Mudança de Bitola ..................................................................................... 20
5. Considerações sobre a Via férrea .................................................................................................. 21
5.1. Caracterização de uma ferrovia ....................................................................................... 21
5.2. Constituição da Linha Férrea ............................................................................................ 21
5.2.1. Infraestrutura .................................................................................................................. 22
5.2.1.1. A plataforma............................................................................................................ 22
5.2.2. A Superestrutura............................................................................................................. 24
5.2.2.1. Balastro e sublastro ................................................................................................. 24
5.2.2.2. Elementos de fixação............................................................................................... 25
5.2.2.3. Carrís ........................................................................................................................... 27
Tipos de Carrís ............................................................................................................................ 27
Material utilizado ........................................................................................................................ 28
5.2.2.4. Instalações e Aparelhos para direccionar o tráfego na ferrovia ............................. 28
5.2.2.5. Dormente (Travessas) ................................................................................................. 30
Entrevia e Entrelinha ......................................................................................................................... 33
6. Subsistema de Energia e Tracção .............................................................................................. 33
7. Subsistema de controlo, comando e sinalização ....................................................................... 34
8. Subsistema de exploração e material circulante ...................................................................... 35
9. Subsistema de Manutenção ........................................................................................................ 35
10. Subsistema de Instrumentos Telemáticos ao Serviço de Passageiros e de Transporte de
mercadoria ........................................................................................................................................... 35
11. Conclusão ..................................................................................................................................... 36
12. Referências bibliográficas .......................................................................................................... 37
A Linha Férrea________________Interoperabilidade______________________Tualibodine Mutirua
1. Introdução
O presente trabalho de investigação pretende incidir na questão da interoperabilidade
ferroviária, na área da infraestrutura e em particular no que se refere à bitola (também designada
por largura da via), e que corresponde à distância entre as faces interiores das cabeças dos
carris, medida 15mm, a partir da parte superior do boleto.
O caminho-de-ferro, tal qual o conhecemos hoje em dia, é o resultado de uma notável evolução
da história no âmbito da engenharia civil. O desenvolvimento económico-social impulsionou
o aumento do nível de qualidade e a densidade das redes de transporte, sendo que a necessidade
das entidades gestoras de oferecerem melhores serviços de mobilidade de pessoas e
mercadorias é cada vez maior. Dadas as exigências dos utilizadores, cabe às entidades gestoras
a tarefa de administrar da melhor forma possível os seus recursos, de forma a tornar as redes
de via-férrea eficientes, modernas e atrativas para novos utilizadores.
Este trabalho tem como objectivo abordar sobre os conceitos básicos sobre aspectos ligados a
ferrovia, concretamente pretende-se debruçar sobre os componentes básicos de uma via e a
evolução de caminhos de ferro de Moçambique. O trabalho enquadrâ-se no âmbito dos
trabalhos de pesquisa da cadeira Linha férrea, leccionada no curso de Licenciatura em
Engenharia Ferroviária, segundo semestre do terceiro ano. Para além deste ser um trabalho com
vista a ser avaliado, também servirá como uma fonte de estudos (apontamentos – na cadeira da
Linha Férrea).
1.1.Metodologia
Para realização deste trabalho foram utilizadas diversas fontes como livros relacionados com
informações ligadas à Linha Férrea, auxilio de internet, e foram feitas visitas de estudos onde
foram extraídas algumas informações para complementar o trabalho, como consta na última
página (citadas as referências bibliográficas).
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3. Conceito de Interoperabilidade
Estruturais
o Infraestrutura;
o Energia;
o Controlo, comando e sinalização;
o Material circulante.
Funcionais
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Estrutural
Energia
Energia – O sistema de eletrificação, incluindo o equipamento aéreo e a parte embarcada do
equipamento de medida do consumo de eletricidade. (ROSA, 2012)
Material Circulante
Material circulante – Estrutura, sistema de comando e controlo de todos os equipamentos do
comboio, dispositivos de captação da energia, equipamentos de tração e de transformação da
energia, de travagem, acoplamento, órgãos de rolamento (bogies, rodados, etc.), a suspensão,
as portas, as interfaces homem/máquina (maquinista, pessoal de bordo, passageiros, incluindo
as necessidades das pessoas com mobilidade reduzida), dispositivos de segurança passivos ou
ativos, dispositivos necessários à saúde dos passageiros e do pessoal de bordo. (ROSA, 2012)
Funcional
Exploração e gestão de tráfego
Exploração e gestão do tráfego – Os procedimentos e equipamentos associados que permitem
assegurar uma exploração coerente dos diferentes subsistemas estruturais, quer em situações
de funcionamento normal quer em situações de funcionamento degradado, incluindo,
nomeadamente, a formação e condução dos comboios, a planificação e a gestão do tráfego. O
conjunto das qualificações profissionais exigíveis para a realização de serviços
transfronteiriços. (ROSA, 2012)
Manutenção
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transporte;
Traçado de Linha
Gabarito de obstáculos;
Entre eixos das vias;
Inclinações de trainéis máximas;
Raio mínimo das curvas em planta;
Raio mínimo das curvas verticais.
Parâmetros da via
Bitola;
Escala;
Variação da escala (em função do tempo);
Insuficiência de escala;
Conicidade equivalente;
Perfil da cabeça de carril para a plena via;
Tombo do carril;
Rigidez da via.
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4.1.1.1.Bitola
Stephenson foi o primeiro construtor de vias férreas que na Inglaterra, identificou a importância
de padronizar as bitolas ferroviárias em um país e adotou o comprimento de 1,435 m, nas
primeiras ferrovias que construiu (Stockton a Darligton e Liverpool a Manchester). Esta bitola
correspondia ao comprimento dos eixos das diligências inglesas, construídas na época (1825).
Outras ferrovias, construídas posteriormente, também adotaram a mesma bitola.
Em 1907, a Conferência Internacional de Berna (Suíça), consagrou esta bitola (1,435 m), como
“Bitola Internacional”, sendo, na actualidade a mesma utilizada pela grande maioria dos países,
apesar de serem empregadas, também, outras medidas como, por se mostra no slide seguinte.
(ROSA, 2012)
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A capacidade de transporte (maiores tonelagens, por locomotiva), mesmo na bitola larga, fica
limitada pela capacidade dos vagões e principalmente, dos carris.
Existe uma carga máxima por roda, definida em função do seu diâmetro, a qual o carril é capaz
de suportar, para que a tensão no contato roda - carril não ultrapasse o valor compatível com a
resistência do carril.
Atendendo a este factor e para tirar o maior proveito possível de uma bitola larga (1,60 m), por
exemplo, seria necessário optimizar as dimensões dos vagões, procurando aumentar, se
possível, a relação lotação/peso total.
Vejamos então, por esse aspecto, a comparação entre dois vagões para minério, de bitolas 1,60
m e 1,0 m:
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4.1.1.2.Gabarito
Os gabaritos serão acrescidos em altura e largura, em função das respectivas curvas, para a
livre circulação dos carros de bitolas de 1,60 m, 1,435 m e 1,0 m, das dimensões indicadas nos
desenhos da citada norma, nos casos mais desfavoráveis.
São previstos, também, gabaritos para túneis e de obstáculos adjacentes (como coberturas e
plataformas de embarque).
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Ver Fig. seguinte. Para a sua definição considerou-se a insuficiência ou excesso do aumento
anormal da elevação e outras variáveis relacionadas com alterações de geometria de via por
ineficiências na sua manutenção.
Uma composição ferroviária bem programada deve ter a carga distribuida uniformemente em
todos os seus eixos.
Actualmente, nos postos de comando de circulação ferroviária, é possível medir em tempo real
a carga por eixo de todas as composições e poder avisar sobre qualquer anomalia detectada,
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como o excesso de carga por eixo, eixos descarrilados, etc... o que pode ser corrigido na
primeira paragem.
As antigas linhas eram construidas para comboios mais leves, com menores cargas por eixo,
pelo que os trabalhos de modernização das vias existentes requerem um aumento da sua
capacidade de suporte de cargas, o que passa pelo reforço da plataforma, pontões, aqueductos
e pontes
Por exemplo, se um vagão permite 25 toneladas por eixo o peso total poderá atingir até 100
toneladas, incluindo a tara do vagão e a mercadoria.
Entretanto, se ele está circulando por uma linha que admite a circulação de trens com 20
toneladas por eixo o peso total estará limitado a 80 toneladas.
Se a linha permitir 25 toneladas, o vagão poderá circular com sua capacidade máxima.
No caso de linhas modernas, as quais permitem locomotivas de 30 toneladas por eixo, podem
circular vagões com eixos para 30 toneladas os quais transportam um peso total de 120
toneladas.
Por outro lado para uma mercadoria densa e pesada, por exemplo, minério de ferro, a tonelagem
máxima será atingida sem que o volume do vagão esteja completo.
Com relação à linha ferroviária, a sua capacidade de suportar a carga dependerá dos viadutos
e pontes que compõem a via, assim como a do balastro (pedra britada), das travessas e dos
carris e finalmente da capacidade do solo sobre os quais estão assentados.
As obras de arte, viadutos e pontes, são dimensionadas de acordo com o tipo de locomotiva
que deverá circular na linha, havendo uma variação de 16 a 32 toneladas de carga por eixo,
para cada um dos tipos de locomotivas.
Os carris mais leves, TR-32 e TR-37 permitem a circulação de locomotivas e vagões com a
carga máxima de 16 e 18 t/eixo respectivamente.
O TR-45 e o TR-57 admitem 20 t/eixo e 25 t/eixo respectivamente.
As ferrovias modernas, para comboios longos e pesados para o transporte de minério e grãos,
utilizam os trilhos TR-68 que permitem a circulação de material rodante com 30 toneladas por
eixo.
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Quanto mais forte são as rampas, inclinações de 1,5 % a 2,0%, menos vagões a locomotiva
poderá traccionar.
Da mesma maneira, curvas fortes, abaixo de 300 m, também limitam o número de vagões que
a locomotiva poderá puxar.
Como grande parte da rede ferroviária do Brasil é antiga, construída antes de 1950, é comum
encontrar linhas com raio de 100 m e rampas maiores que 2,0 %, tornando o transporte
ferroviário pouco económico, pois uma locomotiva tem a potência de tracção de apenas 10
vagões nessas condições, sendo necessária a utilização de tracção múltipla, isto é, 2 ou mais
locomotivas.
Nas ferrovias modernas, com rampas menores de 1,0 % e raios maiores que 500 m, locomotivas
modernas podem deslocar até 100 vagões.
4.1.3.1.Raios de curva
Raios de curva (m) Tolerância Bitola em m
R > 600 0 1,067
400 < R < 600 +5 1,072
300 < R < 400 +10 1,077
240 < R < 300 +15 1,082
R ≤ 240 +20 1,087
Tabela 4. Ilustração de raios de curvatura consoante a bitola caupe-gauge;
Devem apresentar uma superfície de rolamento lisa, para que a circulação das composições se
faça de forma segura, cómoda e devido ao facto de possíveis irregularidades contribuírem para
o aumento do carregamento dinâmico na via.
O carril é responsável pelo retorno de energia, evitando as correntes designadas por “correntes
vagabundas”, que podem afectar, se não forem devidamente controladas, os restantes
elementos de superestrutura e ainda a sinalização electrónica quando instalada.
O carril constitui assim uma barra longa de aço laminado que pode diferir quanto ao seu
processo de fabrico, perfil transversal e peso próprio.
A cabeça do carril deve dispor de dimensão suficiente para que exista uma margem de desgaste
conveniente, bem como possuir uma geometria que proporcione bom contato entre o carril e
os rodados do veículo.
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Quanto à espessura da alma, esta deve ser tal que permita alcançar níveis de rigidez suficiente
de forma a não ocorrerem deformações, mesmo sob ação de corrosão.
O carril mais utilizado em via convencional é o carril “VIGNOLE”, carril também aplicado
em linhas de alta velocidade.
O peso próprio do carril é um parâmetro que o define visto estar directamente ligado às suas
dimensões. Os modelos em uso pela Europa são 54E1 e 60E1 correspondente ao UIC54 e
UIC60. A parte numérica constituinte da nomenclatura do carril diz respeito ao seu peso
aproximado por metro linear, ou seja, 54 kg/ml e 60 kg/ml, respetivamente.
Quanto ao posicionamento do carril, numa perspectiva transversal, este pode ser colocado na
travessa não numa posição horizontal ou com uma ligeira inclinação (tombo).
Tal resulta do facto que o rodado tende, devido às forças actuantes, a derrubar o carril.
Para contrariar esta imposição o carril é então colocado com uma ligeira inclinação transversal
no sentido do eixo da via.
Esta inclinação, regra geral, deve ser de 1/20, existindo casos com inclinações 1/40.
A inclinação pode ser conseguida através de:
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Outras características, tais como, inclinações de taludes laterais (corte ou aterro) e inclinação
da superfície superior, também precisam ser levadas em consideração, mas dependem mais dos
materiais empregados e do tipo de drenagem adoptada.
Conforme a Norma Brasileira temos para linhas simples (singelas) em tangente, as seguintes
medidas limite, tendo em vista a importância da via e as obras de terraplenagem:
Desvios ligados a uma linha principal nas duas extremidades são em geral conhecidos como
"loops“.
Caso contrário eles são chamados de desvios sem saída ou desvios mortos (em inglês: Stubs).
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Os vários aparelhos de mudança de bitola utilizam o mesmo princípio que se pode resumir a
quatro fases de operação distintas, desde a entrada do comboio circulando nos carris da bitola
A (com uma determinada largura), até à sua saída circulando nos carris da bitola B (para outra
largura diferente).
Os referidos aparelhos são constituídos por um conjunto de carris, contracarris e guias, que
permitem realizar as referidas fases de operação:
Fase 1 - Levantamento e descarga das rodas (sendo a carga transferida para carris laterais de
deslizamento, através de sapatas ou rolos, consoante o tipo de aparelho de mudança de bitola:
Talgo ou CAF).
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A Infraestrutura de via
É o conjunto de camadas localizadas sob a plataforma (balastro), aterros, taludes de escavação,
sistemas de drenagem superficial e profunda, e onde se incluem obras de arte destinas a suportar
a via.
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A superestrutura de via
É o conjunto definido pelo balastro e pelos armamentos de via (carril, travessas e fixações).
A Superestrutura é composta, por:
o Os carris;
o As travessas;
o Acessórios de fixação (Pantarol, parafusos, pregações);
o O lastro.
o Aparelho de Mudança de via.
Figura 10. Ilustração das partes fundamentais constituintes de uma via férrea.
5.2.1. Infraestrutura
5.2.1.1.A plataforma
A plataforma é a superficie de apoio da superestrutura de via que configura o espaço
necessário à implatação dos diversos equipamentos necessários ao funcionamento da
circulação do comboio.Ela corresponde ao limite superior da camada de sub-balastro
Deve ser compacta suficientemente resistente para assegurar um bom assentamento de
via;
Deve ter uma (duas) inclinação de 3 cm/m para assegurar evacuação das águas da chuva
e,portanto, para evitar a estgnação de água de via;
A plataforma pode ser construída de quatro (4) formas diferentes segundo a figura do terreno,
nomeadamente:
Terreno Plano;
Aterro;
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Trincheiras;
Perfil misto.
Sub-balastro
Na parte inferior da plataforma de via podemos encontrar o sub-balastro, na qual o objectivo
da construção desta é para permitir o bom comportamento da via. Está camada contribuí para:
o A correcta degradação das cargas;
o A correcta degradação das vibrações transmitidas em profundidades;
o Para o evacuação da águas de circulação superficial.
Obras de drenagem
É a eliminação por encaminhamento as águas em excesso existentes no solo. Elas podem ser:
superficial e profundas. Drenagem Superficial é o escoamento das águas que se acumulam na
superfície do terreno, e a drenagem profunda é o escoamento das águas que se acumulam no
interior do terreno. Elas têm como objectivo:
o Baixar o nível freático;
o Evitar o acesso da agua proveniente dos terrenos confinantes, a zona da plataforma da
via;
o Promover a rapida escorrencia superficial da agua caida na plataforma da via;
o Reduzir a accao negativa da agua emergente dos taludes, promovendo a sua recolha e
o controlo das condicoes de escoamento;
o Evitar o acesso da água a fundação dos aterros;
o Restabelecer as linhas de água afectadas pela construção da via férrea;
o Suprimir os efeitos das pressões hidrostaticas em obras de contenção.
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Uma vala ou um dreno deve ter uma inclinação de 5mm/m no mínimo, afim de permitir um
rápido escoamento das águas.
Obra de Arte
Em certos casos, a construção das linhas de caminho de ferro impõe a realização de obras de
arte, das quais as princípais são:
o A ponte – obra de arte que dá a passagem à via férrea sobre um curso de água;
o A passagem inferior – obra de arte que dá a passagem à via férrea sobre outra via de
comunicação;
o A passagem superior – obra de arte que dá a passagem à via férrea sob uma via de
comunicação;
o O aviaduto – ponte de grande dimensão sobre uma depressão do terreno;
o O túnel – galeria subterranêa que dá a passagem a uma via de comunicação;
o O muro de suporte de terras;
o O aquedutos – obra de arte destinada a permitir a passagem das águas.
5.2.2. A Superestrutura
A superestrutura é a parte da via que recebe os impactos directos da composição ferroviária.
5.2.2.1.Balastro e sublastro
O sublastro é o material granular regularmente distribuído entre lastro e o terrapleno, com
finalidade de:
o Melhorar capacidade de suporte da plataforma;
o Evitar penetração do lastro na plataforma;
o Aumentar a resistência ao leito à erosão e a penetração de água, concorrendo para
uma boa drenagem da via;
o Permitir relativa elasticidade ao apoio do balastro para que a via permanente não seja
rígida.
O sublastro geralmente, tem altura de 20,0cm, mas deveria ser calculado para absorver as
pressões vindas do balastro e chegar na plataforma com uma taxa de trabalho compatível o
solo da plataforma.
O Balastro é o elemento granular de transição, situado entre os dormente e o sublastro. Sua
função é diminuir as cargas transmitidas pelos dormentes a fim de chegar a um valorque a
capacidade do sublastro e da plataforma suportem toda a superestrutura. O balastro deve
ainda prover elasticidade e estabilidade vertical e horizontal à via.
Para escolha do tipo de balastro deve-se observar:
o O fluxo de carga;
o O tipo de carga;
o A velocidade do comboio;
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o O custo de aquisição.
5.2.2.2.Elementos de fixação
O objectivo é assegurar uma boa fixação do carril às travessas.
Fixação rígida
Fixações rígidas são as realizadas por pregos e parafusos. É o mais simples tipo de fixação e
o menos eficiente, os fixadores soltam com o tempo devido à vibração, perdendo a capacidade
de resistir a esforços longitudinais.
Fixação elásticas
Fixações elásticas diferente das fixações rígidas mantém o contato com o patim do trilho,
proporcionando uma fixação constante e equilibrada em todo o comprimento da barra. As
fixações desta categoria mais utilizadas no Brasil são as do tipo deenik, pandrol, vosloh, RN e
fast clip.
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Fixações Semielásticas
As fixações semielásticas são aquelas que possuem uma mistura das características das duas
anteriores, sendo os dois tipos mais utilizados a fixação GEO e o prego elástico.
Talas de Junção
As talas de junção são peças de aço ajustada e fixada, aos pares, por meio de parafusos, porcas
e arruelas de pressão, na junta dos trilhos para assegurar continuidade da superfície de
rolamento da via. A junção é feita por duas talas justapostas, montadas na alma do trilho e
apertadas com quatro a seis parafusos de alta resistência com torque pré-estabelecido. Os furos
são ovais para permitir dilatação das extremidades.
Placas de Apoio
São chapas de aço, com furos necessários a fixação nos dormentes, com dispositivos para
colocação de grampos elásticos, no caso das linhas com fixação elásticas; servem para apoiar
o patim no trilho.
A secção transversal tem uma inclinação aproximada de 1:20 ou 1:40 para o lado interno da
via. Essa inclinação é necessária para possibilitar um melhor contato entre a roda e o trilho.
Retensor
São peças que têm por objetivo transferir aos dormentes o esforço longitudinal que tende a
deslocar o trilho.
A falta de um retensor poderá gerar em casos extremos podem ocorrer degradação prematura
da geometria, alteração da bitola, rompimento de parafusos de juntas e fortes desalinhamentos
da via.
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Pregos
Prego robusto, de seção geralmente quadrada, tendo uma das extremidades em gume e a outra
com cabeça, em geral, destinado a fixar a fiada de trilhos ou placa de apoio em dormente de
madeira.
Tirefond/Tirefão
Acessórios de ligação
As juntas metálicas são mais utilizadas nos pátios e na remoção de fraturas nos trilhos, antes
da soldagem.
São utilizadas para o isolamento elétrico entre duas secções de trilhos e não divisões de curcuito
em linhas sinalizadas.
Possuem a mesma utilidade das juntas isoladas encapsuladas, com a diferença do uso de
adesivo à base de epóxi para promover uma maior vedação na junta e, consequentemente,
menor volume de impactos no material rodante e na linha.
5.2.2.3.Carrís
É uma barra de aço d e perfil especial, apresentando as seguintes propriedades:
Dureza, para que o seu desgaste seja reduzido;
Maleabilidade, que permita o seu encruvamento a frio sem perigo de fractura;
Resistência, de maneira a resistir bem os esforços transmitidos pelos veículos.
Tipos de Carrís
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Uma vez que, o carril vignole é mais usado nos caminhos de ferro de Moçambique, é
necessário conhecer a sua constituição. O carril vignole é constituído por:
Cabeça (boleto): onde a sua face superior, chamada mesa de rolamento, apresenta uma
ligeira curvatura;
Patilha: constituída por uma base inferior alargamente para resistir ao derrubamento dos
carris e apoiada directamente nas travessas;
Alma: constituída pela parte vertícal, destinada a ligar as faces inclinadas da cabeça e da
patilha, estabelecendo também nas juntas as superfícies de apoio das eclisses.
Material utilizado
O material princípal usado para fabricação do trilho é o aço. A composição do aço do trilho
é formada por:
Ferro: 98% da composição do trilho;
Carbono – proporciona maior dureza ao aço. Porém uma maior quantidade torna
o aço quebradiço, princípalmente se não reduzir o percentual de fósforo.
Manganês – proporciona maior dureza ao aço. Pode produzir fragilidade junto
ao carbono;
Silício – aumenta a resistência ruptura sem sacrificar a durabilidade ou
tenacidade do aço;
Fósforo – é menos indesejável.
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2. Contratrilhos;
3. Trilhos de ligação;
4. Agulhas;
5. Máquinas de chave.
Travessão
O aparelho denominado por travessão tem por função fazer a transferência de um comboio de
uma linha distinta para outra linha distinta. É usada na circulação das ferrovias de linha dupla.
Mas é, sobretudo, utilizados nos pátios ferroviários para facilitar manobras.
Triângulo de reversão
O triângulo de reversão, é usado para mudar a direcção de uma composição, necessitando de
se realizar recuos para que a manobra seja executada.
Peras ferroviárias
As peras ferroviárias são usadas para mudar de direcção de circulação de uma composição,
diferem do triângulo, pois o comboio circula por ela directamente sem manobrar.
Cruzamento
São peças que permitem a passagem do mesmo nível de uma linha pela outra. Usualmente são
usados em pátios ferroviários de baixa velocidade.
Carretão
Os carretões permitem a passagem de uma locomotiva de uma linha para outra sem a
necessidade de manobra. Em essência um carretão é uma prancha que se move
longitudinalmente em um poço permitindo que a locomotiva ao chegar seja posicionada sobre
esta prancha e depois a prancha se movimenta até a linha que a locomotiva pretende ir
permitindo que ela saia na linha nova.
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5.2.2.5.Dormente (Travessas)
O dormente é o elemento que fixa os trilhos e mantém a bitola de via. Eles transmitem ao lastro
os esforços recebidos dos trilhos. Os dormentes devem ter algumas características necessárias
para serem utilizados. Dentre elas citam-se:
A espessura que lhe dê alguma rigidez, porém com alguma elasticidade;
Que tenha resistência aos esforços que esteja submetido;
Que resista aos deslocamentos longitudinais e transversais da via;
Que tenha durabilidade.
Os dormentes podem ser confeccionados nos seguintes materiais:
Madeira;
Aço;
Concreto (betão);
Material sintéctico.
Dormentes de Madeira
A madeira reúne quase todas as qualidades exigidas para o dormente. Até o presente a madeira
é o princípal tipo de dormente. A introdução do dormente de concreto e do aço visa substituí-
lo devido a factores como escassez, reflorestamento deficiente e o uso de madeiras de boa
qualidade para fins mais nobres e preços elevados. Uma travessa normal de madeira possuí 2
metros de comprimento, 0,24 m de largura, e espessura de 0,15 m.
Factores que condicionam a sua durabilidade
Clima;
Drenagem de via;
Peso e velocidade do comboio;
Tipo de balastro, fixação do trilho e placa de apoio do trilho.
Factores que influênciam na sua escolha
Resistência à destruição mecânica;
Dureza e coesão da madeira;
Resistência ao apodrecimento;
Razões econômicas e ambientais.
Vantagens do dormente
Longa vida útil;
Peso elevado, proporcionando mais elasticidade à via;
Resistência aos agentes atmosféricos.
Desvantagens do dormente
Dificuldade de transporte e manuseio devidoao peso elevado;
Dificuldade de fixação eficaz;
Perda total em casos de acidente;
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Vantagens do dormente
Vida útil estimada em mais de 50 anos;
Mais leve do que o dormente de madeira;
Não racha, não trinca;
Electricamente não conductivo.
Desvantagens do dormente
É destruído pela acção do fogo ou contacto com objectos de temperatura elevada;
Material feito a partir de petróleo cujo o preço é elevado no mercado internacional.
5.2.2.6.Bitola
A bitola é definida como sendo a distância entre as faces internas das duas filas de trilhos,
ou seja, a bitola é a distância entre os trilhos. Elas são medidas a 15,875mm abaixo da face
superior do boleto dos mesmo. Para realizar a medição da bitola podem usar veículos
equipados para fazer as medições diversas da via, denominados carro de controle, ou pode-
se usar uma régua bitoladora. Caso não se tenha uma bitoladora pode-se fazer uma com
base no gabarito de uma bitoladora.
Tipos de Bitola
Existêm quatro tipos de bitola princípais no mundo, nomeadamente:
Larga, com 1,60m;
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Entrevia e Entrelinha
Entrelinha ou entre eixos – é a distância entre as faces externas dos trilhos mais próximos de
duas férreas adjacentes.
Entrevia – é a distância do eixo á eixo de duas vias férrea adjacentes.
Os primeiros combois eléctricos funcionavam a corrente contínua (CC), pois era mais fácil a
regulação de motores de tracção em corrente contínua e também porque a corrente alterna
provocava desiquilíbrios na rede de alimentação e as grandes dimensões da comutatriz e do
rectificar dos vapores de mercúrio dificultavam a sua instalação a bordo.
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Pelo que existem sistemas de encravamento que não permitem que uma composição entre num
cantão onde ainda se encontre outra.
Os cantões estão protegidos por sinais.
Os sistemas de bloqueio que garantem que num cantão só esteja no máximo uma composição,
podem ser dos seguintes tipos:
Bloqueio telefónico.
Bloqueio eléctrico.
Bloqueio automático.
Bloqueio automático em via única ou dupla.
CTC em via única ou dupla.
Bloqueio em vias balizadas.
Pode-se dizer que os sistemas de sinalização e bloqueio são tantos quantas as administrações
ferroviarias.
A única forma de harmonizar este amplo leque de sistemas consiste em desenvolver um novo
sistema que seja capaz de levar em tempo real à Cabine de Condução toda a informação que o
maquinista necessita para circular, evitando falhas humanas.
Esta harmonização técnica terá que unificar os diferentes sistemas de repetição de sinais
existentes na cabina.
O novo sistema terá que ser aplicado em fases, em módulos que permitan transitoriamente a
compatibilização com os sistemas existentes.
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As normas e especificações da UIC estão sendo utilizadas na construção das novas linhas
ferroviárias de elevadas prestações e nas novas composições de material circulante.
9. Subsistema de Manutenção
Procedimentos, equipamentos associados, instalações logísticas de manutenção, reservas que
permitem garantir as operações de manutenção corretiva e preventiva de carácter obrigatório
previstas para assegurar a interoperabilidade do sistema ferroviário e os desempenhos
necessários.
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11. Conclusão
Após a realização deste trabalho, podemos reelembrar os conceitos adquiridos na cadeira inicial
que foi à cadeira de introdução ao curso, podemos notar também que para realização dos
projectos de uma via (linha) ferroviária, devemos levar muitos aspectos em consideração
cautelosamente (cuidadosamente) para não cometer grandes e pequenos erros, ou seja, erros
inadmíssiveis. O estudo da Infraestrutura é muito importante, pois caso ela não seja feito,
podemos passar por gravíssimos casos e economicamente dizendo haverá grandes perdas e
gastos, ou mesmo a falência. O estudo do solo é fundamental, pois reúne a parte da
infraestrutura que estabilizará a superestrutura. A colocação da superestrutura deve-se ter muito
cuidado, como exemplo, em casos da colocação das travessas deve-se ter em conta o
espaçamente entre elas e o ângulo formado entre o trilho e a travessa que deve ser
perpendicular, caso esteja um mau espaçamente entre elas e inclinação das travessas, pode
haver uma má distribuição de cargas na via e a respectiva danificação da bitola, degrandando
os trilhos, consequentemente destruição da via.
A falta de padronização das bitolas acarreta os custos logistícos, sobre tudo o que tange à
questão de transbordo, baldeação, entre ferrovias, acarretando mais custo e perda de tempo.
Como forma de minimização dos problemas de bitolas diferentes entre trechos ferroviários,
pode-se optar por uma via de bitola mista. A via de bitola mista é composta por tês trilhos, um
deles é comum entre as duas bitolas, e os outros definem a bitola.
Cada um destes subsistemas está regulamentado por uma Especificação Técnica de
Interoperabilidade (ETI).
Em alguns casos e dependendo da sua abrangência, uma mesma ETI pode ser aplicada, quer à
rede convencional, quer à rede de Alta Velocidade, sendo que a responsabilidade das mesmas
recai nas Agências Ferroviárias, que para tal foi mandatada pela Comissão Europeia.
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