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Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul

2ª Câmara Criminal

Conflito de Jurisdição - Nº 1600338-92.2023.8.12.0000 - Campo Grande


Relator(a) – Exmo(a). Sr(a). Des. Luiz Gonzaga Mendes Marques
Suscitante : Juízo de Direito da 2ª Vara do Juizado Especial Central da Comarca de
Campo.
Suscitado : Juiz(a) de Direito da 7ª Vara Criminal da Comarca de Campo Grande.
Interessado : Maria Eduarda Pecora Cardozo.
Interessado : Sorine Pierina Machado Pecora.

EMENTA - CONFLITO DE JURISDIÇÃO – CONFLITO


NEGATIVO DE COMPETÊNCIA – TERMO CIRCUNSTANCIADO – INJÚRIA E
VIAS DE FATO PRATICADAS CONTRA ADOLESCENTE – FATOS
OCORRIDOS APÓS A VIGÊNCIA DA LEI N.º 11.344/2022 – ALTERAÇÕES DA
NOVA LEGISLAÇÃO QUE ABRANGEM APENAS OS DELITOS PREVISTOS NO
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - CONFLITO JULGADO
IMPROCEDENTE.
Os fatos, em tese, foram praticados após a vigência da Lei n.º
14.344/22. De toda forma, as alterações trazidas pela Lei n.º 14.344/2022 (Lei Henry
Borel), no tocante a não incidência da Lei n.º 9.099/95, aplicam-se somente aos delitos
previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente. Assim, na hipótese (injúria e vias de
fato), compete ao juízo suscitante – Juízo de Direito da 2ª Vara do Juizado Especial
Central o processamento do feito.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, ACORDAM, em sessão permanente e


virtual, os(as) magistrados(as) do(a) 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de
Mato Grosso do Sul, na conformidade da ata de julgamentos, a seguinte decisão: Por
unanimidade e com o parecer, negaram provimento ao recurso, nos termos do voto do
Relator.
.

Campo Grande, 28 de fevereiro de 2023

Des. Luiz Gonzaga Mendes Marques


Relator do processo
Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul

R E L A T Ó R I O
O Sr. Des. Luiz Gonzaga Mendes Marques.

Trata-se de Conflito Negativo de Competência suscitado pelo Juízo


da 2ª Vara do Juizado Especial desta Capital em face do Juízo de Direito da 7ª Vara
Criminal desta Capital.
Alega o suscitante que, por se tratar de delito de injúria e
contravenção penal de vias de fato perpetrado contra adolescente, o Juízo da 7ª Vara
Criminal de Campo Grande-MS é competente para julgá-lo, por subsumir-se o fato
descrito no procedimento ao disposto no art. 226, § 1º, do Estatuto da Criança e do
Adolescente, com redação dada pela Lei n.º 14.344/2022, notadamente quanto à
impossibilidade de aplicação das disposições da Lei n.º 9.099/95 aos crimes cometidos
contra crianças e adolescentes.
Pede que seja acolhido o incidente para, reconhecendo a competência
do Juízo Suscitado, determinar o imediato retorno dos autos àquele Juízo (fl. 47).
O Juízo suscitado (fls. 57-60) e o Juízo suscitante prestaram
informações (fl. 63).
A Procuradoria-Geral de Justiça opinou pela improcedência do
conflito, para o fim de que seja reconhecida a competência do juízo suscitante (2ª Vara
do Juizado Especial Central - Juizado Especial Central de Campo Grande) (fls. 66-70).
É o relatório.

V O T O
O Sr. Des. Luiz Gonzaga Mendes Marques. (Relator)

Trata-se de Conflito Negativo de Competência suscitado pelo Juízo


da 2ª Vara do Juizado Especial desta Capital em face do Juízo de Direito da 7ª Vara
Criminal desta Capital.
Alega o suscitante que, por se tratar de delito de injúria e
contravenção penal de vias de fato perpetrado contra adolescente, o Juízo da 7ª Vara
Criminal de Campo Grande-MS é competente para julgá-lo, por subsumir-se o fato
Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul
descrito no procedimento ao disposto no art. 226, § 1º, do Estatuto da Criança e do
Adolescente, com redação dada pela Lei n.º 14.344/2022, notadamente quanto à
impossibilidade de aplicação das disposições da Lei n.º 9.099/95 aos crimes cometidos
contra crianças e adolescentes.
Pede que seja acolhido o incidente para, reconhecendo a competência
do Juízo Suscitado, determinar o imediato retorno dos autos àquele Juízo (fl. 47).
Passo à análise.
A adolescente/vítima Maria Eduarda Pécora Cardozo, de 15 anos de
idade, registrou Boletim de Ocorrência em desfavor de sua genitora Sorine Pierina
Machado Pécora pela prática, em tese, do delito de injúria e contravenção penal de vias
de fato.
O feito foi então distribuído ao Juízo da 7ª Vara Criminal desta
Capital, que declinou a competência para processar e julgar o feito, remetendo para
uma das Varas do Juizado desta Capital, sob os seguintes fundamentos:
“(…)
Trata-se de medida protetiva de urgência requerida pela DEPCA em favor de
Maria Eduarda Pécora Cardoso, já analisada em sede de plantão judicial.
Ocorre que, como bem pontuado pelo representante ministerial, tratam-se de
delitos de menor potencial ofensivo (injúria e vias de fato), cuja penas máximas
em abstrato, se somadas, não suplantam o limite de 2 anos. Logo, vislumbra-se que
este juízo não é o competente para analisar a questão, uma vez que não caberá a
este juízo analisar e julgar o suposto fato delituoso narrado nos autos.
Importante a análise preliminar do tema competência (limitação da jurisdição). O
art. 22 da CF delimita para União a competência sobre direito processual. Logo,
temos a competência criminal comum e aquela de menor potencial ofensivo,
delimitada por lei federal.
Ao ser estabelecida a competência de uma vara criminal especializada para crimes
contra crianças e adolescente, a mensagem da lei é justamente direcionar força de
trabalho para temas mais graves, sem pulverizar o acúmulo processual com fatos
de menor potencial ofensivo.
Trata-se de divisão de competência comum, segundo a organização judiciária.
No caso da competência dos Juizados Especiais, temos outro micro sistema, criado
por lei federal (Lei 9099/95).
Além disso, a lei local de organização judiciária não direciona para este juízo da
justiça comum, os chamados crimes de menor potencial ofensivo, e me parece que
realmente não poderia fazê-lo, por não se tratar de tema para competência local
(organização judiciária), mas de competência federal.
Nesta mesma linha de raciocínio temos a ADI 1807-MT, de relatoria do Min Dias
Toffoli, com julgamento em 2014.
Ora, se a lei federal escolheu por critério de competência para os juizados
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especiais, a pena máxima das infrações penais, não pode ocorrer modificação
local.
Portanto, por se tratar de infração de menor potencial ofensivo (injúria e vias de
fato), a competência é de uma das Varas do Juizado Especial Criminal desta
Comarca. Nesse sentido é o recente julgado do TJMS:
CONFLITO DE JURISDIÇÃO – CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA –
INDICATIVO DE CRIME DE MAUS-TRATOS CONTRA CRIANÇA - VARA DA
INFÂNCIA, DA JUVENTUDE E DO IDOSO - AUSÊNCIA DE COMPETÊNCIA
PARA PROCESSAR E JULGAR FEITOS CRIMINAIS AINDA QUE
RELACIONADOS A INFRAÇÕES PENAIS COMETIDAS CONTRA MENORES -
HIPÓTESE CONCERNENTE À APURAÇÃO DE CRIME DE MENOR
POTENCIAL OFENSIVO – COMPETÊNCIA DO JUIZADO ESPECIAL -
CONFLITO PROCEDENTE. Se os elementos indicam que a criança foi vítima de
maus-tratos por parte da genitora e do padrasto, considerando que a pena máxima
prevista é inferior a 02 anos, tratando-se de delito de menor potencial ofensivo,
compete ao juízo suscitado (11a Vara do Juizado Especial desta Capital) julgar o
feito, nos termos do art. 61 da Lei n.º 9.099/95 e não ao juízo suscitante (Vara da
Infância, Adolescência e do Idoso desta Capital), o qual não detém competência
para processar e julgar feitos criminais (art. 2º, "f", 1, da Resolução n.º 221/1994
deste Sodalício).
(TJMS. Conflito de competência cível n. 1602711-67.2021.8.12.0000, Juizado
Especial Central de Campo Grande, 2ª Câmara Criminal, Relator (a): Des. Luiz
Gonzaga Mendes Marques, p: 22/03/2022).

Cabe ainda ressaltar que, apesar da recém promulgada Lei nº 14.344/2022 em seu
artigo 29, ter alterado o art. 226 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA -
Lei 8.069/90), tal alteração não abrange qualquer crime cometido contra criança e
adolescente, mas tão somente àqueles crimes previstos no ECA, vejamos:
"Art. 29. Os arts. 18-B, 70-A, 70-B, 136, 201 e 226 da Lei nº 8.069, de 13 de julho
de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), passam a vigorar com as
seguintes alterações:
(...)
Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as normas da Parte Geral do
Código Penal e, quanto ao processo, as pertinentes ao Código de Processo Penal.
§ 1º Aos crimes cometidos contra a criança e o adolescente, independentemente da
pena prevista, não se aplica a Lei nº 9.099 de 26 de setembro de 1995. (incluído
pela Lei nº 14.344, de 2022)." (...)

Veja que o legislador ao definir que aos crimes cometidos contra a criança e o
adolescente não se aplica a Lei nº 9.099/95, o fez no parágrafo primeiro do art.
226, cujo caput faz referência apenas aos crimes definidos naquela lei, o Estatuto
da Criança e do Adolescente. Sendo assim, da atenta leitura da lei, nota-se que,
como o legislador fez alterações em várias outras leis, se sua intenção fosse a de
abranger todo e qualquer crime contra a criança e o adolescente, o teria feito.
Considerando que, tratou de tal limitação de abrangência da Lei 9.099/95 apenas
no tópico da Lei 8.069/90, claro está que, sua intenção foi a de abranger somente
as situações mais graves, ou seja, aquelas que estão previstas no ECA e não os
crimes de menor potencial ofensivo.
Portanto, considerando que, o crime narrado nesses autos, segundo o MPE, seriam
os de injúria e vias de fato, previstos no Código Penal e não no ECA, a
Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul
competência para analisar e julgar permanece sendo dos Juizados Especiais
Criminais, já que, de menor potencial ofensivo.
Por tais motivos, acolho o parecer ministerial e reconheço a incompetência deste
juízo, determinando-se a remessa, com urgência, dos presentes autos ao Cartório
Distribuidor para redistribuição ao Juizado Especial Criminal desta Comarca.
(…).”

O Juízo da 2ª Vara do Juizado Especial desta Capital suscitou o


conflito negativo de competência nos seguintes termos:
"(…)
Reportando-me à orientação firmada pela Corregedoria-Geral de Justiça deste Eg.
Tribunal de Justiça nos autos de Pedido de Providências – Judicial n.
126.625.0017/2022, e por entender subsumir-se o fato descrito neste procedimento
ao disposto no art. 226, §1º, do Estatuto da Criança e do Adolescente, com
redação dada pela Lei n. 14.344/2022, notadamente quanto à impossibilidade de
aplicação das disposições da Lei n. 9.099/95 aos crimes cometidos contra criança
e adolescente, reconheço a incompetência deste Juízo para o processamento e
julgamento deste fato.
Oficie-se, com urgência, ao Egrégio Tribunal de Justiça deste Estado suscitando
conflito negativo de competência.
(…).” (fl. 47)

Inicialmente, cabe esclarecer que, em consulta ao Sistema de


Automação da Justiça (SAJ) do primeiro grau – autos n.º 8002502-19.2022 - os fatos
ora apurados se deram em 01/10/2022, ou seja, após a entrada em vigor da Lei n.º
14.344/2022, que se deu em 08/07/2022.
Entretanto, as condutas em apuração são estranhas ao Estatuto da
Criança e Adolescente, portanto, não são alcançadas pela restrição da nova Lei.
A Lei n.º 14.344/2022, denominada Henry Borel, criou mecanismos
para a prevenção e o enfrentamento da violência doméstica e familiar contra a criança e
o adolescente e promoveu importantes alterações no sistema de garantia de direitos da
criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência.
Dentre as alterações trazidas, foram acrescentados os § § 1º e 2º do
art. 226 do Estatuto da Criança e do Adolescente:
"Art. 226 (...)
§ 1º Aos crimes cometidos contra a criança e o adolescente, independentemente
da pena prevista, não se aplica a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995."

§ 2º Nos casos de violência doméstica e familiar contra a criança e o


adolescente, é vedada a aplicação de penas de cesta básica ou de outras de
prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o
pagamento isolado de multa. (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022).
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Constata-se que as referidas alterações são disposições de caráter


restritivo (não aplicação da Lei n.º 9.099/95; não aplicação de penas de cesta básica
ou outras de prestação pecuniária; não substituição por pena de multa isolada) e que
foram inseridas no Capítulo que trata especificamente dos crimes previstos no Estatuto
da Criança e do Adolescente, e não nas demais legislações como Código Penal e
legislação especial.
Portanto, entendo que tais alterações aplicam-se somente aos delitos
previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente e não abrange os demais crimes.
Logo, a competência na hipótese, como já dito, permanece com o juízo da 2ª Vara do
Juizado Especial Central desta Capital.
Nesse sentido vem decidindo este Sodalício:

CONFLITO DE JURISDIÇÃO. MAUS-TRATOS PRATICADOS CONTRA


MENOR. COMPETÊNCIA DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL. CONFLITO
PROCEDENTE. A retirada do sistema do JEC, trazida
pela Lei n. 14.344/2022 (Lei Henry Borel), é apenas para os crimes previstos no
ECA (mesmo que não sejam de violência doméstica) e não para todos os delitos
do Código Penal e legislação especial. (TJMS; CJur 0003943-44.2021.8.12.0110;
Segunda Câmara Criminal ; Segunda Câmara Criminal; Rel. Des. Ruy Celso
Barbosa Florence; DJMS 09/11/2022)

CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. TERMO CIRCUNSTANCIADO DE


OCORRÊNCIA. CRIME DE ABANDONO INTELECTUAL. FIRMADA A
COMPETÊNCIA DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL. CONFLITO
CONHECIDO E JULGADO PROCEDENTE. I. A Lei nº 14.344/2022 afastou a
incidência da Lei nº 9.099/95 somente aos crimes estabelecidos no ESTATUTO
DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (Lei nº 8.069/90), não abrangendo todos
os crimes do Código Penal e legislação especial, de modo que a competência para
processar e julgar o crime de abandono intelectual, previsto no art. 246, do
Código Penal, é da competência do Juizado Especial Criminal. II. Conflito de
competência procedente. (TJMS; CJur 0815484-07.2022.8.12.0110; Primeira
Câmara Criminal; Primeira Câmara Criminal; Rel. Des. Emerson Cafure; DJMS
09/11/2022)

CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. SUSCITANTE JUÍZO DA 7ª VARA


CRIMINAL DE COMPETÊNCIA ESPECIAL DA COMARCA DE CAMPO
GRANDE E SUSCITADO JUÍZO DA 3ª VARA DO JUIZADO ESPECIAL
CENTRAL DA COMARCA DE CAMPO GRANDE. TERMO CIRCUNSTANCIADO
QUE APURA A PRÁTICA DE CRIMES CONTRA ADOLESCENTE. CRIMES
PRATICADOS ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI Nº 14.344/22, QUE IMPEDIU A
APLICAÇÃO DA LEI Nº 9.099/95 AOS CRIMES PRATICADOS CONTRA
CRIANÇA E ADOLESCENTE. IMPOSSIBILIDADE DE RETROAGIR A LEI PARA
Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul
PREJUDICAR O RÉU. COMPETÊNCIA DO JUIZADO FIRMADA. CONFLITO
PROCEDENTE. Se os supostos crimes, tidos como de menor potencial ofensivo,
foram praticados antes da vigência da Lei nº 14.344/22, que impossibilitou a
aplicação da Lei nº 9.099/95 aos delitos cometidos contra criança e adolescentes,
não deve essa Lei retroagir ao caso dos autos, em prejuízo do réu. Competência
firmada do Juízo da 3ª Vara do Juizado Especial Central da Comarca de Campo
Grande. (TJMS; CJur 0016321-34.2022.8.12.0001; Primeira Câmara Criminal ;
Primeira Câmara Criminal; Rel. Des. Jonas Hass Silva Júnior; DJMS 29/11/2022)

CONCLUSÃO

Diante do exposto, com o parecer, julgo improcedente o presente


conflito de jurisdição, para o fim de declarar a competência do Juiz de Direito da
2ª Vara do Juizado Especial Central de Campo Grande - parte suscitante – para
processar e julgar o feito n.º 8002502-19.2022.8.12.0800.

É como voto.

D E C I S Ã O
Como consta na ata, a decisão foi a seguinte:

POR UNANIMIDADE E COM O PARECER, NEGARAM


PROVIMENTO AO RECURSO, NOS TERMOS DO VOTO DO RELATOR.

Presidência do(a) Exmo(a). Sr(a). Des. José Ale Ahmad Netto

Relator(a), o(a) Exmo(a). Sr(a). Des. Luiz Gonzaga Mendes Marques

Tomaram parte no julgamento os(as) Exmos(as). Srs(as). Des. Luiz


Gonzaga Mendes Marques, Des. José Ale Ahmad Netto e Des. Carlos Eduardo Contar.

Campo Grande, 28 de fevereiro de 2023.

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