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1 - EPISTEMOLOGIA
Discente: Rosângela dos Santos da Silva Dias. DRE: 123308169
Discorra, com base nos textos discutidos em aula, sobre a importância da Revolução
Científica para a Psicologia
Entendendo como se conhece alguma coisa, agora vale pensar no que a natureza faz com esse
corpo e o que o homem, enquanto sujeito, faz com esse corpo enquanto homem livre, uma
vez que tem escolha. No entanto, a psicologia tem a pretensão de tratar do sujeito como
tratamos de qualquer órgão adoecido desse sujeito. Eis a questão: o médico segue um
protocolo, e caso o paciente não acompanhe e siga o que foi prescrito, o tratamento poderá se
mostrar ineficiente, mas o médico terá respaldo legal por ter passado o protocolo. Nesse
sentido, como pode se dar a assistência de um psicólogo? Como o psicólogo pode medir as
chances de dar certo? Como pode garantir o sucesso de um tratamento? É uma aposta. Uma
aposta que depende, invariavelmente, do compromisso envolvido pelo sujeito assistido.
Distinguir “aquilo que é e aquilo que você gostaria que fosse” é a fronteira da realidade tal
como ela é e a realidade que o sujeito recebe. Se o psicólogo não começar sempre por esse
referencial, estará rendido a uma tentativa mal sucedida de retificação do sujeito? Como se
estivesse numa busca interminável de trazer à tona um ser que caiba em si mesmo com
totalidade, como todo e qualquer outro objeto na natureza se mostra? E, por não ser passível
de correção, acredito que isso também não signifique que reste apenas o padecimento para o
sujeito por não corresponder a uma certa natureza. Somos o que podemos ser na medida em
que tentamos ser e também não ser. Para Kant, é o dado moral que nos diferencia dos outros
animais: o homem é livre. Para ser livre, você não tem que ser determinado pela natureza, por
isso, a liberdade é uma evidência de que existe a moral. O sujeito age, reage, invoca e
transforma, tudo isso é liberdade. O exemplo usado em sala sobre greve de fome explicita
que o sujeito, incontestavelmente, vai contra sua natureza mais primitiva. Tudo isso porque
tem liberdade. Se, para Kant, é a liberdade que se opõe à natureza, então o homem é isso que
faz com a sua liberdade. E para a psicologia o problema está nisso que escapa à natureza
natural: O que se pode fazer sobre essa natureza que se mostra perturbada? Só temos notícia
dela quando as coisas vão mal. Mas se o homem é isso que faz com a sua liberdade, como
pode este mesmo homem dizer que vai mal a partir de uma liberdade que lhe é própria? Indo
bem ou mal, foi fruto da liberdade, e assim se faz também para quando vamos resolvê-la.
Lidar com a realidade interna com objetividade por ser dotada como ciência, eis o desafio da
psicologia. Frustrante, para dizer o mínimo - não há exatidão e não há dados precisos, pois
não se trata de uma realidade formal. E a nível de subjetividade, dói demais ver que, nem
tudo que parece, é. O sujeito vai teimar dizendo que para a água ser considerada “água”, ela
deve ser morna e não fria, sendo H2O a sua cópia mais fiel. De forma pragmática, é uma
ferramenta para gerenciamento de crises. Talvez pararaios, talvez de band-aid, mas ainda,
uma tentativa. Tentativa arriscada, já que o psiquismo não é lógico, mas ainda é uma tentativa
legítima de se colocar em um lugar onde nenhuma outra ciência se coloca: na alma. Assim
sendo, não sei responder se haverá ciência que dê conta da pergunta "Para onde estou guiando
a minha vida?". A vida e a não vida são realidades físicas e é dentre esses dois extremos que
a liberdade se faz. Não havendo script, o homem faz o que quer, mas como o homem pode
assegurar o seu querer?