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Os Lusíadas

Canto V
Estâncias 92 a 100
Proposta de segmentação
(considerando o assunto e a pontuação)

› estância 92: introdução e apresentação do tema (ou da tese)

› estâncias 93 a 96: desenvolvimento e argumentação para comprovação da tese


inicial;

› estância 97: fecho da argumentação anterior, introduzida pelo conetor “Enfim”;

› estância 98: extensão de caráter mais universal da conclusão, recorrendo ao


conetor conclusivo “Por isso”;

› estâncias 99 e 100: conselho de caráter particular, que pode integrar-se na


conclusão.
O poeta critica a falta de interesse pelas Artes e as Letras:

“(…) não se ver prezado o verso e a rima


Porque quem não sabe arte, não na estima.” (V, 97) ;

O poeta adverte para o facto de os heróis deverem às Musas a sua fama, ou seja, a
arte e a poesia (o verso / a rima) são necessários à imortalização dos heróis:

“ Às Musas agradeça o nosso Gama


O muito amor da pátria, que as obriga
A dar aos seus, na lira, nome e fama”

Estância 92

Versos 1 e 2
Segundo o Poeta, sabe bem e é sempre “doce” quando a glória é atingida com suor e justiça.
Versos 3 e 4
Para ser relembrado, o homem tem de trabalhar muito, de modo a superar os grandes
exemplos do passado.
Versos 5 e 6
A inveja dos feitos dos antepassados promove a sua continuação no presente (para serem
invejados têm de ser conhecidos).
 “envejas” – sentido positivo
Versos 7 e 8
O louvor será um incentivo para quem quer e procura praticar obras “valorosas”.
Estância 93

Alexandre Magno também desejava ser cantado pelos seus feitos e apreciava mais os versos
épicos do que os feitos em si.
Temístocles desejava igualmente que cantassem os seus feitos.

Estância 94

Superioridade da navegação de Vasco da Gama (“o Céu e a Terra espanta).  Proposição

Si – assentimento do Poeta  porém não basta fazer grandes feitos para ser herói (o heroísmo
só é verdadeiro quando cantado pelos poetas  por isso estes devem ser protegidos ,
favorecidos, para bem exercerem o seu ofício.

Estâncias 95 e 96 – comparação entre os heróis da Antiguidade clássica e os portugueses


(versos heroicos vs arte)

Estância 95

A terra portuguesa é fértil em heróis (tem muitos), mas faltam-lhe alguns dons e qualidades,
sendo essa falta suprimida pela frieza e dureza (“duros e robustos”), que os classifica como
pessoas.

Estância 97 – conclusão das estâncias anteriores

Os chefes da antiguidade eram guerreiros (épicos / bélicos) mas também eram cultos,
conhecedores das letras (2 primeiros versos)

4 últimos versos forte crítica à sociedade portuguesa porque nada sabe de arte, por ser um
povo ignorante… e, “quem não sabe arte, não na estima”.

Estâncias 97 e 98 – Segundo Camões, estas “figuras” da antiguidade, para além da arte bélica, tinham
grande erudição.
No que respeita a Portugal, o Porta sente-se apreensivo e censura os seus contemporâneos, na
medida em que a Epopeia dos descobrimentos só produziu heróis de força bruta, tornando-os incultos. Dá
como exemplo o próprio Vasco da gama, na estrofe 99.

Estância 99

Censura a Vasco da Gama, já depois da sua morte, no sentido de que, se não fosse a gentileza
das Tágides, inspiradoras de camões, os feitos de Gama não teriam sido cantados e, assim,
perpetuados.

Estância 100

Apesar de tudo, e movido por amor à Pátria, Camões insiste em continuar a engrandecer, com
os seus versos, os grandes feitos realizados pelos Portugueses.
› (A) est. 95, vv. 1-4; est. 97, vv. 5-8; est. 98, vv. 5-8
› (B) est. 95, vv. 5-6; est. 96, vv. 1-8; est. 97, vv. 1-4
› (C) est. 97, vv 5-8; est. 98, vv. 1-8; est. 99, vv. 5-8

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