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SOLDAGEM

GMAW (MIG/MAG)

Professor Ariel Teixeira - 2023-1


Curso de Extensão

Nome do curso: FORMAÇÃO CONTINUADA EM


SOLDADOR NO PROCESSO GMAW EM AÇO

Professor Ariel Teixeira - 2023-1


CARBONO

Dias das aulas: Terças e quintas

Horário: das 15h às 18h

Cronograma
Introdução

• A soldagem é uma das técnicas utilizadas para unir


materiais, mas a união de materiais é uma

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descontinuidade da estrutura que está sujeita a atuar
como concentrador de tensão e consequentemente
dar origem a falha de produtos.

ENTÃO POR QUE FAZER ISSO???


Tamanho das estruturas
Limitações dos processos primários
Unir materiais de diferentes tipos
Economia
União - Forças e interações

• Existem apenas três tipos de forças, a partir de um


ponto de vista fundamental, que podem ser usados

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para segurar dois ou mais elementos em contato
contra o movimento indesejado, independentemente
dos materiais envolvidos. Estes três são:

Mecânica
Química
Física
União de Materiais - Física

• Surgi da aproximação de átomos e moléculas como


consequência natural das suas estruturas. Estas

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forças físicas, que são eletromagnética e
eletrostáticas na sua origem e natureza, são a base
para unir por soldagem, brasagem e por solda
branda.
União de Materiais - Física

• As superfícies metálicas,
mesmo as mais polidas,

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apresentam uma grande
rugosidade em escala
microscópica e sub-
microscópica.
União de Materiais - Física

• As superfícies metálicas estão normalmente


recobertas por camadas de óxidos, umidade,

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gordura, poeira e outros materiais o que impede
um contato real entre as superfícies, prevenindo
a formação de ligações.
Soldagem - Classificação

• Quanto à interação metalúrgica:

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• Soldagem por fusão (Welding) – quando ocorre a
fusão localizada das partes a serem unidas.
• Brasagem (Brazing) – quando ocorre a fusão apenas
do metal de adição. Quando a temperatura de fusão
do metal de adição é baixa (menos de 450 °C) o
processo é denominado solda branda (Soldering).
• Soldagem no estado sólido (Solid-State Welding) –
quando a união ocorre sem fusão.
Soldagem - Classificação

• Quanto à fonte de energia utilizada:

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• Fontes elétricas.
• Arco elétrico, Resistência elétrica (efeito Joule)...
• Fontes químicas.
• Chama direta (gás combustível), Aluminotermia...
• Fontes óticas .
• Laser, Feixe de elétrons...
• Fontes mecânicas.
• atrito, ultrassom, explosão...
Soldagem - Classificação

• Quanto ao método de proteção:

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• Vácuo.

• Gás inerte.
• Gás.

• Fluxo.

• Sem proteção.

• Exclusão mecânica.
Soldagem - Classificação

• Existem vários processos catalogados na AWS,


normalmente divididos em:

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Soldagem - Classificação

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Terminologia da Soldagem
Soldagem – Processo de união de metais por fusão onde são
mantidas as características físicas e químicas na junta soldada.
Solda – Resultado do processo de soldagem.

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Arco elétrico – Passagem de corrente elétrica através de uma
atmosfera ionizada.
Fusão – Processo de mudança de estado físico.
Metal de base – Material da peça que sofre o processo de
soldagem.
Metal de adição – Material adicionado
no estado liquido durante a soldagem.
Terminologia da Soldagem

Junta – Região entre 2 ou mais peças que serão unidas.

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Chanfro – Usinagem realizada na junta para possibilitar/facilitar a
soldagem em toda a espessura.
Terminologia da Soldagem

Passe de raiz – Região mais


profunda da soldagem. Primeiro
passe.

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Face – Região oposta a raiz.
Camada – Conjunto de passes
realizados em uma mesma altura
em um chanfro..
Reforço – Altura máxima
alcançada após a superfície do
metal de base.
Margem – Linha de encontro
entre a face da solda e a
superfície do MB.
Terminologia da Soldagem

Zona termicamente afetada - é a região da solda que não se fundiu


durante a soldagem, porém teve sua microestrutura e propriedades
alteradas pelo calor induzido pela soldagem ou operações de corte.

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Principais Processos

• Soldagem com Eletrodos Revestidos (Shielded


Metal Arc Welding - SMAW)

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Principais Processos

• Soldagem GTAW (Gas Tungsten Arc Welding -


GTAW)

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• É mais conhecida no Brasil, TIG (Tungsten Inert
Gas).
Principais Processos

• Soldagem GMAW (Gas Metal Arc Welding - GMAW)

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• Se este gás é inerte, o processo é também
chamado de MIG (Metal Inert Gas). Se o gás for
ativo, o processo é chamado de MAG (Metal Active
Gas).
Definição

É um processo de soldagem que se baseia na

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formação de um arco elétrico entre a peça e
um eletrodo maciço nu consumível (arame
sólido), continuamente alimentado.

O processo utiliza um gás de proteção,


proveniente de uma fonte externa e é
realizado sem aplicação de pressão.
Definição
• Tanto o arco quanto a poça de fusão são protegidos
contra a contaminação pela atmosfera por um gás ou
mistura de gases.

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Ilustração esquemática do processo de Soldagem GMAW
CONJUNTOS

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Ilustração esquemática do equipamento de Soldagem GMAW
CONJUNTOS

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Alguns conjuntos...

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GMAW - Fontes Convencionais

• A fonte de energia mais usada é do tipo tensão


constante regulável com alimentação de arame a

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velocidade constante. Este tipo de sistema permite o
controle automático do controle do arco diretamente
através de variações da corrente de soldagem.
GMAW – Alimentação de arame

✓ Acionamento da alimentação é feito por um motor de


corrente contínua;

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✓ A velocidade de alimentação está diretamente
relacionada à intensidade de corrente.
✓ Para ser movimentado, o eletrodo é passado por um
conjunto de roletes de alimentação, que pode estar
próximo ou afastado da tocha de soldagem;

Conjunto de roletes de movimentação do eletrodo


GMAW – Alimentação de arame

• Roldanas ou roletes;
• A regulagem da pressão imposta pelo roletes é muito

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importante.
GMAW - ELETRODOS

✓Arame fino (0,8 a 3,4mm de


diâmetro), bobinados em carretéis

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apropriados e conduzidos até o arco
através de pequenos rolos
impulsionadores acionados por um
motor.

✓O contato elétrico é feito por um


deslizamento entre o fio e um
pequeno tubo de cobre colocado no
interior do bocal de gás,
imediatamente antes do arco
elétrico;
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cabo e tocha
Detalhamento do

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Corrente – Conceitos Gerais

• O processo de soldagem funciona com corrente


contínua (CC),normalmente com o arame no polo

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positivo.

• Essa configuração é conhecida como polaridade


reversa.

• São comumente empregadas correntes de soldagem


de 50 A até mais que 600 A e tensões de soldagem
de 15 V até 32 V. Um arco elétrico autocorrigido e
estável é obtido com o uso de uma fonte de tensão
constante e com um alimentador de arame de
velocidade constante.
CORRENTE

✓Em função do eletrodo ser continuamente

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renovado e seu comprimento é
relativamente pequeno, pode se usar
densidades de correntes altas (300 A/mm²).

✓Densidades de correntes altas resulta em


elevadas velocidades de fusão até 5X mais
comparadas com o processo de eletrodo
revestido;
Corrente

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Corrente

• Corrente de Soldagem é definida pela taxa de


alimentação de arame.

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• Elevada taxa de alimentação:
• Corrente elevada
• Arco Curto
• Elevadas taxas de deposição
• Grande Penetração

• Baixa taxa de alimentação:


• Corrente Baixa
• Arco comprido
• Baixas taxas de deposição
• Baixa Penetração
Corrente - Polaridade
Direta – CC- Reversa – CC+
- Maior taxa de fusão do arame - Maior eficiência de fusão.
eletrodo. - Maior profundidade de

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- Área adicionada maior mas com o penetração.
cordão bem convexo.
- Consegue-se diferentes modos de
- Modo de transferências normamente transferências metálica (curto-
desfavorável (globular irregular)
circuito, spray, globular, pulsado)
Tensão

• Determina o comprimento de arco

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• Aumenta a Tensão:
• Aumento do comprimento do arco
• Aumento do aporte térmico
• Cordão mais largo
• Menor Penetração
Corrente x Tensão

• Serão selecionadas de acordo com as variáveis de


projeto, como tipo de transferência, gás de proteção,

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etc.
Distância Bico de Contato Peça

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TIPOS DE TRANSFERÊNCIA

Por Curto Circuito:


✓ A gota de metal se

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forma na ponta do eletrodo,
aumenta de diâmetro até
tocar a poça de fusão. A
gota é puxada para a poça
de fusão pela tensão
superficial.
✓ Ocorre com baixos
valores de tensão e
corrente, para eletrodos
com diâmetro de 0,8 a 1,2
mm.

Transferência por Curto Circuito


TIPOS DE TRANSFERÊNCIA

Globular:
✓ Limitada a soldagem na posição plana. Apresenta o

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problema de falta de penetração, além de falta de fusão
ou reforço do cordão de solda excessivo.
✓ A gota viaja no arco elétrico, do eletrodo a poça. A
quantidade de respingos é elevada, devido a baixa
direcionalidade da transferência
✓ A gota de metal alcança um
diâmetro maior que o do
eletrodo, porém não chega
a tocar a peça.
Transferência Globular
TIPOS DE TRANSFERÊNCIA

Por Spray:

✓ A quantidade de calor transferida

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à peça é elevada, e por isso é
adequado para a soldagem de
chapas grossas. Ocorre apenas
quando se usa argônio ou misturas
ricas em argônio.

✓ A gota, ainda com diâmetro,


menor
que o do eletrodo, é transferida à
Filme25
peça na direção axial. Nível de
respingos muito baixos.

Transferência por Spray


TIPOS DE TRANSFERÊNCIA

• Devido ao elevado aporte térmico, a transferência por


spray pode ocasionar defeitos metalúrgicos, além de

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produzir uma grande poça de fusão o que dificulta a
soldagem fora de posição.

• Foi então que começou toda uma pesquisa na


corrente pulsada.

• E posteriormente, percebeu-se que isso também


poderia atuar favoravelmente na transferência por
curto circuito. Surgindo o curto circuito controlado.
Possui a função de equalizar o
Ângulo de fluxo térmico entre as partes
trabalho soldadas, controlar o banho na
poça de fusão, o formato do
cordão de solda e a
molhabilidade do liquido nas

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bordas do chanfro.
Alimentação de Gás

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Influência do tipo de gás

• Estabilidade do arco:

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MIG - METAL INERT GAS
TIPOS DE GASES
✓ Ârgônio ou Hélio: gases inertes que formam a proteção,
gasosa sem nenhuma interação com a poça de fusão;

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Aplicações:
✓ Soldagem de metais mais reativos como Al, Mg e Ti;

MAG – METAL ACTIVE GAS


TIPOS DE GASES
✓ CO2 puro ou misturado com Ar ou misturas Ar-O2: gás ativo
que interage com a poça de fusão formando uma proteção
gasosa;
APLICAÇÕES:
✓ Aços carbono e aços inoxidáveis;
✓ Aços baixa, média e alta liga;
Geometria do cordão de aço carbono

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Influência do tipo de gás no cordão de solda
Vazão de gás

• Eficiência de proteção: o fluxo fica em torno de


10 a 16 L/min.

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Deve ser medido diretamente no bocal por meio do
fluxômetro.
Recursos de alguns equipamentos
• Pré-fluxo: Recurso de pré-vazão, o qual permite a liberação do gás antes da
abertura de arco. Dessa forma, a poça de fusão já fica protegida no
momento da abertura do arco. O tempo de pré vazão pode ser ajustado;

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• Pós-fluxo: Recurso de pós-vazão, o qual mantém a liberação do gás após a
extinção do arco. Dessa forma, a poça de fusão é protegida até sua total
solidificação. O tempo de pós-vazão pode ser ajustado;
• Partida lenta: Recurso que permite modificar a velocidade de aproximação
do arame à peça de trabalho. Usualmente são utilizados valores de
velocidades mais baixas que as de soldagem para proporcionar uma
abertura de arco mais suave. A velocidade de aproximação pode ser
ajustada;
• Burn-back: Recurso que permite a queima da ponta do arame, após a
extinção do arco. É utilizado para que o arame não fique preso à peça ao fim
da soldagem. O tempo de queima pode ser ajustado;
• Cratera: Recurso que permite o preenchimento da cratera formada pelo
rechupe, após a extinção do arco. Este recurso mantém o arco aberto após
a liberação do gatilho. O tempo pode ser ajustado.
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APLICAÇÕES
✓ Fabricação de componentes e
estruturas;

✓ Fabricação de equipamentos de

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médio e grande porte como pontes
rolantes, vigas, escavadeiras e
tratores;

✓ Indústria automobilística;

✓ Recuperação de peças
desgastadas;

✓ Revestimentos de superfícies
metálicas com materiais especiais;
VANTAGENS

✓ Alta taxa de deposição e velocidade de soldagem;

✓ Versatilidade podendo o processo semi-automático

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ser adaptado para automático;
✓ Exige menor habilidade do soldador que o processo
de eletrodo revestido;
✓ Soldagem em todas as posições e sem formação de
escória;
✓ A penetração e a diluição podem ser controlados e é
mais uniforme quando comparado ao processo de
eletrodo revestido;
VANTAGENS
✓ Excelente visualização da poça de fusão;

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Figura 9 - Momento da soldagem e visualização da poça de fusão
LIMITAÇÕES

✓ Maior sensibilidade à variação dos parâmetros


elétricos de operação do arco de soldagem, que
influenciam diretamente na qualidade do cordão de

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solda depositado;
✓ Maior custo da aquisição e manutenção do
equipamento;
✓ Dificuldade de soldagem em juntas de difícil
acesso, devido a geometria da tocha;
✓ Processo com alto nível de respingos e ocorrência
de raios ultravioletas;
✓ Menor variedade de consumíveis;
Arame-eletrodo

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Arame-eletrodo

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Arame-eletrodo

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Técnica Operacional - Convencional

• Faz-se a limpeza necessária da junta bem como a


realização de chanfros, se necessário.

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• A garra terra é ligada ao polo negativo é posicionada
afim de que durante o processo de soldagem haja
excelente condições de condução.
• Posiciona-se a tocha na posição inicial.
• Somente após acionar o gatilho o gás é liberado, o
sistema de alimentação iniciado, o arame-eletrodo é
energizado pelo bico de contato e ao tocar a peça
abre o arco elétrico e iniciasse a soldagem de acordo
com o tipo de transferência metálica.
• Ao largar o gatilho todo processo é finalizado.
Posicionamento do eletrodo

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Técnica de tecimento

• Este movimento é utilizado para se depositar um


cordão mais largo, garantir a fusão das paredes

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laterais da junta e para tornar mais suave a variação
de temperatura durante a soldagem. O tecimento
deve ser, em geral, restrito a uma amplitude inferior a
cerca de 3 vezes o diâmetro do eletrodo.
Alguma dicas de manipulação

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Alguma dicas de manipulação

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Obrigado!!!

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