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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER

MANUAL – ORIENTAÇÕES
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO –
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

CURITIBA
2016
2

CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER

MANUAL – ORIENTAÇÕES
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Documento de orientação para a organização do


Trabalho de Conclusão de Curso

Curso: Licenciatura em Pedagogia

CURITIBA
2016
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CARTA AO ESTUDANTE
Prezado(a) estudante,
“Quando se une a prática com a teoria tem-se a ação criadora e modificadora da realidade”.
(Paulo Freire)
Parabéns! Você chegou em mais uma etapa de extrema relevância para sua vida
profissional: o trabalho de conclusão de curso do seu curso.
Este é o melhor momento para sua percepção concreta perante uma determinada
realidade.
A Escola Superior de Educação do Centro Universitário UNINTER apresenta o manual
com as orientações para a realização do trabalho de forma acadêmica e orientada.
Destaca-se que para a realização de tal atividade é imprescindível a leitura integral
do presente documento.
Embora trate-se de um trabalho de conclusão de curso, você não precisa, e nem deve,
esperar até o final de seu curso para executá-lo. Você pode ir cumprindo todas as etapas que
serão descritas aqui durante o decorrer do seu curso. Assim que possível, escolha seu tema e
comece suas leituras e fichamentos. Logo que tiver em mãos o esboço de um projeto, leve-o
ao Comitê de Ética para discutir a viabilidade.
Não se preocupe se seu projeto inicial parecer muito simples. Você poderá aprimorá-lo
após adquirir mais leituras e conhecimentos na área escolhida.
Começar o quanto antes lhe dará tempo para fazer com calma cada etapa em vez de
levá-lo a uma correria desenfreada no final, o que prejudicará sua redação e,
consequentemente, sua avaliação final.
Tudo pronto para começarmos? Seja bem-vindo a esta etapa do seu curso.

Bons estudos práticos!


Coordenação Curso Licenciatura em Pedagogia
Coordenação Núcleo de Apoio, Pesquisa e Prática Pedagógica
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO................................................................................................................................... 5
COMITÊ DE ÉTICA ............................................................................................................................... 7
NOÇÕES PRELIMINARES - PESQUISA.......................................................................................... 9
1. O QUE É UM TCC ...................................................................................................................... 10
1.1 PORQUE TODOS DEVEM REALIZAR O TCC? ............................................................. 10
2. O QUE É PESQUISA? ............................................................................................................... 11
2.1 Ciência ...................................................................................................................................... 12
2.2 Conhecimento científico.................................................................................................... 13
ROTEIRO DE TCC – PROJETO – DESENVOLVIMENTO – TEXTO FINAL ....................... 17
1. COMO ELABORAR UM TCC .................................................................................................. 18
1.1 COMO ELABORAR UM TCC - PROJETO ........................................................................ 19
1.2 COMO ELABORAR UM TCC - DESENVOLVIMENTO ................................................ 20
1.3 COMO ELABORAR UM TCC – TEXTO FINAL .............................................................. 21
2. PASSO A PASSO DO TCC ........................................................................................................ 22
2.1 ESTRUTURAÇÃO DO TCC.................................................................................................. 22
2.2 FORMATAÇÃO DO TCC ...................................................................................................... 33
ANEXOS DO MANUAL...................................................................................................................... 50
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APRESENTAÇÃO
A exigência de que você encerre o curso com a produção de um Trabalho
de Conclusão (pesquisa) revela nossa preocupação com a qualidade do ensino
que estamos oferecendo, pois será o momento em que escolherá um dos
assuntos que despertou seu interesse durante seu percurso acadêmico para
aprofundar-se nele. Sendo assim, é indispensável que o tema escolhido por
você faça relações com os conteúdos que aprendeu.
Os temas nos quais você poderá pesquisar em seu TCC são:

a) Docência (Educação Infantil, anos iniciais do Ensino


Fundamental, Magistério – Nível Médio, nas modalidades
EJA, Educação Inclusiva, Educação a Distância, Educação
Indígena e Educação do Campo)

b) Gestão da Educação Básica (Ed. Infantil, anos iniciais do


Ensino Fundamental, Magistério – Nível Médio, nas
modalidades da EJA, Educação Inclusiva, Educação
Indígena e Educação do Campo)

c) Atuação do Pedagogo em espaços educativos não


escolares (Ongs, Hospitais, Empresas)

d) Tecnologias educacionais

Durante todo o período, você deverá articular teoria e prática, utilizando


as diretrizes aqui disponibilizadas e os referenciais bibliográficos indicados
pelos professores, bem como as obras pesquisadas por eles e os
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conhecimentos acumulados durante o desenvolvimento de todas as disciplinas


do curso.
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COMITÊ DE ÉTICA
O pesquisador deve definir como se constituirá o trabalho de pesquisa.
Sugerimos a realização de uma pesquisa bibliográfica, pois a pesquisa de
campo requer um tempo maior na preparação e coleta de dados para a
concretização da pesquisa e, para futura publicação, necessitará passar pelo
comitê de ética da Instituição.
Há um assunto importante sobre o qual você precisa ficar atento desde
já: o comitê de ética. Após receber uma primeira orientação de seu professor
(orientador) via AVA, você deverá submeter o seu Projeto de Pesquisa a
aprovação de um Comitê de Ética. Neste caso, será obrigatória a entrega de
um Projeto de Pesquisa para ser analisado pelo Comitê de Ética. Para que
haja tempo hábil de encaminhar o seu projeto para a apreciação do Comitê de
Ética, você deverá encaminhá-lo no início do período de elaboração de TCC,
ou seja, logo nos primeiros dias da disponibilização do link para postagem.
O primeiro passo é acessar o site da Plataforma Brasil, registrar-se
como pesquisador e, depois, cadastrar o seu projeto. O modelo de projeto a
ser seguido é o indicado pela plataforma, ou seja, você deve preencher os
dados solicitados. O comitê reúne-se em datas fixas que estão disponíveis no
site. Os projetos são avaliados de acordo com as datas das reuniões.
Clique no link para acessar o site da plataforma do SISNEP – Sistema
Nacional de Ética em Pesquisa. Um projeto não aprovado pelo comitê de ética
não significa que você foi reprovado no TCC. Caso o seu projeto não seja
aprovado, você deverá apresentar outro para nova análise.
Para que você compreenda melhor, vamos explicar: qualquer dado que
não seja de domínio público é OBRIGADO a passar pelo Comitê de Ética em
Pesquisa. Por exemplo: entrevista, pesquisa de campo, estudos de caso,
acesso a prontuários de pacientes (em papel ou meio eletrônico), bases de
dados de Unidades Básicas de Saúde (prefeituras, hospitais, clínicas,
8

laboratórios, operadoras de planos de saúde; secretarias municipais e


estaduais de Saúde) e outros. Mais detalhes sobre esse assunto poderão ser
encontrados com a tutoria do Curso e, principalmente, com o próprio Comitê de
Ética da Instituição pelo e-mail: etica@uninter.com
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NOÇÕES PRELIMINARES - PESQUISA


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1. O QUE É UM TCC

O TCC é um trabalho científico, resultado de uma pesquisa executada


de acordo com os requisitos científicos de sua área específica. Esses
requisitos variam de acordo com as diversas áreas de conhecimento e todos
devem ser submetidos ao julgamento de seus pares.
O TCC é a sua oportunidade para demonstrar que aprendeu a usar as
ferramentas e conhecimentos obtidos durante o seu curso, mas também pode
ser o primeiro passo para suas futuras pesquisas. Se você tem interesse em
algum assunto particular, alguma dúvida ou curiosidade que gostaria de
responder, este pode (e deve!) ser um bom começo.

1.1 PORQUE TODOS DEVEM REALIZAR O TCC?

I. Para poder aliar a teoria à prática, no que tange à sua formação


profissional e pedagógica.
II. Porque a atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional –
Lei nº 9394/96 determina essa exigência.
III. Porque as Diretrizes do Curso indicam a carga curricular
estipulada para a sua realização.
IV. Para os que já atuam na profissão e buscam aperfeiçoamento,
certificação e/ou progressão na carreira, significa: espaço de
formação contínua; reflexão sobre a própria prática; análise de
outras práticas a partir das teorias estudadas.
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2. O QUE É PESQUISA?

“Nossos planos fracassaram porque não


tinham objetivo. Quando um homem não
sabe a que porto deseja chegar, nenhum
vento é o vento certo.”
Sêneca

A história da humanidade revela uma constante busca pelo


conhecimento. Desde os tempos mais remotos, o ser humano vem lutando
para progredir. No início, pela própria sobrevivência. Posteriormente, pela
necessidade intrínseca de adquirir meios mais práticos para obter uma vida
melhor, com mais saúde, conforto e estabilidade. Há quem diga que, no fundo,
a busca por todas essas realizações denuncia a vontade do homem de
encontrar a felicidade. No entanto, a jornada humana é um caminho incerto.
Durante sua evolução, o homem encontrou-se em meio a condições das mais
adversas, como intempéries, enchentes, secas, animais ferozes, enfermidades
de variadas intensidades, epidemias, guerras, pragas etc. Esses reveses
foram, e são os grandes desafios que o fizeram/fazem usar de toda a sua
capacidade criativa para superá-los, em favor de sua sobrevivência.
Na medida em que o tempo avança, surgem novos desafios, além dos
que ainda permanecem nos intrigando.
Como lidar com esses desafios? Essa é a pergunta chave para o
começo de uma a investigação. Antes de tudo – O QUÊ – exatamente, deve
ser resolvido?
Uma vez detectado qual é o problema, surge a próxima pergunta:
POR QUÊ resolvê-lo? Há, basicamente, dois grandes motivadores, que podem
estar juntos ou não: a necessidade e a curiosidade. Então, problema
encontrado, necessidade de resolvê-lo e/ou curiosidade estabelecidos, o
próximo passo é COMO resolvê-lo? É a partir daí, que o homem lança seu
olhar ao redor, inferindo causas prováveis para o problema e propondo
hipóteses: a) para as causas, caso não as conheça, e b) para como solucioná-
12

lo. Usando ferramentas adequadas, aquelas que gerem condições viáveis para
a busca da solução, ele parte para a coleta de informações sobre causas e
hipóteses levantadas, que serão testadas para sua confirmação, ou não.
A pesquisa científica é a aplicação controlada, por pares, desse método
que é usado, em parte, empiricamente, por nós todos, todos os dias, sem
sequer percebermos. A pesquisa científica pode ser concebida como um
processo sistemático no avanço construtivo do conhecimento.

2.1 Ciência

Ciência é uma forma de se obter conhecimento por meio do método


científico. Também chamamos ciência, o conjunto desses conhecimentos
obtidos por meio do método científico. Diferente do senso comum, cujo
conhecimento se dá por repetição sem investigação, o conhecimento científico,
para ser admitido como tal, precisa atender a requisitos específicos.
Numa pesquisa cotidiana, como uma das citadas acima, basta escolher
o melhor método de obter a resposta e implementá-lo até, efetivamente,
conseguir a resposta. Depois que você descobre com que roupa deve ir à festa
de casamento, não escreve todos os passos que deu para descobrir e leva por
escrito para festa pra ver se seus colegas aprovam. Você veste a roupa e vai
se divertir.
Na pesquisa científica é bem diferente. Todas as etapas são descritas e
explicadas, de acordo com as normas científicas, antes e durante sua
execução. Finda a pesquisa, escreve-se a dissertação, se for uma pesquisa de
mestrado, ou a tese, se for de doutorado. No caso do trabalho de conclusão de
curso (TCC) de graduação, será escrito um artigo científico. Depois tudo
pronto, o trabalho é submetido ao julgamento por pares, que são outros
pesquisadores que têm reconhecido saber sobre o assunto pesquisado e/ou
que também o estão estudando.
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2.2 Conhecimento científico

O conhecimento científico baseia-se na abordagem sistemática dos


fenômenos a serem investigados e necessita aprendizado superior para seu
exercício. Com o intuito de facilitar a apreensão dos fenômenos, a ciência foi
segmentada em diversas áreas do conhecimento (medicina, botânica,
engenharia, sociologia, psicologia etc.) e cada área produz seus métodos e
ferramentas para pesquisa e construção de seu conhecimento. Além da
abordagem metodológica e a segmentação, o conhecimento científico também
só é considerado válido depois que suas descobertas tenham sido submetidas
aos pares, para avaliação, refutação ou confirmação. Tanto os resultados,
como os procedimentos utilizados na obtenção das informações sofrem
meticuloso escrutínio, e só depois da confirmação da adequação do trabalho,
os resultados podem ser considerados válidos e incluídos no conjunto dos
conhecimentos humanos.

2.2.1 Tipologia

2.2.1.1 Aplicada

Objetiva o progresso técnico, a criação de produtos/utilidades para o


mercado, a conquista de “know-how” sobre alguma tecnologia já existente, o
aumento do valor de produtos através da criação de novas funcionalidades,
etc.

2.2.1.2 Básica
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Objetiva descobrir coisas novas. O que são, como funcionam, onde


estão. Os resultados servem de base para outras pesquisas.

2.2.1.3 Bibliográfica

Pesquisa feita em fontes documentais como bibliotecas, hemerotecas,


bancos de dados, etc. Pesquisa feita em trabalhos impressos de
outros autores, que compõem o acervo de bibliotecas, bancos de dados, sites
de periódicos científicos, etc. Os textos pesquisados são livros, teses,
dissertações, artigos ou outra produção científica impressa.

2.2.1.4 Campo

Pesquisas feitas no ambiente natural do objeto a ser investigado. O


pesquisador vai ao local original, observa e coleta dados, sem intervir e produz
tanto um caderno de campo com tudo o que experimentou enquanto
pesquisador, como um documento descritivo e analítico do fenômeno
investigado. A antropologia constitui-se na maior usuária desse tipo de
pesquisa.

2.2.1.5 Documental

Pesquisa feita em qualquer tipo de documento. Podem ser documentos


impressos, gravados, fotografias, filmes, jornais. Entretanto, ao contrário da
pesquisa bibliográfica, a documental utiliza-se de material ainda não
investigado.

2.2.1.6 Descritiva
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Descreve os fatos e dados sem que sejam manipulados pelo


pesquisador. Seu objetivo é observar e descobrir os fenômenos, para então
descrevê-los, interpretá-los e classificá-los esclarecendo o que aconteceu.

2.2.1.7 Experimental

Diferente da pesquisa descritiva, a pesquisa experimental busca


demonstrar como e por que determinado fenômeno ocorre ou ocorreu,
inclusive, replicando-o em laboratório, sob condições controladas.
Pesquisas também diferem em relação à abordagem: elas podem ser
quantitativas ou qualitativas.

2.2.2 Caráter/Cunho da pesquisa

2.2.2.1 Pesquisa quantitativa

É a que utiliza técnicas e ferramentas estatísticas com o intuito de


quantificar os dados obtidos. É frequentemente usada para produção de
aferições em amostras com muitos indivíduos. A ferramenta mais comum nas
pesquisas quantitativas é o formulário com questões fechadas, ou seja, com
um número limitado, e definido a priori, de opções de resposta.
Ex.: Pesquisas eleitorais, pesquisas demográficas, pesquisas de
satisfação.
- Modelo de questão fechada:
Como se sentiu em relação ao nosso atendimento?
Muito satisfeito
Satisfeito
Insatisfeito
Muito insatisfeito
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2.2.2.2 Pesquisa qualitativa

Esta é utilizada quando o pesquisador pretende obter resultados que


não são passíveis de medição numérica. Quando as subjetividades individuais
estão envolvidas. Nesse caso, o número da amostra é bem mais reduzido e as
questões são investigadas mais a fundo. Formulários também podem ser
usados nas pesquisas qualitativas, mas as questões são abertas. Cada
entrevistado elabora a sua resposta às perguntas. Por envolver subjetividades,
é imprescindível que o projeto desse tipo de pesquisa seja submetido ao
Comitê de Ética o mais breve possível.
Ex.: Pesquisas antropológicas, pesquisas biográficas.
- Modelo de questão aberta:
Quais as atividades diárias dos membros da sua família?
Quais atividades são feitas em conjunto?

IMPORTANTE: Você pode fazer uma pesquisa mista! Unir


conceitos e organizar o seu trabalho de acordo com o que os
seus objetivos necessitam para serem cumpridos!
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ROTEIRO DE TCC – PROJETO – DESENVOLVIMENTO – TEXTO FINAL


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1. COMO ELABORAR UM TCC

Ao longo do curso você cumprir três diferentes disciplinas:


 TCC – PROJETO – voltada para o início da sua pesquisa de
conclusão de curso. Organização do tema.
 TCC – DESENVOLVIMENTO– voltada para o aprofundamento da
sua pesquisa de conclusão de curso.
 TCC – TEXTO FINAL – voltada para organização e finalização da
sua pesquisa de conclusão de curso.

IMPORTANTE: Siga os itens a seguir como se fosse um passo-a-passo.


Assim, facilitará a organização do seu TCC!
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1.1 COMO ELABORAR UM TCC - PROJETO

O TCC – Projeto é um trabalho que deverá conter, na sua totalidade,


de 1 (uma) a 3 (três) páginas.
Se você responder tais questões, ao final terá seu TCC organizado de
forma coesa e dentro das normas de exigências acadêmicas, com a seguinte
estrutura:
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1.2 COMO ELABORAR UM TCC - DESENVOLVIMENTO

É nesta etapa que a Fundamentação Teórica é desenvolvida,


respondendo ao problema apresentado no TCC – Projeto e executando os
objetivos nele expostos.
O TCC – Desenvolvimento deve conter, no mínimo, 11 (onze) e, no
máximo, 14 (quatorze) páginas digitadas, não contando com as referências.
Nessa etapa, deverão constar: Identificação, Resumo; Introdução,
Fundamentação Teórica, Metodologia e Referências.
A partir desse momento, você vai sistematizar seus estudos,
desenvolvendo a Fundamentação Teórica e a Metodologia.
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1.3 COMO ELABORAR UM TCC – TEXTO FINAL


Neste momento, você irá elaborar o Texto - Final de seu Trabalho de
Conclusão de Curso (artigo completo). Esse Texto Final será o resultado da
reunião dos textos e informações dos trabalhos que entregou nas etapas
anteriores do TCC (TCC – Projeto e TCC – Desenvolvimento) acrescido de
informações novas que redigirá a partir dos resultados que atingiu com sua
pesquisa.
O TCC – Texto Final deverá ter, no mínimo, 15 (quinze) e, no máximo,
20 (vinte) páginas digitadas, sendo considerados os elementos textuais:
Introdução, Fundamentação Teórica, Metodologia e Considerações Finais.

Essa etapa representa o fechamento da pesquisa, portanto você deverá


prestar atenção aos tempos verbais e deverá colocar todos os verbos
referentes à sua execução no passado.
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2. PASSO A PASSO DO TCC

2.1 ESTRUTURAÇÃO DO TCC

É relevante ter em consideração que uma pesquisa científica se constrói


a partir de algumas perguntas: O QUE, PARA QUÊ? COMO? RESULTOU?

O QUE?
A primeira pergunta envolve os dois primeiros itens obrigatórios que
devem conter em seu trabalho: TEMA E PROBLEMA.

2.1.1 Tema
Esse é o objeto de sua pesquisa. O que você vai pesquisar. Mas como
escolher um tema? Um tema não deve ser escolhido de forma rápida e sem
reflexões. Um tema adequado precisa ser útil para você e você precisa gostar

IMPORTANTE: ele deverá estar dentre as linhas de pesquisa do


seu curso descritas no início deste documento.
Apesar de um TCC de Pós-Graduação poder ser de caráter
monográfico, nos cursos do UNINTER – Escola Superior de Educação – a
preferência é para ARTIGO CIENTÍFICO, abordando um aspecto específico de
um fenômeno, intentando produzir novos conhecimentos ou abrangente,
organizando conhecimentos já existentes.
Não se esqueça de avaliar criticamente se sua escolha é factível. Você
tem os meios para efetuá-la? Acesso às fontes, tempo hábil, recursos
financeiros que possam vir a ser necessários? Tudo isso deve ser observado
antes de começar.
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A importância do recorte do tema

O recorte do tema delimita a área de abrangência de sua pesquisa. O


recorte pode até mesmo contemplar um único aspecto de um problema que lhe
interessa. Um recorte bem feito garante que você tenha controle sobre até
aonde vai com o tema escolhido.
Após escolher seu tema, você deve torná-lo um “problema”. Embora
muitas vezes esse “problema” tenha o sentido usual que damos a palavra,
problematizar o seu tema significa torná-lo um objeto de investigação viável.
Veja um exemplo de TCC nas Ciências Biológicas. A partir da
observação da variação na coloração, mais escura/menos escura do abdome
de uma espécie de mosca, uma aluna pensou em um tema para seu projeto de
TCC.

TEMA:
Polimorfismo de pigmentação em Drosophila polymorpha
Mas como transformar esse tema em um projeto de pesquisa viável para
um TCC? Recortando! Então, o que ela precisou fazer para isso?
 Investigar preliminarmente – Existe a variação? Especificar e tipificar.
 Localizar – Aonde vai ser a pesquisa? Em todas as cidades, estados,
países? Delimitar os locais.
 Amostra - Vai abranger todas as espécies? Definir quais espécies farão
parte da coleta.
 Tempo - Até quando? Demarcar um período.

Vamos ver como ficou.

RECORTE:
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Avaliação da frequência de Drosophila polymorpha (Dobzhansky &


Pavan, 1943) e do seu polimorfismo de pigmentação abdominal em coletas de
Drosophilidae na Ilha de Santa Catarina e ilhas vizinhas.
Ficou bem mais específico, não? Agora falta problematizar.

2.1.2 Problema

Problematizar é transformar o seu tema na pergunta que vai ser


respondida ao final de sua pesquisa. Para tanto, você deve esclarecer o que
tem em mente, o que o levou a pensar na questão como um problema. Em
seguida, utilizando-se de autores que você já conhece e sabe que podem
contribuir com suas ideias e fundamentá-las.
Como vimos anteriormente, uma pesquisa pode ter várias motivações.
No exemplo seguinte, temos uma pesquisa que partiu da solicitação de
moradores de uma comunidade que gostariam de melhorar suas condições de
vida, mas não sabiam onde e como deveriam atuar. Em vista disso, solictaram
a ajuda de um pesquisador para levantar as informações sobre a comunidade
para poderem atuar na transformação.
Assim:
TEMA:
Levantamento de informações sobre uma comunidade
TÍTULO:
Análise sócio-ambiental do morro da Mariquinha – Maciço Central de
Florianópolis
PROBLEMA:
Dado o interesse dos membros da comunidade em melhorar as suas
condições de vida, quais fatores influem para a existência do estado atual e o
que pode ser mudado para modificar essas condições?
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Assim, RECORTAR E PROBLEMATIZAR não parece mais tão


complicado, não é?

PARA QUE?
A segunda pergunta envolve o terceiro, quarto e quintos itens
obrigatórios que devem conter em seu trabalho: JUSTIFICATIVA, OBJETIVOS
e HIPÓTESE.

2.1.3 Justificativa

Por que escolheu fazer? O que te levou a essa pergunta? Qual a


importância dessa resposta para a ciência?
O tema que escolheu com certeza deve ter alguma relevância para
você. Porque desperta sua curiosidade, porque pode ser útil no seu local de
trabalho, porque está ligado a alguma necessidade social, etc. Você deve
explicitar isso.
Dizer o porquê de ter se interessado pelo assunto, o que vê de
relevante, útil ou interessante nele que justifique seu empenho em estudá-lo e
apresentá-lo a seus pares. Deve deixar claro aonde ele se encaixa no conjunto
do conhecimento científico produzido. Fundamente sua justificativa. Não
adianta escrever que escolheu esse ou outro tema porque ficou curioso.
Explique no que esse tema pode interessar à ciência ou a uma comunidade,
como vimos em exemplo anterior. Em suma, como pode contribuir para ampliar
o conjunto do conhecimento humano?
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2.1.4 Objetivos

Quais são seus objetivos, geral e específicos?


Toda pesquisa tem objetivos: você quer descobrir, comprovar, compilar,
revisar ou explicar alguma coisa.
Um objetivo sempre é definido por um verbo no infinitivo. Você vai
pesquisar, buscar, avaliar, descobrir, desenvolver, etc. O objetivo geral é ação
que vai responder a sua pergunta de pesquisa, o seu problema. Os objetivos
específicos são as etapas que vai investigar para obter a resposta.
Abaixo você encontra uma tabela com os verbos mais utilizados na
redação dos objetivos. Eles estão separados de acordo com a intenção da
pesquisa: conhecer, compreender, aplicar, analisar, sintetizar e avaliar.
Verbos utilizados na redação dos objetivos

Conhecimento Compreensão Aplicação Análise Síntese Avaliação

Apontar Concluir Aplicar Analisar Compor Argumentar


Calcular Deduzir Demonstrar Calcular Comunicar Avaliar
Classificar Demonstrar Desenvolver Categorizar Conjugar Comparar
Definir Derivar Dramatizar Combinar Construir Contrastar
Descrever Descrever Empregar Comparar Coordenar Decidir
Distinguir Determinar Esboçar Contrastar Criar Escolher
Enumerar Diferenciar Estruturar Correlacionar Desenvolver Estimar
Enunciar Discutir Generalizar Criticar Dirigir Julgar
Especificar Estimar Ilustrar Debater Documentar Medir
Estabelecer Exprimir Interpretar Deduzir Escrever Precisar
Exemplificar Extrapolar Inventariar Diferenciar Especificar Selecionar
Expressar Ilustrar Operar Discriminar Esquematizar Taxar
Identificar Induzir Organizar Discutir Exigir Validar
Inscrever Inferir Praticar Distinguir Formular Valorizar
Marcar Interpolar Relacionar Examinar Modificar
Medir Interpretar Selecionar Experimentar Organizar
Nomear Localizar Traçar Identificar Originar
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Ordenar Modificar Usar Investigar Planejar


Reconhecer Narrar Provar Prestar
Registrar Preparar Produzir
Relacionar Prever Propor
Relatar Reafirmar Reunir
Repetir Relatar Sintetizar

Fonte: BLOOM et al. (1972) apud SANTOS, MOLINA e DIAS (2007)

Esses verbos não esgotam todas as possibilidades. Como você pode


ver nos exemplos abaixo, ainda há outros. Seus objetivos definirão os verbos
adequados ao que se propõe. O objetivo do quadro acima é ajudá-lo a
encontrar alguns dos verbos mais utilizados.
Veja como seriam alguns dos objetivos na pesquisa sobre as
Drosóphilas:

GERAL:
 Investigar se a variação na pigmentação das Drosóphilas é uma
vantagem evolutiva.
ESPECÍFICOS: Mapear a população de Drosophilas nas ilhas.
 Verificar se a vegetação interfere na variação da pigmentação.
 Verificar se o clima interfere na variação da pigmentação.
Verificar se localização geográfica interfere variação da pigmentação.

E na pesquisa da comunidade da Mariquinha:


GERAL:
 Fornecer subsídios para melhorias da qualidade de vida e ambiental da
população
ESPECÍFICOS:
 Fazer o levantamento das solicitações dos moradores.
 Levantar dados sobre coleta de resíduos na localidade.
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 Levantar dados sobre hábitos da comunidade em relação ao


ambiente.
 Fazer um mapa do locais onde há degradação do ambiente.
 Mapear as ruas e as condições em que se encontram.
Fazer o levantamento das moradias que não são contempladas com
serviços de água e luz.
 Avaliar o grau de suporte dado pelo Estado e Município, através da
presença de escolas, creches, posto de saúde, segurança.
Os objetivos compõem, basicamente, o roteiro do que precisa investigar
para responder sua pergunta.
Quando observa um fenômeno, você supõe que há causas para sua
ocorrência. Ainda que não tenha certeza de quais são, pode dar palpites.
Esses palpites são as hipóteses.

COMO?
A terceira pergunta envolve o sexto e sétimo itens obrigatórios que
devem conter em seu trabalho: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA e
METODOLOGIA.

2.1.5 Fundamentação Teórica

Desde antes do início de seu trabalho, você deverá pesquisar as fontes


bibliográficas que vai usar. Que autores já pesquisaram e publicaram sobre o
mesmo assunto ou algum outro tema que de alguma forma se relacione com o
seu.
O conjunto das informações que deve obter é o levantamento
bibiográfico. Ele compreende dados primários e/ou secundários. Os dados
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primários são aqueles obtidos por meio de pesquisa de campo. Aqueles que
você mesmo recolhe por meio de suas pesquisas. Você os produz em
observações de campo, coleta de informações via formulários que elaborou ou
outro tipo de apropriação direta.
Os dados secundários são aqueles obtidos a partir de trabalhos de
outros pesquisadores. A pesquisa em dados secundários é, portanto, aquela
feita em livros científicos, teses, dissertações, monografias, periódicos
científicos ou qualquer material bibliográfico, independente do tipo, que esteja
relacionado ao tema ou área de seu trabalho.
Evidentemente, todas as fontes utilizadas devem ser confiáveis. Para
tanto, você também vai pesquisá-las em bancos de dados também confiáveis.
Abaixo vão alguns endereços de repositórios onde você pode encontrar fontes
confiáveis para executar seu levantamento bibliográfico.
Para fundamentar seu artigo você deverá se utilizar das contribuições de
outros pesquisadores da sua área. Para tanto, terá que pesquisar entre os
vários autores disponíveis aqueles cujos trabalhos lhe serão úteis. A pesquisa
bibliográfica deve acompanhar todo o seu trabalho, visto que ela facilita desde
definição do tema de pesquisa até a elaboração e redação do artigo final.
Para começar, você pode iniciar com os artigos listados nas ementas e
programas de disciplinas do seu curso. Selecione o material que se adapta ao
trabalho que pretende fazer e comece por aí. Não se esqueça de que pode
pedir ajuda a seu orientador, mas tenha em mente que é você quem faz o
trabalho. Não vá ao orientador sem nada nas mãos. Conforme for lendo o
material dessa primeira seleção, vá fazendo fichamentos. Faça uma ficha para
cada livro ou artigo contendo seus dados bibliográficos, um pequeno resumo,
uma lista com seus pontos mais importantes, indicando a página e as linhas no
texto. Nessa ficha também deverão constar os trechos que acredita que
possam ser utilizados, em forma de citações, para fundamentar o seu trabalho.
30

A partir dessa primeira seleção, você pode ir expandindo seu campo.


Quem os autores que você leu estão citando? Verifique se na bibliografia deles
há outros autores e obras que também sejam úteis à sua pesquisa.
A pesquisa bibliográfica de fontes pode incluir outros materiais além de
livros e artigos. Pode incluir documentos, mapas, periódicos, manuscritos,
material fotocopiado, fotografias etc. Todo material utilizado deve estar
identificado e referenciado.
Você não precisa citar todos os autores que leu, mas todas as leituras
efetuadas podem ser incluídas na bibliografia. Entretanto, apenas as citadas
em texto científico são consideradas:
Scientific Eletronic Library Online - SciELO
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES
Biblioteca Nacional Digital – Brasil
Biblioteca Digital da Fundação Getúlio Vargas
Portal Domínio Público
Biblioteca Ana Maria Poppovic da Fundação Carlos Chagas
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações – USP
Biblioteca Digital UNICAMP
Google Acadêmico
Além dessas, você pode encontrar fontes confiáveis em todas as
bibliotecas das Instituições de Ensino Superior do país.

2.1.6 Metodologia

A metodologia é o eixo estruturador de cada ciência. Ela abrange e se


apoia na sistematização dos experimentos, nas análises dos fenômenos, na
organização e descrição dos princípios norteadores da pesquisa e dos
procedimentos experimentais utilizados. É por meio da pesquisa científica que
os conhecimentos científicos se acumulam e a ciência avança. Para tanto, é
31

necessário que haja clareza sobre todas as etapas do projeto a fim de executá-
lo com eficiência.
No capítulo Metodologia Científica de um trabalho de conclusão de
curso (TCC), descreve-se minuciosa e rigorosamente cada item descrito a
seguir, o objeto de estudo e os procedimentos ou técnicas utilizadas na
elaboração da pesquisa científica.
Deve conter:

RESULTOU?
A quarta e última pergunta envolve o oitavo, nono e décimo itens
obrigatórios que devem conter em seu trabalho: ANÁLISE DE DADOS,
CONCLUSÕES E REFERÊNCIAIS.

2.1.7 Conclusões

É no item conclusões que você em texto descritivo o cruzamento dos


dados teóricos, pesquisas de campos e suas percepções – corroborando ou
refutando sua hipótese.
É interessante que ao final da escrita você indique propostas de novas
pesquisas a partir do ponto que terminou. A investigação é uma constante.
Novos caminhos, novas análises podem ser realizadas e quem sabe não seja
por você mesmo em cursos de Mestrados e/ou Doutorado?
32

2.1.8 Referenciais
Ao fazer sua pesquisa para levantamento de fontes vai descobrir muito
material. Eles podem ser bibliográficos, documentos, sites, etc.
Como escolher o que vai utilizar no seu trabalho?
Usando três critérios (Pereira, 2013):
 Relevância
O que é mais importante, não só para fundamentação do seu trabalho,
como para a área da ciência na qual ele se insere.
 Acessibilidade
Sempre que possível, procure utilizar obras indexadas, portanto,
facilmente encontráveis. Atualmente, graças ao desenvolvimento do meio
eletrônico, o acesso a obras digitalizadas ficou muito mais fácil. Essa
acessibilidade facilita, a você e a seus leitores, a localização de suas
referências. Lembre-se de utilizar os links de repositórios bibliográficos
disponibilizados anteriormente.
 Atualidade
Você não pode prescindir de obras clássicas. Inclua-as entre suas
leituras, mas não deixe de buscar as últimas publicações da área. Uma boa
estratégia é usar as obras clássicas para justificativa do seu trabalho e as mais
recentes para a análise. Se ficar com dúvidas entre dois ou mais artigos
semelhantes, opte pelo mais recente.
33

2.2 FORMATAÇÃO DO TCC

A estética do trabalho acadêmico depende essencialmente da


obediência a certos padrões à sua apresentação gráfica. Assim, devem ser
seguidas algumas recomendações referentes ao formato, margens e
paginação (NBR 14724:2011).
O trabalho acadêmico deve ser impresso em folha “A4” de dimensões
21,0 x 29,7cm. Deve-se utilizar apenas um dos lados da folha e tinta de cor
preta. A fonte utilizada deve ser Arial tamanho 12 para o texto e tamanho 10
para citações longas (mais de três linhas) e notas de rodapé.
Com relação às margens, a folha deve apresentar margem de 3cm à
esquerda, 2cm à direita, 3cm na parte superior e 2cm na parte inferior.

O texto deve ser digitado com espaço 1,5, exceto nas citações longas,
nas notas de rodapé, nas referências no final do trabalho e no resumo que
devem ser digitados em espaço simples.
Os parágrafos devem iniciar a 1,25cm a partir da margem esquerda (ou
um TAB do computador).
As notas de rodapé devem ser digitadas dentro das margens, ficando
separadas do texto por um espaço em branco e por filete de 3cm a partir da
margem esquerda.
34

Os títulos das seções devem ser separados do texto que os precede ou


que os sucede por uma entrelinha dupla (um espaço duplo ou dois espaços
simples).
Sobre a numeração, as folhas pré-textuais são contadas, mas não
numeradas. As folhas textuais e pós-textuais são numeradas com algarismos
arábicos na extremidade superior à direita. Não se deve usar nenhum tipo de
pontuação ou sinal antes ou após o número (Ex.: 1, 2, 3... e não 02 ou –2-, ou
2.).
As divisões e subdivisões denominam-se seções (primárias,
secundárias, terciárias, quaternárias, quinária...), sendo que os títulos das
seções devem ser destacados gradativamente, utilizando-se racionalmente os
recursos de negrito, itálico ou grifo, caixa alta ou versal. Não se recomenda
subdivisão excessiva de um texto, ou seja, subdivisão que ultrapasse a seção
quinária.
A partir daí deve-se usar alíneas, caracterizadas por letras minúsculas,
seguidas de um parêntese.
Os títulos das seções primárias por serem as principais seções de um
texto devem iniciar em folha distinta.
Nos títulos, sem indicativos numéricos, como agradecimentos, resumo,
sumário, referências, os mesmos devem ser centralizados.
As abreviaturas e siglas quando aparecem pela primeira vez no texto,
devem ser redigidas por extenso e, entre parênteses, a abreviatura ou sigla.
A construção da(s) tabela(s) deve(m) obedecer às Normas de Apresentação
Tabular publicada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE,
1993).
Os quadros compreendem ilustrações com informações qualitativas –
normalmente textuais – dispostas em linhas e/ou colunas e que se caracteriza
graficamente por terem os quatro lados fechados. Quando mais de um deve
ser numerado e o título deve vir na parte superior.
35

EXEMPLO TCC - PROJETO


36

CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER

IDENTIFICAÇÃO

Nome: (Nome completo)


RU: (Registro Uninter)

1 TEMA

A Metodologia de aprendizagem baseada em projetos.

1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA

A metodologia de aprendizagem baseada em projetos e a prática


pedagógica no ensino superior de duas Instituições de Curitiba.

2 PROBLEMATIZAÇÃO

Como a metodologia de aprendizagem baseada em projetos, numa prática


pedagógica inovadora, pode contribuir para produção do conhecimento no
Ensino Superior?

3 JUSTIFICATIVA

O tema pesquisado decorre de questões levantadas ao longo da


formação acadêmica do pesquisador na graduação e pós-graduação lato-
sensu em Magistério Superior. Na época, começaram a surgir questionamentos
sobre a utilização de uma prática pedagógica diferenciada.
Atualmente, o interesse dos pesquisadores da área de educação pelo
tema tem aumentado significativamente.
Dessa forma, a pesquisa visa colaborar para que os professores das
mais diversas áreas possam refletir sobre suas práticas pedagógicas com o
conhecimento e o emprego da metodologia de aprendizagem baseada em
projetos.
37

4 OBJETIVOS

4.1 OBJETIVO GERAL

Analisar a possível conexão entre a metodologia de aprendizagem


baseada em projetos e a produção de conhecimento no ensino superior.

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Apresentar aspectos teóricos da Metodologia de aprendizagem baseada


em projetos;
 Apresentar a contribuição da metodologia de aprendizagem baseada em
projetos para construção do conhecimento no ensino superior.

5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A sociedade caracterizada no século XX como sociedade de produção


em massa, “transforma-se e passa, no final do século, a ser designada
sociedade do conhecimento” (TOFFLER, citado por BEHRENS, 2000, p. 42).
De fato, o elevado grau de competitividade ampliou a demanda por
conhecimentos e informações e, em decorrência, a educação foi eleita como
estratégia para fazer face à velocidade das mudanças. A escola tradicional, a
educação formal, as antigas referências educacionais tornaram-se obsoletas.
(MORAES, 2009, p. 588)
Na sociedade de produção em massa, as práticas pedagógicas levaram,
de forma geral, à reprodução do conhecimento, à repetição, à memorização e à
cópia. Já na sociedade do conhecimento, altera-se a velocidade de
desenvolvimento da ciência e da tecnologia extrapolando a concepção dos
enciclopedistas em relação à evolução do conhecimento humano.
(CARVALHO, 1987, p. 34)
Behrens (2000, p. 45) ressalta que o ensino como construção de
conhecimento propõe o envolvimento do aluno no processo educativo. A
38

exigência de tornar o sujeito cognoscente valoriza a reflexão, a curiosidade, o


espírito crítico, a incerteza, a provisoriedade, o questionamento e exige
reconstruir a prática educativa proposta em sala de aula.

6 METODOLOGIA

Este estudo tem como base uma pesquisa bibliográfica e uma pesquisa
de campo participante, visando alcançar os objetivos propostos. Inicialmente,
será feita uma revisão bibliográfica para descrever teorias que abordam
práticas pedagógicas inovadoras e para apresentar aspectos teóricos da
metodologia de aprendizagem por projetos.
A pesquisa de campo será realizada na Instituição XX e na Instituição XX.
Serão entrevistados X professores de cada Instituição [...].1

REFERÊNCIAS

BEHRENS, M. A. O paradigma emergente e a prática pedagógica. Curitiba:


Champagnat, 2000.

CARVALHO, R. de Q. Tecnologia e trabalho industrial: as explicações sociais


da automação microeletrônica na indústria automobilística. Porto Alegre: L&PM,
1987.

MORAES, M. C. M. de. A teoria tem consequências: indagações sobre o


conhecimento no campo da educação. Educação e Sociedade, Campinas, v. 30,
n. 107, p. 585-607, maio/ago. 2009. Disponível em:<
http://www.cedes.unicamp.br>. Acesso em: 13/01/2013.

1Os textos apresentados nesse modelo foram retirados de: SANTOS, G. do R. C. M.; MOLINA,
N. L.; DIAS, V. F. Orientações e dicas para trabalhos acadêmicos. Curitiba: Ibpex, 2007 (p.
132-142).
39

EXEMPLO TCC - DESENVOLVIMENTO


40

TÍTULO
(centralizado, em negrito, fonte arial, 12)

SOBRENOME, Nome do aluno2


RU do aluno
SOBRENOME, Nome do professor3

RESUMO
O resumo é um texto conciso, destacando os aspectos de maior relevância,
ressaltando o tema, o problema, os objetivos, a metodologia e a
fundamentação teórica do seu trabalho. Deve ser elaborado entre 150 a 250
palavras, escrito na terceira pessoa do singular e redigido em um único
parágrafo, com frases completas e claras, em espaço simples entrelinhas e
sem recuo de parágrafo; deve-se evitar citação; usar fonte tamanho Arial 12
(doze) e texto justificado. A palavra resumo deve estar centralizada em negrito
com todas as letras maiúsculas. O Resumo deve ser o último item a ser
construído em uma pesquisa.
.

Palavras-chave: _____________. _____________. _______________.

(Palavras-chave: Mínimo 3 (três), máximo 5 (cinco), conforme a temática


abordada, separadas por ponto).

1 INTRODUÇÃO

Na Fase TCC – Desenvolvimento, você deverá construir uma prévia da


introdução que deverá ser retomada ao final da escrita do artigo para possíveis
melhorias.
Na introdução, o aluno deve resgatar seu TCC – Projeto e apontar
sucintamente o tema, o problema, os objetivos, a metodologia e as justificativas

2
Aluno do Centro Universitário Internacional UNINTER. Artigo apresentado como Trabalho de
Conclusão de Curso. __ - 20__. (semestre e ano).
3
Professor Orientador no Centro Universitário Internacional UNINTER.
41

do seu trabalho. Apresentar também a estrutura e organização do texto, ou


seja, como está divido e é construído o texto. Ela deverá ter, no máximo, 2
(duas) páginas, e deve ser construída em texto corrido.
A fonte deve ser Arial, tamanho 12, espaçamento 1,5 entrelinhas.

2 (DESENVOLVIMENTO) TÍTULO4

2.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A Fundamentação Teórica de um trabalho é um texto em que o


pesquisador deve articular ideias e contribuições de outros autores com
reflexões e discussões de sua própria autoria, com a finalidade de constituir a
base teórica de sua pesquisa. Esse texto deve, portanto, apresentar citações
(com a respectiva indicação de autoria) e deve demonstrar o “Estado da Arte”
de um determinado tema para que você se apoie em produções anteriores a
fim de oferecer sua contribuição à sua área de estudo.
A Fundamentação Teórica não deve ser intitulada como tal e, sim,
receber um título compatível com o conteúdo que a constitui.
Caso seja necessário, é permitida a criação de subcapítulos, contudo, é
preciso estar atento para criar uma sequência lógica entre capítulos e
subcapítulos, sendo também essencial tomar o devido cuidado para não
subdividir demasiadamente o trabalho.
O texto de Fundamentação Teórica deverá ter, no mínimo, 10 (dez)
páginas e, no máximo, 13 (treze) páginas, devendo ser construído em texto
corrido.

2.2 METODOLOGIA

4
Escreva um título condizente com o tema do seu artigo.
42

A Metodologia de uma pesquisa divide-se em dois momentos:


Fundamentação Metodológica e Procedimentos. Entretanto, esses dois
momentos são contemplados em um texto contínuo, sem a divisão de tópicos
ou subcapítulos.
Para constituir a Fundamentação Metodológica de sua pesquisa, você
deverá consultar autores que trabalham com “Metodologia Científica” e –
considerando seu problema de pesquisa e objetivos – definir como sua
pesquisa pode ser classificada (em meio às “classificações da pesquisa
científica” propostas por esses autores).
Quanto à abordagem, a pesquisa científica pode ser classificada como
Quantitativa ou Qualitativa. Contudo, pesquisas Qualitativas podem envolver a
coleta de dados quantitativos, desde que a análise predominante possua um
teor qualitativo.
Quanto à natureza, procedimentos técnicos etc., há diversas formas de
classificação da pesquisa. Dessa forma, é necessário que você analise as
classificações propostas por vários autores, de forma a encontrar a melhor
definição para a pesquisa.
A descrição dos Procedimentos que serão utilizados em uma pesquisa
também deve estar embasada na leitura de autores que trabalham com
Metodologia Científica. Os Procedimentos constituem-se nos passos, técnicas
e instrumentos que você usará para coletar seus dados. Assim, esses
Procedimentos devem estar profundamente ligados ao Problema, aos
Objetivos e à Fundamentação Metodológica de sua pesquisa.
Para construir a Fundamentação Metodológica e descrever os
Procedimentos de sua pesquisa, aproveite a bibliografia da disciplina “TCC”,
consulte os textos sugeridos a seguir e desenvolva pesquisas em bibliotecas,
internet, entre outros meios de coleta de informação aos quais tiver acesso.
43

A Metodologia deverá ter 1 (uma) página escrita em texto corrido5.

Obs.: mesmo as pesquisas puramente bibliográficas devem apresentar uma


Fundamentação Metodológica e uma descrição de Procedimentos. A indicação
do critério utilizado para a escolha das obras consultadas é um exemplo de
procedimento utilizado em pesquisas bibliográficas.

REFERÊNCIAS

Todos os autores citados no TCC – Desenvolvimento deverão


obrigatoriamente constar na lista de Referências. Autores não citados no texto
não deverão ser incluídos entre as referências do trabalho.
Cada tipo de obra ou fonte de pesquisa (artigo, livro, página da internet
etc.) exige uma forma de registro de referência diferente.

Anexos e Apêndices (elemento opcional)

Anexos: documentos produzidos por outra pessoa ou instituição, que


ilustram o trabalho, mas que não foram inclusos no corpo do texto. Todos os

5 Sugestões de leitura complementar para construção da Fundamentação Metodológica e descrição dos


Procedimentos de sua pesquisa:

ANDRÉ, Marli (Org.). Papel da pesquisa na formação e na prática dos professores. 11. ed. São
Paulo: Papirus, 2010.

AZEVEDO, Celicina Borges. Metodologia Científica ao alcance de todos. 2. ed. Barueri, SP: Manole,
2009.

BATISTA, Érica. Iniciação Científica em Ciências Humanas. Curitiba: Ibpex, 2010.

DEMO, Educação e Alfabetização Científica. Campinas: Papirus, 2010.

______. Metodologia da investigação em Educação. Curitiba: Ibpex, 2012.


44

anexos devem ser “chamados”, ou seja, indicados durante a parte textual da


pesquisa.
Apêndice: documento elaborado pelo próprio autor.
Obs.: não inclua fotos ou imagens digitalizadas nos Apêndices ou Anexos de
sua pesquisa, pois podem tornar seu trabalho demasiadamente pesado para a
postagem.
45

EXEMPLO TCC – TEXTO FINAL


46

TÍTULO
(centralizado, em negrito, fonte Arial, 12)

SOBRENOME, Nome do aluno6


RU do aluno
SOBRENOME, Nome do professor orientador7

RESUMO
O resumo pede, obrigatoriamente, um texto conciso, destacando os aspectos
de maior relevância, ressaltando os objetivos, os métodos, os resultados e as
conclusões do trabalho. Deve ser elaborado entre 150 a 250 palavras, escrito
na terceira pessoa do singular e redigido em um único parágrafo, com frases
completas e claras, em espaço simples entrelinhas e sem recuo de parágrafo;
deve-se evitar citação; usar fonte tamanho Arial 12 (doze) e texto justificado. A
palavra resumo deve estar centralizada em negrito com todas as letras
maiúsculas. Esse texto deve ser dividido da seguinte forma: 40% resumindo a
Introdução e o Desenvolvimento do trabalho; 10% resumindo os Objetivos do
trabalho; 20% resumindo a Metodologia do trabalho; e 30% resumindo os
Resultados do trabalho. O Resumo deve ser o último item a ser construído em
uma pesquisa.

Palavras-chave: _____________. _____________. _______________.

(Palavras-chave: Mínimo 3 (três), máximo 5 (cinco), conforme a temática


abordada, separadas por ponto).

1 INTRODUÇÃO

Na Introdução, o aluno deve resgatar seu TCC – Projeto e apontar os


Objetivos, o Problema e as Justificativas do seu trabalho, deve ter, no máximo,
2 (duas) páginas, e deve ser construída em texto corrido.

6
Aluno do Centro Universitário Internacional UNINTER. Artigo apresentado como Trabalho de
Conclusão de Curso. __ - 20__. (semestre e ano).
7
Professor Orientador no Centro Universitário Internacional UNINTER.
47

Devem ser apresentados o tema, os Objetivos da pesquisa, a


Justificativa e a Metodologia e as Partes. A fonte deve ser Arial, tamanho 12,
espaçamento 1,5 entrelinhas.

2 (DESENVOLVIMENTO) TÍTULO

No Desenvolvimento são apresentadas a Fundamentação Teórica e a


Metodologia.
Na Fundamentação Teórica do TCC – Texto Final, o aluno deverá
incluir o mesmo texto que construiu para a Fundamentação Teórica do TCC –
Desenvolvimento, tomando os seguintes cuidados:

 Fazer todas as revisões solicitadas pelo Professor Orientador na


Fundamentação Teórica de seu TCC – Desenvolvimento;
 Conjugar todos os verbos referentes à execução de sua pesquisa neste
texto. Eles deverão estar no tempo verbal passado, pois quando ocorrer
a apresentação do trabalho, a pesquisa já terá sido concluída.
 Realizar uma releitura do texto procurando identificar lacunas, questões
superadas ou, ainda, a inclusão de novas citações com a ampliação do
conhecimento sobre o tema.

É importante ressaltar que os verbos referentes à execução de sua


pesquisa deverão estar no tempo verbal passado, pois quando ocorrer a
apresentação do trabalho, a pesquisa já terá sido concluída. Se algum
procedimento metodológico programado não pôde ser efetivado, em função de
problemas no decorrer da pesquisa, o aluno deverá relatar o fato nesta parte
do texto e explicar o porquê de ele ter ocorrido. É importante que o aluno se
empenhe em realizar todos os passos metodológicos que planejou em seu
TCC – Desenvolvimento. Apenas problemas de força maior, que não
48

expuserem uma falha no planejamento e não interferirem na essência da


pesquisa serão aceitos sem prejuízo à nota.
A Metodologia deverá ter 1 (uma) página e ser construída em texto
corrido.
No Desenvolvimento, é importante elaborar um texto com início, meio e
fim. Geralmente, inicia-se com a parte teórica, em seguida, abordam-se
questões práticas/análise de dados. Ao final, aparecem as inferências sobre o
tema estudado. O texto pode ser elaborado em texto corrido ou ser subdividido
em subtítulos.
Citações diretas com mais de três linhas têm formatação diferente:
recuo, fonte tamanho 10, entrelinhas simples, ano e página obrigatórios.
Citações diretas com menos de três linhas – usam-se aspas, devendo ser
informado o ano e a página. Os autores parafraseados devem ser citados no
texto e referenciados no final.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O texto de Considerações Finais deve apresentar uma retrospectiva dos


principais elementos da pesquisa, desde a problematização (apresentação do
problema) até a escolha dos procedimentos metodológicos, apresentando e
discutindo os resultados e demonstrando que os objetivos da pesquisa foram
alcançados, pois, inclusive, as pesquisas puramente bibliográficas devem
expor resultados.
As Considerações Finais terminam o artigo com a apresentação de
inferências/resultados, conclusões, indicações de pesquisas futuras ou até
mesmo de novas indagações.
Pontos significativos da trajetória da pesquisa, indicando dificuldades,
surpresas, devem ser descritos, assim como a indicação da necessidade de
novos estudos científicos sobre o tema abordado.
49

O texto de Considerações Finais deverá ter, no máximo, 2 (duas)


páginas e deve ser construído em texto corrido.

REFERÊNCIAS

O título REFERÊNCIAS deve ficar sem numeração e centralizado.


Todos os autores citados no TCC – Texto Final deverão aparecer na lista de
Referências. Autores não citados no texto não deverão ser incluídos entre as
referências do trabalho.
Cada tipo de obra ou fonte de pesquisa (artigo, livro, página da internet
etc.) exige uma forma de registro de referência diferente. Para compor
corretamente a lista de referências de seu trabalho, consulte o documento
“Normas para Elaboração de Trabalhos Acadêmicos”, disponibilizado na Rota
de Aprendizagem da disciplina no AVA.

Anexos e Apêndices (Elemento opcional)

Anexos: documentos produzidos por outra pessoa ou instituição, que


ilustram o trabalho, mas que não foram inclusos no corpo do texto. Todos os
anexos devem ser “chamados”, ou seja, indicados durante a parte textual da
pesquisa.
Apêndice: documento elaborado pelo próprio autor.
50

ANEXOS DO MANUAL
51

A REDAÇÃO ACADÊMICA

Escrever corretamente e de forma clara é uma arte. Entretanto, talento para a escrita
não nasce conosco e nem é fruto de inspiração divina, portanto, não é uma arte que está além
do alcance de ninguém. É importante compreender que escrever corretamente implica em um
bom vocabulário, clareza de ideias, mas também esforço físico. É comum pensarmos que um
texto bem escrito, de um autor consagrado, saiu de uma tacada só, como se o autor fosse
iluminado. Não é bem assim. Um texto bem escrito é reescrito várias vezes, mexido e remexido
de todas as maneiras, com vários cortes, revisões múltiplas e lindos trechos que vão parar na
lixeira.
Quando estiver redigindo seu artigo, fique atento ao uso correto dos conceitos e termos
científicos de sua área. Eles são fundamentais para o trabalho científico. Ao usar
apropriadamente os conceitos e termos científicos você evita equívocos e facilita a
compreensão e a avaliação do trabalho pelos seus pares.
Pratique a escrita. Escreva e mostre para seu professor orientador. Observe suas
críticas e reescreva. Não tenha receio de mudar frases, cortar palavras. No processo de
escrever e reescrever, o texto vai se tornando enxuto e elegante, sem repetições, nem excesso
de palavras. Se uma frase não ficou clara, refaça-a. Não escreva outra para explicar a primeira
e por aí em diante, ad nauseam 8 . Muito provavelmente o seu texto não vai ficar bom da
primeira vez, mas não desista. É a fase do trabalho físico mencionado anteriormente: escrever,
escrever e depois, reescrever.
Uma tática interessante é dar seu projeto de artigo para alguém, além do seu professor
orientador, ler. De preferência, alguém que não esteja familiarizado com o assunto, mas
interessado o suficiente para ler. Quem não conhece o assunto, vai ter dúvidas, vai fazer
perguntas. Respondê-las vai fazê-lo perceber o quanto você sabe. Lembra da parte da clareza
das ideias? Quanto mais tentar explicar para um leigo, mais terá que elaborar seu pensamento
e com isso a redação vai se construindo mentalmente.
Além de responder verbalmente, anote as perguntas e responda-as também no artigo.
A cada nova versão, dê novamente para um leigo. Essa é uma maneira simples de saber o que
se esqueceu de descrever, onde o texto não está claro e o que precisa ser mais bem
explicado. Seu professor orientador o ajudará com as correções teóricas, éticas e
metodológicas.
Ao redigir você estará descrevendo para os leitores todas as etapas pelas quais
passou para concluir seu trabalho. Para que compreendam, a ordenação é fundamental. Você
não só deve estruturar o texto completo em capítulos ordenados como “introdução”
metodologia”, “fundamentação teórica”, etc., como ordenar os parágrafos dentro desses
capítulos.
Os parágrafos devem estar de acordo com cada etapa de suas reflexões. Deve
acompanhar todo processo de pensamento que o levou desde a ideia para a pesquisa até a
suas conclusões. Cada parágrafo expressará uma dessas etapas. Seu tamanho será
determinado pela maior ou menor necessidade de elucidação de cada etapa. Fique atento para
não escrever uma frase para “consertar” a anterior que não ficou muito clara. Reescreva a
anterior. Ao terminar o raciocínio descrito no parágrafo, comece o seguinte. Nas palavras de
Severino,

“A estrutura do parágrafo reproduz a estrutura do próprio trabalho;


constitui-se de uma introdução, de um corpo e de uma conclusão.
Na introdução, anuncia-se o que se pretende dizer; no corpo,
desenvolve-se a ideia anunciada; na conclusão, resume-se ou

8 Ad nauseam é uma expressão em latim cujo significado é “até enjoar ou entediar”.


52

sintetiza-se o que se conseguiu.” (SEVERINO, 2007: 151. Grifos no


original.)

Ainda de acordo com Severino, ainda que cada parágrafo contenha uma etapa distinta
do suas reflexões, eles devem estar conectados uns aos outros ou seu texto se tornará uma
colcha de retalhos ininteligível.

“Portanto, a articulação de um texto em parágrafos está intimamente


vinculada à estrutura lógica do raciocínio desenvolvido. É por isso
mesmo que, na maioria das vezes, esses parágrafos são iniciados
com conjunções que indicam as várias formas de se passar de uma
etapa lógica à outra.” (SEVERINO, 2007: 152)

No item domínio da linguagem escrita, você encontrará um link para um quadro de


conectivos ou elementos de ligação entre parágrafos. Use-o!

Domínio da linguagem oral e escrita


Dicas importantes para escrever:
 Gerúndio – evite. A chance de errar é grande. Expressões como “vou estar
pesquisando”, “vou estar escrevendo” ou “vou estar” qualquer outra coisa, só
estão corretas em algumas situações e, provavelmente, nenhuma das que
você empregaria.

 Transcrição de citações – Como já foi dito anteriormente, citações devem ser


grafadas como estão no texto original. Inclusive com eventuais erros de
português, redação e/ou digitação. Caso não pretenda citar ipsis litteris9o autor,
mas utilizar-se de suas ideias, cuidado com as paráfrases. Escrever a mesma
frase mudando as palavras por sinônimos também configura-se plágio.

 Cuidados com o falso eruditismo. Não tente parecer mais erudito usando
palavras das quais não tenha domínio do significado. Na dúvida sobre o
significado, consulte o dicionário. Não escreva uma bobagem por preguiça.

 Evite repetir e/ou usar palavras que não acrescentam informação. Use todas as
palavras necessárias para deixar seu texto claro, mas evite penduricalhos.
Procure ser objetivo. Os leitores agradecem!

 Se você tem dificuldade na escrita, prefira frases curtas. Frases longas podem
ser armadilhas perigosas. Você corre o risco de se perder no meio e terminar
enrolando mais do que esclarecendo.

 Pleonasmo é uma figura de estilo que usa a redundância para enfatizar uma
expressão. Entretanto, há um tipo de pleonasmo que está longe de ser uma
figura de estilo. É um vício de linguagem e não deve ser usado. Exs: encarar
de frente; elo de ligação; certeza absoluta; comparecer pessoalmente; há anos
atrás; metades iguais; outra alternativa; voltar atrás; adiar para depois, etc.
 Comece a redação do seu artigo de forma a interessar o leitor. Dê nos
primeiros parágrafos indicações claras do que se trata e o que se propõe. Em
seguida, vá desenvolvendo o texto de forma organizada e ordenada, Tenha em
mente que o objetivo de redigir um artigo é transmitir a seus leitores os seus

9 Ipsis litteris – expressão em latim que significa “literalmente”. (Que tal começar o seu
glossário?)
53

achados. Para que eles compreendam do que se trata, sua redação deve ser
clara, objetiva e suas ideias exprimidas de forma organizada.
 Elementos de ligação entre parágrafos
Um artigo científico com frases soltas, jogadas de qualquer maneira, não atingirá seu
objetivo maior que é divulgar ciência. Apesar da estruturação de um texto ser feita por meio de
parágrafos, estes devem estar conectados formando um todo coerente. Para tanto, utilizamos o
recurso dos conectivos (elementos de ligação) que podem ser:
 pronomes
 conjunções
 preposições
 advérbios
 locuções adverbiais
 palavras denotativas

 Expressões a evitar e expressões de uso recomendável.


Algumas formas de expressão, embora corretas, tornaram-se tão difundidas que passaram a
ser utilizadas também em contexto ou versões equivocadas. Um exemplo clássico é a
expressão “à nível de”.

 Ao usar notas de rodapé, certifique-se de que são informações


complementares. Evite inserir muitas notas e/ou notas muito extensas. Como
seu nome indica, são notas, não tratados ou testamentos. Se as suas notas
estiverem muito extensas, avalie a possibilidade de inserir as informações no
próprio parágrafo.

“Segundo a NBR 10520 (ABNT, 2002, p.2) notas de rodapé são


“indicações, observações ou aditamentos ao texto feitos pelo autor,
tradutor ou editor, podendo também aparecer na margem esquerda ou
direita da mancha gráfica.
As notas de rodapé destinam-se a prestar esclarecimentos ou tecer
considerações, que não devam ser incluídas no texto, para não
interromper a sequência lógica da leitura. Devem ser reduzidas ao
mínimo e situar-se em local tão próximo quanto possível do texto.
Para a utilização de notas de rodapé deve-se observar um certo
equilíbrio. Não se deve permitir que um texto permaneça equívoco ou
ambíguo por falta de explicação em nota de rodapé. Por outro lado,
não se desvia para rodapé informação básica que deve integrar o
texto.” 10

RESUMO
Um resumo é um relato reduzido dos pontos principais de uma obra. Um resumo de
artigo científico, por exemplo, não deve ser muito grande, algo entre dez a doze linhas, ou de 4
a 6 frases, sem entrada de parágrafo e começando por uma introdução ao artigo. As frases
seguintes contemplarão a justificativa, o método utilizado, os resultados e a conclusão.
Durante seu curso, você deverá escrever vários resumos, tanto como tarefa quanto
para seu uso pessoal, nos fichamentos. Entretanto, vemos com muita frequência, resumos mal
feitos, nos quais o aluno pega o texto lido e tenta reduzi-lo, cortando algumas palavras. Isso
não é um bom resumo. Ao fazer um resumo, certifique-se de que ao resumir algum trecho de
outro autor, mantenha-se fiel a ideia original. Resumir é descrever de maneira sucinta e
objetiva algum ponto ou ideia que compreendeu. Não é cortar palavras aleatoriamente do texto

10 http://www.ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/ppgtds/NORMAS%20ABNT/15_-_Notas_de_rodape.pdf
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original para ele ficar menor. Isso não é um bom resumo. O bom resumo deve ser sucinto e ir
direto aos pontos principais.
Veja dois exemplos de resumo de artigo científico:

Este trabalho buscou o impacto da aposentadoria precoce de homens entre 45 e 55 anos, em


seus relacionamentos familiares e conjugais. Para tanto, foram feitas entrevistas e colhidos
depoimentos de homens aposentados e, também de algumas mulheres, esposas de
aposentados. A análise das representações desses sujeitos sobre vários aspectos de suas
vidas, como relacionamentos pessoais e sociais, trabalho, modos de vida, entre outros, obtidas
através de suas falas, revelou que para os homens a aposentadoria, precoce ou não, constitui-
se em praticamente um rito de passagem, marcando sua entrada numa outra categoria, menos
valorizada, do tecido social.

O assédio moral tornou-se uma discussão frequente no mundo do trabalho. Levando em


consideração o aumento de relatos desta prática, o objetivo deste estudo foi investigar a
prevalência de assédio moral em estudantes universitários que trabalham e averiguar quais
são as características biosociodemográficas e laborais mais frequentes no grupo de
trabalhadores que sofreram assédio moral. A amostra foi composta por 457 estudantes
trabalhadores da região metropolitana de Porto Alegre/RS, utilizando como instrumentos um
questionário Biosociodemográfico e Laboral e o Questionário de Atos Negativos (QAN).
Constatou-se que 89,3% dos estudantes apresentaram escore de assédio moral de acordo
com o QAN – medida objetiva. De acordo com a medida subjetiva, 11,2% dos participantes
declararam ter sofrido assédio moral. Pode-se verificar altos índices da prática de atos hostis
no trabalho, muitas vezes, vistos como atitudes corriqueiras e normais no ambiente laboral.
Conclui-se que é necessário buscar alternativas para superar este problema, que já atinge uma
parcela significativa de trabalhadores.

PARÁFRASE
Parafrasear é, essencialmente, reescrever. É quando você se apropria da ideia de um
autor, mencionando-o, mas reelaborando com suas próprias palavras aquilo que ele disse ou
escreveu. Em outras palavras, paráfrase é a transformação de um texto já escrito em outro
texto. É importante salientar que, quando produzimos uma paráfrase, alteramos e substituímos
as palavras do texto, mas de maneira alguma devemos alterar seu sentido.
A paráfrase é um excelente exercício de escrita e visa facilitar a compreensão do leitor
sobre alguns conceitos que, aparentemente, podem ser de difícil entendimento. Para
compreender um pouco mais a noção de paráfrase, imagine-se explicando um assunto para
uma criança, supondo-se que essa criança desconheça parcial ou totalmente tal assunto. Para
fazer-se entender, você buscará uma adequação da linguagem, uma didática especial no
manuseio com as palavras e, principalmente, buscará exemplos claros e práticos que possam
“traduzir” o assunto.

Em textos acadêmicos a paráfrase é bem-vinda por pelo menos dois motivos: evita o
excesso de transcrições (citações diretas) e traz fluidez ao texto, despertando um maior
interesse do leitor.

RESENHA
A resenha é a descrição sintetizada e discutida de uma obra com o intuito de dar aos
leitores informações sobre a obra resenhada. Uma resenha pode ser de um filme, de uma peça
de teatro, de um livro, de textos em geral, de um evento, de discos, de uma exposição, de
esportes (jornais estão cheios de resenhas sobre futebol, cinema e espetáculos), etc. Uma
resenha é um texto não muito extenso, entre duas e seis páginas.
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Ao fazer uma resenha você deve começar apresentando a obra, ou evento, que vai ser
resenhada. Dizer do que se trata, seu autor, sua importância em relação a outras similares,
enfim, delimitar o contexto no qual se insere. Em seguida, deve descrever seus pontos mais
importantes, comparando com outras obras, do mesmo autor ou obras similares de outros
autores, enquanto vai deixando claro no que considerou que a obra supera as outras e no que
ela sai perdendo. Por fim, emite seu julgamento indicando para os leitores se considera que a a
obra vale a pena ser vista (filme, peça teatral, show musical), lida (livro), visitada (exposição,
feira).
Embora as resenhas também possam apenas descrever uma obra para seu público-
alvo, muito mais frequentemente elas apresentam caráter opinativo. Ou seja, seu objetivo é a
crítica ou avaliação de uma determinada obra ou evento.
Veja em seguida alguns exemplos de resenhas.

Exemplo de resenha culinária publicada na revista VEJA São Paulo:


Resenha por Arnaldo Lorençato e Helena Galante

Titular da cozinha do restaurante italiano número da cidade desde julho de 2012, Luca Gozzani
imprime sua marca em receitas, como o suflê desenformado de queijo sobre creme de batata
ao parmesão e o tartare de atum fresquíssimo coberto por uma esfera de iogurte — sim, isso
mesmo, no clássico Fasano há uma esfera de iogurte. Ambas as sugestões custam R$ 69,00.
O ravióli de vitelo regado por creme de queijo parmesão e fios de molho rôti (R$ 99,00) atesta a
excelência do cozinheiro. Nada supera, porém, o porquinho de leite de carne tenra envolta em
pele fina como um papel e deliciosamente crocante. Ele vem assentado sobre feijão-branco
colorido por molho de tomate (R$ 115,00). Na sobremesa, ele faz o tiramisu (R$ 42,00) de uma
maneira peculiar. Em vez de ficar pronto esperando o pedido, o doce é montado na hora com o
biscoito borrifado por uma mistura de café, vinho marsala e açúcar antes de receber o creme
de queijo mascarpone. Fica durinho e deve ser quebrado com a colher. Há ainda duas opções
de menu degustação, uma com ingredientes da terra e outra de pescados. Cada um deles
custa R$ 310,00. Recomenda-se reservar.

Exemplo de resenha esportiva publicada na revista Manchete Esportiva:

Flamengo Sessentão, por Nelson Rodrigues


“Corria o ano de 1911. Vejam vocês: — 1911! O bigode do kaiser estava, então, em plena
vigência; Mata-Hari, com um seio só, ateava paixões e suicídios; e as mulheres, aqui e alhures,
usavam umas ancas imensas e intransportáveis. Aliás, diga-se de passagem: — é impossível
não ter uma funda nostalgia dos quadris anteriores à Primeira Grande Guerra. Uma menina de
catorze anos para atravessar uma porta tinha que se pôr de perfil. Convenhamos: — grande
época! grande época!
Pois bem. Foi em 1911, tempo dos cabelos compridos e dos espartilhos, das valsas em
primeira audição e do busto unilateral de Mata-Hari, que nasceu o Flamengo. Em tempo retifico:
— nasceu a seção terrestre do Flamengo. De fato, o clube de regatas já existia, já começava a
tecer a sua camoniana tradição náutica. Em 1911, aconteceu uma briga no Fluminense.
Discute daqui, dali, e é possível que tenha havido tapa, nome feio, o diabo. Conclusão: —
cindiu-se o Fluminense e a dissidência, ainda esbravejante, ainda ululante, foi fundar, no
Flamengo de regatas, o Flamengo de futebol.
Naquele tempo tudo era diferente. Por exemplo: — a torcida tinha uma ênfase, uma
grandiloqüência de ópera. E acontecia esta coisa sublime: — quando havia um gol, as
mulheres rolavam em ataques. Eis o que empobrece liricamente o futebol atual: — a
inexistência dohisterismo feminino. Difícil, muito difícil, achar-se uma torcedora histérica. Por
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sua vez, os homens torciam como espanhóis de anedota. E os jogadores? Ah, os jogadores! A
bola tinha uma importância relativa ou nula. Quantas vezes o craque esquecia a pelota e saía
em frente, ceifando, dizimando, assassinando canelas, rins, tórax e baços adversários? Hoje, o
homem está muito desvirilizado e já não aceita a ferocidade dos velhos tempos. Mas
raciocinemos: — em 1911, ninguém bebia um copo d’água sem paixão.
Passou-se. E o Flamengo joga, hoje, com a mesma alma de 1911. Admite, é claro, as
convenções disciplinares que o futebol moderno exige. Mas o comportamento interior, a gana,
a garra, o élan são perfeitamente inatuais. Essa fixação no tempo explica a tremenda força
rubro-negra. Note-se: — não se trata de um fenômeno apenas do jogador. Mas do torcedor
também. Aliás, time e torcida completam-se numa integração definitiva. O adepto de qualquer
outro clube recebe um gol, uma derrota, com uma tristeza maior ou menor, que não afeta as
raízes do ser. O torcedor rubro-negro, não. Se entra um gol adversário, ele se crispa, ele
arqueja, ele vidra os olhos, ele agoniza, ele sangra como um césar apunhalado.
Também é de 1911, da mentalidade anterior à Primeira Grande Guerra, o amor às cores do
clube. Para qualquer um, a camisa vale tanto quanto uma gravata. Não para o Flamengo. Para
o Flamengo, a camisa é tudo. Já tem acontecido várias vezes o seguinte: — quando o time não
dá nada, a camisa é içada, desfraldada, por invisíveis mãos. Adversários, juizes, bandeirinhas
tremem então, intimidados, acovardados, batidos. Há de chegar talvez o dia em que o
Flamengo não precisará de jogadores, nem de técnicos, nem de nada. Bastará a camisa,
aberta no arco. E, diante do furor impotente do adversário, a camisa rubro-negra será uma
bastilha inexpugnável.”

Exemplo de resenha de livro, publicada na Revista Estudos Feministas

Diferença na igualdade
César Schirmer dos Santos
Universidade Federal de Santa Maria

Elogio da diferença: o feminino emergente


ROSISKA, Darcy de Oliveira.
Rio de Janeiro: Rocco, 2012. 167p.
A reedição de Elogio da diferença é muito bem-vinda, seja porque houve avanços desde 1991,
ano da primeira edição, seja porque outros avanços propostos por Rosiska Darcy de Oliveira
não foram buscados, quiçá por serem pouco conhecidos.
Se a bandeira clássica do feminismo foi a igualdade, a proposta de Darcy de Oliveira é a
diferença. Não a diferença da opressão, não a diferença da inferioridade, mas o direito de ser
igual sendo outro.
Se o feminismo sempre lutou pela igualdade de oportunidade entre homens e mulheres nas
carreiras culturalmente masculinas, o que Darcy de Oliveira propõe é a igualdade de valor
social entre essas carreiras e os trabalhos culturalmente femininos, pois seria um erro
concordar com a premissa tácita de que as tarefas "femininas" são inferiores e seria um
empobrecimento do horizonte civilizatório de todos a total terceirização dessas tarefas para as
creches e outros serviços.
Se as tarefas tradicionalmente femininas são distintas das tarefas tradicionalmente masculinas,
isso não quer dizer que elas sejam inferiores ou menos importantes. O prestígio social de umas
deve ser igual ao das outras, sem que as tarefas sejam iguais. Deve haver diferença na
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igualdade e igualdade na diferença.


A meu ver, o desafio dessa proposta é explicar como se pode dar o devido valor aos papéis
femininos sem abrir espaço para o discurso reacionário, o qual naturaliza e essencializa os
papéis de mãe e de esposa do lar. Não poderia o reacionário dizer que está de acordo com o
pós-feminismo de Darcy de Oliveira, dado que defende que as mulheres fiquem em casa, sem
estudar ou trabalhar, só cuidando das crianças, dos velhos e do esposo?
Uma parte da resposta a essa questão é simples. Por se tratar de um pós-feminismo, a
proposta de Darcy de Oliveira pressupõe as conquistas feministas, isto é, não só Darcy de
Oliveira pressupõe, contra o reacionário, que as mulheres devem ter espaço garantido, talvez
até mesmo com cotas e discriminação positiva, nos mundos do trabalho e da educação. A ideia
não é que as mulheres abandonem o mundo público e sejam encerradas no mundo privado. A
ideia é que se reconheçam o valor e a importância fundamental do mundo privado e que se
preserve este mundo. Assim, contra a ideologia reacionária, Darcy de Oliveira toma o voltar-se
para o mundo privado como uma escolha, não como um destino, muito menos como um fardo.
Outra parte da resposta é mais complexa. Afinal, se a valorização do mundo íntimo e privado
não viria da remuneração do "trabalho" de cuidar dos próximos, mas sim de uma gigantesca
mudança civilizatória, na qual se estimularia os homens a buscarem as "carreiras"
tradicionalmente femininas, não estar-se-ia esperando o impossível?
Ora, a proposta de Darcy de Oliveira é justamente que se espere e se imagine o "impossível",
pois é a partir da invenção do "impossível" que se abrem novas possibilidades. É
transformando – e desorganizando – as opções abertas a homens e mulheres que se cria um
mundo no qual a ação e o conhecimento femininos valem ao menos tanto quanto as carreiras e
práticas tradicionalmente masculinas.
Assim, a proposta de Darcy de Oliveira é voltada para o futuro, mas com um olho no passado.
Do passado se resgatam as atividades femininas com conotação pouco meritória, buscando a
sua valorização no futuro. Sem tal projeto, é como se o feminino tivesse que ser definido
segundo a régua masculina, e o problema todo é justamente que uma igualdade digna deste
nome requer réguas diferentes para gêneros diferentes, não porque um gênero é superior ou
inferior ao outro, mas porque cada gênero tem uma métrica distinta, sendo a existência de
cada escala por si mesmo um elemento rico e inegociável da vida em sociedade.
Darcy de Oliveira aponta para sinais claros de que há algo de desequilibrado na sociedade,
apesar de haver mais oportunidade para as mulheres. Sim, agora as mulheres podem estudar
e podem trabalhar, mas o mundo privado que serve de sustento e de plano de imanência para
o mundo público do trabalho e do ensino ainda se apoia no núcleo familiar com uma mulher
que cuida de todos, inclusive e principalmente do marido, que dá tanto trabalho quanto um filho.
Esse desequilíbrio já é reconhecido na muito discutida jornada dupla de trabalho, mas pouco
se fala sobre como lidar com essa questão. Por que não se fala disso? Talvez por se
considerar natural que as mulheres cuidem de tarefas "menores", como a limpeza das crianças
ou da casa. Mas de onde viria tal inferioridade? Do mero fato de essas tarefas tradicionalmente
serem feitas por mulheres? Se assim for, o equilíbrio nos valores do cuidado privado e do
trabalho público viria da escolha, pelos homens, dessas tarefas e "vocações" femininas. É
exatamente o que Rosiska Darcy de Oliveira propõe.

REVISÂO
Outra parte muito importante da produção de um texto de qualidade é a revisão.
Revise, revise e revise. Não espere para fazer uma única revisão final. Vá revisando o texto
cotidianamente, Você verá que, a cada revisão, encontrará algo a ser corrigido e/ou
reformulado.
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Muitas vezes, o autor se apega à frases ou parágrafos que redigiu. Entretanto, durante
o processo de elaboração/reflexão/redação/revisão lhe ocorre uma outra redação para o
mesmo trecho. Apesar de notar a redundância, ele pode sentir dificuldade em descartar suas
frases queridas e a tentação de deixar as duas proposições é grande. Primeiro, porque as duas
podem ser, realmente, boas construções textuais. Segundo, porque o processo de redação é
custoso. Páginas cheias de texto demoram a ser produzidas e descartar qualquer coisa parece
ser um retrocesso que acabará por inviabilizar o término do trabalho dentro do prazo
estipulado. Ainda assim, essa tentação deve ser vencida e, pelo bem da clareza e objetividade
do trabalho, o autor deve escolher a que melhor descreve o que quer dizer.
É importante notar que, muitas vezes, mesclamos duas frases e construímos uma bem
mais adequada. Entretanto, na minha experiência, duas construções muito boas, porém
redundantes, raramente, se tornam uma terceira melhor. É mais provável que as duas boas,
misturadas, se tornem uma mais “fraca”. Portanto, antes de mesclar, observe com cuidado se
realmente a junção foi para melhor. Se não, não tenha dó, escolha uma e siga em frente! Olha
o prazo!!!
Não se acanhe em pedir a opinião de seu orientador. Ele é seu primeiro leitor. E se
após várias revisões, ainda não se sinta confiante com sua redação e/ou seu professor
orientador demonstre preocupação com ela, não se esquive de contratar um revisor para a
versão final. O custo é muito menor do que apresentar um artigo mal escrito e cheio de erros.
O cuidado que você despende na elaboração de seu artigo reflete a importância que você dá a
ele. Um texto mal escrito, descuidado, vai mostrar à sua banca examinadora o pouco valor que
você dá ao seu trabalho.
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COMO POSTAR NO AVA


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EVITANDO O PLÁGIO

O Trabalho de Conclusão de Curso deve ser uma produção


inédita.
A questão do plágio é muito séria. Plágio é a apropriação
indébita de uma obra intelectual, ou parte dela, que tenha sido
produzida por outro, sem dar o devido crédito. Em última instância,
um furto. O plágio pode ocorrer em textos, filmes, músicas etc.
Mas se, forçosamente, em um trabalho científico, temos que
nos basear em conhecimentos de outros, como evitar o plágio?
Deixando explícito a quem pertence aquela produção utilizada
naquele trecho específico do trabalho. Utilizar-se de fontes não
significa, simplesmente, copiar alguém. É ler, compreender,
organizar de maneira própria, mostrar a sua capacidade de
articular e relacionar informações a partir de um tema escolhido
por você e escrever com suas palavras e seu estilo de escrita.
Cometer plágio torna você suscetível a uma ação civil e penal.
Para saber mais sobre o assunto, conheça a Lei 9.610, que rege
os direitos autorais no Brasil e suas sanções.
Evidentemente, pode-se e deve-se utilizar trechos ipsis literis
de alguns autores. Eles demonstram que seu trabalho está
respaldado em teorias já estabelecidas e os autores dessas
teorias. Nesse caso, excertos devem estar apropriadamente
grifados no texto, acrescidos do nome do autor e data de
publicação. Os dados completos do texto referido deverão constar
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da bibliografia do trabalho. Ainda que citações sejam necessárias


e enriquecedoras dos trabalhos acadêmicos, lembre-se que no
seu artigo o mais importante são as suas pesquisas, suas ideias e
suas conclusões. Citações são trabalhos de outros e devem ser
usadas com critério: apenas se forem úteis como justificativa ou
sustentação para alguma ideia sua.

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