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Podcast
Disciplina: Análise do comportamento aplicada (ABA) para TEA
Título do tema: O Comportamento Verbal na prática em ABA
Autoria: Mary Cristina Olimpio Pinheiro
Leitura crítica: Fernanda Cristina Silva Sepe

Olá! Eu sou a professora Mary Pinheiro e no podcast de hoje vou trazer

algumas dicas importantes para o ensino da linguagem, principalmente de
pessoas com Transtorno do Espectro Autista (o TEA) e a deficiência intelectual
(a DI).
Isso porque, na deficiência intelectual temos como algumas possíveis
características as dificuldades na aquisição de novas aprendizagens,
dificuldades para a memorização, atenção, para compreensão de conceitos
abstratos e também para generalização de novos comportamentos, ou seja,
dificuldade de ampliar para outros ambientes ou situações o que foi aprendido
de uma forma específica.
No TEA, uma das características centrais para o diagnóstico já são os atrasos
e dificuldade na comunicação. Além disso, é muito comum, que pessoas que
estão no espectro tenham dificuldade em compreender figuras de linguagem,
ou seja, compreender, por exemplo, expressões populares que não fazem
sentido quando analisadas concretamente, como, “ah, hoje eu tomei um chá de
cadeira”. Afinal, como seria possível usar uma cadeira para se fazer um chá?
Então é importante que você preste bem a atenção na sua postura e forma de
ensinar pessoas com TEA ou Di, para não correr o risco de estar mais
atrapalhando do que auxiliando, então vamos para as dicas:

A primeira dica é utilizar materiais concretos e reforçadores para facilitar a

relação entre palavras, conceitos e generalização, por exemplo, ao ensinar a
palavra cachorro, podemos utilizar a imagem, uma foto, um brinquedo ou
mesmo um cachorro real.
A segunda dica é utilizar poucas palavras, principalmente ao pedir algo para a
pessoa que está aprendendo a se comunicar. Quando somos adultos nem
percebemos, mas utilizamos muitas palavras no dia a dia, pense, por exemplo,
em uma professora que chega na sala falando “sentem, fiquem quietos,
peguem o livro de português na mochila, abram na página 38 e retomem a
atividade realizada na semana passada”. Observe o tanto de informações e
comandos nesse pequeno trecho, pois bem, para crianças com atrasos na
linguagem é preciso diminuir e dividir cada ação que você quer que ela faça.
A terceira dica é sempre relembrar e não castigar a pessoa quando ela
esquecer algo que anteriormente parecia já aprendido. Lembre que são
pessoas que podem ter maior dificuldade de memorização, então podem
esquecer. Para ajudar, traga pistas visuais com uso do concreto isso instiga
que a pessoa relembre o que já foi aprendido.
A quarta dica é evitar figuras de linguagem, como visto, elas atrapalham o
entendimento de quem possuem uma dificuldade de aprender conceitos mais
abstratos. Além disso, as vezes é preciso trabalhar diretamente explicando o
significado de cada figura de linguagem para que a pessoa vá compreendendo
o contexto que são usadas, já existem até alguns recursos vendido para ajudar
nesse ensino, como baralhos que trazem várias falas populares e seus
significados.
A última dica de hoje é sempre pronunciar a palavra de forma correta, as vezes
é engraçado ouvir a pronuncia errada ou mesmo você acaba não corrigindo por
já ter entendido o que a pessoa quer, mas com isso estamos reforçando que a
pronuncia continue errada. Mas claro, essa correção deve ser feita de forma
não punitiva, então se a pessoa fala “quero abúa”, você olha pra ver se ela está
prestando atenção e fala “ah você quer água, vou te dar”.
Espero que tenha gostado das dicas, este foi nosso podcast de hoje! Até a
próxima!