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Estratégias para usar em sala de aula com alunos com Autismo:

1. Antecipação

Explicar a cada momento o que vai ser feito, o que vai acontecer depois e porquê. Saber com o
que contar traz estabilidade de comportamentos.

2. Dar Tempo

Dar ao aluno tempo suficiente para compreender a informação que está a ser partilhada e
esperar algum tempo para que a resposta ocorra caso não seja imediata.

3. Ser Claro

As questões colocadas ao aluno devem ser claras e diretas, com linguagem simples que facilite
a compreensão (usar-se imagens se necessário).

4. Não Perspetivar

As pessoas com autismo interpretam literalmente o que lhes é dito, pelo que não se devem usar
palavras com duplo sentido, humor ou ironia, para não ser mal interpretado.

5. Proporcionar Rotina

A familiaridade e a consistência oferecem segurança e previsibilidade pelo que são


potenciadoras de comportamentos estáveis.
6. Dar Espaço à Socialização

Dificuldades sociais são inerentes ao autismo e podem incluir pobre contacto ocular, linguagem
corporal incomum, falar em momentos inapropriados ou de tópicos descontextualizados.

7. Necessidade de Autorregulação

Comportamentos repetitivos, necessidade de movimento e manipulação de objetos específicos,


são alguns exemplos de mecanismos de autorregulação e devem ser respeitados e ter espaço
na sala de aula.

8. Proporcionar um Ambiente Tranquilo

Algumas pessoas com autismo são particularmente sensíveis à luz, ao barulho, aos cheiros, ao
toque ou ao movimento, e por vezes combinados entre si em diferentes intensidades. Ao criar
um ambiente o mais adequado às necessidades do aluno, irá favorecer as suas aprendizagens.

9. Aceitar Desafios

Devemos considerar sempre que o comportamento apresentado é inerente ao autismo mesmo


que seja desafiante.

10. Criar uma Equipa

Perguntar, partilhar, envolver a pessoa com autismo e os seus pais, cuidadores, terapeutas, etc.
é importante para criar consistência, conhecimento e melhor gestão de objetivos e dificuldades.
Muitos autistas pensam visualmente
Quando há um autista na escola, é importante que quem ensina saiba que muitos não pensam
com a mesma linguagem das crianças neurotípicas. Alguns autistas pensam, por exemplo,
com fotos, desenhos e outros códigos visuais. Para crianças pequenas, por exemplo, algumas
noções básicas como “para cima” ou “para baixo” ainda não estão aprendidas. Trabalhe bem
os nomes, afinal, eles criam imagens bem definidas. Mas também demonstre utilizando objetos.

Evite instruções verbais muito longas


Muitos autistas têm grande dificuldade em memorizar sequências. Por isso, estruture um
modelo de respostas e tomadas de decisão que a criança consiga memorizar. Isso deve
funcionar, principalmente, se a sequência tiver mais que três etapas. Imagine como esse modelo
pode funcionar, por exemplo, se for ensinar como pedir alguma coisa a alguém. Desde o
momento em que ela se aproxima da outra pessoa até a hora de dizer “obrigado” e deixar o
local.

Trabalhe as habilidades da criança como uma forma de prepará-la para o futuro


Alunos com autismo podem apresentar algumas manias e alguns hiperfocos. Isso significa que
eles vão colocar muito esforço e interesse em algumas áreas específicas. Como, usar isso para
levá-lo numa direção que beneficie a atividade letiva? Talvez se interesse por um personagem
de desenho animado e possa incentivá-lo a aprender mais sobre aquele universo de maneira
prática.

Algumas habilidades vão parecer mais “úteis” que outras, mas tudo pode ser aproveitado.
Lembre-se que um dia o aluno vai precisar de integrar o mercado de trabalho e disputar seu o
próprio espaço na sociedade e no mercado de trabalho.

As mesmas habilidades podem servir para as outras disciplinas


Da mesma forma que as áreas de interesse podem ajudar a descobrir mais coisas que o aluno
gosta, elas podem ajudar nas matérias que lhe desagradam. Por isso, é importante que o
professor, traga exemplos do seu interesse para explicar as demais matérias. O aluno gosta p.
ex. de comboios mas odeia matemática, então, pedir, p. ex., para calcular distâncias de comboio
entre duas cidades.

Escrever pode ser o terror do autista na escola


Infelizmente, muitos alunos com autismo têm dificuldades motoras, por isso, a escrita pode ser
assustadora. Nesse caso, pode ser necessário que use um computador ou Tablet para fazer as
tarefas. É uma das formas de diminuir a sua frustração. Além disso, estes dispositivos permitem
não só a escrita como vários outros recursos interessantes.
Alguns autistas têm ecolalia
Alguns alunos aprendem a ler melhor com lições de fonética, enquanto outros memorizam as
palavras inteiras. Porém, se o aluno tem ecolalia (repete palavras ou sílabas), o método tem
que ser adaptado. Provavelmente vão aprender melhor se utilizar cartões visuais ilustrados
sobre as palavras. É muito importante que tanto a palavra quanto a imagem estejam do mesmo
lado do cartão.

Tenha atenção à sua reação aos sons


Um aluno com autismo pode sofrer com a quantidade de sons que existe do início ao fim do
período de aulas, com os toques de início e fim da aula, cadeiras que arrastam no chão e gritos
entre outros. Se o aluno tapar os ouvidos, é porque está a sentir-se incomodado e então pode
criar resistência a horários e ambientes onde sabe que vai haver ruído. Nesses casos, a opção é
combinar com a escola adaptações que minimizem o impacto (as cadeiras, p. ex. podem ter
proteções que não permitam o atrito com o chão). E se for necessário, a escola deve permitir
que o aluno se isole durante o horário do intervalo num lugar de sua preferência.

Sensibilidade às luzes
Assim como a sensibilidade aos sons, podem também sentir incómodo com a luz. Uma estratégia
de adaptação é colocar o aluno próximo da janela, onde ele não dependa das luzes artificiais
das lâmpadas, se esse for o motivo do incómodo.

A receção mono-canal
Alguns alunos não verbais simplesmente não conseguem absorver informações que sejam
visuais e auditivas ao mesmo tempo, o que não significa que são surdos.

A esses alunos, não peça que ouçam e olhem para si ao mesmo tempo. Ou entrega uma tarefa
por som ou por visual. Porém, mantenha-se informado com a família do aluno se está em terapia
para melhorar o processamento nervoso que leva à receção mono-canal.

Alguns alunos com autismo são não verbais


Ser não verbal não significa que o aluno não é capaz de falar, apenas que não desenvolveu a
fala como seu meio mais lógico e pronto de se comunicar. Não será o docente o responsável
por trabalhar essa área, mas sim outros profissionais. No entanto, pode ajudar nesse processo.

O aluno precisa de aprender que palavras tornam as coisas reais, por isso, se ela pedir alguma
coisa, deve dar-se exatamente o que ela pediu. Assim, se aquilo que lhe deu não corresponde
ao que ela queria, isso pode facilitar a que aprenda como comunicar para conseguir o que quer.

Também pode acontecer que falem forma mais vogal, ou seja, não conseguem compreender
nem falar as consoantes mais fortes como D ou L. Nesse caso, vai ser preciso aplicar alguma
técnica fonográfica para trabalhar essa limitação.
Quando o aluno usar o computador, a tela pode fazer a diferença
Apesar de a tecnologia ter evoluído bastante, alguns monitores podem apresentar uma
cintilação que incomodará os mais visuais. Em geral, telas de notebooks e tablets não fazem
isso. Mas se a escola tiver oportunidade de proporcionar um equipamento mais recente,
reserve-o para o seu aluno.

Até o papel pode fazer diferença para o aluno com autismo, na escola
Alguns alunos com autismo podem ter dificuldade de ler em papel onde o contraste seja baixo.
Por isso, se for possível, use papeis coloridos com a impressão em preto. Porém, não use cores
muito luminosas, como alguns tons de amarelo.

Cuidado com a generalização


Vários conceitos são ensinados aos alunos de forma generalizada, p. ex., que se deve dizer
obrigado às pessoas, no entanto, nem todos os alunos com autismo vão entender a ideia da
generalização. Se for ensinar p. ex. que não se deve atravessar a rua fora da passadeira e com o
sinal verde para os peões, é importante ensinar várias vezes e em situações e lugares diferentes,
pois o aluno pode entender que só se deve aplicar a regra ensinada numa determinada situação.

Consultado em:

https://cermudanca.com/10-estrategias-intervencao-pessoa-autismo-na-sala-de-aula/

https://www.autismoemdia.com.br/blog/autista-na-escola/

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