.

MIRIÃ FERNANDES CAVALHEIRO

TAÍS SALVADOR VERÍSSIMO

FRENECTOMIA LINGUAL:

Relato de caso com o uso de bisturi elétrico

Balneário Camboriú

2023
 MIRIÃ FERNANDES CAVALHEIRO

TAÍS SALVADOR VERÍSSIMO

FRENECTOMIA LINGUAL:

Relato de caso com o uso de bisturi elétrico

Relato de caso de frenectomia lingual com o

uso da técnica de bisturi elétrico na clínica de
Graduação em Odontologia, da UNIAVAN,
com o objetivo de relatar sobre suas
vantagens no uso da técnica,
Prof orientador: Dr. Jorge Cavichioni

Balneário Camboriú

2023
 RESUMO

A remoção do freio lingual é um procedimento odontológico que é usado para corrigir problemas
no freio da língua, que podem restringir o movimento adequado. Neste caso específico,
descrevemos como usamos uma técnica com bisturi elétrico para realizar a remoção do freio
lingual em uma paciente. O caso foi bem-sucedido e os resultados foram positivos. O uso do
bisturi elétrico trouxe várias vantagens durante o procedimento. Em primeiro lugar, ele nos
permitiu ter mais precisão no corte, o que resultou em um controle mais preciso da incisão e
reduziu o risco de danos aos tecidos ao redor. Além disso, o bisturi elétrico também ajudou a
controlar melhor o sangramento durante a cirurgia, tornando-a mais rápida e confortável para o
paciente. Embora a técnica com bisturi elétrico tenha mostrado várias vantagens, também há
algumas limitações a serem consideradas. A principal delas é que é necessário ter treinamento
especializado para manipular corretamente esse equipamento. O operador precisa ter
habilidades técnicas adequadas para evitar danos aos tecidos e garantir resultados satisfatórios.
Além disso, os custos associados ao uso do bisturi elétrico podem ser mais altos quando
comparados com outras técnicas convencionais. A decisão sobre qual técnica adotar deve ser
baseada nas necessidades individuais de cada paciente e na experiência do profissional de
saúde.

Palavras-chave: Bisturi elétrico. Freio lingual. Laser de alta potência. Relato de

caso.
1 INTRODUÇÃO

A cirurgia de frenectomia lingual é um procedimento odontológico que

tem como objetivo corrigir problemas no freio lingual, uma estrutura de tecido
fibroso que conecta a língua ao assoalho da boca. Essa condição, chamada de
língua presa ou anquiloglossia, pode causar restrições nos movimentos da
língua, resultando em dificuldades na fala, deglutição e até mesmo na higiene
bucal adequada. Nesse contexto, a frenectomia lingual se mostra uma opção
terapêutica eficaz para melhorar tanto a função quanto a estética oral.
A frenectomia lingual é recomendada nos casos de anquiloglossia,
quando o freio lingual é curto e limita a mobilidade da língua. Essa condição pode
ser congênita ou adquirida e pode afetar o desenvolvimento da fala, alimentação
e até mesmo a posição dos dentes. Além disso, a anquiloglossia pode ocasionar
problemas bucais como dificuldades na higiene oral e aumentar o risco de cáries
e doenças periodontais.
O bisturi elétrico é uma ferramenta cada vez mais utilizada durante a
realização da frenectomia lingual. Ele consiste em um instrumento cirúrgico que
utiliza energia elétrica para fazer cortes precisos nos tecidos. O caso clínico em
questão descreve a utilização do bisturi elétrico na frenectomia lingual, um
procedimento odontológico eficaz para corrigir anormalidades no freio lingual. A
técnica do bisturi elétrico oferece várias vantagens em comparação com outras
técnicas convencionais, como o bisturi tradicional. Portanto este trabalho tem
como objetivo apresentar um relato de caso clinico de frenectomia lingual
utilizando bisturi elétrico, desde o planejamento até o acompanhamento,
descrevendo também, o protocolo clínico utilizado.

2 RELATO DE CASO

Paciente T. C. S, gênero feminino, 22 anos, foi encaminhado para a

Clínica de Periodontia da Faculdade Avantis - Uniavan - Balneário Camboriú -
SC, orientado, corado, afebril e deambulando, queixando de alterações
fonéticas, dificuldades na movimentação lingual e vergonha ao se expressar
em público. À anamnese, a paciente negou qualquer tipo de alteração de
ordem sistêmica que pudesse interferir no tratamento, além do preenchimento
do Termo de Consentimento Livre Esclarecido e autorização do uso de
imagens para meios didáticos e científicos conforme os protocolos éticos. Ao
exame clínico sob orientação do professor Jorge Cavichioni observou-se que o
freio segurava a língua em movimentos laterais e ao levantar a língua para
cima e dificuldades de movimentação parcial e extrusão da língua (Fig. 1), além
de alterações na fonética.
Fig. 1 – Movimento de levantar a língua.

Acervo dos acadêmicos

A técnica cirúrgica utilizada nesse caso foi a frenectomia com incisão
em bisturi elétrico, A técnica foi escolhida pelas vantagens de hemostasia
instantânea; melhor visualização do sítio cirúrgico; precisão do corte e tempo
reduzido de procedimento; menor edema e dor pós-operatório; além da
excelente reparação tecidual e conforto pós operatório. Para o procedimento
cirúrgico, foi realizado um planejamento seguido de um protocolo seguro com
o passo-a-passo para realização da intervenção cirúrgica, objetivando evitar
acidentes e complicações. O procedimento cirúrgico iniciou com antissepsia
das unhas, mãos e antebraços, paramentação, montagem dos campos (Fig.
2) e protocolos de biossegurança; antissepsia intra e extrabucal com a pinça
de Pean, respectivamente com solução de clorexidina 2%; anestesia local
com a seringa Carpule do nervo alveolar inferior esquerdo e direito, ponta da
língua (Fig. 3), seguido da anestesia local com punção próximo ao freio
lingual de forma bilateral (Fig. 4), (não diretamente sobre o freio lingual para
não ¨mascarar¨ a delimitação e demarcação da incisão cirúrgica); sendo
realizadas com solução anestésica articaína 4%.

Fig. 2 – Instrumentais utilizados na cirurgia. Fig. 3 – Anestesia na ponta da língua.

Acervo dos acadêmicos Acervo dos acadêmicos

 Fig. 4 – Anestesia bilateral.

Acervo dos acadêmicos

A língua foi aprendida e tracionada com um Fio de sutura 3.0 de Nylon

(Shalon, Sertix) para o melhor manejo e visualização durante a técnica (Fig.
5). Foi delimitado o local do corte acima da glândula sublingual, evitando
lesão da referida glândula seguindo a anatomia referencial do freio lingual e
atento às regiões anatômicas nobres, como artérias sublinguais
bilateralmente e a seguir iniciado o corte com bisturi elétrico com incisão
simples, no sentido vertical (Fig. 6 e 7). Após a remoção (exérese) do freio
lingual, foi utilizado soro fisiológico 0,9% para irrigação e limpeza do local
(Fig. 8), a sutura foi feita com pontos simples (5 pontos) cujo fio foi 5.0 de
Vicryl absorvível (ethicon) com porta agulha castroviejo e pinça cirúrgica
dietrich (Fig. 9).

Fig. 5 - Língua tracionada com o fio Fig. 6- Início da incisão com bisturi elétrico.

Acervo dos acadêmicos Acervo dos acadêmicos

Fig. 7 - Termino da Incisão com bisturi elétrico. Fig. 8 - Irrigação com soro
fisiológico.

Acervo dos acadêmicos Acervo dos acadêmicos

Fig. 9 - Sutura com fio foi 5.0 de Vicryl absorvível

Acervo dos acadêmicos

Foi prescrito Dexametasona 4mg, administrado 2 comp. 1h antes da

cirurgia, logo após em 12/12 horas, durante 5 dias, amoxicilina 500mg a cada
8 horas por 7 dias e dipirona 500mg a cada 6 horas por 3 dias. As orientações
e cuidados pós-cirúrgicos foram repassadas verbalmente e por escrito ao
paciente. O mesmo foi orientado a ingerir alimentos frios, líquidos e pastosos
e fazer uma dieta nutritiva por 3 dias e não realizar sucção. Foi recomendado
que evitasse exposição ao sol, alimentos quentes e duros além de esforços
físicos. Foi prescrito clorexidina 0.12% para uso oral para bochechos leves e
passivos 2 vezes ao dia, iniciando somente 24 horas após a cirurgia.
As avalições pós-cirúrgicas, foram realizadas após 7 dias, 14 dias, para avaliar
o desempenho, o desenvolvimento motor da musculatura da língua e a
flexibilidade do tecido. Foi também avaliado o estado da articulação, fonética
e funções orais, e o paciente não apresentou complicações pós-cirúrgica. Após
esse período o paciente recebeu alta e, não necessitou ser encaminhar para
tratamentos fonoaudiólogos.

Discussão

A frenectomia lingual é um procedimento utilizado para tratar a

anquiloglossia, uma condição em que o freio lingual é curto e limita a
mobilidade da língua. De acordo com Queiroz et al. 2012) a frenectomia lingual
é eficiente para melhorar a mobilidade e a postura da língua, assim como suas
funções, incluindo a produção da fala.

Neste caso clínico, o paciente apresentava anquiloglossia, com

restrição significativa na movimentação da língua. A opção terapêutica
escolhida foi a frenectomia lingual, utilizando-se o bisturi elétrico, um
procedimento odontológico eficaz para corrigir anormalidades no freio lingual.

Uma das principais vantagens do bisturi elétrico na frenectomia lingual

é a precisão do corte. A energia elétrica fornecida pelo bisturi permite um
controle mais preciso durante a incisão, resultando em cortes mais delicados
e com menor chance de danos aos tecidos adjacentes. Isso é particularmente
importante na frenectomia lingual, pois o objetivo é remover o freio lingual
excessivo sem causar trauma desnecessário aos músculos e vasos
sanguíneos circundantes. Queiroz et al (2012)

Além disso, o bisturi elétrico proporciona uma hemostasia eficiente

durante a cirurgia. A energia elétrica coagula os vasos sanguíneos à medida
que o corte é realizado, reduzindo significativamente o sangramento. Isso
melhora a visibilidade do campo cirúrgico, permitindo ao profissional uma
melhor visualização e manipulação dos tecidos. Além disso, a hemostasia
eficiente resulta em um procedimento mais rápido e confortável para o
paciente, reduzindo o tempo de cirurgia e a necessidade de suturas adicionais.
Santos et al. (2019)

De acordo com Roberto et al. (1998), uma das vantagens adicionais

do bisturi elétrico é a capacidade de ajustar a intensidade da corrente elétrica.
Isso permite ao profissional adaptar a técnica às necessidades específicas de
cada paciente, variando a potência de corte de acordo com a espessura e
resistência do freio lingual. Essa flexibilidade proporciona um maior controle
sobre o procedimento, resultando em uma melhoria na precisão e nos
resultados finais.

Consequentemente, o uso do bisturi elétrico na frenectomia lingual

pode contribuir para uma recuperação pós-operatória mais confortável para o
paciente. Devido à efetiva hemostasia e aos cortes mais delicados, o bisturi
elétrico minimiza o trauma nos tecidos circundantes, reduzindo assim o
inchaço e desconforto após a cirurgia. Isso pode resultar em uma cicatrização
mais rápida e um período de recuperação mais suave.

No entanto, é importante destacar que utilizar o bisturi elétrico requer

habilidades técnicas adequadas por parte do profissional. O conhecimento e
treinamento são essenciais para manusear adequadamente o equipamento e
evitar danos aos tecidos. Portanto, é recomendado que os dentistas recebam
treinamento especializado na técnica do bisturi elétrico antes de realizar a
frenectomia lingual. Camargo et al. (2021)
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base neste caso clínico, podemos concluir que o uso do bisturi
elétrico na frenectomia lingual apresenta várias vantagens em relação à técnica
convencional. A precisão do corte, a hemostasia eficiente, a capacidade de
ajustar a intensidade da corrente elétrica e a recuperação pós-operatória mais
confortável são benefícios significativos dessa abordagem. No entanto, é
fundamental que os profissionais estejam devidamente treinados para utilizar o
bisturi elétrico de forma segura e eficaz. A escolha da técnica deve ser feita
considerando-se as necessidades específicas de cada paciente e a experiência
do profissional.
4 REFERÊNCIAS

Calisir, M. e Ege, B. (2018). Avaliação das percepções do paciente após

operações de frenectomia: Uma comparação entre laser granada de ítrio-
alumínio dopado com neodímio e técnicas convencionais nos mesmos
pacientes. Jornal nigeriano de prática clínica, 21(8), 1059–1064.

Castro-Rodríguez, Y., Bravo-Castagnola, F., & Grados-Pomarino, S.

(2020). Resultados clínicos do tratamento de frenillos labiales; frenectomia e
frenotomia. Revista internacional de odontologia interdisciplinar, 13(1), 40-43.

Centro de Cirurgia Oral. Procedimento: Cirurgia de Freio Lingual. Disponível

em: https://www.centrodecirurgiaoral.com.br/procedimento-cirurgia-de-freio-
lingual/. Acesso em: 08 out. 2023

Clínica Soraldents. Frenectomia antes e depois: confira as diferenças entre pré

e pós cirurgia. Disponível em: https://clinicasoraldents.com.br/frenectomia-
antes-e-depois/. Acesso em: 08 out. 2023

de Araújo, J., Araújo, E., Rodrigues, F., Paschoal, M., & Lago, A. (2019). Laser
de Alta Potência e Fotobiomodulação em Cirurgia Oral: Relato de Caso. Jornal
de lasers em ciências médicas, 10(1), 75–78.

Dental Vidas. Frenectomia: o que é, para que serve, riscos e pós-cirúrgico.

Disponível em: https://dentalvidas.com.br/frenectomia/. Acesso em: 08 out. 2023

Protásio, ACR, Galvão, EL, & Falci, SGM (2019). Técnicas de laser ou incisão
com bisturi para frenectomia labial: uma meta-análise. Jornal de cirurgia
maxilofacial e oral, 18(4), 490-499.
SciELO - Brasil - Análise quantitativa de frenectomias realizadas no contexto do
SUS após obrigatoriedade do teste da linguinha. Disponível
em: https://www.scielo.br/j/sdeb/a/cHbhfBmCXWyrCD3cw8ZdWkz/. Acesso em:
08 out. 2023

Seguros Unimed Blog. Frenectomia: o que é e para quem é indicado o

procedimento. Disponível em: https://blog.segurosunimed.com.br/frenectomia/.
Acesso em: 08 out. 2023.

Simpatio. Tipos de Frenectomia e Quando Devem Ser Realizados. Disponível

em: https://simpatio.com.br/frenectomia/. Acesso em: 08 out. 2023