Conforme o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, volume
5° (DMS-5), Um transtorno da personalidade é um padrão persistente de experiência interna e comportamento que se desvia acentuadamente das expectativas da cultura do indivíduo, é difuso e inflexível, começa na adolescência ou no início da fase adulta, é estável ao longo do tempo e leva a sofrimento ou prejuízo. De modo bastante objetivo a obra supramencionada depreende três grupos principais, sob os quais estão classificados os transtornos de personalidade, - denominados como categorias A, B e C - de acordo com características similares. O grupo inicial se refere a condições que resultam em comportamento peculiar ou "inusual" por parte do indivíduo, enquanto o segundo engloba as condições que conduzem a um comportamento dramático ou volátil. O terceiro conjunto é composto por distúrbios caracterizados por ansiedade ou apreensão. Nessa esteira, optou-se por aduzir apenas um transtorno contido em cada categoria, a fim de exemplificar e decompor as estruturas tipológicas mais gerais. Primeiramente, o manual objeto de referência para a criação deste texto explica o Transtorno de Personalidade Esquizotípica como sendo um padrão difuso de déficits sociais e interpessoais marcado por desconforto agudo e capacidade reduzida para relacionamentos íntimos, além de distorções cognitivas ou perceptivas e comportamento excêntrico, que surge no início da vida adulta e está presente em vários contextos. Depois, a obra científica trata de elencar uma série de critérios que servem de guia para o diagnóstico do transtorno - estrutura obedecida em todos os demais transtornos. Em segundo plano, o Transtorno da Personalidade Borderline é descrito como um distinto e difuso padrão de instabilidade nas relações interpessoais, autoimagem, afetos e impulsividade acentuada que emerge no início da vida adulta e é observado em diversos contextos. Assim, é possível dizer que tal condição é caracterizada por uma hipersensibilidade emocional que afeta negativamente as diversas áreas da vida social e mental do indivíduo. É curioso destacar o seguinte critério de diagnóstico: a constatação de esforços desesperados para evitar abandono real ou imaginado. Tal condição mostra o quão difícil pode ser para uma pessoa com borderline manter um relacionamento saudável. Por fim, o Transtorno da Personalidade Obsessivo-Compulsiva configura um padrão difuso de preocupação com ordem, perfeccionismo e controle mental e interpessoal à custa de flexibilidade, abertura e eficiência - assim como os demais, surge no início da vida adulta. Dito isso,diz-se que, o indivíduo sob tal alteração, é tão preocupado com detalhes, regras, listas, ordem, organização ou horários a ponto de o objetivo principal da atividade ser perdido. Ainda, é mister destacar um aspecto comprometedor à vida profissional-acadêmica do agente obsessivo-compulsivo: um perfeccionismo que interfere na conclusão de tarefas, como, por exemplo, não conseguir completar um projeto porque seus padrões próprios demasiadamente rígidos não são atingidos.
REFERÊNCIA
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual diagnóstico e estatístico de
transtornos mentais. 5. ed., Porto Alegre: Artmed, 2014.
A Importância Do Treinamento de Pais Como Recurso para Aumento Da Adesão Ao Tratamento Cognitivo Comportamental Infantil No Transtorno de Oposição Desafiante.