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O transtorno da personalidade evitativa refere-se a um padrão difuso de inibição social, em

que a pessoa sente-se inadequada e possui hipersensibilidade à avaliação negativa. Surge no início da
vida adulta e em diversos contextos. Para fins de diagnósticos, deve-se apresentar quatro ou mais dos
critérios listados:
1. Evita atividades profissionais que envolvam contato interpessoal significativo por medo de
crítica, desaprovação ou rejeição.
2. Não se dispõe a envolver-se com pessoas, a menos que tenha certeza de que será recebido de
forma positiva.
3. Mostra-se reservado em relacionamentos íntimos devido a medo de passar vergonha ou de ser
ridicularizado.
4. Preocupa-se com críticas ou rejeição em situações sociais.
5. Inibe-se em situações interpessoais novas em razão de sentimentos de inadequação.
6. Vê a si mesmo como socialmente incapaz, sem atrativos pessoais ou inferiores aos outros.
7. Reluta de forma incomum em assumir riscos pessoais ou se envolver em quaisquer novas
atividades, pois estas podem ser constrangedoras.

O manual traz informações importantes sobre questões culturais, em que comportamentos


evitativos podem surgir em processos de aculturação após a imigração. Também, a evitação acentuada
pode aparecer depois de algum constrangimento social ou falha ao atingir objetivos. Assunto este que
fora relatado em diversas aulas da disciplina, a Psicologia Social, ou seja, inserir e considerar o
social/ambiente/contexto daquele paciente.
Como citado no texto “O Caso Clínico Como Caso Social” do livro “Patologias do Social”,
um caso apresenta um modo de sofrer e de tratar o sofrimento. Sua escrita permite que se reconheçam
os atravessamentos teóricos e políticos presentes nessas modalidades, indicando o caráter
contingencial e ao mesmo tempo normativo de toda experiência. Desse modo, o sintagma “patologia
do social” ganha potência, uma vez que é claro que tratar de um dos termos significa tratar o outro.
Um caso clínico é, dessa forma, sempre um caso social. Por isso, mais do que um diagnóstico, o caso
como completo é um atravessamento social do paciente, que está repleto de estímulos dos ambientes
que ele faz parte.
Associando o transtorno com o livro “Sociedade do Cansaço”, pode-se destacar o trecho em
que é falado sobre a sociedade do desempenho, ou seja, vive-se em tempos de pressão e esgotamento,
todos devem produzir, sem erros e visando o sucesso. O indivíduo tende a apresentar sintomas ao
experienciar o fracasso, e estes podem ser associados a alguns traços do transtorno em questão.
No item comorbidade o manual traz que o transtorno evitativa costuma ser diagnosticado com
o transtorno esquizoide. Este, falado em aula, refere-se a sintomas como distanciamento das relações
sociais e não interesse em mantê-las. O indivíduo prefere atividades solitárias, não tem amigos
próximos. O que o torna distante do evitativo é a indiferença em relação aos elogios e às críticas.

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