A avaliação da interface é um elemento de extrema importância na interação
computador-humano (IHC) que certamente desempenha um papel fundamental na satisfação dos usuários e, por isso, deve ser realizada ao longo do ciclo de vida do processo de desenvolvimento de software.
Pode-se listar alguns dos principais objetivos definidos para a realização da
avaliação de IHC (ROCHA; BARANAUSKAS, 2003):
● Verificar se o artefato proporciona acessibilidade para todos os usuários
envolvidos. ● Verificar se a utilização da interface melhora a forma como os usuários trabalham ou desempenham suas atividades. ● Verificar se todas as necessidades dos usuários estão inseridas na interface. ● Entender se podem existir outras formas de design que tornem os usuários mais satisfeitos. ● Identificar se a interface segue regulamentos ou diretrizes por vezes exigidas pelos usuários.
Avaliação heurística
Método de inspeção desenvolvido por Nielsen, baseando-se em princípios de
usabilidade que são conhecidos como heurísticas, para avaliar elementos da interface do usuário (ROGERS; SHARP; PREECE, 2013):
Visibilidade do status do sistema: os usuários devem ser informados pelo
sistema sobre o que está acontecendo, por feedback em tempo apropriado.
Correspondência entre sistema e mundo real: o sistema precisa usar a
terminologia utilizada pelos usuários, palavras e conceitos com os quais esteja familiarizado.
Controle do usuário e liberdade: o sistema deve oferecer meios de saída
rápidos para quando os usuários escolherem funcionalidades indesejadas ou por engano.
Consistência e padrões: o sistema deve ser padronizado a ponto de os
usuários não precisarem identificar sozinhos que determinados termos ou expressões significam a mesma coisa. Prevenção de erros: o design deve ser elaborado de tal forma que evite que erros aconteçam e, caso venham a acontecer, o sistema deve apresentar mensagens de confirmação para que os usuários confirmem a ação antes que algo aconteça.
Reconhecimento em vez de relembrança: o sistema deve ser desenhado
de maneira que a memorização do usuário possa ser minimizada, sendo intuitivo, deixando objetos e funcionalidades visíveis, evitando que o usuário precise se lembrar do percurso a cada vez que utilize o sistema. Dicas e instruções mais comuns também devem estar visíveis e espalhadas ao longo da interface.
Flexibilidade e eficiência de uso: os aceleradores devem ser utilizados para
tornar a interação mais rápida, o que vai auxiliar tanto usuários novatos quanto os mais experientes. É importante também que o sistema possibilite a personalização de ações ou chamadas de funcionalidades mais frequentes utilizadas pelos usuários. Exemplos de aceleradores de interface são as teclas de função, as teclas de abreviação de comandos e, ainda, o duplo clique utilizado para fazer a ativação de um componente de tela ou a chamada de alguma funcionalidade.
Estética e design minimalista: a interface não deve conter informações
irrelevantes ou desnecessárias, pois elas podem competir com o que é realmente importante para que os usuários satisfaçam suas necessidades, além de diminuir a visibilidade do usuário sobre o que realmente importa.
Ajudar os usuários a reconhecer, diagnosticar, se recuperar e corrigir
erros: as mensagens de erro devem ser apresentadas em linguagem clara, identificando o problema e sugerindo soluções para ele.
Ajuda e documentação: ainda que seja possível aos usuários utilizar o
sistema sem nenhuma documentação, é preciso fornecer dicas, ajuda e documentos em si. As informações e a documentação devem ser fáceis de pesquisar, fáceis de conseguir, ser focadas nas tarefas que os usuários irão realizar e precisam trazer o procedimento passo a passo, da maneira mais resumida possível.
Um bom designer deve levar em consideração que a interface não é
desenvolvida para o seu próprio uso e deve ter empatia com os usuários que vão realmente utilizá-la.