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Heurísticas de Nielsen

Heurísticas de Nielsen são uma forma de avaliar o design de interface, identificando


falhas e erros para corrigi-los e otimizar a user experience, ou experiência do usuário.
Nielsen e Molich determinaram 10 heurísticas, um trabalho que, assim como a maioria
dos materiais de marketing de conteúdo, é evergreen. Ou seja, são apontamentos
relevantes, mas que não tem validade, eles não se fecham em um conceito específico
e sim estão mais para lembretes para garantir que o usuário tenha a melhor experiência
com o menor esforço possível.

1. Visibilidade do status do sistema


Essa é uma heurística importantíssima. Quando interagimos com a máquina,
normalmente estamos envolvidos em vários processos. Com isso, pode surgir a dúvida
sobre o nível, ou em que passo estamos. Podemos observar o status do progresso em
vários momentos, desde uma instalação ou atualização de um software até a barra de
tempo em um vídeo do YouTube, por exemplo.
Então, se você decide aplicar uma entrevista virtual, é importante que garanta essa
heurística, permitindo que o usuário também tenha controle sobre o processo como um
todo. Vale destacar que é igualmente importante, no caso de uma pesquisa ou vídeo,
que você avise ao usuário o tempo estimado antes que ele inicie a interação,
aumentando assim a satisfação do usuário.

2. Correspondência entre o sistema e o mundo real


Talvez um dos principais motivos pelo qual o email tenha sido uma das primeiras formas
de comunicação a se popularizar nos ambientes virtuais seja sua familiaridade com o
sistema de cartas físicas enviadas pelos correios até então. Basicamente o usuário
precisava do endereço do destinatário, escrever sua mensagem e enviar.
Quando desenvolver novas plataformas, é fundamental pensar nessa heurística. Para
que o usuário tenha melhor interação é fundamental que a interface criada seja
compatível com o mundo real. Além disso, pense na linguagem, adaptando-a conforme
os detalhes sobre a sua persona.
Ex: Imagine que um jovem húngaro e um senhor sueco estejam trocando cartas entre
si, a conversa entre ambos seria um tanto complicada considerando que eles não
possuem um idioma em comum. Um sistema precisa falar a mesma linguagem do
usuário, não apenas do idioma em si, mas da linguagem que o usuário utiliza no dia-a-
dia.

3. Liberdade e controle do usuário


O poder de escolha deve estar nas mãos do usuário. Desde a autorização para o
compartilhamento de dados, que se tornou tão popular por conta da LGPD, a liberdade
em ambientes virtuais passou a ser pensada também de forma ética. Acontece que para
garantir a usabilidade, esta é uma premissa.
Claro que além de dar a oportunidade de controle para o usuário, é fundamental pensar
em soluções para situações não intencionais. Um exemplo claro é a opção de desfazer
que o Gmail oferece quando o usuário apaga um email.

4. Consistência e padrões
Essa é uma das partes do design de interação que mais se destaca o design: a parte
visual. Assim como no design a identidade visual é fundamental para fazer com que a
pessoa identifique qual marca está se comunicando, essa heurística de Nielsen garante
que o usuário saiba em que plataforma ele está navegando.
Para isso, é fundamental observar:
• padronização de cores;
• uso de grupo tipográfico definido;
• escolha de imagens e vetores a partir de um padrão;
• característica dos botões e links.
Assim, deve ser construído um guia de estilo que facilite a criação de novos ambientes
mantendo o padrão já desenhado. Podemos observar essa heurística com facilidade
nas redes sociais. Se você acessa o Instagram, percebe rapidamente em qual mídia
está e nota o quanto ela é diferente do Facebook, por exemplo.
Um grande exemplo de consistência e padronização é o Google (Material Design).

5. Prevenção de erros
Fundamental para garantir uma boa usabilidade, essa heurística parte da premissa que
acidentes acontecem. Às vezes por acidente ou falta de conhecimento. Se o design de
interação for desenhado para reduzir esse tipo de situação, então ele melhora também
a terceira heurística, que é voltada para o controle do usuário.
Toda ação com consequências que não podem ser desfeitas precisam de um aviso
prévio, para confirmar que o usuário está ciente. A exclusão definitiva de arquivos do
sistema do Windows é uma situação dessas. Outro exemplo é a opção de apagar dados
do WhatsApp, que exclui todas as conversas do usuário.

6. Reconhecer ao invés de lembrar


Para entregar uma boa experiência do usuário, é importante reduzir a carga de esforço,
evitando também possíveis erros, dentre outras dificuldades. Para trabalhar essa
heurística, é importante apostar em possibilidades de preenchimento automático ou
acesso a preferências e uso recente.
Podemos encontrar essa facilidade quando nossos dados são preenchidos
automaticamente em formulários, nossas senhas são lembradas ou então quando os
últimos arquivos abertos em um software ganham um atalho para facilitar a abertura.
Tudo isso também contribui para a navegação.

7. Flexibilidade e Eficiência
Atualmente é comum que no primeiro acesso a uma plataforma, você receba um tour
criado para que o usuário identifique as principais funcionalidades do ambiente.
Entretanto, para quem já domina a ferramenta em questão, a agilidade se transforma
em um novo objetivo, uma vez que, neste caso, a pessoa já entende como mexer no
programa.
Essa heurística está voltada para a rapidez nas ações, como as teclas de atalho e a
flexibilidade de acordo com a necessidade de cada um. Você deve oferecer atalhos
padrão, mas também, é possível permitir que o usuário crie seus próprios atalhos,
aumentando assim a usabilidade.
“Alt+Tab ou Ctrl+C e Crtl+V ou Windows+D” são exemplos de atalhos que permitem ao
usuário mais experiente realizar tarefas mais rapidamente.

8. Estética e Design minimalista


O design ajuda muito na experiência do usuário. Quanto mais limpo e objetivo melhor.
Além de questões altamente relevantes como a padronização dos botões, a composição
visual também deve ser observada e facilitar a interação.
Aposte na simplicidade da composição visual para facilitar a navegação do usuário.
Observe também a hierarquia da informação e garanta que apenas as informações
relevantes sejam apresentadas. Opte por uma estética minimalista, simples e clara.
Essa heurística pode se resumir naquela máxima bastante usada no design: menos vale
mais.

9. Auxiliar usuários a reconhecer, diagnosticar e


recuperar erros
Essa heurística de Nielsen trata dos erros que podem acontecer com o usuário. É
importante que ele tenha acesso a diagnósticos da situação, entendendo qual erro
aconteceu e como é possível solucioná-lo.
Use mensagens de erro claras, sem códigos — que não servirão para o usuário
solucionar a questão autonomamente. Indique com clareza e objetividade os passos
para a solução.
10. Ajuda e Documentação
Se as heurísticas anteriores forem usadas, então é pouco provável que o usuário precise
de ajuda. Afinal, esse é o objetivo das heurísticas de Nielsen. Mesmo assim, outro ponto
fundamental é que a central de ajuda seja de fácil acesso.
Como nem sempre é possível oferecer um atendimento 24/7, também é importante
desenvolver algo que possa ajudar o usuário enquanto ele não consegue falar com um
atendente. Crie um FAQ com as perguntas mais frequentes e ajude o usuário nesse
processo.

Conclusão
Portanto, aplicar essas heurísticas no desenvolvimento de uma aplicação é essencial
para desenvolver uma experiência de uso que envolva os usuários com a aplicação e
entregue informações verdadeiramente úteis para o mesmo.

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