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Coletivo Ponta de Lança - jovens mulheres negras empreendedoras

Interessante esta iniciativa objetivamente relatada pela colega Vania Priamo


"Coletivo Ponta de Lança". Um projeto a partir de jovens mulheres negras do
estado do Amazonas, no Brasil. O que demonstra que é possível mobilizar capital
social em prol do desenvolvimento sustentá vel como enfatiza Bourdieu (1980), o
capital social, vinculado ao pertencimento a uma rede sustentá vel, atua como um
multiplicador para criar capital simbó lico nos diversos campos sociais: escola,
mídia, arte, linguagem, ciência, habitat, Internet…
“As iniciativas locais, mobilizadas por atores que se levantam frente aos problemas
estruturais que os cercam com benefícios para a sociedade” foi defendido pelo J.
Coleman (1988) para o qual o capital social tem a funçã o coletiva de facilitar a açã o
dos indivíduos em um grupo, "torna possível a realizaçã o de certos objetivos que
nã o poderiam ser alcançados na sua ausência": melhoria da circulaçã o de
informaçõ es e benevolência dos outros em relaçã o a nó s (solidariedade, padrõ es
de cooperaçã o).
Na minha opiniã o deve haver iniciativas pessoais, colaboraçã o entre organismos,
ONGs e empresas, local e nã o só , para que os projetos aconteçam como
demonstrou estas jovens mulheres negras do estado do Amazonas. Mostraram
quã o importantes sã o as parcerias entre as pessoas, ONGs e entre estas e
instituiçõ es publicas, parcerias que têm vantagens comprovadas na
sustentabilidade dos custos na manutençã o dos projetos.

Partilho a ideia de que estes sã o alguns princípios e estratégias que devem nortear
os cidadã os, comunidades locais, sociedades, estados - para se construir capital
social tendo em vista a promoçã o da qualidade de vida e do desenvolvimento
sustentá vel. Por outro lado, deve ser aproveitar ao má ximo as características do
estado de uma sociedade: redes, normas e confiança, que facilitam a coordenaçã o e
cooperaçã o para benefício mú tuo (D. Putnam (2001) como é o caso do Brasil um
país multicultural. Mas também facilitar o má ximo envolvimento das comunidades
locais, para se sentirem representados e com o direito e dever de participar no
desenvolvimento pessoal da sua comunidade, do seu país e obter impactos
positivos no desenvolvimento sustentá vel. O M. Granovetter (1983) considera
como sendo igualmente o capital social intelectual, a soma do conhecimento que
uma organizaçã o utiliza e R. Burt (1995) fala do capital social organizacional:
objetivos e valores compartilhados, envolvimento, relaçã o de confiança.

Referências:

Pierre Bourdieu (1980), Le capital social, Actes de la recherche en sciences


sociales. Vol. 31, janvier 1980

J. Coleman (1988), Social Capital in the Creation of Human Capital, The American
Journal of Sociology, Vol. 94
R. Putnam (2001), Social capital: Measurement and consequences, Canadian
journal of policy research

M. Granovetter (1983), The Strength of Weak Ties: A Network Theory Revisited,


Sociological Theory, Vol. 1,

R. Burt (1995), Le capital social, les trous structuraux et l’entrepreneur, Revue


française de sociologie, 36-4

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