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* Graduando em História pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). Bolsista da PIBID/CAPES
(Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).
* Graduando em História pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). Bolsista da PIBID/CAPES
(Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).
* Graduanda em História pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). Bolsista da PIBID/CAPES
(Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).
Mas, o que é o lúdico? Tanto se ouve falar, mas não há definições de lúdico ou
ludicidade que saciam essa dúvida de muitos. Johan Huizinga foi um historiador especialista
em idade média europeia, e que possui em seu nome um grande acervo de obras acadêmicas,
entre elas o Homo Ludens, onde ele explora a ludicidade, causas e efeitos da mesma, onde
ocorre, seu papel na sociedade e na história dos homens. Segundo sua obra, Huizinga define o
lúdico como algo primário, tão necessário à natureza humana quanto o raciocínio (Homo
Sapiens) e a fabricação de ferramentas (Homo Faber). O termo Homo Ludens indica que o
lúdico está na base do surgimento e desenvolvimento da civilização, daí a sua essencialidade
ao ser humano. Temos assim a ludicidade como algo natural ao homem, sempre presente nas
mais diversas situações, mesmo que não encaremos tais situações como um jogo.
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Outro termo abordado na obra de Huizinga é o jogo, sendo este a representação do
lúdico na sociedade. Como veremos mais adiante, o jogo é uma atividade espontânea,
contendo regras simples e que ocorre em um espaço e tempo pré-determinados. Além de
simples, as regras são poucas, e muitas vezes criadas no momento em que se dá o jogo.
Mesmo sendo simples, essa expressão do lúdico possui uma atração muito grande, fazendo
com que os participantes do jogo queiram jogar até o fim, e os espectadores criam um desejo
de, mesmo sem participar, observar o jogo.
Devido a sua simplicidade, tanto nas regras quanto na elaboração do jogo, ele se
adapta a praticamente todas as situações, de um jogo de vídeo-game à uma brincadeira de rua
entre crianças. As possibilidades do jogo são infinitas, mas o lúdico presente na atividade é
sempre presente. Todas essas características, simplicidade e flexibilidade, fazem com que o
jogo se adapte até mesmo a uma sala de aula, e assim chegamos ao tema deste artigo.
Fazendo o uso do lúdico, ocorre uma completa metamorfose da imagem que a escola
carrega, de um ensino tradicional maçante e penoso. Essa ideia é, na maioria dos casos, o
fator que causa uma aversão à escola e está presente nos alunos, que acreditam ter mais
opções que frequentar uma instituição desatualizada e adequada ao seu tempo. O lúdico, desta
maneira, é uma das opções que deve ser melhor exploradas e estudadas, pois podem conter a
chave para uma escola melhor e mais produtiva.
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A visão do conceito de lúdico em muito se assemelha às práticas de lazer,
brincadeiras e jogos. Práticas estas que, sob a ótica do senso comum, correspondem a um
momento “fútil”, um subterfúgio das obrigações e uma simples maneira de completar o tempo
em que não mais há nada a fazer. Entretanto, é possível afirmar que tais considerações, apesar
de sua habitualidade no meio do pensamento social, mostram-se superficiais se observadas as
peculiaridades do lúdico em sua estruturação histórica, social e educativa.
Primeiramente, é necessário apreender que o termo lúdico não somente como uma
prática esportiva ou uma brincadeira, mas sim em todo o contexto que abarca sua definição,
ou seja, uma ilusão, illudere, inludere que significa “em jogo” (HUIZINGA, 2000, p. 12). A
isto, pode-se acrescentar representações litúrgicas e teatrais, jogos de palavras em poemas,
piadas e enigmas; guerras; imaginário popular relacionado à jogos de azar e oráculos;
conceitos de honra e coragem que os jogos (principalmente antigamente) abrangiam;
fanfarronices e astúcias relacionados ao caráter lúdico das oratórias, dentre outros possíveis
temas.
Como Jogar:
→ Cada grupo escolhe um representante-líder que vai sortear qual país o seu
grupo representará;
→ Após 2 rodadas com todos os grupos, faz-se uma pergunta difícil para
cada grupo desafiado.
Logo que o jogo ficou pronto, já tínhamos a data marcada para irmos à escola. Os
alunos entraram na sala e a encontraram-na totalmente dividida, com as demarcações que
indicavam onde cada grupo iria ficar. O lado esquerdo ficou com a Aliança e o direito com o
Eixo. E assim, deu-se inicio ao jogo.
Primeiro foi escolhido o chamado “líder” de cada grupo, sendo que tais líderes
receberam o nome do personagem histórico que comandou determinado país durante a
Segunda Guerra Mundial, como, por exemplo, Hitler que comandava a Alemanha e Stalin a
URSS. Após isso, houve o sorteio com os dados para saber quem iria começar a atacar, se a
Aliança ou o Eixo. Havia muito entusiasmo por parte dos alunos enquanto o jogo acontecia,
sendo que a professora estava sempre presente e observando, perguntando e anotando o
ocorrido. Pode-se afirmar que foi uma experiência realmente incrível.
O jogo corria muito bem, as crianças se levantavam e gritavam, mas não de uma
maneira caótica e desordenada, e sim de um jeito “lúdico”! Claramente percebíamos a
felicidade e o interesse dos alunos, que haviam entrando no “mundo lúdico” e entendido o
objetivo da atividade: a construção de saberes com o auxilio da ludicidade. À medida que
íamos perguntando e os alunos iam respondendo, era notável que eles haviam se preparado
para atividade, e que a maioria conseguia responder a pergunta por si só, e não por alguma
frase decorada do livro didático, eles estavam revendo e aprendendo.
É possível destacar, portanto, que a atividade lúdica, mais do que uma mera brincadeira, é
capaz de influenciar o processo de ensino-aprendizagem nas salas de aula, especialmente durante o
ensino de História. A monotonia, a concepção de um conteúdo ultrapassado e baseado apenas em
textos desgastantes são aspectos comumente dispensados à matéria História pelos alunos, que, sob a
rotina de uma aula que comporta tais aspectos, encaram a disciplina como algo desanimador e, muitas
vezes, “desnecessária” à sua formação.
REFERÊNCIAS
HUIZINGA, Johan. Homo Ludens. Editora Perspectivas S.A. 4ª ed. São Paulo – SP, 2000.