da disciplina de História da Filosofia Contemporânea, do 4º período de Filosofia, do Seminário Diocesano São João Maria Vianney, sob orientação do professor Dalmo Cavalcante.
PALMEIRA DOS ÍNDIOS/AL
2023.2 O Niilismo é uma concepção filosófica pautada na subjetividade do ser e que deixa as margens a fundamentação metafísica sobre a existência humana. Logo, não existem verdades que sustentem a moral, as tradições ou hábitos de uma sociedade, ou seja, não tem coisa alguma ou nenhuma certeza que possa servir como base sólida e sustentável para o conhecimento do homem, estando ele à deriva e sozinho nesse imenso mar social, sem nenhum porto para se ancorar. Segundo Friedreck Nietzsche, a ruína da interpretação acerca da moral desemboca num niilismo, que nada mais é que a perda do gosto pelo necessário e a perda da esperança de alcance da esfera dos valores, levando o ser humano a uma desilusão de sua própria vida. Ademais, o homem é convidado a perquirir o bem universal, para isso ele terá que abandonar a si mesmo e tudo aquilo que ele viveu, para assumir novos hábitos, crenças, valores que venham ser purificados e isentos de quaisquer que sejam os resquícios de pensamentos opressores. Até aqui o indivíduo é tomado por um profundo desgosto e cansaço, já que tudo o que ele vivenciou foi em vão, um desperdício de tempo e força, culpa de uma sociedade corrompida que transmitem culturas não purificadas. O pessimismo difundido veementemente por Nietzsche, caracteriza-se como “niilismo”, o qual buscava a libertação do homem dos valores predispostos na sociedade – fruto de uma investida sobretudo das religiões cristãs, que pregam a rejeição dos prazeres e o afastamento de tudo que seja de sua natureza. Isso Nietzsche chamava de “moral de rebanho”, pois, aprisionando a sociedade a uma ideia de purificação, o cristianismo conduz todos a assumirem valores padronizados por eles mesmos, até a acreditarem que sua fraqueza era, na verdade, significado de força. Nesse viés, o filósofo, a fim de superar essa cultura da padronização e dominação, propõe uma transvalorização dos valores de modo imediato, isto é, uma mudança radical dos valores, já estabelecidos por uma minoria dominante, por aqueles valores morais que são considerados proibidos de serem praticados, pois são neles que se encontram, essencialmente, a liberdade e a verdade, sendo o homem, desta forma, um “super-homem”, dono de si mesmo e capaz de afirmar a sua identidade sem amarras. Vê-se, assim, que Nietzsche realiza uma crítica ferrenha a moral e aos valores presentes na sociedade contemporânea, fundamentados na potência e na vontade de pessoas dominadoras; além de pregar a superação da cristandade.