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DO BRASIL
FACULDADE STBNB
Coordenação de
Teologia BACHAREL
EM TEOLOGIA
Filosofia da Religião
2º- Faça uma síntese das diferentes faces do ateísmo moderno, destacando a
afirmação de que o ateísmo não é uma terapia, mas uma saúde mental recuperada.
O ser humano, quase sempre, para entender e entender o mundo ao seu redor, procurou
uma resposta recorrendo aos deuses. É clássica a exortação: conhecer a ti mesmo,
encontrada em um dos frontispícios de um templo próximo a Delfos, sugerindo que o
homem não pode conhece, senão referindo a alguma extrema alteridade, algum além.
Contudo, após os efeitos e marcas que a modernidade deixou no mundo da fé,
poderíamos nos perguntar se semelhante modo de agir seria hoje validamente praticado,
ou mesmo possível de ser sugerido ao homem contemporâneo. Com a modernidade
inaugurada por Descartes, a pergunta antes dirigida aos deuses retorna ao seu emissor: o
homem. Desde então, é junto a si mesmo, tomado como sujeito, e à natureza concebida
como objetivável, que o ser humano procura encontrar sua medida e suas respostas:
Cogito ergo sum. Para os homens, desde então formados na razão e na confiança
construída sobre o valor do indivíduo e da subjetividade, as questões antes endereçadas
às religiões passam a buscar respostas no método científico. O mundo nascido das luzes
do século XVIII aprende então a desconfiar de toda explicação baseada em uma causa
transcendente, inverificável. É através do experimento que se procura, a partir daí, um
conhecimento assegurado, garantidor da objetividade através de um resultado
experimental reprodutível. Para este fim, foi necessário produzir uma enorme
uniformização do mundo acessível ao homem. Mundo que doravante vai se limitar
àqueles objetos passíveis de se ajustar às condições do modelo experimental. Esta
esquematização epistemológica produziu um enorme encurtamento das dimensões
originais da experiência humana, fazendo as experiências casuais, únicas e não
experimentalmente repetíveis, serem eliminadas da reconstrução técnica do mundo,
porquanto consideradas irracionais. O advento da Modernidade não foi um simples
momento da história humana, foi um horizonte, um modo de civilização característica,
homogênea, que se irradiou desde o ocidente, definido por oposição ao tradicional.
Assim, esta categoria afetou todos os domínios da civilização: estado, sociedade,
técnica, costumes, ideias, valores, arte, moral, religião.
3º- Dentro do que se denomina manifestação do mal, faça uma pesquisa sobre a
concepção do mal na cristandade medieval, a partir das fontes indicadas.
O cristianismo foi um enorme vetor de mudança na história humana, pois modificou
culturas, traços do imaginário, criou e transformou práticas, gerou conflitos, um vetor
que redirecionou o rumo da história, mas que acima de tudo é uma prática religiosa com
os seus próprios costumes. O cristianismo no seu processo de expansão e conquista do
território ideológico medieval usou da várias ferramentas, mas uma das principais foi a
pedagogia do medo, tal prática se aplicava no intuito de converter, de atrair para o bem
os indivíduos pertencentes a culturas distintas do cristianismo, nisto várias deidades se
tornaram demônios ou ingressaram no mosaico cultural que é a imagem do Diabo, com
isso a figura de Satã se tornou mais forte, ganhando um novo papel na história. A figura
de Satã existe desde própria criação do cristianismo, mas a sua força não se mantém a
mesma ao longo de sua história. A sua primeira
representação iconográfica é vista no século VI, mas a sua grande força ocorre nos
século XI e XII, graças ao surgimento de uma cultura escrita voltada para as
representações e práticas de Lúcifer, assim como da sua história bíblica e suas
intervenções em outras histórias. Tais escritos foram fundamentais para determinar a
atuação do Diabo e disseminar idéias bíblicas, como o Apocalipse e o Juízo final,
proporcionando uma separação entre abençoados e condenados, através de descrição de
práticas e do uso da pedagogia do medo. A proposta deste trabalho é justamente analisar
esses momentos da figura do Diabo, vendo sua evolução a partir do fator demonizador
promovido pelo cristianismo, como também da produção e da assimilação dos escritos
demonológicos que povoaram tão fortemente a mentalidade medieval e de épocas
posteriores, buscando identificar um elemento da história deste personagem, que acima
de tudo é histórico.