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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA__ VARA DO TRABALHO

DE SÃO PAULO – SP – 2ª REGIÃO – ZONA LESTE

ADEILTON OLIVEIRA DE FREITAS, brasileiro, solteiro,


motorista, filho de Francisca Maria de Oliveira, nascido em 24/02/1981, inscrito no
cadastro de pessoas físicas CPF sob o n. 304.087.498-57, PIS 1312775085-3, CTPS
057362 Série 00297/SP, residente e domiciliado na Rua Árvore do Papel, 131, Jardim
Maia, São Paulo/SP, CEP 08180-070, por seu advogado bastante procurador, vem
com o devido acatamento e respeito a presença de V.Ex.ª
, propor a presente RECLAMAÇÃO TRABALHISTA, em face de:

1 – PROMARKT TRANSPORTES LTDA, pessoa jurídica


de direito privado, devidamente inscrita no CNPJ sob o n. 04.834.478/0001-78, com
sede na Avenida Nicolas Boer, 440, Parque Industrial Tomas Edison, São Paulo/SP,
CEP: 01140-060 (1ª RECLAMADA);

2 – VIAÇÃO ESMERALDA TRANSPORTES LTDA EPP,


pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob nº 04.229.706/0001-80,
com endereço na Rua General Estilac Leal n. 1379, 1º andar, sala3, Morro do Farol,
Osasco/SP, CEP: 06180-000 (2ª RECLAMADA);

3 – BELLATUR TRANSPORTES LTDA, pessoa jurídica


de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob nº 18.172.508/0001-32, com endereço na
Rua Joaquim Ferreira da Rocha n. 360-A, Vila Itaberaba, São Paulo/SP, CEP: 02845-
000 (3ª RECLAMADA);

4 – PROMARKT SERVIÇOS EIRELI, pessoa jurídica de


direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob nº 24.104.107/0001-48, com endereço na
Avenida Francisco Matarazzo n. 1752, Agua Branca, São Paulo/SP, CEP: 05001-200
(4ª RECLAMADA), pelos motivos de fatos e direitos a seguir expostos:

Avenida Oliveira Freire, 1.843, São Paulo – SP, / (011)2033 0269 / e-mail r.menezes@aasp.org.br
1.PRELIMINARMENTE
1.1. DA COMPETENCIA DESTA JUSTIÇA
ESPECIALIZADA E DOS LOCAIS DE PRESTAÇÃO DE
SERVIÇOS DO RECLAMANTE

O Reclamante, foi admitido pela reclamada e prestava


serviços no transporte de passageiros como motorista de ônibus fretado.

A linha do reclamante, consistia e levar passageiros do


Itaim Paulista/Cohab II para Alphaville, na parte da manhã, e a tarde, trazia os
passageiros de Alphaville até a Cohab II.

Após levar o último passageiro ao seu destino, o


reclamante tinha que levar o ônibus a uma garagem no Itaim Paulista, na Zona Leste
de São Paulo, precisamente na Rua Eurípedes Fernando do Nascimento, 211-A,
CEP 08160-540, Itaim Paulista, São Paulo, SP.

Deste modo, nos termos do artigo 651, caput e § 3º, da


CLT, a competência da Justiça do Trabalho pode ser pela localidade da prestação de
serviços.

Sendo assim, este foro é competente para julgar a


presente demanda, tendo em vista que o último local de prestação de serviços do
reclamante, é de competência deste Regional.

2. DA COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA.

Consoante artigo 5º, XXXV da Carta Cidadã, como


direito de ação a ser exercido, bem como a aplicação da súmula 02 do deste E.
Regional, entende-se não ser obrigatória a submissão do processo À CCP,
requerendo assim o regular processamento da reclamatória em questão.

3. DOS FATOS

O reclamante foi admitido pela primeira reclamada em 09


de abril de 2014, na função de motorista.

O reclamante, ordinariamente, trabalhava de Segunda à


Sexta-Feira das 04:20 às 20:00/21:00 horas, sem intervalo para refeição e descanso.

Foi obrigado a pedir demissão em 01 de abril de 2015,


diante da extinção da linha em que o reclamante trabalhava, tendo sido lhe
entregue o competente aviso de dispensa, recebendo como último salário a quantia
de R$ 1.749,45 (Hum mil, setecentos e quarenta e nove reais e quarenta e cinco
centavos).

Insta destacar, que o reclamante, jamais laborou na


sede da reclamada, sempre prestando serviços em várias localidades, ou seja,
retirava e devolvia o ônibus no Itaim Paulista.

Deste modo, por entender que seus direitos trabalhistas


foram sonegados, distribuí a presente ação perante esta justiça especializada, na
tentativa de buscar o percebimento dos direitos laborais que entende lhe ser devido,
vejamos:

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4. DO GRUPO ECONÔMICO. SOLIDARIEDADE DAS
RECLAMADAS. FRAUDE CONTRA CREDORES.

Embora as reclamadas possuam CNPJ diversos, verdade


é que todas formam um só grupo econômico, coordenando atividades comerciais entre
si, com utilização dos mesmos funcionários, veículos e estrutura física.

Através da certidão da JUCESP, verificamos que o objeto


social das reclamadas é idênticos, todas laboram com transporte de passageiros e/ou
carga.

A 2ª reclamada operava dentro da sede da 1ª reclamada;


utilizando-se dos mesmos funcionários e motoristas.

Já a 3ª reclamada é empresa criada para desviar o


patrimônio da 1ª reclamada, tendo em vista a grande quantidade de execuções
propostas contra esta. Insta ressaltar que a sócia atual da 3ª reclamada, Sra.
Mariluce Domingos Silva é genitora do sócio da 1ª reclamada, Sr. Leandro
Domingos Silva, que também já foi sócio da 3ª reclamada, de 25/05/2013 a
14/07/2014, conforme demonstra a certidão da JUCESP.

A 3ª reclamada também já chegou a utilizar-se da mesma


estrutura física da 1ª reclamada, estando ambas anteriormente simultaneamente
instaladas na Rua Jubair Celestino n. 95, Presidente Altino, Osasco/SP, bem
utilizando-se dos mesmos funcionários.

A CTPS dos ex-funcionários Marcelo Rodrigues Geraldo


(extraída do Processo n.1001112-62.2013.5.02.0492) e de João Miguel da Silva
Cardoso Neto (extraída do Processo n. 00013857320155020002) demonstram a
ligação entre as empresas. Na primeira consta que o ex-funcionário fora admitido pela
3ª reclamada e a demissão foi realizada pela 1ª reclamada; já a segunda CTPS consta
que a 3ª reclamada declara como endereço o mesmo da 1ª reclamada.

Outro ponto que merece destaque é que a 1ª e 3ª


reclamadas utilizando-se do mesmo nome fantasia "LEADS", como são conhecidas
perante os clientes, conforme se constata do cartão CNPJ.

Recentemente (2016) o sócio da 1ª reclamada fez


abertura de nova empresa, a 4ª reclamada, operando no mesmo seguimento,
notadamente para desviar a entrada dos ativos financeiros, já que a 1ª reclamada é
alvo de diversas execuções trabalhistas com pedido de penhora constante em sua
conta bancária.

Excelência, todas as reclamadas tem por finalidade


precípua a organização e a concatenação de atos voltados à realização de objeto
social comum entre elas, possuem vínculo de coordenação e comunhão de interesses.

De acordo com o parágrafo 2º do artigo 2º da CLT, todas


as empresas integrantes do mesmo grupo econômico respondem solidariamente pelo
pagamento das obrigações trabalhistas. A lei trabalhista estabelece uma garantia legal
em prol da efetiva solvabilidade dos créditos trabalhistas.

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Define-se, portanto, grupo econômico à luz da legislação
trabalhista, quando uma ou mais empresas, embora tendo cada uma delas
personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de
outra (grupo econômico por subordinação).

Como se vê, a estreita interligação entre todas as


reclamadas e a inequívoca comunhão de interesses, voltada para a pulverização dos
diversos ramos de atividade econômica e a nítida intenção de ampliar os negócios,
revelam-se suficientes para o convencimento do juízo quanto à configuração de grupo
econômico.

Nesse sentido:

EMENTA. A configuração do grupo econômico no campo


do Direito do Trabalho difere dos outros ramos do Direito.
Para o Direito do Trabalho a noção de grupo econômico
dispensa formalidades próprias do Direito Comercial.
Basta a comprovação de que as empresas atuam sob
controle, direção ou administração de outra ou
mesmo em coordenação e que exploram atividade
econômica, conforme parágrafo 2º, do art.. 2º, da CLT.
A identidade de sócios ou acionistas das empresas, por si
só,não é suficiente para caracterizar o grupo econômico.
O elemento fundamental para a conclusão acerca da
existência de grupo econômica é, além da comunhão
de sócios, a identidade de objetivos, ou seja, a
existência de interesse comum que integre as
atividades das empresas e faça . AP com que atuem
de forma concertada 2438200700402001 SP 02438-
2007-004-02-00-1, 12ª TURMA, j. 30/10/2008

EMENTA. GRUPO ECONÔMICO. CONFIGURAÇÃO.


Para a configuração do grupo econômico é prescindível a
existência de relação hierárquica entre as empresas. É
necessária a existência de nexo relacional entre elas
que caracterize ingerência ou coordenação
administrativa. Presente este requisito, configurado
está o grupo econômico. 2. VÍNCULO
EMPREGATÍCIO. CONFIGURAÇÃO. Ficou comprovado
pelos elementos constantes dos autos que a relação
havida entre o reclamante e as reclamadas tratava-se de
verdadeiro vínculo empregatício, pois presentes os
elementos caracterizadores desta relação de emprego
durante todo o período laborado. Ressaiu induvidoso que
a contratação do laborista como pessoa jurídica não
passou de artifício
utilizado pelas reclamadas para mascarar a verdadeira
relação existente entre elas e o reclamante. Dessa forma,
forçoso concluir que a vinculação do reclamante com as
reclamadas, por meio do contrato de prestação de
serviços celebrado elas e o autor na condição de pessoa
jurídica visou mesmo a fraudar os direitos do trabalhador,
estando eivado de nulidade, a teor do art. 9.º, da CLT, tal
como decidido na Origem.3. Recursos

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conhecidos das reclamadas em parte e desprovidos.
TRT-10 - Recurso Ordinário : RO 376201101210000 DF
00376-2011-012-10-00-0 RO

Diante desse quadro que se emoldura, emerge


inquestionável a existência de interesse empresarial único, voltado a variados
segmentos e à obtenção de lucros; a utilização de recursos financeiros comuns e o
livre trânsito de operações entre as empresas do grupo, pressupostos que não se
coadunam com a total e irrestrita desvinculação e independência necessárias entre
elas.

Assim, entende o reclamante que tais fatos revelam-se


suficientes para o convencimento do Juízo quanto à existência de grupo econômico,
ensejando responsabilização solidária, nos moldes preconizados pelo art. 2º, § 2º,
consolidado.

5. DO MÉRITO

5.1. DA NULIDADE DO PEDIDO DE DEMISSÃO E


CONVERSÃO EM DISPENSA IMOTIVADA /
PAGAMENTO DAS VERBAS RESCISÓRIAS /
LIBERAÇÃO DAS GUIAS DE FGTS E SEGURO
DESEMPREGO

- SUCESSIVAMENTE O RECONHECIMENTO DA
RESCISÃO INDIRETA DO CONTRATO DE TRABALHO

Conforme já destacado, em 09/04/2014 o Reclamante foi


contratado pela Reclamada para exercer o cargo de motorista, trabalhando de
segunda a sexta-feira, das 04:20 as 20:00/21:00 horas, sem intervalo para refeição e
descanso.

O reclamante trabalhava transportando passageiros em


uma linha fretada, que consistia em levar passageiros da Cohab II para Alphaville, na
parte da manhã, e a tarde, trazia os passageiros de Alphaville até a Cohab II.

Ocorre que a linha que o reclamante trabalhava foi


encerrada em março de 2015.

A reclamada, obrigou o reclamante a pedir demissão, sob


a justificativa de que se não pedisse demissão, não ia receber nada a título de verbas
rescisórias, já que não havia depositado seu FGTS, bem como, não iria efetuar o
pagamento das verbas devidas.

Conforme se verifica no extrato do FGTS, da conta


vinculada do reclamante, observa-se que a reclamada nunca depositou um centavo se
quer, o que demonstra a má-fé da reclamada, sendo medida de rigor a condenação da
reclamada em todo o valor de FGTS devido ao reclamante, bem como a multa de 40%
sobre o montante apurado.

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O reclamante foi obrigado a assinar um modelo pronto de
pedido de demissão, e recebeu apenas o importe de R$ 624,76, a título de verbas
rescisórias, diante da ameaça da reclamada de que ele não iria receber nada se não
pedisse demissão.

O reclamante não pode ser responsabilizado pelo risco


do negócio, conforme foi praticado pela reclamada, que nunca depositou seu FGTS, e
na extinção da linha em que o autor trabalhava, o obrigou a pedir demissão, para não
pagar seus haveres trabalhistas.

Insta destacar, que estes fatos ocorrem frequentemente


na reclamada, pois todos os funcionários são obrigados a anotar os cartões de ponto,
de forma britânica, bem como, não integram todas as verbas na remuneração do
reclamante, e obrigam seus funcionários a pedirem demissão, fazendo-os assinarem o
pedido de demissão, sob pena de não receber nada a título de verbas rescisórias, ou
de qualquer outro tipo.

Desta forma, pelo não cumprimento das obrigações


trabalhistas (pagamento de horas extras, supressão do intervalo intrajornada, coação
do autor a pedir demissão), sob pena de nada receber a título de horas extras, ou
qualquer outro tipo de verba, requer o autor, a nulidade do pedido de demissão e a
conversão em dispensa sem justa causa, bem como, a condenação da Reclamada ao
pagamento das verbas rescisórias, como: multa de 40% sobre o FGTS, aviso prévio
indenizado, férias proporcionais + 1/3, saldo de salário, 13ª salário proporcional, multa
do artigo 467 e 477, da CLT, guias para levantamento do FGTS e Seguro
Desemprego, etc.

Isto é, esclarece o autor que o pedido decorre do assédio


moral imposto pelo preposto da Reclamada, do qual obrigou o reclamante a pedir
demissão, quando este teve que assinar um modelo pronto de pedido de demissão,
tentando ludibriar o judiciário com a alegação de pedido de demissão.

Todavia, o reclamante só assinou com medo da


aplicação da justa causa, e de nada receber a título de verbas rescisórias, com o
intuito de ludibriar o Judiciário e não pagar os haveres trabalhistas devidos ao
Reclamante.

Ademais, caso não seja este o entendimento de v.


Excelência, requer a conversão do pedido de demissão, em rescisão indireta do
contrato de trabalho, por culpa do empregador, tendo em vista, que não vinha
cumprindo com suas obrigações no contrato de trabalho.

Pois cabe ressaltar, que a Reclamada não remunera as


horas extras excedentes à jornada, não autorizava o Reclamante a usufruir de uma
hora de refeição e descanso, bem como, jamais depositou um centavo se quer, na
conta vinculada do FGTS do Reclamante.

Esse motivo, Excelência, no entender do autor já seria


suficiente para se reconhecer a rescisão indireta do contrato, na forma do artigo 483,
da CLT, razão pela qual, de forma sucessiva, requer o reclamante que seja declarado
nulo o pedido de demissão do Reclamante, e seja declarada a Rescisão Indireta do
contrato de trabalho, com a condenação da empresa ao pagamento das verbas
rescisórias, especialmente aviso prévio indenizado, saldo de salário, férias vencidas e
proporcionais mais 1/3, 13º salário proporcional, FGTS + 40%, etc.

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Deverá também efetuar a entrega das guias para
soerguimento do seguro desemprego ou a indenização sobre referido valor, bem como
o TRCT para o levantamento do FGTS, além de efetuar o pagamento da multa de 40%
sobre o saldo respectivo.

Pelo acolhimento.

6. DAS VERBAS RESCISÓRIAS

Conforme já destacado, em 01/04/2015 o Reclamante foi


obrigado a pedir demissão, onde se pede a referida nulidade do pedido, e o
reconhecimento da dispensa imotivada, e o respectivo pagamento das verbas
rescisórias, as guias para soerguimento do FGTS e habilitação no Seguro
Desemprego.

Desta forma, pelo não cumprimento das obrigações


trabalhistas (pagamento das verbas rescisórias), requer a nulidade do pedido de
demissão e o reconhecimento da dispensa imotivada, bem como, requer o autor a
condenação da Reclamada ao pagamento das verbas rescisórias, com os referidos
reflexos das verbas acima e abaixo pleiteadas, nos tópicos anteriores e a seguir, tais
como: diferenças de FGTS e multa de 40%, aviso prévio indenizado, férias vencidas e
proporcionais acrescidas de 1/3 constitucional, saldo de salário, 13ª salário
proporcional, multa dos artigos 467 e 477, da CLT, etc, referente a todo período
contratual, com a devida projeção do aviso prévio indenizado em todas as verbas, bem
como, deve ser observado as diferenças salariais de acordo com as CCTs ora
juntadas.

Requer, também, seja determinado a entrega do TRCT e


das guias CD, para soerguimento do FGTS e habilitação no Seguro Desemprego.

Pelo acolhimento.

7. DA JORNADA DE TRABALHO E DAS HORAS


EXTRAS.

O Reclamante laborava de segunda a sexta-feira das


04:20 horas às 20/21:00 horas, com apenas 20/30 minutos de intervalo para refeição e
descanso, tendo que se alimentar dentro do ônibus, pois não poderia sair do local em
que o ônibus ficava estacionado.

Não obstante a jornada acima declinada, o reclamante


em nenhum momento do contrato de trabalho recebeu corretamente pelo labor
extraordinário, isto é, pela jornada acima da oitava hora diária de trabalho e quarenta e
quatro semanal, bem como, por não usufruir integralmente do intervalo intrajornada,
conforme se verifica nos comprovantes de pagamento em anexo.

Protesta o autor, pela juntada dos cartões de ponto, e


estes sejam declarados nulo, diante da jornada britânica anotada nos referidos
cartões, bem como, caso a Reclamada não colacione os documentos solicitados,
requer a aplicação do entendimento jurisprudencial da Súmula 338, do C. TST, por
força do §2º, do artigo 74 da CLT.

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Ademais, a reclamada tinha controle da jornada de
trabalho do reclamante, pois este tinha que comparecer uma vez por semana na
garagem da reclamada, para reabastecimento e entrega dos tacógrafos, do qual
constava o horário de inicio e do fim da jornada.

Insta destacar, que o reclamante, tinha que permanecer o


dia inteiro em Alphavile, pois não podia sair de perto do ônibus, já que ficava
esperando o horário de trazer os passageiros de volta.

Ante ao exposto, requer o autor que a Reclamada seja


condenada no pagamento de horas extraordinárias que eram cumpridas sem o
respectivo pagamento, conforme art. 58 e 59, da CLT, inclusive as respectivas
incidências em verbas contratuais e verbas rescisórias, tais como aviso prévio
indenizado, férias + 1/3, 13° salário, DSR’s e FGTS + 40%, adicional noturno, com
acréscimo convencional ou da lei.

8. DAS HORAS EXTRAS INTRAJORNADA

Durante todo o pacto laboral o reclamante sempre


realizou apenas cerca de 20 minutos de intervalo para refeição e descanso, sendo
certo que muito embora tivesse uma previsão de descanso de 1 hora, não conseguia
usufruir do referido intervalo, por imposição da reclamada, já que não podia sair de
perto do ônibus, que era de total responsabilidade do reclamante.

Cabe ressaltar, que sua jornada e os locais de prestação


de serviços, eram supervisionados pelo “Sr. Kelê”Caio.

Ademais, insta destacar, que a Reclamada jamais


forneceu qualquer recibo de pagamento em favor do autor, apenas efetuava o
pagamento do piso salarial.

Com efeito, nos termos do artigo 71 da CLT, ao


trabalhador que labora por mais de seis horas diárias deve ser concedido um intervalo
de pelo menos uma hora, destinado à refeição e ao descanso e como não concedido,
deve a reclamada ser condenada ao pagamento da quantia equivalente à hora extra
integral.

Neste sentido, dispõe a recém editada Súmula nº 437 do


C. TST:

“Intervalo intrajornada para repouso e alimentação.


Aplicação do art. 71 da CLT. (Conversão das Orientações
Jurisprudenciais nºs 307, 342, 354, 380 e 381 da SBDI-1
pela Resolução nº 185/2012, DeJT 25.09.2012)
I - Após a edição da Lei nº 8.923/94, a não concessão
ou a concessão parcial do intervalo intrajornada
mínimo, para repouso e alimentação, a empregados
urbanos e rurais, implica o pagamento total do
período correspondente, e não apenas daquele
suprimido, com acréscimo de, no mínimo, 50% sobre
o valor da remuneração da hora normal de trabalho
(art. 71 da CLT), sem prejuízo do cômputo da efetiva
jornada de labor para efeito de remuneração.

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II - É inválida cláusula de acordo ou convenção coletiva
de trabalho contemplando a supressão ou redução do
intervalo intrajornada porque este constitui medida de
higiene, saúde e segurança do trabalho, garantido por
norma de ordem pública (art. 71 da CLT e art. 7º, XXII, da
CF/1988), infenso à negociação coletiva.
III - Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71,
§ 4º, da CLT, com redação introduzida pela Lei nº 8.923,
de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou
reduzido pelo empregador o intervalo mínimo intrajornada
para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no
cálculo de outras parcelas salariais.
IV - Ultrapassada habitualmente a jornada de seis horas
de trabalho, é devido o gozo do intervalo intrajornada
mínimo de uma hora, obrigando o empregador a
remunerar o período para descanso e alimentação não
usufruído como extra, acrescido do respectivo adicional,
na forma prevista no art. 71, caput e § 4º da CLT.” (grifo
nosso).

Portanto, deverá ser utilizado como base de cálculo das


horas extras, os salários determinados na CCT da categoria dos Comerciários, ora
juntada, bem como, a aplicação do adicional de 60%.

Caso não seja este o entendimento de v. Excelência,


quanto à aplicação da CCT dos Comerciários, deverá ser aplicado o adicional previsto
em Lei.

Assim, requer o autor a condenação da Reclamada ao


pagamento de uma hora extra diária pela supressão do intervalo legal, durante todo o
período contratual, com o respectivo adicional, bem como os seus reflexos nas demais
verbas salariais, tais como, 13º salário, férias acrescidas de 1/3, FGTS + 40%, DSR’s,
aviso prévio indenizado, verbas rescisórias, com acréscimo convencional ou da lei,
etc., bem como, deverá ser observada as diferenças salariais.

Pela procedência do pedido.

9. DA CESTA BÁSICA

Ressalta que a Reclamada não cumpriu a cláusula 6º, da


Convenção Coletiva de Trabalho, pois não concedeu ao Reclamante nos últimos 6
meses a cesta básica mensal, todavia efetuava desconto em seus proventos a título
de cesta básica, configurando desconto indevido e enriquecimento sem causa.

10. DO VALE REFEIÇÃO

Não obstante, descumpriu em todo período laborado a


Convenção no tocante ao fornecimento de vale refeição com valor diário de R$ 14,50
(Atual), implantado a partir de 1/07/2014. Destarte requer o pagamento na audiência
inaugural.

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11. DA PLR – INTEGRAL

O reclamante, durante todo o pacto laboral, jamais


recebeu qualquer pagamento a título de PLR, ao qual faz jus.

Conforme se verifica na cláusula de PLR na CCT


2014/2015, Cláusula 03ª, o reclamante faria jus ao recebimento das parcelas de PLR.

No entanto, até o presente momento o reclamante não


recebeu o pagamento das referidas parcelas de PLR.

Deste modo, verifica-se, que o reclamante faz jus ao


recebimento integral da PLR, do qual não recebeu durante o contrato de trabalho.

Pela procedência.

12. DOS DANOS MORAIS

Conforme se depreende das irregularidades praticadas


pela reclamada, verifica-se a prática de diversos atos ilícitos que configuram o dano
moral contra o reclamante, em virtude dos abusos, má-fé, locupletamento ilícito, sendo
que estas atitudes praticadas pela Reclamada, não geraram apenas o dano de ordem
material, mas atingiu a intimidade, causando uma grande depressão e
constrangimento.

Ora, ínclito julgador, o reclamante após diversos meses


de trabalho nada recebeu, estando passando atualmente por diversas dificuldades
pela ausência de pagamentos, chegando ao absurdo de não possuir condições
financeiras de sequer se alimentar, pois não recebeu as verbas que faria jus.

Neste sentido, dispõe Sérgio Cavalieri Filho:

“O dano moral é aquele que atinge os bens da


personalidade, tais como a honra, a liberdade a saúde e
a integridade psicológica, causando dor tristeza, vexame
e humilhação a vitima (...) Também se incluem nos novos
direitos da personalidade os aspectos de sua vida
privada, entre eles a sua situação econômica financeira
(...)(Programa de Responsabilidade Civil, Editora
Malheiros, SP, 7ª Edição, 2007) ”

Ainda segundo a lição do Mestre Yussef Said Cahali:

“Dano moral é a privação ou diminuição daqueles bens que tem


um valor precípuo na vida do homem e que são a paz, a
tranquilidade de espírito, a liberdade individual, a integridade
individual, a integridade física, a honra e os demais sagrados
afetos, classificando-se desse modo, em dano que afeta a
parte social do patrimônio moral (honra, reputação etc.) e dano
que molesta a parte afetiva do patrimônio moral (dor, tristeza,
saudade etc.), dano moral que provoca direta ou indiretamente
dano patrimonial (cicatriz deformante) e dano moral puro (dor,
tristeza etc.)”.

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Por tais apontamentos, entende-se demonstrado o dano
moral praticado e o dever de reparação, na medida em que o reclamante encontra-se
atualmente com diversas dívidas, sujeito à corte de água e luz em sua residência,
tendo que se humilhar e socorrer de empréstimos à familiares enquanto espera a “boa
vontade” da empresa em realizar os pagamentos.

A conclusão é de que o procedimento adotado pela


reclamada provocou angústia e humilhação, ocasionando lesão de cunho moral que
enseja a devida reparação, na forma dos artigos 5º, incisos V e X, da Constituição
Federal e 186, 187, 927 e 932, inciso III, do Código Civil.

Essa é a razão pela qual a Constituição Federal trata a


proteção do salário como direito fundamental e considera criminosa a sua retenção
dolosa (art. 7º, X).

Assim decidem os Tribunais Trabalhistas:

NÃO QUITAÇAO DOS HAVERES RESCISÓRIOS -


DANO MORAL CONFIGURADO - Esta E. Turma, em sua
composição majoritária, entende que o abalo moral, em
casos como o presente, é presumido e decorrente da
extensão da conduta irregular. Com efeito, o empregador
deixou deliberadamente de quitar as verbas rescisórias
devidas ao trabalhador no momento da extinção do pacto
empregatício; Além disso, com sua omissão, impediu-lhe
o saque de verbas fundiárias e percepção de seguro-
desemprego, o que, necessariamente, frustrou a
programação orçamentária de sua família, que se viu em
dificuldades financeiras para honrar os compromissos
assumidos. Reconhece-se o dano moral passível de
indenização. (TRT 09ª R. - RO 558-45.2011.5.09.0863 -
Rel. Ubirajara Carlos Mendes - DJe 07.06.2013 - p. 399)

DANO MORAL POR AUSÊNCIA DE REGISTRO - O


trabalhador sem registro fica marginalizado do mercado.
Não contribui para a previdência e não é incluído no
FGTS e programas governamentais. Tem dificuldade de
abrir ou manter conta bancária, obter referência, crédito
etc, ficando em situação de permanente insegurança e
desrespeito. Só o registro pela via judicial não é suficiente
para reparar as lesões decorrentes dessa situação
adversa, em que o trabalhador permanece sem registro,
como "clandestino" em face do mercado de trabalho, à
margem do aparato protetivo legal e previdenciário. In
casu, sem identidade como trabalhador, o reclamante
teve negada sua existência perante o mundo do trabalho.
Durante toda a relação viu-se submetido a humilhante
anonimato, negado pela empresa que lhe recusou a
identificação funcional. A língua espanhola registra o
verbo ningunear, na acepção de "aniquilar, tornar
ninguém". A ausência deliberada do registro, apelidada
de informalidade, é sinônimo de nulificação, negação não

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apenas de direitos básicos mas da própria pessoa do
trabalhador, traduzindo-se em exclusão social. Devida a
indenização por dano moral. Recurso ordinário da
reclamada ao qual se nega provimento. (TRT 02ª R. - RO
00012116120125020037 - (20131362130) - 4ª T. - Rel.
Juiz Ricardo Artur Costa e Trigueiros - DOE/SP
10.01.2014)

Por tais apontamentos espera a condenação da


reclamada no pagamento da quantia de R$10.000,00 (dez mil reais) a título de
indenização pelos danos morais sofridos pelo reclamante.

13. DOS DESCONTOS INDEVIDOS

A Reclamada também infringiu o artigo 462 da CLT, uma


vez que vem efetuando descontos indevidos à título de Contribuição Assistencial e
Contribuição Sindical do salário do Reclamante que jamais foi filiado ao sindicato, pois
tal contribuição tem natureza tributária, e sendo assim é de competência exclusiva da
União, como prevê o artigo 149 da Constituição Federal, e ainda podemos citar o
Precedente Normativo 119 do T.S.T. (Res. TST 82/98, DJU, 20 agosto 1998).

Tanto a Contribuição Confederativa quanto a Assistencial


distinguem-se da Contribuição Sindical, eis que não possuem natureza tributária.
Nesse sentido vem entendendo o Supremo Tribunal Federal (STF 2ª Turma, RE
198.092, 170.439, 193.972, in Boletim Informativo do STF, agosto/96 DJU
04/09/96) .

Convém salientar que o TRT/SP - 2.ªRegião também


assumiu posição favorável, tendo em vista acórdão proferido no sentido de que deve
haver a restituição de descontos efetuados à título de contribuição assistencial
juntamente com seus acréscimos legais, sendo esses somados à condenação. Sendo
assim, demonstra-se:

“ACORDAM os juízes da 8.ª TURMA do Tribunal


Regional do Trabalho da Segunda Região em: por
unanimidade de votos, dar provimento parcial ao
recurso para acrescer à condenação a restituição dos
descontos efetuados a título de “contribuição
assistencial”, com os acréscimos legais. No mais,
manter o decidido, por seus próprios e jurídicos
fundamentos, inclusive o valor arbitrado à
condenação. – São Paulo, 31/05/2007 – Iara Ramires
da Silva de Castro (Presidente) – Ana Maria Moraes
Barbosa Macedo (Relatora)”
PROCESSO TRT/SP Nº 02248200500302006 -
RECURSO ORDINÁRIO – “... 2 – Da contribuição
assistencial (...) considero válida a pretensão nos
moldes formulada, já que possibilitaria ampla defesa.
A empresa-ré, contudo, não apresentou qualquer
justificativa para os descontos efetuados. A
intangibilidade salarial assegurada por preceito
constitucional (art. 7º, VI, da CF) restou violada na
hipótese, impondo-se a restituição dos valores

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descontados, com os acréscimos legais. Reformo o
decidido. Ante o exposto, DOU PROVIMENTO
PARCIAL ao recurso para acrescer à condenação a
restituição dos descontos efetuados a título de
"contribuição assistencial", com os acréscimos
legais. No mais, mantenho o decidido, por seus
próprios e jurídicos fundamentos, inclusive o valor
arbitrado à condenação”. -ANA MARIA MORAES
BARBOSA MACEDO - Juíza Relatora - ORIGEM: 03ª
VT/SÃO PAULO.

Em decorrência do acima exposto, são ilícitos os


descontos procedidos no salário do Reclamante, devendo a Reclamada restituí-los
atualizados e corrigidos, ainda que tenha sido repassado ao sindicato.

14. DA MULTA DOS ARTIGOS 467 e 477, §8º A CLT.

Requer o autor a condenação do Reclamado no


pagamento da multa celetista prevista no artigo 477, §8º; isto porque, uma vez
demonstrado vínculo empregatício e o atraso no pagamento das verbas rescisórias,
resta claro que os direitos trabalhistas que o autor faz jus não foram observados,
implicando por conseguinte o pagamento das multas suscitadas, já que suas
aplicações decorrem simplesmente da ausência de pagamento no prazo do artigo 477,
§6º, da CLT, das verbas decorrentes da cessação do contrato.

Crave-se que a sentença apenas declara o fato e os


efeitos que ordinariamente deveriam ter sido produzidos, caso a Reclamada tivesse
respeitado o direito posto, pelo que, o não pagamento no prazo correto das verbas
rescisórias enseja a aplicação da multa do artigo 477, § 8º, da CLT.

Ressalte-se, ainda, que o C. TST, através da resolução


163 de 20.11.2009 revogou a OJ 351 da SBDI-1, razão pela qual a existência de
controvérsia não afasta o direito do recebimento da multa do artigo 477, da CLT, pois
pelo contrário seria “data venia” desprezar a atividade legislativa.

Ademais, admitir-se o contrário seria estimular o


empregador a sonegar títulos devidos, contando com a probabilidade de não ser essa
versão submetida ao crivo do Judiciário.

Requer ainda a aplicação da multa estipulada no artigo


467 da CLT, tendo em vista as verbas incontroversas que foram suprimidas pela
Reclamada.

Pela imputação das penalidades invocadas.

15. DOS ENCARGOS PREVIDENCIÁRIOS E FISCAIS.

As lesões de direitos sofridas importaram em outra lesão,


qual seja, o acúmulo dos créditos ora pleiteados, com o pagamento devendo ocorrer
em uma única oportunidade.

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Em relação ao encargos previdenciários e fiscais,
entende não ser de sua responsabilidade, uma vez ter sido o reclamado responsável
pelo inadimplemento destas obrigações sociais. Foi ele quem não pagou, deixando de
tomar as providências legais à época oportuna. A retenção salarial dos encargos
previdenciários só é possível na época própria do recolhimento, desabonando o
empregado pela sua ausência em tempo oportuno.

Quanto ao Imposto de Renda, também é do reclamado


este encargo, visto que se tivessem sido feitos os recolhimentos mês a mês,
certamente a faixa de contribuição seria mínima.

Assim, a incidência do encargo pela soma globalizada


das parcelas da ação, ou seja, o volume pecuniário das parcelas da ação provocaria a
incidência da faixa máxima de contribuição, não sendo crível ser-lhe repassado o
efeito da inadimplência de seu empregador.

Ainda assim, caso não seja este o entendimento de


Vossa Excelência, o que não acredita e admite-se apenas pelo princípio da
eventualidade, sendo atribuído ao reclamante a responsabilidade na retenção dos
encargos previdenciários e fiscais, requer seja o montante acrescido no valor final da
condenação a título de indenização, ou sua incidência apenas em relação aos valores
mensais, ou seja, individualizados, de sorte a corresponder ao quantum que deveria
ter sido auferido mensalmente, responsabilizando o reclamado pelas diferenças que o
acúmulo ocasionou.

Neste sentido, a Lei 8.218/91, mais precisamente em seu


artigo 27, dispõe que o valor pago em razão de disputa judicial é considerado líquido
para efeitos da incidência da alíquota devida ao imposto de renda.

Ademais, cabe ao reclamado o recolhimento dos


encargos previdenciários e fiscais, sendo devido ao reclamante o valo total do cálculo
de liquidação de sentença.

Sucessivamente, requer, a aplicação da Instrução


Normativa 1127/2011, bem como a aplicação da OJ º. 400 do SDI – 1 do C. TST, com
relação a exclusão dos juros de mora da base de cálculo do imposto de renda.

Pela procedência do pedido.

16. DA FORMA DE ATUALIZAÇÃO DO DÉBITO


TRABALHISTA.

As parcelas deferidas na presente ação terão de sofrer


atualização monetária segundo o percentual devido no próprio mês da prestação do
serviço, afastando a possibilidade de atualização no mês seguinte ao do vencimento.

Já em relação à correção monetária, requer seja


aplicada a forma disposta na tabela da APEJUST, sendo os juros legais na base de
1% (um por cento) ao mês, de forma capitalizada.

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17. DAS PERDAS E DANOS – DOS HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS.

Sobre o pleito em questão, deve ser relevado que os


pedidos que envolvem a presente demanda, são matérias de direito, que não
necessitava socorrer-se ao Judiciário para serem reconhecidas.

Entretanto por ato exclusivo da Reclamada que não vêm


cumprindo suas obrigações, a reclamante é obrigada à socorrer-se desta D.
Especializada para tentar ver reconhecidos seus direitos.

Outrossim, é pacífico em nossa doutrina e Tribunais que


sua reparação deve ser total.

Com efeito, os Princípios do Acesso à Justiça, da ampla


defesa e do contraditório (artigo 5o, incisos XXXV e LV da Constituição Federal)
pressupõem a defesa técnica do trabalhador, por profissional qualificado, não sendo
possível restringir o direito do mesmo em optar pela nomeação de advogado
particular, nos termos do art. 133 da Carta Magna. Em que pese a inaplicabilidade do
princípio da sucumbência e a possibilidade do "jus postulandi" no Processo do
Trabalho, a condenação em honorários advocatícios tem amparo no princípio da
restituição integral, expresso nos artigos 389, 404 e 944 do Código Civil. Além disso, a
Lei 10.288/2001 revogou o art. 14 da Lei 5584/70, não havendo óbice legal para a
condenação em honorários advocatícios, nos casos em que o reclamante não estiver
assistido pelo sindicato, nos termos da Lei 10.537/2002, que acrescentou o parágrafo
3º ao art. 790 da CLT

Outrossim, não se argumente que tal medida encontra


óbice no artigo 791 da C.L.T., porquanto esta norma tem natureza processual,
enquanto o fundamento aqui evocado tem caráter de direito material. Nesta estrada,
não mais colhe eficácia, data venia, o ultrapassado entendimento sumulado pelo
Tribunal Superior do Trabalho em matéria de honorária neste ramo do Judiciário
(súmulas 219 e 329).

Não importa, pois, a faculdade do jus postulandi, e


tampouco a sucumbência processual funciona como elemento condicionante da
atribuição da indenização suso referida.

Alerta-se por fim, que o crédito pleiteado destina-se a


reclamante, não ao patrono, não se aplicando a disposição da Lei 8906/94 (artigo 23),
que permite sua execução autônoma. Constitui-se parcela do crédito da autora, na
reparação do dano original, devendo a ela ser liberada, oportunamente.

Nesse sentido, nada mais justo que o pagamento das


verbas aqui pleiteadas abarque a importância que a autora teria que dispor para
usufruir um direito que de antemão lhe era garantido.

Ademais, não o há que se falar em óbice oposto pelo


artigo 791 da CLT, vez que esta norma possui natureza processual, enquanto que o
alicerce do artigo 404 do Código Civil tem natureza material, em especial perdas e
danos.

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Nunca é demais lembrar que os pedidos pleiteados na
presente demanda possuem natureza alimentar, devendo portanto, ser satisfeitos pelo
seu valor real, diga-se valor total.

E por fim, não podemos deixar de ressaltar que a


pretensão ora formulada não encontra óbice nas Súmulas 219 e 329 do C. TST, seja
pelo fato de ambas terem sido editadas respectivamente nos distantes anos de 1985 e
1993 ou ainda, por não estarem sendo acolhida pelas atuais decisões proferidas pelos
nossos Tribunais.

Considerando tudo isso, requer o reclamante a


condenação da reclamada no pagamento de honorários advocatícios na ordem de
30%, com fundamento no artigo 404 do Código Civil.

18. DA JUSTIÇA GRATUITA.

Requer ainda, com fulcro na Lei 1060/50, a concessão


do benefício da Assistência Judiciária gratuita, por ser o Reclamante pessoa pobre na
acepção jurídica do termo (declaração de situação econômica em anexo).

19. Por tais irregularidades, o reclamante passou a


fazer jus às seguintes verbas:

Nestes termos, demonstradas as irregularidades


praticadas pela reclamada, o reclamante passou a fazer jus as seguintes verbas:

Reconhecimento da Existência de Grupo Econômico Inestimável


Declaração de nulidade do pedido de demissão Inestimável
Saldo de Salário à Calcular
Aviso Prévio à Calcular
13º Salário proporcional à Calcular
Férias integrais + 1/3 à Calcular
Diferenças de FGTS + 40% à Calcular
Cesta Básica à Calcular
Vale Refeição à Calcular
PLR à Calcular
Multa dos artigos 467 e 477 da CLT à Calcular
Horas Extras Regulares à Calcular
HorasExtras - Horário de Intervalo à Calcular
Reflexos de horas extras nas demais verbas à Calcular
Ressarcimento de descontos indevidos à Calcular
Indenização por danos morais R$10.000,00

Total Geral À CALCULAR

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20. DOS PEDIDOS

Diante do exposto, pleiteia o Reclamante a procedência


da Reclamação Trabalhista, e condenar as Reclamadas ao pagamento das seguintes
verbas:

1) Seja declarada a competência de foro, tendo em vista que o último local de


prestação de serviços pertence a esta Regional, conforme fundamentação supra;

2) O reconhecimento da existência de grupo econômico, condenando-se as


reclamadas solidariamente ao pagamento de todas as verbas atinentes ao contrato de
trabalho do reclamante;

3) Seja declarada a nulidade do pedido de demissão, declarando, outrossim, a


existência de dispensa imotivada;

4) Sejam as reclamadas condenadas, solidariamente, ao pagamento das verbas


rescisórias de direito do reclamante, com projeção do Aviso Prévio, a saber: Saldo de
salário, Aviso Prévio, Férias integrais + 1/3 constitucional, 13º Salário proporcional,
Diferenças de FGTS não depositados, Multa de 40% sobre todo o valor de FGTS,
Horas extras Regulares, Horas

8) Diferenças de 13º salário pago, e 13º salário proporcional com integração das
diferenças salariais, horas extras, projeção do aviso prévio indenizado e reflexos das
demais verbas salariais pleiteadas;

9) Férias vencidas + abono de 1/3, com integração das diferenças salariais e horas
extras;

10) Férias proporcionais + abono de 1/3, com integração das diferenças salariais,
horas extras e projeção do aviso prévio indenizado;

11) Entrega do TRCT e das guias de levantamento do FGTS e do Seguro


Desemprego;

12) A condenação das Reclamadas, ao pagamento de Indenização do Seguro


Desemprego, na impossibilidade de habilitação do Reclamante;

13) Multa de 40% sobre o FGTS depositado;

14) Diferenças de FGTS não depositado com multa de 40%;

15) Horas extras intervalo e reflexos;

16) DSR’s sobre as horas extras intervalo;

17) reflexos das horas extras intervalo no 13º salário, férias + 1/3, FGTS + 40% e
aviso prévio, e demais verbas salariais;

18) Horas extras pelo labor em domingos e feriados e reflexos;

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19) DSR’s sobre as horas extras no labor em domingos e feriados;

20) reflexos das horas extras pelo labor em domingos e feriados no 13º salário, férias
+ 1/3, FGTS + 40% e aviso prévio, e demais verbas salariais;

21) Pagamento de cesta básica e vale refeição, nos termos da fundamentação supra;

22) Pagamento de PLR, conforme fundamentação retro;

23) A condenação das reclamadas, ao pagamento do dano moral na forma da


fundamentação;

24) A condenação das reclamadas, ao pagamento das multas previstas no artigo 477
e 467 da CLT;

25) Pagamento de multas normativas, nos termos da fundamentação supra;

26) A condenação das reclamadas, ao pagamento do INSS empregado, bem como


seja excluído da base de cálculo do IR os juros de mora, conforme fundamentação;

27) A condenação das reclamadas, ao pagamento de honorários advocatícios;

28) A atualização do débito trabalhista, nos termos da fundamentação;

29) O deferimento da justiça gratuita;

30) A condenação das reclamadas ao pagamento das custas processuais;

31) Que sejam expedidos ofícios aos órgão competentes, a critério deste Douto Juízo.

32) Os pedidos serão liquidados em regular execução de sentença.

21. DOS REQUERIMENTOS FINAIS.

Diante do exposto, requer digne-se Vossa Excelência,


em mandar notificar os Reclamados nos endereços descritos no preâmbulo da
Exordial, de todos os termos da presente Reclamatória, para que compareça à
audiência que for designada por esta MM. Vara do Trabalho, nela apresentando,
querendo, a defesa que tiver, sob pena de revelia e de serem presumidos como
verdadeiros os fatos articulados pelo Reclamante.

Requer o reclamante sejam juntados aos autos pela


Reclamada as fichas de registro e financeiras, cartões ou livro de ponto reais,
comprovantes do recolhimento do FGTS em conta vinculada, sob as penas do art. 22
da Lei 8.036/90, tudo sob penas do art. 9º da CLT e 359 do CPC.

Pretende provar o alegado por todos os meios de provas


em direito admitidos, especialmente, pelo depoimento pessoal do Reclamado, sob
pena de confesso, oitiva de testemunhas, documentos ora anexados, juntada de
novos documentos, que ficam desde já requeridas.

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Requer que, ao final, seja a presente Reclamatória
julgada totalmente procedente, condenando-se o Reclamado ao pagamento de todas
as verbas pleiteadas, com a devida atualização monetária, juros, honorários
advocatícios, custas processuais e demais cominações legais.

Outrossim, requer sejam as futuras notificações e


intimações efetivadas exclusivamente em nome do advogado REINALDO
SOARES DE MENEZES JUNIOR – OAB/SP 250.275 e MARCIO FERNANDO DO
NASCIMENTO – OAB/SP 291.457, ou encaminhadas, também exclusivamente,
para o endereço abaixo indicado, anotando-se na capa dos autos para todos os
fins de Direito, especialmente aqueles previstos no inciso II do Artigo 39 do CPC.

Avenida Oliveira Freire, nº 1.483, Sobreloja


São Paulo - SP.

Atribuí-se à causa, para fins de alçada, o valor de


R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais).

Termos em que,
Pede deferimento.

São Paulo, 30 de março de 2017.

Marcio Fernando do Nascimento


OAB/SP 291.457

Reinaldo Soares de Menezes Junior


OAB/SP 250.275

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