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TRABALHO TRIMESTRAL DE LÍNGUA PORTUGUESA

Profª. Ana Maria Bertini Mardegan


NOME: Laura Rocha, Luiza Furtado, Nicolle Fernandes,
Sophia Fontoura

DATA: 2º trimestre/ 2023 – 2ºAno B Ensino Médio


VALOR: 7,0 pontos NOTA: ______
Instruções:
• Este trabalho deverá ser realizado em grupos de até quatro (4) pessoas.
• Apenas o exemplar com o nome de todos os membros do grupo será corrigido pelo professor.
• Todos os outros membros do grupo deverão ter todas as respostas devidamente preenchidas em
suas respectivas folhas.
• As respostas de um grupo não poderão ser iguais às de outro grupo.
• Cuidado especial com a ortografia, pontuação, letras maiúsculas e minúsculas.
• O não cumprimento dessas exigências penalizará os estudantes em metade da nota.

Leia um trecho da poesia “Navio Negreiro” para responder às questões que se seguem.

Texto I: Navio Negreiro


Castro Alves
Era um sonho dantesco... o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho. No entanto o capitão manda a manobra,
Em sangue a se banhar. E após fitando o céu que se desdobra,
Tinir de ferros... estalar de açoite... Tão puro sobre o mar,
Legiões de homens negros como a noite, Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
Horrendos a dançar... "Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
Fazei-os mais dançar!..."
Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas E ri-se a orquestra irônica, estridente. . .
Rega o sangue das mães: E da ronda fantástica a serpente
Outras moças, mas nuas e espantadas, Faz doudas espirais...
No turbilhão de espectros arrastadas, Qual um sonho dantesco as sombras voam!...
Em ânsia e mágoa vãs! Gritos, ais, maldições, preces ressoam!
E ri-se Satanás!...
E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais ...
Se o velho arqueja, se no chão resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais...

Presa nos elos de uma só cadeia,


A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!
01.O trecho anterior pertence à parte IV de “O navio negreiro”, obra pertencente a terceira fase romântica.
O que essa parte da obra descreve?
Essa parte da obra descreve situação desumana dos escravos transportados no navio negreiro no período
colonial, apontando o sofrimento daquelas pessoas, que eram açoitadas, passavam fome é enfrentavam
condições precárias.

02.Por duas vezes o poeta se refere à cena descrita como “um sonho dantesco”. O que significa essa
expressão? Explique.
A obra “Divina Comédia”, descreve o sofrimento das almas no inferno, dessa forma, Castro Alves ao referir-
se a cena no navio negreiro como um “sonho dantesco”, está comparando a situação desumana dos
escravos com àquela do inferno de Dante.

03.O poeta baseia o tom emocional do poema em muitos recursos expressivos, dos quais o mais frequente
é a metáfora. Destaque as metáforas da terceira estrofe e explique-as.
A “orquestra irônica” é uma metáfora referente à comemoração dos colonizadores que chicoteavam os
escravos, rindo da dor destes. A “serpente” é uma metáfora para os chicotes que rodavam no ar fazendo
espirais.

04.A poesia de Castro Alves é um exemplo de o que se chama linguagem plástica, isto é, aquela que
consegue efeitos surpreendentes pelo uso da cor, das formas e do movimento. Destaque do texto:

a) imagens referentes à cor e luz.


“Avermelha”e “bocas pretas”: imagens referentes à cor
“Brilho” e “luzernas” : imagens referentes à luz.

b) imagens referentes a formas e movimentos.


“A serpente faz doudas espirais”, “estalar do açoite”, “horrendos a dançar”, “a multidão faminta
cambaleia” e “as sombras voam”.

TEXTO II: Leia o trecho a seguir retirado da parte VI do texto “O navio negreiro”, obra citada no
exercício anterior.

Existe um povo que a bandeira empresta


P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!...
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?
Silêncio. Musa... chora, e chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto! ...

Auriverde pendão de minha terra,


Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança...
Tu que, da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!...
01.A forma como essas estrofes são escritas, com oito versos decassílabos, lembra-nos de uma outra obra
já estudada por vocês no Classicismo português. Que obra é essa?
A obra do Classicismo português de semelhante forma é “Os Lusíadas” de Camões.

02. Assim como a obra citada na questão anterior, “Navio negreiro” também é considerada uma epopeia.
Em que elas se assemelham para serem consideradas epopeias?
Ambas as obras se assemelham para serem consideradas epopeias uma vez que são longos poemas épicos
escritos com oito versos decassílabos, com uma estrutura fixa.

03.UNESP – 07/2004) Nessas estrofes que encerram o poema de Castro Alves, o poeta (enunciador do
texto) mantém um tom de indignação diante do que vê, qual seja, a cena de negros sendo transportados
desumanamente em um navio para serem vendidos como escravos.
a) Na 1.ª estrofe, quais são as duas palavras por meio das quais o enunciador caracteriza a cena que vê?
Na primeira estrofe, as palavras usadas pelo autor para caracterizar a cena que vê são “infâmia” e
“cobardia”.

b) Ainda na 1.ª estrofe, por que o enunciador se refere à bandeira? Por que motivo a caracteriza como
manto impuro de bacante fria, no 4.º verso dessa mesma estrofe?
O autor fala da bandeira para se referir à nação, de forma negativa e denunciando a escravidão e àqueles
que eram a favor de tal condição. Ele também se refere à bandeira no quarto verso da primeira estrofe
como “manto impuro de bacante fria” pois a compara com a vestimenta de uma meretriz, que assim como
a bandeira, veste alguém cuja a personalidade é fria e impiedosa na opinião do autor. Toda essa visão
negativa do autor sobre a nação se dá devido à escravidão lá presente.

04.Explique o significado deste verso: “manto impuro de bacante fria.


Nesse verso o autor compara a bandeira com a vestimenta de uma meretriz impura e fria. Isso porque,
para o poeta, a bandeira representa a nação, e a nação é vista por ele de forma negativa por causa da
escravidão presente no país.

05. Que figura de linguagem é utilizada pelo poeta no 2.º verso da 2ª estrofe? Em que consiste essa figura?
A figura de linguagem utilizada no 2º verso da 2º estrofe é a aliteração. A aliteração ocorre quando há a
repetição de fonemas consonantais. No caso da frase “A brisa do Brasil beija a balança.” acontece a
repetição do fonema B. Outra figura de linguagem que pode ser identificada na frase é a personificação,
que consiste na atribuição de características, sentimentos e emoções humanas para objetos inanimados
ou animais. Isso porque beijar e balançar são atitudes humanas conferidas à “Brisa do Brasil”.

06.Nos versos 5 e 6 da segunda estrofe temos um caso de inversão. Coloque-os na ordem direta.
A frase ficaria: “Da liberdade após a guerra, tu que foste hasteado na lança dos heróis”.

07.A quem se refere o pronome tu presente nos versos da questão anterior?


O pronome “tu” nesse verso se refere à bandeira visto que os termos “Pendão” e “Estandarte” citados
antes na mesma estrofe são sinônimos de bandeira, e posteriormente cita que a figura cujo o pronome se
refere foi hasteado dos heróis na lança.

Texto III

Sabendo que “A cigarra e a formiga é o título de uma fábula e o cartum acima se intitula “Fábulas dos
anos 90”, a que segmento da sociedade podemos associar os personagens da cigarra e da formiga?
No contexto da sociedade atual, a formiga remete aos trabalhadores e aposentados e a cigarra aos
governantes. Na fábula, a cigarra passa seu tempo cantando e a formiga trabalhando duro, ou seja, remete
a realidade da burguesia e proletariado.

Analise o cartum para responder à questão a seguir: Texto IV

Gênero textual define-se como composições socialmente estáveis que tem o objetivo de passar
determinadas informações. Cada gênero textual tem peculiaridades que variam de acordo com seus
objetivos (informar, criticar, convencer, relatar...), com seu público-alvo (adultos, crianças, escritores,
professores...), com seu canal de veiculação (mídia impressa, revistas on-line...) e assim por diante. Para
atingir seus objetivos, os gêneros textuais podem utilizar tanto a linguagem verbal quanto a não verbal.
Sobre o cartum apresentado, assinale a alternativa que identifique, corretamente, as características desse
gênero, seu objetivo e a linguagem predominantes.

Características Objetivo Linguagem


a) Desenho humorístico ou caricatural, espécie de anedota gráfica que Criticar Não verbal
satiriza comportamentos humanos.
b) Desenho humorístico, com ou sem legenda ou balão, que tem por Informar Verbal
tema algum acontecimento atual, que comporta crítica e focaliza, por
meio de caricatura, uma ou mais personagens envolvidas.
c) Segmento de história em quadrinhos, apresentado em jornais ou Ironizar Verbal e não
revistas numa só faixa horizontal. verbal
d) Desenhos em sequência, inicialmente sobre cartão e depois em Entreter Verbal
papel ou afim, em preto ou em cores, para fins caricaturais ou
humorísticos de amplo espectro de percepção e aceitação.
e) Narração de particularidade curiosa ou jocosa que acontece à Comover Não verbal
margem dos eventos mais importantes, e por isso pouco divulgada,
de uma determinada personagem ou passagem histórica.
Letra C é a correta!

Observe a tabela a seguir: Texto V

Associando o volume de bebida e a quantidade de cafeína contida em cada tipo de bebida, qual a
que contém mais cafeína e qual a que contém menos cafeína?
De acordo com a tabela, a bebida que contém mais cafeína é o café da expresso e a que contém menos é
o chá de camomila.

Texto VI - SAIBA

(Compositor Arnaldo Antunes interpretada pela cantora e compositora Adriana Calcanhoto.)

Todo mundo foi neném


Einstein, Freud e Platão também
Hitler, Bush e Sadam Hussein
Quem tem grana e quem não tem...

Saiba!
Todo mundo teve infância
Maomé já foi criança
Arquimedes, Buda, Galileu
E também você e eu...

Saiba!
Todo mundo teve medo
Mesmo que seja segredo
Nietzsche e Simone de Beauvoir
Fernandinho Beira-Mar...

Saiba!
Todo mundo vai morrer
Presidente, general ou rei
Anglo-saxão ou muçulmano
Todo e qualquer ser humano...

Saiba!
Todo mundo teve pai
Quem já foi e quem ainda vai
Lao, Tsé, Moisés, Ramsés, Pelé
Ghandi, Mike Tyson, Salomé...

Saiba!
Todo mundo teve mãe
Índios, africanos e alemães
Nero, Che Guevara, Pinochet
E também eu e você
E também eu e você
E também eu e você...

11) Qual a intenção do eu lírico ao iniciar o primeiro verso de cada estrofe com a forma imperativa: SAIBA?

O eu lírico inicia a primeira estrofe com a expressão "Saiba!" com a intenção de enfatizar e de certa forma,
impor para que os leitores tenham conhecimento que todos os indivíduos são iguais.

12) Ao estudarmos a letra da canção, podemos dizer que se trata de um texto coerente à realidade?

Sim, o texto é coerente com a realidade. Todos já foram crianças, todos já tiveram infância, todos já
tiveram medo, todos já tiveram pai e mãe e todos irão morrer.

13) O eu lírico enfatiza que “todo mundo teve mãe, índios, africanos e alemães”. Levante hipóteses: Por
que ele destacou: índios, africanos e alemães?

O eu lírico afirma que todos tivemos mãe, índios, africanos e alemães como forma de noticiar que todos
somos humanos, descendente de um único ser comum. E esse fato é importante devido à toda
discriminação e preconceito sofrido pelos índios e africanos durante a colonização do Brasil e pelo caráter
de superioridade do povo alemão durante o governo de Adolf Hitler.

14) A letra dessa canção se desenvolve com uma formatação estética bem definida. Sendo assim,
podemos definir sua letra como um gênero? Qual seria esse gênero?

Pode-se definir a letra da canção “Saiba” como um poema, uma vez que é estruturado em versos, estrofes,
métrica e ritmo.

15) Podemos perceber que a letra enumera vários personagens conhecidos mundialmente através da
mitologia, da história, da política e da ciência. A maioria deles você conhece? Escolha um deles e disserte
sobre a representação desse personagens no contexto histórico mundial.

Simone de Beauvoir foi uma importante intelectual francesa, integrante do movimento existencialista e
um dos principais nomes do movimento feminista. De acordo com ela, “Não se nasce mulher: torna-se.”
Sob a perspectiva existencialista de que a “existência precede a essência”, Beauvoir afirmou que os
gêneros são construções do homem e os papéis sociais associados a eles não se justificam por serem
artificiais, ou seja, “torna-se mulher”. Assim, Simone foi essencial para a defesa das mulheres no contexto
histórico mundial, uma vez que desmascarou a concepção hegemônica de que as mulheres são
naturalmente frágeis e que as limitações do gênero feminino são resultados da natureza.

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