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ABRANTES, Paulo.

Imagens de natureza, imagens de


ciência. 2ª ed. Rio de Janeiro: EdUERJ. 2016.
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filosóficas (representada por Enipedocles e pelos pitagóricos).“ A partir de


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_ certo momento. determinadas escolas médicas gregas febelaram-se contra
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_' _ -.; ultima associada ao nome do legendririo Hipócrates).“ Contra a medicina
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que se fazia dentro dos templos, essas escolas afirmaram uma postura que
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doenças são naturais. Contra a segunda orientação, houve, pelo menos em
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Aristóteles assim se refere às relações entre os filósofos e os médicos:
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sá fifr *'*=§.~.~,~. ,, '~**i"'-ë* 5 ` .í?"í=ff_"Ê1Í;='¬›“".“” .-'.~,.. “Pode dizer-se que a maior parte dos filósofos da natureza e aqueles médicos
«Já if. 514' 'i " . ,á°2,›,š~s›'~~ ' que têm um interesse científico por sua arte têm isto de comum: os primeiros
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terminam estudando ai Medicina e os outros baseiam as teorias médicas sobre
os princípios da ciência da natureza”.“
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1 - , .-,fzn medicina ›foram`›mu`ito mais conflituosas do que a citação de Aristóteles dei-.
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discursosie práticas; no caso da medicina, essa metafísica dizia respeito à na-
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tureza da saúde e da doença, com implicações para a terapêutica.
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_ Esboçou-se uma reação contra aquilo que médicos como Alcméon -
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. .vg.iie '1 Ha divergências, entre os historiadores, se a medicina representada nos textos hipocráticos,
'fi'.it:rinr*iui› de uma luxação, zr parrir dc um comenrâirio de Apolôriio de (Íirium (19 século a.C.) ao de carater naturalista e empírico, é posterior ou anterior à medicina dos templos (ver Lloyd,
tunado hipocràirico “Sobre .is :rr'ricr1l.n;ñes". s. Xl. ç 1981, p. 921; cf. Nordenskiöld, 1955. p. 25). Farrington menciona também as práticas que
Pergzuninlro. lšililioicca l\~lulice.i-l.zn1renzizura, l3`lorença/ f\rchives Cliarmet/ The Bridgeman /\rt hoje chamaríamos de paramédicas, exercidas pelos diretores dos “Ginz¡'sios", onde os gregos
Í.,il›r.i rif. mais abastados eram orientados sobre a pratica de exercícios, a alimentação e submetidos a
trarafmentos como massagens etc. (1967, pp. 66, 68, 76').
'-5 Nãoiliavia formação médica na Grécia como nós a conhecemos hoje, com seu caráter público.
Podemos distinguir pelo menos duas orientações na medicina grega: Os conhecimentos médicos eram passados de pais parafilhos e mantinham-se propriedade
medicina religiosa ou mrígica, que se fazia nos templos de Esculápio (em de guildas fechadas. Isso explica a grande heterogeneidade da teoria e prática médica gregas
grego, /Ir/e!z>p1'o's, o deus da cura); e a medicina que se assentava em bases (Lloyd, 1981; Nordensltiöld, 1935, p. 25).
"' Isso de forma alguma eliminou :r prática da medicina magico-religiosa, que continuou, prova-
velmente, sendo a de maior popularidade. -'
'5 Aristóteles, Pzzruzz zmtumlia. Dar .fenridar e dos abjcrøs rerr:z'u¢=i: (apud Sousa, 1981, p. 38).
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