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Zoologia
Ricardo Baratella
Uberaba – MG
2023
Sobre o Autor
Ricardo Baratella
Doutor em Educação pela Universidade de Uberaba. Mestre em Educação pela Universidade
de Uberaba. Especialista em Filosofia. Especialista em Sociologia. Especialista em Docência
do ensino superior. Especialista em Gestão escolar. Especialista em Educação a Distância.
Especialista em Biologia evolutiva. Docente no Programa de Mestrado Profissional em
Educação (PPGEB Uberlândia): formação docente para a Educação Básica - Linha de
Pesquisa "Práticas Docentes para Educação Básica". Professor colaborador no Programa de
Pós-Graduação em Educação (PPGE Uberaba) - Linha de Pesquisa "Desenvolvimento
profissional, trabalho docente e processo de ensino-aprendizagem". Coordenador do curso de
Pós-Graduação Lato sensu - Especialização em Metodologia do ensino de Biologia.
Presidente da Comissão Permanente de Acompanhamento de Egressos do Programa de
Pós-Graduação em Educação - PPGE da Universidade de Uberaba. Professor da
Universidade de Uberaba. Gestor do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas (2010-
2021). Coordenador referência do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas (2007-2010).
Professor dos cursos de Especialização Lato sensu (Presencial e EaD) da UNIUBE.
Graduado - Licenciatura em Pedagogia. Graduado - Licenciatura em Ciências: habilitação
plena em Biologia. Possui graduação em Licenciatura em Ciências. Tem experiência na área
de Fisiologia animal comparada, Zoologia, Biologia evolutiva e Educação, atuando
principalmente nos seguintes temas: zoologia dos invertebrados; zoologia dos vertebrados;
evolução das espécies; educação ambiental; portfólio; representações sociais; avaliação
formativa; trabalho docente; cultura virtual; subjetividade; educação superior; processo saúde-
doença.
Apresentação
Caro(a) aluno(a)
Você com certeza conhece alguns animais. Já os viu, tocou ou tomou conhecimento de sua
existência por meio de um vídeo ou de um livro...
Existem, aproximadamente, dois milhões de animais vivendo nos mais diversos ambientes.
Muitas espécies existiram nos tempos geológicos e são conhecidas na forma de fósseis.
Atualmente, os animais são encontrados em muitos habitats, desde uma mata fechada até o
jardim de uma casa, desde as poças de água até o mar, passando por lagos e rios.
Acreditamos que o seu contato com os animais é muito importante para conhecê-los. O
medo que criamos deles, mesmo que se trate de um inseto inofensivo, é fruto da falta de
conhecimento sobre a vida do animal. Temos certeza de que, à medida que você for
conhecendo os metazoários e descobrindo a sua beleza e importância nos ecossistemas,
desaparecerá a sensação de medo.
Gostaríamos de despertar em você o gosto pelos animais por meio de um contato com eles.
Você deve pensar nos animais como seres vivos que agem sobre o ambiente em que vivem,
modificando-o e relacionando-o com outros seres vivos, apresentando um comportamento
característico e possuindo uma determinada importância no mundo natural.
É provável que, de muitos animais, você conheça a forma externa e de outros, apenas o
nome popular. Talvez você nunca se tenha perguntado como surgiram na Terra. Como
evoluem? Por que a diversidade entre eles é tão grande? Como são classificados? Onde e
como vivem na natureza? Como é a sua morfologia e a anatomia interna?
Neste livro, procuraremos responder a todas estas perguntas, usando uma linguagem
simples, reflexiva, e com um mínimo de termos técnicos, sem perder o rigor científico.
Bons estudos!
1 Por que são importantes?
Ricardo Baratella
Introdução
Cordados
Anelídeos
Moluscos
Braquiópodos
Briozoários
Equinodermos Nematodos
Gastrótricos
Nemertinos
Rotífero
s
Vermes chatos
Cnidários
Esponjas
Metazoário ancestral
Protozoário
coanoflagelado
Objetivos
Este capítulo abordará o início do estudo da Zoologia dos Invertebrados; é uma grande
oportunidade para você pesquisar o espetacular conjunto de formas e funções animais, e
para compreender os conceitos frequentemente sutis que unificam a diversidade animal, por
meio de textos produzidos em diferentes linguagens, apresentando as correlações entre a
estrutura, a função e o desenvolvimento dos temas conceituais, assim como estabelecer um
estudo dinâmico da Zoologia, em que a morfologia, a anatomia, seus ambientes, os fósseis,
as cadeias de interligações dos animais, o parentesco e a diferenciação entre os grupos
mostram que a evolução é uma realidade. Nessa perspectiva, depois de estudar este
capítulo, esperamos que você desenvolva as seguintes habilidades:
Esquema
1.1 Protozoários
1.2 Poríferos
1.3 Celenterados
1.1 Protozoários
Há, no mundo, um número enorme de seres vivos que vivem nos mais variados ambientes.
Ninguém sabe exatamente quantas espécies diferentes de organismos habitam o nosso
planeta, mas, mesmo se excluirmos as formas microscópicas e as plantas, a estimativa
excede a um milhão. Alguns pesquisadores estimam que devam existir dois milhões de
animais. Muitas espécies agora extintas viveram durante épocas geológicas passadas e
algumas espécies animais são abundantes em termos de indivíduos, ao passo que outras
são raras ou não muito comuns.
Iniciaremos, neste momento, um estudo sobre os protozoários. Você sabe o que são
protozoários? Os protozoários são caracteristicamente microscópicos, a maioria apresenta
uma forma definida, que pode ser oval, esférica, alongada etc., embora alguns não possuam
forma definida, como as amebas (Figura 4).
Em relação ao habitat, os protozoários podem ser divididos em dois grupos: os de vida livre
e os que vivem associados com outras espécies.
Protozoários de vida livre: todos os protozoários unicelulares nas suas
manifestações vitais estão ligados ao meio líquido ou ambientes úmidos. Os
protozoários de vida livre são, portanto, seres vivos tipicamente aquáticos e
amplamente distribuídos no mar e na água doce, onde se locomovem isolados
ou em colônias. Existem numerosas formas que se fixam no substrato por meio
de um pedúnculo; outros habitam a terra úmida e substâncias orgânicas em
decomposição. Sob a forma de cistos (formas de resistências) vivem no ar, na
poeira, nas geleiras etc.
Você sabe como ocorre o movimento ameboide? No movimento ameboide (Figura 4), a
célula forma pseudópodes (“falsos pés”), que são extensões da massa do organismo, que
muda constantemente. Células como a ameba simplesmente estendem um pseudópode e
então fluem para ele. A ameba pode mover-se, capturar, digerir e assimilar alimento
complexo, eliminar resíduos não digeridos, respirar, produzir secreções e excreções,
responder a mudanças (estímulos) de vários tipos, tanto do ambiente interno como do
externo, crescer e reproduzir-se. Realiza, assim, todas as atividades vitais essenciais e
mostra a especialização fisiológica em vários processos sem ter muitas partes
estruturalmente diferenciadas para fazê-lo (STORER, et al., 2002).
Mas, outros grupos se movem por ação de cílios ou por meio de flagelos. Cílios são
minúsculas organelas semelhantes a pelos que batem de maneira coordenada para mover a
célula para frente ou para trás. Um flagelo eucariótico se move como um chicote; alguns
flagelos “empurram” a célula para frente, outros “puxam” a célula para frente.
Organelas de nutrição
Agora, vamos conhecer um pouco dos vacúolos pulsáteis ou contráteis. Elas são
organelas de excreção e equilíbrio osmótico, permanentes, típicas de protozoários de água
doce, possuindo uma parede espessa que se contrai de maneira rítmica. A função primordial
deste vacúolo é a regulação osmótica, auxiliando ainda a excreção.
Organelas fotorreceptoras
Organelas esqueléticas
Organelas locomotoras
c) cílios: possuem a mesma estrutura dos flagelos, diferem por serem menores e
aparecem em grande número. Os cílios também se originam de corpúsculos
parabasais, grânulos situados no ectoplasma.
f) cirros: são apêndices cônicos, funcionando como patas, sendo constituídos por
um tufo de cílios aglutinados.
Alguns protozoários têm estrutura muito simples e outros são complexos, com organelas
(órgãos celulares) que executam processos vitais particulares e são funcionalmente
análogas aos sistemas de órgãos dos animais multicelulares. Um total de 50.000 tipos de
PROTOZOA é conhecido e, em número de indivíduos, excedem de longe o de todos os
animais (STORER, et al., 2002).
Alguns protozoários (especialmente os que vivem no trato digestório dos animais) são
anaeróbios obrigatórios. Os que vivem em água, onde houver uma decomposição ativa de
matéria orgânica, podem ser anaeróbios facultativos, utilizando o oxigênio quando estiver
presente, mas também são capazes de respiração anaeróbia. A disponibilidade mutável de
alimento e de oxigênio associada à degradação resultam tipicamente em uma sucessão
distinta de populações e espécies de protozoários. Devido ao seu tempo de geração curta,
os protozoários podem ser importantes na monitoração da poluição. A sua resposta
relativamente rápida às alterações no ambiente aquático podem ser indicativas de oxigênio
reduzido.
Você já ouviu falar das euglenas? Você conhece as características das euglenófitas? Onde
elas vivem?
Os membros de água doce e marinha do filo Euglenophyta contém clorofila b, bem como
clorofila a. Os gêneros Peranema e Euglena talvez contenham os flagelos mais familiares.
O corpo é alongado com uma invaginação (reservatório) na extremidade anterior. Um
vacúolo contrátil descarrega no interior da cavidade, e dois flagelos “pilosos” surgem de sua
parede.
No caso da Euglena (Figura 6), um flagelo é muito curto e termina na base do flagelo longo.
Um ponto de pigmento, ou estigma, protege a área basal inchada do flagelo longo, que se
acredita ter uma função fotorreceptora. No caso do Peranema incolor, os flagelos são
longos, mas um deles arrasta-se para trás.
Barnes e Ruppert (1996, p. 27-28), afirmam ainda que as espécies verdes (tais como a
Euglena):
são logicamente autotróficas e armazenam o carboidrato como grânulos de
paramito. As espécies heterotróficas incolores podem depender de
compostos orgânicos absorvidos a partir da água circundante ou podem ser
fagotróficas, como o Peranema. No caso do Peranema, a extremidade
anterior do corpo contém dois bastões paralelos, constituindo o assim
chamado órgão-bastão, localizado adjacentemente ao reservatório. A
extremidade anterior do órgão-bastão termina no citóstomo, que está logo
abaixo da saída do canal. O Peranema alimenta-se de uma grande
variedade de organismos vivos, inclusive de Euglena, e o citóstomo pode
distender-se enormemente para permitir um engolfamento de uma presa
grande. Na alimentação, o órgão-bastão protrai-se e é utilizado como
âncora para puxar a presa para dentro, que é engolida inteira, ou o órgão-
bastão pode cortar a vítima, cujo conteúdo será sugado. Após a ingestão, a
presa é digerida no interior de vacúolos alimentares.
Ele se propulsiona pela água com um de seus dois flagelos, que também pode servir como
uma âncora para manter o organismo no lugar. O flagelo fornece força por meio de um
movimento ondulante que se propaga da base para a extremidade. O segundo flagelo é
geralmente rudimentar (PURVES, et al., 2005).
1.1.3 Nutrição
Nas amebas, a ingestão é feita por fagocitose, isto é, a captura de alimento é realizada por
pseudópodes que envolvem e englobam as partículas alimentares, formando em torno dos
mesmos um vacúolo digestivo que circula pelo citoplasma. Ao ser formado, o vacúolo
apresenta reação ácida, provavelmente devido a uma secreção que mata rapidamente a
presa, no caso de haver ingestão de microrganismos. Posteriormente, a reação torna-se
alcalina, evidenciando a ação de enzimas secretadas pelo endoplasma. Durante a
circulação do vacúolo pelo citoplasma vai se observando a desintegração do alimento que
se liquefaz e vai sendo absorvido pela célula. Uma vez efetuada a absorção, conserva-se no
interior do vacúolo, resíduos não digeridos.
Dirigindo-se para a periferia, o vacúolo entra em contato com a membrana, esta se rompe e
o vacúolo se contrai, realizando-se deste modo a egestão. Em protozoários mais
diferenciados como é o caso do Paramecium, a ingestão é feita pelo citóstoma. O vacúolo
digestivo forma-se na extremidade da citofaringe. A seguir, destaca-se e circula pelo
citoplasma, digerindo o alimento. Para realizar a egestão, o vacúolo entra em contato com o
citopígeo.
A nutrição saprozoica é feita por formas livres comensais, que absorvem substâncias
orgânicas em decomposição.
Os protozoários de água doce vivem em meio hipotônico, isto é, menos concentrado que o
seu protoplasma. Disto resulta uma constante absorção de água por osmose, tendendo a
diminuir o protoplasma. O excesso de água é eliminado por meio de vacúolos contráteis.
Nas amebas, o vacúolo vai sendo formado gradualmente pela fusão de vacúolos menores.
Enquanto o volume do vacúolo vai aumentando, o citoplasma forma em torno do mesmo
uma membrana de condensação protoplasmática. Ao se contrair, o vacúolo elimina o
excesso de água para o meio externo.
1.1.5 Excreção
Dos processos metabólicos que ocorrem nas células resultam os catabólitos, substâncias
tóxicas que devem ser eliminadas pela célula por meio da função excretora. Na maioria dos
protozoários, os catabólitos são excretados por difusão, por meio da membrana celular.
Quando existem vacúolos contráteis, estes, também servem para coletar catabólitos que
são depois excretados pela sístole vacuolar.
Figura 7: Phylum Ciliophora.
Fonte: WIKIPÉDIA (2011 b). Disponível em:
http://species.wikimedia.org/wiki/File:Haeckel_Ciliata.jpg.
Acesso em: 20 de maio de 2011.
Autor: Ernst Haeckel (1834–1919).
1.1.6 Respiração
Foi estudado e descrito em ciliados, sendo constituído por uma massa central chamada
motorium, de onde partem fibrilas que entram em contato com grânulos basais dos cílios. O
corte de fibrilas determina a falta de coordenação no movimento ciliar. Função idêntica seria
realizada pelo cinetoplasto dos flagelados.
1.1.8 Sistema sensorial
Se os objetos que os paramécios encontram não são resistentes, eles não fogem do
obstáculo, mas, se agrupam em torno do mesmo. Daí a razão de se encontrarem
numerosos ciliados entre algas filamentosas. Em laboratório demonstra-se este
tigmotactismo positivo, colocando uma gota de cultura rica em ciliados, entre lâmina e
lamínula onde existem fibras de algodão. Transcorrido certo tempo, observa-se que os
protozoários, antes espalhados na lâmina, agrupam-se agora, entre as fibras.
Barnes e Ruppert (1996, p. 51), destacam que no Paramecium, a direção do batimento ciliar
efetivo é:
oblíqua ao eixo longitudinal do corpo. Isso faz com que o ciliado nade em
um curso espiral e ao mesmo tempo rotacione no seu eixo longitudinal. O
batimento ciliar pode ser revertido, e o ciliado pode mover-se para trás.
Esse movimento para trás associa-se à chamada reação de evitação. Por
exemplo, no Paramecium, quando o ciliado entra em contato com alguma
substância ou objeto indesejável, reverte-se o batimento ciliar. O ciliado
move-se para trás por uma distância curta, vira ligeiramente no sentido do
relógio ou contrário, e move-se para frente novamente. Se ainda encontrar
condições desfavoráveis, a reação de evitação é repetida. Os estímulos
externos são provavelmente detectados por meio da membrana celular,
quando ela se modifica mecanicamente por meio de determinados cílios
longos e rígidos que não exercem nenhum papel no movimento. A direção e
a intensidade dos batimentos são controladas pela alteração dos níveis dos
íons de Ca++ e K+.
Os ciliados são os protozoários que se movem mais rápido. Os movimentos dos cílios
adjacentes unem-se como resultado dos efeitos da interferência das camadas de água
circundantes. Consequentemente, as forças hidrodinâmicas impõem uma coordenação dos
cílios. O batimento dos cílios individuais, em vez de ser aleatório ou sincronizado, faz parte
das ondas metacronais que deslizam ao longo da extensão do corpo. Não há evidências de
que a infraciliatura funcione como um sistema condutor na coordenação. Ele pode servir
primariamente na ancoragem ciliar e controlar a forma da célula.
Você sabia que os ciliados possuem dois tipos de núcleos? A característica que define os
ciliados é a presença de dois tipos de núcleos, de um a muitos milhares de grandes
macronúcleos e, dentro da mesma célula, de 1 a 80 micronúcleos. Os micronúcleos, que
são núcleos eucarióticos típicos, são essenciais para a recombinação gênica. Os
macronúcleos são derivados dos micronúcleos. Cada macronúcleo contém muitas cópias da
informação genética, empacotada em unidades, cada qual contendo poucos genes; o DNA
macronuclear é transcrito e traduzido para regular a vida da célula.
Alguns cinetoplastídios são patógenos humanos. A doença do sono, uma das mais temidas
doenças da África, é causada pelo cinetoplastídio parasita Trypanosoma. O vetor
(hospedeiro intermediário) do Trypanosoma é um inseto, a mosca tsé-tsé (Figura 9).
Carregando sua carga mortal, a mosca tsé-tsé pica o gado, animais selvagens, e até mesmo
humanos, infectando-os com o parasita. O Trypanosoma então se multiplica na corrente
sanguínea do mamífero e produz toxinas. Quando esses parasitas invadem o sistema
neural, os sintomas neurológicos da doença do sono aparecem e são seguidos pela morte.
Outros tripanossomas causam leishmaniose, doença de Chagas e febre da Costa Leste.
Agora, eu lhe pergunto: como esses parasitas multiplicam-se? Converse com os seus
colegas sobre esse questionamento e, em seguida, registre as suas observações.
Os parasitas multiplicam-se dentro dos glóbulos vermelhos, que então explodem, liberando
uma nova geração de parasitas. Se outro Anopheles picar a vítima, tomará algumas das
células parasitas de Plasmodium junto com o sangue. As células infecciosas desenvolvem-
se formando gametas, os quais se unem para formar zigotos que, por sua vez, se
estabelecem no intestino do mosquito, dividem-se diversas vezes e se deslocam para as
glândulas salivares do mosquito, dos quais podem então ser passados para outro
hospedeiro humano. Portanto, o Plasmodium é um parasita extracelular no vetor mosquito e
um parasita intracelular no hospedeiro humano.
1.1.9 Sporozoa
Exemplificando...
1.2 Poríferos
As esponjas (Figura 12), que constituem o filo Porifera, são os mais primitivos dos animais
multicelulares. As esponjas não têm órgãos, mas têm tecido conjuntivo bem desenvolvido,
no qual as células realizam várias funções. Comparadas com os outros metazoários, as
células das esponjas apresentam um alto grau de independência, de forma que o corpo da
esponja lembra uma colônia de protozoários em alguns aspectos. As esponjas são
especializadas em serem sésseis e em ter um plano corporal incomum construído ao redor
de um sistema de canais de água. A sua sessilidade e a falta de movimentos evidentes de
partes do corpo convenceram ARISTÓTELES, PLÍNIO e outros naturalistas antigos de que
as esponjas eram plantas. De fato, foi só em 1765, quando se observou pela primeira vez as
correntes de água internas, que se estabeleceu claramente a natureza animal das esponjas
(BARNES; RUPPERT, 1996).
Uma das esponjas simples é a Leucosolenia (Figura 13), a qual se fixa em rochas de praias
marinhas, logo abaixo da linha de maré baixa. Consiste de um pequeno grupo de tubos em
forma de vaso, alongados, perpendiculares, unidos nas suas bases por tubos horizontais
irregulares. Cada porção perpendicular é um saco de parede fina circundando uma cavidade
central, o espongiocelo (átrio), com uma abertura grande ou ósculo na parte superior.
A corrente de água é produzida pelo batimento planar dos flagelos dos coanócitos, mas
não há nem coordenação nem sincronia dos flagelos em uma câmara particular. Os
coanócitos são orientados em direção à apópila, e cada flagelo bate da base para a ponta,
empurrando água proveniente da câmara flagelada. Como resultado, a água é sugada no
interior da câmara a partir dos canais incorrentes por meio de pequenas prosópilas
localizadas entre as bases dos coanócitos. É depois empurrada para o centro da câmara e
para fora da apópila maior no interior de um canal excorrente.
Quando uma esponja fica exposta a uma corrente externa, a água flui passivamente por
meio de seu corpo, conferindo determinadas condições estruturais, tais como ósculos
elevados (Figura 14). Esse efeito hidrodinâmico contribui indubitavelmente para a passagem
de água nessas esponjas que vivem em correntes de fortes a moderadas. No entanto,
muitas esponjas atingem o seu maior desenvolvimento em uma água relativamente calma
ou mesmo em espaços confinados.
Algumas esponjas exibem ritmo diurno na propulsão da água por meio de seus corpos,
enquanto outras exibem um fluxo de água errático e endógeno. As condições externas, tais
como a água turbulenta causada pelas tempestades, podem deter o fluxo de água,
independentemente das condições internas.
Algumas espículas são bastonetes delicados (monoaxiais) e outras são tri ou tetrarradiais
(tri ou tetraxiais). A parede é perfurada por muitas aberturas aferentes diminutas ou poros
(óstios), que se estendem da superfície externa até a cavidade central, cada poro sendo um
canal por meio de uma célula tubular ou porócito, da pinacoderme (STORER, et al., 2002).
Aproximadamente 95% das esponjas existentes são demosponjas. Nessa classe, estão as
maiores esponjas marinhas, que podem atingir 1m de altura. Elas têm forma tubular, ramificada,
arredondada, incrustante massiva ou delgada, mas são melhor descritas como altamente
irregulares e plásticas. A forma frequentemente altera-se, conforme às condições externas de
correntes, turbidez, salinidade etc. A consistência varia desde rígida e firme a macia ou até
gelatinosa, dependendo da natureza e arranjo do esqueleto. Elas desenvolveram também uma
ampla variação de cores, desde tons amarelados e esverdeados suaves a vermelhos e roxos
intensos, provavelmente relacionadas com fotoproteção. As esponjas de água doce, cerca de
160 espécies descritas, também são demosponjas (RIBEIRO-COSTA; ROCHA, 2002).
Algumas células das esponjas são dispostas em camadas, mas a maior parte da atividade
vital é realizada por células separadas. As esponjas são assim agregados de células sem
órgãos e é difícil ou impossível decidir o que seja um indivíduo. Exemplares de Leucosolenia
ou de Scypha, cada um com um único ósculo, podem ser assim considerados, mas em
esponjas complexas, com sistemas de canais múltiplos e muitos ósculos (Figura 16), é
impossível definir os limites de um indivíduo.
Para Storer et al.( 2002, p. 329), o funcionamento de uma esponja depende grandemente de
um constante fluxo de água por meio do corpo, pois:
As esponjas em geral não toleram água estagnada devido à sua dependência do movimento
de água. Frequentemente os ósculos das esponjas elevam-se acima do nível do restante do
corpo da esponja para dirigir a corrente exalante para longe dos óstios inalantes da
superfície do corpo. Esta é uma adaptação para evitar uma recirculação da água da qual já
foram removidos o oxigênio e o alimento e à qual foram adicionados resíduos do
metabolismo durante uma passagem prévia por meio da esponja.
Agora, você fará uma pesquisa na internet. A pesquisa será sobre os três tipos de
organização estrutural dos poríferos: o mais simples, chamado ascon, o intermediário sycon
e o mais evoluído leucon. Após a pesquisa, faça um esquema de cada estrutura.
Após sua pesquisa sobre a organização estrutural das esponjas, responda ao seguinte
questionamento: como ocorre a alimentação das esponjas?
Pinocitose
Uma forma de endocitose; a captação de líquidos pelo engolfamento de uma amostra do meio externo dentro de
um bolsão da membrana plasmática seguida pelo englobamento do bolsão para formar uma vesícula intracelular
(PURVES, et al., 2005).
<Fim do glossário>.
Os três esclerócitos fundem-se parcialmente para formar um trio de células. Cada membro
do trio então se divide e secreta-se uma ponta ou raio da espícula entre cada par de células-
filhas. As três pontas fundem-se na base. Cada um dos três pares de esclerócitos movem-
se agora para fora ao longo do raio, com uma célula secretando a extremidade e outra
espessando a base da espícula. O esqueleto de espongina é secretado pelos
espongiócitos.
Segundo Storer et al.( 2002, p. 331), as esponjas são raramente atacadas ou comidas por
outros animais, provavelmente devido:
Se duas esponjas, por acaso, crescem lado a lado, é possível que, à medida que se
desenvolvem, se unam para formar um único e imenso organismo. Se forçarmos uma esponja a
passar por meio de uma gaze fina, triturando-a e separando todas as suas células, estas
eventualmente reagrupar-se-ão, formando uma nova esponja em que cada tipo de célula se
encontra no seu lugar certo do conjunto. Mais impressionante ainda: se triturarmos duas esponjas
misturando as suas células, estas reconstituir-se-ão numa única esponja de origem mista.
Muitas esponjas possuem poderes de regeneração incríveis. Barnes e Ruppert (1996, p.86-
87), em vista da regeneração que foi empregada na propagação de esponjas comerciais em
áreas superpescadas na costa da Flórida, destacam que:
Uma reprodução assexuada por meio da formação de brotos liberados a partir do animal
original não é comum nas esponjas, embora ocorra em algumas espécies. A formação e a
liberação de pacotes de células essenciais é um pouco diferente do brotamento. As
esponjas espongilídeas, bem como algumas espécies marinhas, apresentam tais
agregados, chamadas gêmulas. Nas esponjas de água doce, uma massa de arqueócitos
preenchidos por alimento torna-se circundada por outros amebócitos (espongiócitos) que
depositam um revestimento duro composto de um material semelhante à espongina.
Também são incorporados espículas, de forma que se forma uma concha resistente
espessa. A formação da gêmula ocorre primariamente no outono quando se forma um
grande número desses corpos em cada esponja. Com o início do inverno, a esponja-mãe
separa-se. As gêmulas são capazes de suportar o congelamento e o ressecamento e são
consequentemente capazes de levar a espécie por meio do inverno. Na primavera, as
células do interior sofrem um certo desenvolvimento inicial e o tecido primordial finalmente
emerge por meio de uma abertura (micrópila) na concha. O tecido primordial continua
desenvolvendo-se numa esponja adulta e pode atingir uma grande biomassa no final do
verão.
O esperma deixa a esponja por meio das correntes da água exalantes e é levado para
dentro de outras esponjas na corrente inalante. Já foram observadas determinadas esponjas
tropicais liberando o seu esperma subitamente em grandes nuvens leitosas, e a liberação
súbita de esperma pode ser característica da maioria das esponjas. Após o esperma ter
alcançado uma câmara flagelada, ele é engolfado por um coanócito, que transporta o
esperma ao ovo. Ambas as células perdem os seus flagelos. Após o transportador com seu
esperma ter alcançado um ovo (que seria fechado pelo mesoilo circundante), ou o
transportador transfere o núcleo espermático ou o núcleo e o transportador espermáticos
são engolfados pelo ovo. A fertilização ocorre consequentemente no local. Só se conhece
uma espécie de esponja que libera ovos que depois são fertilizados externamente, no lado
de fora do corpo da esponja. Isso é surpreendente, dada a larga ocorrência de fertilização
externa nos outros animais marinhos (BARNES; RUPPERT, 1996).
Revestimento e proteção
Sustentação e locomoção
Nutrição e digestão
Respiração
Excreção
1.3 Cnidários
Com essa disposição para a digestão podem se alimentar de partículas maiores, o que
mostra um avanço em relação aos protozoários e poríferos. Mas, os cnidários apresentam
um caráter primitivo, embora já possuam traços de especialização que são encontrados nos
metazoários mais superiores.
O filo Cnidaria ou Coelenterata (Figura 17) inclui as famílias hidras, água-viva, anêmonas-
do-mar e corais.
A coloração brilhante de muitas espécies combinada com sua simetria radial é com
frequência incrivelmente bonita. Como a simetria radial é claramente primária (primitiva),
geralmente considera-se isso como uma justificativa para colocar os cnidários dentro de
uma divisão do Reino Animal chamada Radiata (BARNES; RUPPERT, 1996).
Os indivíduos são solitários ou coloniais e de dois tipos: (1) o pólipo, ou hidrante, com um
corpo tubular tendo uma extremidade fechada e fixa e a outra com uma boca central,
geralmente circundada por tentáculos moles e (2) a medusa de natação livre, com um corpo
gelatinoso em forma de umbrela, marginado com tentáculos e tendo a boca em uma
projeção central da superfície côncava. Ambos são diversamente modificados e ambos
aparecem no ciclo vital de muitas espécies.
Figura 18: Água-viva repolho - possui um corpo rígido e arredondado.
Fonte: Acervo do autor. Desenho de Ricardo Baratella (2011 h).
Em Ectopleura warreni (Figura 19), os pólipos possuem longos pedúnculos recobertos pelo
perissarco e originam-se diretamente da hidrorriza.
Figura 19: Ectopleura warreni: pólipos que podem medir 8cm de altura.
Fonte: Acervo do autor. Desenho de Ricardo Baratella (2011 i).
Registrando...
Na figura 21, está representada uma Discomedusae. Ela pertence a um grupo taxonômico
polimórfico, da classe Scyphozoa. Nessa classe, a medusa é o indivíduo dominante e
evidente no ciclo de vida: a forma polipoide restringe-se a um estágio séssil e pequeno.
Existem cerca de 200 espécies descritas de cifozoários, vivendo em oceanos frios e
tropicais, algumas em grandes profundidades.
Figura 21: Discomedusae.
Fonte: WIKIPÉDIA (2011 c). Disponível em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Haeckel_Discome
dusae_8.jpg. Acesso em: 20 de maio de 2011.
Autor: Ernst Haeckel (1834–1919).
Em geral, as medusas cifozoárias (Figura 22) são semelhantes às hidrozoárias. O sino varia
em forma desde um pires raso até um capacete fundo, mas a margem é tipicamente
recortada para formar lobos, denominados lóbulos. Não há a presença de uma vela. O
manúbrio de muitas espécies costeiras comuns prolonga-se em quatro ou oito braços orais
(frequentemente cheios de babados), que portam cnidócitos e ajudam na captura e na
ingestão da presa.
Figura 22: Discomedusae.
Fonte: WIKIPÉDIA (2011 d). Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:
Haeckel_Discomedusae_28.jpg. Acesso em: 20 de maio de 2011.
Autor: Ernst Haeckel (1834–1919).
A mesogleia dos cifozoários e dos cubozoários, segundo Barnes e Ruppert (1996, p.125):
Para Barnes e Ruppert (1996, p.134) os antozoários (Figura 28) são cnidários polipoides
tanto solitários como coloniais, nos quais:
As cercas de seis mil espécies de anêmonas-do-mar e corais (Figura 29) que constituem os
antozoários (classe Anthozoa) são todas marinhas. Diferentemente de outros cnidários, os
antozoários não possuem o estágio de medusa no ciclo de vida. O pólipo produz óvulos e
espermatozoides, e o ovo fertilizado se desenvolve formando diretamente um outro pólipo.
Muitas espécies também podem se reproduzir assexuadamente por brotamento ou fissão
(PURVES, et al., 2005).
As anêmonas-do-mar (Figura 30) são solitárias. Elas são distribuídas em águas oceânicas
tanto quentes como frias. Muitas anêmonas-do-mar são capazes de se arrastar lentamente
sobre os discos por meio dos quais elas se fixam ao substrato. Algumas espécies
conseguem nadar; outras conseguem escavar.
Segundo Barnes e Ruppert (1996, p.134), as anêmonas-do-mar são pólipos solitários e são
consideravelmente maiores e mais pesados que os pólipos dos hidrozoários. A maioria das
anêmonas-do-mar:
A parte principal da anêmona-do-mar é uma coluna espessa, que pode ser lisa ou portar
tubérculos ou até protuberâncias tentaculares. A comum Anthopleura elegantissima intertidal
da costa ocidental dos Estados Unidos prende conchas e seixos aos tubérculos em sua
coluna, proporcionando a si mesma uma capa protetora quando a maré abaixa. Na
extremidade aboral da coluna, há um disco podal achatado para a ligação. Na extremidade
oral, a coluna sobressai-se ligeiramente para formar o disco oral, que possui de oito a
várias centenas de tentáculos ocos, e em algumas espécies, prolonga-se em lobos. No
centro do disco oral, encontra-se a boca em forma de fenda, em um ou ambas as
extremidades, um sulco ciliado chamado sifonoglifo, que proporciona entrada de água na
cavidade gastrovascular. Essa corrente de água funciona para manter um esqueleto fluido
ou hidrostático interno, contra o qual o sistema muscular pode agir, e também proporciona
uma troca de gases por meio da superfície gastrodérmica (BARNES; RUPPERT, 1996).
Os corais, ao contrário, são geralmente sésseis e coloniais. Os pólipos da maioria dos corais
secretam uma matriz de moléculas orgânicas sobre a qual se deposita o carbonato de
cálcio, o esqueleto final da colônia de coral. As formas dos esqueletos de coral são espécie-
específicas e altamente diversificadas (PURVES, et al., 2005).
Você sabia que à medida que uma colônia de corais cresce, os pólipos mais velhos morrem,
mas os seus esqueletos calcários se mantêm?
Com isso, os membros sobreviventes formam uma camada sobre o crescente recife de
restos de esqueletos, formando cadeias de ilhas e de recifes. Os corais são especialmente
abundantes na região do Indo-Pacífico. A Grande Barreira de Recifes ao longo da costa
nordeste da Austrália constitui um sistema de formações coralinas de mais de 2000 km de
extensão e de até 150 km de largura.
Agora, você irá fazer uma pesquisa na internet sobre a classificação dos cnidários. Registre
no quadro, a seguir, todas as suas observações.
Aproveite a pesquisa feita anteriormente, e, com base em seus estudos e leituras, complete
o quadro que se segue, com as principais características dos cnidários. Os capítulos de
Fisiologia Animal Comparada, já estudados em outras etapas do seu curso, contêm
informações significativas que poderão auxiliá-lo (a) nessa atividade.
Características gerais dos cnidários
Revestimento e proteção
Sustentação e locomoção
Nutrição e digestão
Circulação e respiração
Sistema nervoso
Sentidos
Importância ecológica
Reprodução
<ABRIR BOX: Saiba mais>
Segundo Barnes e Ruppert (1996, p.119-122),o significado evolutivo do ciclo de vida dos hidrozoários
é um problema fascinante:
Estamos terminando o estudo desse capítulo, ressaltando os aspectos conceituais por meio
de desenhos e observações científicas. Para aprofundar os conhecimentos a respeito
dessas temáticas, você poderá buscar subsídios em outras indicações bibliográficas ou na
internet. Esperamos que você se sinta realmente preparado(a) para se dedicar à leitura e ao
estudo do capítulo Por que são importantes?
Bons estudos!
Resumo
Os poríferos têm uma organização simples .Eles são sésseis e sua grande maioria é
marinha. As esponjas não possuem tecidos verdadeiros, pois em sua camada externa e
interna as células não apresentam lâmina basal. As esponjas também não apresentam
músculos, sistema neural e nem órgãos internos.
Atividades
Atividade 1
Os protozoários são uma reunião diversa de 80.000 organismos de célula única que
possuem organelas celulares conjugadas a membranas típicas (eucarióticas). Como muitos
são semelhantes a animais, sendo móveis e apresentando uma nutrição heterotrófica, esse
grupo foi tratado no passado como um filo único dentro do Reino animal – o filo Protozoa.
Eles são hoje colocados dentro de um número de diferentes filos unicelulares, que junto com
a maioria dos filos de algas, constituem o reino Protista, também chamado Protoctista.
Protozoa é hoje utilizado como um nome comum conveniente para protista móveis
unicelulares. Baseado nas informações do texto e na leitura desse capítulo, quais são as
organelas locomotoras dos protozoários?
Atividade 2
As esponjas variam enormemente em tamanho. Determinadas esponjas calcárias têm
aproximadamente o tamanho de um grão de arroz, mas uma esponja-de-tartaruga grande
pode exceder um metro de altura e diâmetro. Considerando a arquitetura das esponjas,
caracterize as esponjas asconoides.
Atividade 3
Uma característica que distingue os Cnidaria dos outros animais é sua estrutura simples,
que, em princípio, se diferencia pouco após a fase de gástrula. Se você tivesse que justificar
a frase: os cnidários são menos primitivos que os poríferos, que argumentos você faria?
Atividade 4
O filo Protozoa é formado por organismos que são os mais primitivos entre os animais. É um
grupo heterogêneo de organismos unicelulares, geralmente microscópicos, cujos primeiros
exemplares foram descobertos em meados do século XVII por Anton van Leeuwenhoek ao
examinar uma amostra de águas poluídas em seu microscópio. Por que o estudo dos
protozoários é importante para o homem sob o ponto de vista da saúde pública?
Atividade 5
A fisiologia de uma esponja depende enormemente da corrente de água que flui por meio do
corpo. A água traz oxigênio e alimento, e remove os detritos. Até o esperma entra e sai do
animal e as larvas são liberadas pelas correntes de água. Depois de você fazer suas leituras
sobre o filo Porifera, principalmente sobre a fisiologia das esponjas, explique
detalhadamente como o esperma deixa a esponja e é levado para outras esponjas.
Referências
BARNES, Robert D.; RUPPERT, Edward E. Zoologia dos invertebrados. 6. ed. São Paulo: Roca,
1996.
PURVES, William K. Vida: a ciência da biologia; trad. Anapaula Somer Vinagre... [et al.]. 6. ed. Porto
Alegre: Artmed, 2005.
RIBEIRO-COSTA, Cibele S.; ROCHA, Rosana M. Invertebrados: manual de aulas práticas. Ribeirão
Preto: Holos, 2002.
Ricardo Baratella
Introdução
Organismos vivos, portanto, podem ser vistos como uma grande integração de partes que
se complementam para realizar as funções necessárias à manutenção da vida e, em última
instância, à reprodução. Para que ocorra o desenvolvimento do organismo, o que entra deve
sempre superar o que é eliminado ou perdido e as necessidades do organismo devem ser
supridas no seu todo, independentemente da parte, ou partes, de seu corpo envolvidas no
processo (RIBEIRO-COSTA; ROCHA, 2002).
Portanto, na análise morfológica de uma espécie animal, deve-se levar em conta tanto o
ambiente como seu relacionamento filogenético. A filogenia fornece informações sobre as
relações de parentesco entre os grupos e sobre as mudanças que ocorreram no passado. O
ambiente presente e passado nos informa sobre as pressões que orientam as
transformações desta espécie, determinando seu sucesso em sobreviver e se perpetuar. A
essas pressões ambientais que orientam o processo evolutivo, dá-se o nome de seleção
natural.
Objetivos
Este capítulo abordará o estudo da relação dos processos fisiológicos dos platelmintos,
nematelmintos e anelídeos, e a história evolutiva desses filos, de maneira clara, concisa,
harmoniosa e compreensível, mostrando o caminho para uma zoologia não criptológica,
mas aberta, constituindo-se de um aprendizado mais ágil, abrindo novos horizontes, dando
a ideia de que o mundo é dinâmico. Nessa perspectiva, depois de estudar este capítulo,
esperamos que você desenvolva as seguintes habilidades:
2.1 Platelmintos
De todos os filos bilaterais, os vermes chatos de vida livre do filo Platyhelminthes (Figura 1)
são considerados há muito tempo os mais primitivos. Embora essa suposição seja
sustentada por análises preliminares de sequências genéticas, alguns zoólogos questionam
essa visão, porque atualmente acredita-se que vários atributos dos vermes chatos
anteriormente acreditados como indicativos da primitividade do filo sejam o resultado do
pequeno tamanho do corpo, uma característica geral dos vermes chatos. Tais atributos
incluem a ausência de sistemas circulatórios, o uso de cílios em vez de músculos para a
locomoção e a presença de protonefrídios (BARNES; RUPPERT, 1996).
Figura 1: Planária.
Fonte: Acervo do autor. Desenho de Vanessa das Dores Duarte Teruel (2011 a).
Os turbelários são representados por cerca de 1.500 espécies conhecidas, muitos são
simbiontes de diversos grupos animais, como equinodermos, crustáceos e peixes. As
espécies de vida livre são principalmente carnívoras e locomovem-se pelo batimento ciliar
da epiderme. A diversidade morfológica desse grupo é bastante grande, sendo que o
tamanho dos indivíduos varia de alguns poucos milímetros até cerca de 30 cm de
comprimento.
Com um pincel, vire o animal cuidadosamente, expondo, assim, sua superfície ventral. É
interessante observar que a abertura do trato digestivo não se encontra, como em outros
grupos, na região anterior do corpo. O estudo da morfologia e o funcionamento da faringe
tubular de uma planária é possível por meio de sua alimentação. A oferta de um pequeno
pedaço de minhoca ou de fígado, colocado na placa de petri, facilita o estudo. Uma planária
detecta rapidamente a presença de comida e, ao encontrá-la, everte sua faringe tubular
(Figura 3) para arrancar pedaços do alimento, ingerindo-os (RIBEIRO-COSTA; ROCHA,
2002).
Vamos pesquisar? Você irá pesquisar na internet sobre o ciclo de vida do esquistossomo
e da tênia. Após sua pesquisa, registre no quadro, a seguir, as suas observações.
OBSERVAÇÕES
Agora, converse com os seus colegas, discuta sobre essas aprendizagens e, em seguida,
esquematize nos espaços indicados, os ciclos de vida do Schistosoma mansoni, da Taenia
solium e da Taenia saginata.
Schistosoma mansoni
Taenia solium
Taenia saginata
Depois que você terminar essa atividade, reúna-se com seus colegas e elaborem um texto
que possa resumir as principais características desses ciclos de vida. Agora, eu lhe
pergunto: qual o interesse de relacionar essas aprendizagens com a saúde pública?
O maior interesse dos platelmintos relaciona-se com a saúde pública, devido às parasitoses
que eles causam. Só para você ter uma ideia da gravidade dessas parasitoses, a
esquistossomose mansônica, doença causada pelo Schistosoma mansoni (Figura 4), atinge
mais de 10% da população rural e urbana no Brasil. E em sua região? Há muitos casos
registrados?
Revestimento e proteção
Sustentação e locomoção
Nutrição e digestão
Circulação
Respiração
Excreção
Sistema nervoso
Sentidos
Reprodução
A grande maioria das espécies de Cestoda é hermafrodita, mas algumas poucas são
dioicas. O ciclo vital desses helmintos é muito variável, podendo utilizar dois ou mais
hospedeiros. Espécies de cestoides podem utilizar vertebrados e invertebrados como
hospedeiro intermediário, mas a maior parte das espécies utiliza artrópodes ou anelídeos. O
ciclo vital de cestoides pode ou não envolver reprodução assexuada nas fases
intermediárias.
Agora, eu lhe questiono: você sabe o que são asquelmintos? Qual a relação desses
animais com os nematelmintos? Os asquelmintos são um grupo heterogêneo de animais
marinhos e de água doce, tais como os gastrótricos, os rotíferos e os vermes redondos
(nematodos). Embora anteriormente reconhecidos como classes dentro do filo
Aschelminthes, cada uma das sete ou oito classes antigas é hoje designada como um filo
distinto. No entanto, o nome informal de asquelmintos ainda é um termo conveniente para
todo o grupo.
Segundo Barnes e Ruppert (1996, p.276 - 277), os asquelmintos são um grupo heterogêneo
e:
Embora a parte anterior do corpo porte a boca e os órgãos sensoriais, não há uma cabeça
bem formada. Em alguns filos encontra-se presente uma cutícula externa, mas em outros,
ela está ausente. Em geral, os que apresentam uma cutícula flexível fina ou não têm
cutícula possuem músculos longitudinais e circulares antagonistas que agem no esqueleto
hidrostático. A musculatura circular encontra-se ausente nos asquelmintos que possuem
uma cutícula espessa, e a ação da musculatura longitudinal é antagonizada pela cutícula
elástica. As glândulas adesivas em números variados são características de muitas
espécies e frequentemente se abrem para o exterior do corpo, projetando tubos cuticulares.
O trato digestivo é geralmente um tubo completo que possui uma boca e um ânus, e quase
sempre encontra-se presente uma região faringeana especializada. A maioria dos
asquelmintes é dioica, e a clivagem é fortemente determinada.
Os Nematoda são considerados por muitos autores como o grupo mais rico em espécies e
mais abundante na face da Terra. Estima-se que devam existir mais de um milhão de
espécies de nematoides, das quais apenas cerca de 1% estão descritas. (RIBEIRO-COSTA;
ROCHA, 2002).
Os nematodos de vida livre são encontrados no mar, na água doce e no solo, e existem
muitas espécies parasitas. Eles aparecem desde as regiões polares até os trópicos, em
todos os tipos de ambientes, incluindo os desertos, as altas elevações montanhosas e as
grandes profundidades oceânicas. Os nematodos não-parasitas são animais bentônicos e
vivem nos espaços intersticiais de moitas de algas, e especialmente em sedimentos e solo
aquáticos. Encontram-se frequentemente presentes em números enormes. Em uma única
maçã em decomposição, por exemplo, já foram removidos cerca de 90.000 indivíduos
Descreveu-se que 1m2 de lama do fundo da costa holandesa contém cerca 4.420.000
nematodos. Estimou-se que um acre de boa terra de fazenda contém de várias centenas de
milhões a bilhões de nematodos terrestres (BARNES; RUPPERT, 1996).
Figura 7: Ascaris lumbricoides (lombriga) - cosmopolita e possivelmente o parasito humano mais conhecido.
Fonte: Acervo do autor. Fotografado por Andréia Marega Luz (2011 a).
tem três camadas principais, que contêm colágeno (bem como outros
compostos) e uma epicutícula. A epicutícula fina, que pode exibir o
bronzeamento da quinona, recobre a camada cuticular externa (córtex)
externamente. A camada externa é tipicamente anelada e algumas vezes
dividida em partes externa e interna. A camada mediana tem diferentemente
uma estrutura granular uniforme ou longarinas, fibrilas ou canais,
dependendo da espécie. A camada basal pode ser estriada ou laminada ou
contém fibras em um arranjo helicoide cruzado. O crescimento nos
nematodos é acompanhado por quatro mudas cuticulares. Começando na
extremidade anterior, a cutícula velha separa-se da epiderme subjacente e
secreta-se uma nova cutícula, pelo menos em parte. Elimina-se a cutícula
velha, algumas vezes em fragmentos. A muda não ocorre mais após o
verme tornar-se adulto, mas a cutícula continua a expandir-se à medida que
o animal cresce. A epiderme, também chamada de hipoderme (porque
repousa por baixo de uma cutícula substancial), é geralmente celular, mas
pode ser sincicial em algumas espécies. Uma característica constante da
epiderme dos nematodos é a sua expansão para dentro para formar cristas
ao longo das linhas meio-dorsal, meio-ventral e meio-lateral do corpo. As
quatro cristas, chamadas de cordões longitudinais, estendem-se por todo
o comprimento do corpo. Os núcleos epidérmicos restringem-se comumente
a esses cordões, e são arranjados tipicamente em fileiras. A epiderme
secreta a cutícula, armazena nutrientes, porta fibras de ligação que ligam a
musculatura à cutícula e, em algumas espécies endoparasitas, é uma
superfície importante para a absorção dos nutrientes do hospedeiro. A
camada muscular da parede corporal é composta completamente de fibras
longitudinais, que se localizam em quatro quadrantes entre os cordões
longitudinais. Cada fibra muscular de nematodo, como as dos gastrótricos,
possui um braço delgado que se estende a partir da fibra para o cordão
nervoso dorsal ou ventral longitudinal, onde ocorre a inervação. Além da
musculatura da parede corporal, os nematodos têm músculos associados
aos órgãos reprodutivos e, algumas vezes, ao intestino.
Não estudaremos neste capítulo, as verminoses causadas pelos nematódeos. Você terá a
oportunidade de aprofundar os conhecimentos sobre essas aprendizagens em outros
momentos do curso, na etapa VI. Mas, enquanto isso, não deixe de pesquisar e conhecer os
ciclos biológicos dos vermes, pois essas pesquisas o auxiliarão a ampliar seus
conhecimentos na sua formação acadêmica. Agora, pesquise as características gerais dos
nematódeos. A seguir, complete a tabela abaixo. Os capítulos de Fisiologia Animal
Comparada já estudados em outras etapas do curso de Ciências Biológicas, contêm
informações significativas que poderão auxiliá-lo (a) nessa atividade.
Revestimento e proteção
Sustentação e locomoção
Nutrição e digestão
Circulação
Respiração
Excreção
Agora, observe atentamente a figura 8. Em seguida, faça uma comparação dos vermes
filárias com as tênias. Existe alguma semelhança? Quais as diferenças morfológicas mais
notáveis entre esses dois vermes?
2.3 Anelídeos
As minhocas são cavadoras do solo e a eficiência para este hábito é dado por um sistema
esquelético hidrostático, baseado na pressão do líquido celomático, com volume constante,
contido em cada segmento do corpo. O esqueleto hidrostático funciona a partir de
contrações alternadas das musculaturas longitudinal e circular da parede do corpo, que
modificam o comprimento e o diâmetro dos segmentos (RIBEIRO-COSTA; ROCHA, 2002).
Como foi inicialmente demonstrado por Charles Darwin, as atividades das minhocas têm um
efeito benéfico no solo. Os buracos extensos aumentam a drenagem e a aeração do solo,
mas a mistura e o revolvimento da terra são mais importantes. A terra mais profunda é
trazida para a superfície com dejetos, e o material orgânico é transportado para os níveis
inferiores. Algumas espécies tropicais produzem dejetos enormes. Por exemplo, os dejetos
em forma de torre do Hyperoidrilus africanus podem atingir 8cm de altura e 2cm de
diâmetro.
A maioria das espécies de oligoquetas (tanto aquáticas como terrestres) são consumidoras
de detritos e alimentam-se de matéria orgânica morta, particularmente de vegetação.Barnes
e Ruppert (1996, p.541-542) descrevem que:
O sistema reprodutivo dos oligoquetas difere do dos poliquetas em vários aspectos incríveis.
Segundo Barnes e Ruppert (1996, p.546-547), os oligoquetas são:
Storer et al.(2002, p.459) descrevem que as sanguessugas (Figura 10) são principalmente:
noturnas, mas podem ser atraídas por alimento durante o dia. Locomovem-
se por movimentos do corpo como uma lagarta-mede-palmos, usando as
ventosas para fixação ou movem-se como os oligoquetos, usando os
músculos da parede do corpo sem empregar as ventosas. Algumas também
nadam com ondulações graciosas do corpo. As sanguessugas são
necrófagas, predadoras ou parasitas; algumas alimentam-se de animais
mortos e outras aprisionam pequenos vermes, insetos, larvas, moluscos etc.
O grupo é melhor conhecido pelo hábito de algumas espécies sugar sangue. Estas fixam-se
externamente ou na cavidade bucal de vários vertebrados, de peixes até o homem, algumas
sendo restritas a uma ou poucas espécies hospedeiras. Uma sanguessuga fixa-se pelas
ventosas e perfura a pele, geralmente sem ser notada, pois não há dor; então o sangue é
sugado pela ação da faringe muscular e armazenado no papo distinguível. Uma enzima
salivar (hirudina) impede a coagulação do sangue. De uma só vez, uma sanguessuga pode
ingerir várias vezes seu próprio peso em sangue. A maior parte do líquido é logo excretada,
mas a parte concentrada de uma tal ”refeição completa” permanece líquida e é lentamente
absorvida durante um período de vários meses. A digestão se faz por enzimas proteolíticas
e por decomposição lenta devido à ação de bactérias (Pseudomonas hirudinis). Devido ao
fato de consumirem grandes quantidades de alimento e ao fato da digestâo ser tão lenta, as
sanguessugas podem resistir a períodos de jejum de até mais de um ano.
Agora, pesquise na internet as características gerais dos anelídeos. Após seus estudos,
complete a tabela, a seguir. Os capítulos de Fisiologia Animal Comparada, já estudados
nas etapas III e IV do curso de Ciências Biológicas, contêm informações significativas que
poderão auxiliá-lo (a) nessa atividade. Leia com muita atenção os capítulos, anotando os
pontos principais de cada leitura em seu caderno de registros.
Revestimento e proteção
Sustentação e locomoção
Nutrição e digestão
Circulação
Respiração
Excreção
Sistema nervoso
Sentidos
Reprodução
Os poliquetos (Figura 11) somam a grande maioria das espécies conhecidas de anelídeos e
dificilmente constituem um grupo monofilético. O nome poliqueto vem do grego, significando
poly = muitas e chaeta = cerdas. As cerdas são estruturas quitinosas de origem epidérmica,
muito numerosas e presentes em projeções laterais carnosas, chamadas parapódios. Ao
entrar em contato com o substrato, as cerdas fornecem tração para que o animal se
locomova. Além da locomoção, as cerdas também podem apresentar outras funções, como,
por exemplo, a sensorial. Os parapódios repetem-se aos pares em cada segmento.
Nem todos os poliquetas errantes que possuem mandíbulas são carnívoros. Segundo
Barnes e Ruppert (1996, p. 513-514) os hábitos consumidores de detritos e onívoros
evoluíram em muitos poliquetas. As mandíbulas podem, por exemplo:
2.4 Moluscos
Você sabia que quanto ao número de espécies conhecidas cientificamente, mais de 110 mil;
esse ramo só é suplantado pelo filo Arthropoda? Os registros paleontológicos acusam
espécies de moluscos encontradas desde o Pré-Cambriano, sendo notável o
desenvolvimento dos Cephalopoda até o fim do Cretáceo, quando muitas de suas famílias
e ordens foram extintas.
Figura 12: Conchas de moluscos gastrópodes e bivalves.
Fonte: Acervo do autor. Fotografado por Ricardo Baratella (2011 c).
Originário do Sul da Europa, Helix aspersa (Figura 13) encontra-se em nosso território.
Possui coloração parda, com desenhos irregulares em bandas e atinge 3 cm de
comprimento. É um animal herbívoro, com alimentação variada, consumindo frutas,
legumes, vegetais etc. Quando abundantes, podem tornar-se praga, atacando jardins,
hortas, pomares ou outras plantações (RIBEIRO-COSTA; ROCHA, 2002).
Agora, pesquise na internet as características gerais dos moluscos. Após suas leituras e
estudos, complete a tabela, a seguir.
Características gerais dos moluscos
Revestimento e proteção
Sustentação e locomoção
Nutrição e digestão
Circulação
Respiração
Excreção
Sistema nervoso
Sentidos
Reprodução
As cinco classes menores abrangem espécies limitadas ao ambiente marinho. São elas:
Caudofoveata, Solenogastres, Monoplacophora, Poliplacophora e Scaphopoda. O
importante, a nível de classe, é se conhecer e interpretar a relação entre a concha e as
partes moles do animal. Em outras palavras, qual a utilização da concha pelo animal nas
diferentes classes.
A maioria dos gastrópodes possui uma rádula que, nesta classe, também apresenta a maior
diversidade de forma. A rádula é o principal órgão de captura de alimento dos gastrópodos e
retém sua estrutura primitiva e o uso nos gastrópodes herbívoros. Ela foi, entretanto,
modificada em muitos gastrópodes avançados onde não é usada para raspar pequenas
partículas do substrato, mas para capturar presas ou para perfurar presas. Em alguns, os
ctenídios são empregados na alimentação. Por este motivo, esta classe também apresenta
a maior diversidade de tipos alimentares encontrada dentre os grupos de moluscos
(STORER et al, 2002).
O tubo digestivo se inicia na boca, que é geralmente precedida por um par de palpos labiais,
dotados de cílios que tem por função orientar as correntes de partículas para a fenda bucal.
Nunca apresenta rádula e o esôfago é curto, sendo o desenvolvimento do estômago e do
intestino bastante variável e relacionado ao hábito alimentar. Um par de glândulas digestivas
envolve o estômago e grande parte do intestino. O ânus pode se abrir diretamente para o
exterior na região posterior ou se alojar junto ao sifão exalante nas espécies mais evoluídas.
O sistema circulatório apresenta uma uniformidade em todos os Bivalvia, com exceção dos
Septibranchia, onde é extremamente simplificado.
Em algumas espécies, as larvas são livres natantes, em outras são parasitas de peixes e
outros organismos aquáticos. O sistema nervoso inclui três pares de gânglios
(cerebropleural, visceral e pedal) com fibras interconectantes, órgãos fotossensíveis, nas
margens de manto e algumas estruturas sensoriais. O pé, que é uma expansão muscular
antero-ventral que pode se estender além das margens ventrais das valvas quando estas
estão afastadas, é usado para a locomoção e perfuração do solo. Nas espécies adaptadas à
vida sedentária, como as do gênero Nitylus, por exemplo, o pé é reduzido, sendo a fixação
ao substrato feita por meio de prolongamentos proteicos, retráteis chamado bissus,
produzido por células especializadas, as glândulas bissógenas. Outras se fixam de forma
definitiva pela cimentação de uma das valvas ao substrato como acontece com as ostras.
Nas espécies adaptadas à perfuração de madeiras ou de rochas, o pé também se apresenta
bastante modificado.
A classe Cephalopoda contém os náutilos, as sépias, as lulas e os polvos (Figura 16) bem
como os amonoides fósseis. Embora alguns cefalópodos (tais como o polvo) tenham
assumido secundariamente o hábito de viver no fundo, a classe como um todo é adaptada a
uma existência natatória e contém os mais organizados e ativos de todos os moluscos. A
cabeça projeta-se em um círculo de grandes tentáculos ou braços preênseis, que são
homólogos à parte anterior do pé dos outros moluscos. Na evolução dos cefalópodos, o
corpo alongou-se muito ao longo do eixo dorsoventral, e como resultado de uma alteração
na maneira de locomoção, esse eixo tornou-se o eixo anterior/posterior funcional. O círculo
de tentáculos localiza-se consequentemente na parte anterior do corpo, e a corcova visceral
torna-se posterior. A cavidade do manto posterior original é agora ventral (BARNES;
RUPPERT, 1996).
Você já ouviu falar na classe Scaphopoda? Ela contém cerca de 350 espécies de moluscos
marinhos escavadores que são popularmente conhecidos como conchas-presa ou dente.
Segundo Barnes e Ruppert (1996, p. 449-450) esses nomes derivam:
Fique atento a essas informações, pois há alguns moluscos que participam do ciclo
biológico de verminoses bastante conhecidas no Brasil. Nos trematódeos Digenea,
encontramos os mais complexos ciclos biológicos do Reino Animal. A presença de um
molusco, principalmente gastrópode, como primeiro hospedeiro intermediário é, quase
sempre, regra geral. Na subclasse Digenea existem milhares de espécies, parasitando
inúmeros vertebrados, sendo que algumas destas espécies são parasitoses de importância
para o homem. No Brasil, duas espécies de trematódeos Digenea podem parasitar o
homem: o Shistosoma mansoni, com milhões de casos, e a Fasciola hepatica, com registro
de apenas poucas dezenas de casos, o que torna esta afecção uma ocorrência de muito
pouca importância em Saúde Pública.
Resumo
Atividades
Atividade 1
A qual dos animais, a seguir, refere-se a descrição?
“O sangue circula em vasos; no intestino, recebe os alimentos digeridos e os distribui às
células do corpo; na epiderme, absorve oxigênio do ar e desprende gás carbônico;
transporta os excretas nitrogenados a uma série de tubos que se abrem em poros na
superfície do corpo.”
a) Planária
b) Minhoca
c) Gafanhoto
d) Aranha
e) Sapo
Atividade 2
A produção de pérolas requer a introdução artificial de pequenas partículas estranhas no
manto. Este circunda o corpo estranho e secreta camadas sucessivas de nácar sobre ele.
Os animais são mantidos em cativeiro por muitos anos até que as pérolas sejam formadas.
Os animais utilizados nesse processo pertencem, respectivamente, ao filo e à classe:
a) Mollusca e Gastropoda;
b) Arthropoda e Crustacea;
c) Arthropoda e Insecta;
d) Mollusca e Cephalopoda;
e) Mollusca e Pelecypoda.
Atividade 3
Os turbelários são conhecidos tradicionalmente como os platelmintos de vida livre. Dentre
os turbelários mais conhecidos e estudados estão os tricladidos, representados pelas
planárias aquáticas e terrestres. A partir dessas informações e de seus conhecimentos
sobre as planárias, explique o que significa dizer que as planárias têm desenvolvimento
direto?
Atividade 4
Bivalves de água doce vivem em lagoas, lagos e rios, alguns em água calma e outros em
água corrente. Podem migrar para lugares rasos à noite e retirar-se para lugares mais
profundos durante o dia, e podem mudar o seu habitat com as estações. Considerando as
características morfofisiológicas dos moluscos bivalves, explique o funcionamento da
respiração dessa classe de animais, considerando os diferentes habitats em que vivem.
Atividade 5
Um aluno da Universidade de Uberaba escreveu em uma Avaliação de Zoologia que os
nematódeos são vermes não segmentados, de corpo cilíndrico, alongado, com cutícula
resistente e que apresenta simetria bilateral. Você concorda com o estudante? Justifique
sua resposta.
Referências
BARNES, Robert D.; RUPPERT, Edward E. Zoologia dos invertebrados. 6. ed. São Paulo: Roca,
1996.
FUTUYMA, Douglas J. Biologia evolutiva. 2. ed. Ribeirão Preto: Sociedade Brasileira de Genética,
1997.
PURVES, William K. Vida: a ciência da biologia; trad. Anapaula Somer Vinagre... [et al.]. 6. ed. Porto
Alegre: Artmed, 2005.
RIBEIRO-COSTA, Cibele S.; ROCHA, Rosana M. Invertebrados: manual de aulas práticas. Ribeirão
Preto: Holos, 2002.
Ricardo Baratella
Introdução
Nós vamos continuar neste capítulo os nossos estudos sobre o maravilhoso mundo dos
invertebrados. Agora, iremos conhecer o fantástico desempenho dos filos ARTHROPODA e
ECHINODERMATA nos ambientes em que vivem.
O filo Arthropoda contém a maioria dos animais conhecidos. Inclui os insetos (Classe
Insecta); as aranhas, escorpiões, carrapatos e seus afins (Classe Arachnida); os
caranguejos, camarões, lagostas, cracas e outros crustáceos (Classe Crustacea); as
centopéias (Classe Chilopoda), os piolhos de cobra (Classe Diplopoda) e outros menos
conhecidos e formas fósseis. O filo é um dos mais importantes ecologicamente, pois domina
todos os ecossistemas terrestres e aquáticos em número de espécies ou de indivíduos ou em
ambos.
Objetivos
Esquema
3.1 Arthropoda
3.2 Echinodermata
3.1 Arthropoda
Os artrópodos surgem no registro fóssil durante o Cambriano, junto com muitos outros
grupos de invertebrados. Segundo Barnes e Ruppert (1996, p.593) poderíamos esperar que:
As borboletas (Figura 1), moscas, gafanhotos, besouros, abelhas, piolhos etc, constituem a
classe INSECTA. São os animais mais abundantes e espalhados de todos os ambientes
terrestres, sendo os mais importantes invertebrados que podem viver em ambientes secos e
os únicos capazes de voar. Esses hábitos tornaram-se possíveis graças ao revestimento
quitinoso do corpo, que protege os órgãos internos contra danos e perda de umidade, pelas
extensões deste revestimento que formam as asas e pelo sistema de tubos traqueais que
possibiltem os insetos respirar ar. A capacidade de voar auxilia-os a encontrar alimento,
parceiros e escapar de inimigos. Como seus ciclos vitais são geralmente curtos, eles podem
multiplicar-se rapidamente em condições favoráveis. Os insetos abundam em todos os
habitats; exceto no mar; vários tipos vivem em águas doces e salobras, no solo, em plantas
de todos os tipos e sobre ou dentro de outros animais (STORER et al, 2002).
Figura 1: Borboleta.
Fonte: Acervo do autor. Desenho de Vanessa das Dores Duarte Teruel (2011 a).
Figura 2: Louva-a-Deus.
Fonte: Acervo do autor. Fotografado por Vanessa das Dores Duarte Teruel (2011 b).
Os insetos são os animais terrestres mais bem sucedidos que vivem hoje em dia, tendo em
vista o enorme número de espécies e a tremenda radiação adaptativa sofrida por eles.
Essencialmente, os insetos ocuparam todos os nichos disponíveis na terra e um número
significativo na água doce. Não tiveram, entretanto, sucesso na penetração dos oceanos.
Não existe um fator que pode ser apontado como o único para este tremendo sucesso,
mas certamente um dos atributos peculiares dos insetos entre todos os invertebrados é a
sua capacidade de voar.
Os insetos se asemelham superficialmente aos crustáceos, por isso foram agrupados com
eles nos MANDIBULATA, mas são bastante diferentes. Os insetos não têm o segundo par
de antenas encontrado nos crustáceos e suas extremidades nunca são birremes, mesmo
nos estágios embrionários (STORER et a., 2002).
Figura 4: Barata.
Fonte: Acervo do autor. Fotografado por Vanessa das Dores Duarte Teruel (2011 d).
<ABRIR BOX: Parada obrigatória>
A família dos Pyrrhocoridae compreende mais de 300 espécies difundidas por todo o mundo, porém
presentes principalmente em regiões tropicais e subtropicais. Na Europa, de fato, são conhecidas
duas espécies, e na América do Norte existem oito. São percevejos pertencentes à ordem dos
hemípteros e, apesar de sua coloração, não possuem nada em comum com as joaninhas, que
pertencem à ordem dos coleópteros. Algumas espécies são tristemente conhecidas pelos danos que
infligem às plantações de algodão; sua presença e seu particular modo de alimentar-se impedem a
fibra da planta de desenvolver o capulho de algodão. Durante a Revolução Industrial dos Estados
Unidos causaram enormes prejuízos econômicos. A espécie europeia mais comum, Pyrrhocoris
apterus, se associa às malvas, de tamanho pequeno, e que solta um líquido repugnante usado como
sistema dissuasório. É de fácil reconhecimento pela sua cor vermelha com manchinhas e desenhos
pretos, e pode possuir asas ou ser áptera (sem asas) ou braquíptero (com asas reduzidas).
<FECHAR BOX>.
Todos os insetos têm olhos, exceto algumas larvas que vivem escondidas da luz, alguns
adultos que habitam cavernas ou ninhos de cupins ou formigas (Figuras 5 e 6), alguns
piolhos caçadores e as castas sexuadas de algumas formigas e a maioria dos cupins. As
peças bucais são de dois tipos principais: mastigador e sugador - como no gafanhoto e
abelha, respectivamente. Muitas espécies com peças bucais sugadoras têm meios de
perfurar tecidos, como os mosquitos e pulgas que “picam” outros animais e os afídios que
picam plantas (STORER et al, 2002).
Você sabia que os insetos possuem pernas modificadas? Pois bem, as pernas são
modificadas para correr em besouros cicindelídios, saltar em pulgas, nadar em percevejos
e besouros d‟água, esquiar em gerrídeos, cavar em paquinhas e tecer teias em embiídeos.
Figura 5: Formigueiro.
Fonte: Acervo do autor. Fotografado por Andréia Marega Luz (2011 a).
Figura 6: Formigas.
Fonte: Acervo do autor. Fotografado por Andréia Marega Luz (2011 b).
Revestimento e proteção
Sustentação e locomoção
Nutrição e digestão
Circulação
Respiração
Excreção
Sistema nervoso
Sentidos
Reprodução
Você sabia que o sucesso evolutivo alcançado pelos insetos pode ser medido por diversas
maneiras? As principais delas são dadas pelo número de espécies existente no grupo, pelo
número de indivíduos em cada ecossistema, além da extensão da distribuição geográfica.
As características adaptativas dos insetos permitiram sua enorme radiação, colonizando
vários habitats e preenchendo novos nichos. Essa diversidade de hábitos foi possível graças
ao revestimento quitinoso do corpo (Figura 7), que protege os órgãos internos contra danos
e perda de umidade, pelas extensões desse revestimento formando as asas e pelo sistema
de traqueias, eficientes para a captação de oxigênio (RIBEIRO-COSTA; ROCHA, 2002).
Ao analisar as figuras 8 e 9, você verifica alguma semelhança entre esses animais? Registre
todas as suas observações no seu caderno de anotações e, em seguida, discuta com os
seus colegas os pontos comuns e mais significativos de seus registros.
Figura 8: Animal que representa o filo Mollusca.
Fonte: Acervo do autor. Fotografado por Andréia Marega Luz (2011 c).
Você sabe o que são coleópteros? Para definir os coleópteros (Figura 10), que em geral o
povo denomina besouros, basta dizer que são insetos de metamorfose completa
(holometábolos), aparelho bucal mandibulado mastigador, possuindo geralmente dois
pares de asas, um quase sempre córneo, os élitros, anterior, e outro membranoso, posterior,
e asas verdadeiras, que se dobram sobre si mesmas. Dizemos asas verdadeiras porque, no
voo, são elas que vibram os élitros, que apenas se entreabrem.
A ordem dos lepidópteros, depois dos coleópteros, é a que encerra maior número de
espécies. São estes animais que o povo conhece sob o nome de borboletas (Figura 11) e
mariposas. Os lepidópteros são insetos holometábolos, quer dizer, de metamorfose
completa, e, por isso, seu desenvolvimento pós – embrionário comporta três estados
sucessivos: lagarta, crisálida e imago.
Você sabia que os lepidópteros apresentam quatro asas? Essas asas são membranosas,
assim como o corpo e durante o voo exercem um papel respiratório importante, sendo a
sede de trocas gasosas entre o sangue e a atmosfera.
Agora, você irá fazer uma pesquisa na internet. Você deverá pesquisar e, em seguida,
diferenciar uma borboleta de uma mariposa, considerando as características
morfofisiológicas desses seres vivos. Registre todas essas observações em seu caderno de
anotações. Posteriormente, leia com muita atenção o texto abaixo, que descreve alguns
comportamentos interessantes sobre alguns insetos.
Vamos conhecer os Chelicerata, uma das três linhagens evolutivas dos artrópodes vivos?
O corpo de um quelicerado divide-se em um cefalotórax (ou prossomo) e um abdômen (ou
opistossomo). Os quelicerados não têm antenas. Esta é a característica mais peculiar dos
quelicerados. O primeiro par de apêndices são estruturas alimentares chamadas de
quelíceras. O segundo par é chamado de pedipalpos e encontra-se modificado para
realizar várias funções em classes diferentes. Os pedipalpos são geralmente seguidos por
quatro pares de pernas (Figura 12).
A aranha (Figura 12) caracteriza-se pela presença de quatro pares de patas e cefalotórax,
não existindo antenas nem asas. A maioria das aranhas, por meio das glândulas fiandeiras,
tece teias sobre árvores e arbustos, onde vivem.
Os aracnídeos são representados pelas aranhas, escorpiões, opiliões e ácaros, entre outros
grupos menos conhecidos. Observe que eles apresentam o corpo bem característico,
dividido em prossoma e opistossoma, quatro pares de pernas locomotoras e um par de
pedipalpos, além do par de quelíceras. A presença de quelíceras é a apomorfia que
justifica a inserção dos aracnídeos nos Chelicerata (RIBEIRO-COSTA; ROCHA, 2002).
Agora, você deverá fazer uma pesquisa na internet. Em seguida, preencha a tabela abaixo,
caracterizando as classes de artrópodes indicadas.
CLASSES DE ARTRÓPODES
Características Insetos Aracnídeos Crustáceos Quilópodes Diplópodes
Divisão do corpo
Número de patas
Número de antenas
Pedipalpos
Quelíceras
Depois de completar a tabela acima, faça uma comparação das características encontradas
em cada classe de artrópodes. O que são pedipalpos e quelíceras? Essas estruturas estão
presentes em todas as classes de artrópodes? Elas são encontradas em outros filos de
invertebrados?
Nesse momento, você deverá analisar cuidadosamente a figura 16. Esses representantes
da classe Crustacea existem na região onde você mora? Quais as relações que existem
entre esses crustáceos e o homem? Os crustáceos apresentam extremidades articuladas
como os insetos e aracnídeos?
Figura 16: Crustáceos.
Fonte: Acervo do autor. Fotografado por Andréia Marega Luz (2011 f).
O corpo do escorpião (Figura 17) consiste de um prossomo revestido por uma carapaça e
de um abdômen longo, que termina em um aparelho do ferrão. No meio da carapaça
encontra-se um par grande de olhos medianos elevados. Além disso, dois a cinco pares de
pequenos olhos laterais encontram-se presentes ao longo da margem lateral anterior da
carapaça. As quelíceras são pequenas e com garras, projetando-se anteriormente para a
frente do corpo. Os pedipalpos bastante aumentados (que são uma característica distinta
dos escorpiões) formam um par de tenazes para capturar presas. O abdômen do escorpião
é composto de um pré-abdômen de sete segmentos e de um pós-abdômen de cinco
segmentos estreitos, de forma que as duas regiões se diferenciam claramente, constituindo
uma característica primitiva. Um par de placas operculares esconde a abertura genital no
lado meio-ventral do primeiro segmento abdominal. Um par de apêndices sensoriais,
conhecido como pectinas (que são peculiares dos escorpiões), é encontrado
posteriormente às placas genitais e preso ao segundo segmento abdominal. Cada pectina é
uma estrutura em forma de “pente” que se projeta em cada lado a partir do ponto de ligação
próximo à linha média ventral. No lado ventral de cada terço por meio de sexto segmento
abdominal encontra-se um par de espiráculos transversais que se abre nos pulmões
laminares (BARNES; RUPPERT, 1996).
Vamos pesquisar novamente? Você mesmo irá escolher as espécies a serem pesquisadas.
Mas, para isso, selecione o nome de três espécies de escorpiões e, em seguida, sintetize no
quadro a seguir, suas observações sobre essas espécies: aspectos gerais e evolução; a
história natural desses representantes; a estrutura, comportamentos e hábitos, e como
ocorre a reprodução.
OBSERVAÇÕES
Aproveite as pesquisas que foram feitas sobre os artrópodes para comparar as suas
informações com o que você já estudou sobre os moluscos. Você conseguiria explicar o que
um escorpião ou uma aranha (Figura 19) possui em comum com um molusco gastrópode?
(Figura 18) Em que aspectos você os diferenciaria? Essas comparações são importantes
para que você consiga compreender como as espécies na natureza evoluíram ao longo do
tempo, e que muitas características morfológicas e fisiológicas podem ser compartilhadas
entre várias espécies, mesmo sendo de filos diferentes.
Figura 18: Molusco gastrópode.
Fonte: Acervo do autor. Fotografado por Ricardo Baratella(2011 a).
As mais de 38.000 espécies de crustáceos incluem alguns dos artrópodes mais familiares,
tais como os caranguejos, os camarões, as lagostas (Figura 20), os lagostins e os
tatuzinhos. Além disso, uma miríade de pequenos crustáceos que vive nos mares, lagos e
lagoas do mundo ocupa uma posição importante nas cadeias alimentares aquáticas.
A cutícula nos crustáceos é dura, de onde vem o nome Crustacea. Essa cutícula algumas
vezes torna-se calcificada, como as conchas dos moluscos, devido à impregnação de
carbonato de cálcio. A grande maioria dos crustáceos é de vida livre, porém ocorrem
também espécies comensais e parasitas. Os crustáceos têm grande importância ecológica,
pois muitas espécies são elos de várias cadeias alimentares (RIBEIRO-COSTA; ROCHA,
2002).
A classe Crustacea incluem animais que se distinguem dos demais artrópodes pela
presença de dois pares de antenas e por possuírem dez ou mais pares de patas. Você já
sabia dessas informações? O corpo geralmente é conspicuamente segmentado, tendo as
formas primitivas um grande número de segmentos (até 60) enquanto as formas mais
evoluídas têm muito menos, geralmente 19 (MALACOSTRACA).
As curtas antênulas e longas antenas são estruturas sensitivas móveis que testam e
recobrem estímulos do ambiente. As mandíbulas fortes trituram o alimento, o qual é
manipulado pelas maxilas e maxilípedes. As grandes quelas (pinças) servem par ataque e
defesa, e as outras pernas locomotoras (pereiópodos) são usadas para locomoção,
manipulação do alimento e limpeza do corpo. As pernas abdominais (pleópodos) ajudam
na respiração e carregam os ovos nas fêmeas e os largos urópodos, como o telso, formam
um remo terminal largo para natação e proteção dos ovos (Figura 20).
Agora, observe atentamente as figuras 22 e 23. Você conhece esses dois animais?
Primeiramente, identifique-os e classifique-os. Posteriormente, compare esses dois
artrópodes em relação aos seguintes processos fisiológicos: excreção, respiração,
circulação e reprodução. Seja bastante criterioso (a) em suas observações e se for
necessário, pesquise as suas dúvidas na internet ou leia novamente os capítulos de
Fisiologia Animal Comparada das etapas III e IV do curso de Ciências Biológicas para
obter mais informações desses animais.
Figura 22: Classe Insecta.
Fonte: Acervo do autor. Fotografado por Vanessa das
Dores Duarte Teruel (2011 l).
Agora, eu lhe proponho outro questionamento: o que são copépodes? Onde eles vivem?
Os copépodes (Figura 25) são a maior classe se pequenos crustáceos, com mais de 8500
espécies descritas. A maioria dos copépodes é marinha, mas existem muitas espécies de
água doce e algumas que vivem em liquens, filmes de água no solo e húmus de folhas.
Também existem muitos parasitários de vários animais marinhos e de água doce,
particularmente peixes. Os copépodes marinhos existem em números enormes e constituem
geralmente o componente mais abundante e evidente de uma amostra de plâncton.
Portanto, para ampliar suas informações a respeito dessa indagação, você deverá pesquisar
na internet sobre “a importância dos crustáceos na alimentação humana.” Em seguida,
registre todas as suas observações no quadro abaixo.
OBSERVAÇÕES
A partir da observação das figuras 27 a 29, você deverá elaborar um texto, descrevendo as
principais características morfofisiológicas dos animais, a seguir.
Figura 27: Crustáceo decápodo.
Fonte: Acervo do autor. Fotografado por Ricardo Baratella (2011
e).
TEXTO
Estas duas classes (Figuras 30 e 31) eram incluídas em uma única classe, a dos
miriápodos, por possuírem o corpo alongado e inúmeros pares de pés, como o nome
antigo indica. A maioria de seus representantes necessita de ambientes úmidos devido à
ausência de um revestimento ceroso. Existem poucos fósseis dos miriápodes, devido à sua
cutícula pouco resistente, porém alguns dos fósseis mostram que o grupo é bastante antigo,
do Cambriano (RIBEIRO-COSTA; ROCHA, 2002).
Você sabe no que os Chilopoda e os Diplopoda se diferenciam? Registre no quadro, a
seguir, as suas observações.
OBSERVAÇÕES
Quais as diferenças mais notáveis entre essas duas classes? Como ocorrem os processos
fisiológicos nessas classes de artrópodes: digestão, respiração, circulação e excreção?
Após os seus estudos, leituras e análises, sintetize no quadro, a seguir, todas as
observações mais significativas das classes Chilopoda e Quilopoda.
OBSERVAÇÕES
3.2 Equinodermos
Neste momento, faça uma pesquisa na internet e, em seguida, complete a tabela abaixo, em
relação às características gerais das classes de equinodermos: Asteroidea; Echinoidea;
Holothuroidea; Ophiuroidea e Crinoidea.
Classes Características
Asteroidea
Echinoidea
Holothuroidea
Ophiuroidea
Crinoidea
OBSERVAÇÕES
Figura 36: Ouriço-do-mar.
Fonte: Acervo do autor. Fotografado por Ricardo Baratella (2011 g).
Os ouriço-do-mar (Figura 37) vivem em rochas ou no lodo das praias e no fundo do mar.
Locomovem-se por uso simultâneo dos espinhos e dos pés ambulacrários, e os pés
servem para agarrar objetos no fundo do mar, assim como para segurar pedaços de detritos
contra o corpo do animal para camuflá-lo. As bolachas-da-praia (Figura 38) e ouriços
cordiformes enterram-se superficialmente na areia. Eles não possuem brânquias
peristomiais, mas têm pés ambulacrários especiais modificados em brânquias. Todos os
equinoides limpam seu corpo com movimentos dos espinhos e pedicelárias, e dejeções do
ânus são removidos de modo semelhante. Ouriços comuns alimentam-se variadamente de
plantas marinhas, matéria animal morta e pequenos organismos raspados com a lanterna-
de-Aristóteles.
Revestimento e proteção
Sustentação e locomoção
Nutrição e digestão
Circulação
Respiração
Excreção
Sistema nervoso
Sentidos
Reprodução
Os crinoides são a mais antiga e, em alguns aspectos, a mais primitiva das classes vivas
de equinodermos, os crinoideos presos e com haste, chamados de lírios-do-mar,
floresceram durante a era Paleozoica, e cerca de 80 espécies existem ainda hoje. No
entanto, os modernos lírios-do-mar vivem em profundidades de 100m ou mais e, portanto,
não são comumente encontrados. A maioria dos crinoides vivos pertence a um ramo mais
moderno da classe: a ordem Comatulida. Os comatulideos ou penas-do-mar são de vida
livre, que vivem desde a zona interdidal até grandes profundidades, e alguns ocorrem em
grande número em recifes coralinos. Existem aproximadamente 550 espécies encontradas
primariamente no Indo-Pacífico e nas águas polares. O grupo mais antigo de equinodermos
extintos é o dos Eocrinoidea, conhecido a partir do início do Cambriano até o Ordoviciano.
Os eocrinoideos eram equinodermos com ou sem haste, e com uma teca fechada. Na
extremidade superior ou oral, encontravam-se cinco ambulacros e de cinco a muitos
braquíolos.
Após elaborar seu texto, faça uma comparação morfofisiológica entre os representantes das
figuras 40 e 41.
Comparação morfofisiológica
Neste momento, você irá fazer uma comparação entre as figuras 40 e 42. Seja bastante
criterioso (a) em suas observações e se for necessário, pesquise as suas dúvidas na
internet ou leia novamente os capítulos de Fisiologia Animal Comparada do curso de
Ciências Biológicas para obter mais informações desses animais.
Figura 42: Hipopótamo – mamífero da ordem Artiodactyla.
Fonte: Acervo do autor. Fotografado por Ricardo Baratella (2011 j).
OBSERVAÇÕES
A seguir, vamos lhe propor a realização de atividades. Não tema esquecer algumas
informações, releia os textos e pesquise constantemente, organize o conhecimento a partir
não da lógica que estrutura a ciência, mas de situações de aprendizagem que tenha sentido,
que lhe permitam adquirir um instrumento para agir em diferentes contextos e,
principalmente, em situação de vida.
Resumo
A enorme diversidade de adaptação dos artrópodes permitiu que esses animais vivessem
em todos os ambientes. A posse de um exoesqueleto contendo quitina, que evita a perda de
água, possibilitou aos artrópodes a exploração eficiente do ambiente terrestre.
Atividades
Atividade 1
Paulo é estudante do Ensino Médio, e passou a manhã toda observando os animais em
uma mata. Indique qual o filo de animais que deveria estar mais representado nas
observações de Paulo e duas características importantes desse filo.
Atividade 2
Faça uma tabela comparando insetos, aracnídeos e crustáceos, em relação às seguintes
características: divisões do corpo, número de patas e de antenas, respiração e excreção.
Atividade 3
Numa aula de Biologia, os alunos classificaram os artrópodes que o professor lhes
apresentou em três grupos, de acordo com características que distinguiam cada grupo dos
demais:
I) aranha e mosca;
II) gafanhoto e escorpião;
III) lagosta e siri.
Atividade 4
Num almoço em que se serviu siri, lagosta, mexilhão, ouriço-do-mar, lula e polvo, pode-se
afirmar que foram servidos:
a) somente moluscos;
b) crustáceos, moluscos e peixes;
c) somente peixes e crustáceos;
d) crustáceos, moluscos e equinodermos;
e) somente moluscos.
Atividade 5
Parapódios, rádula e lanterna-de-aristóteles são estruturas que ocorrem, respectivamente,
em:
Referências
BARNES, Robert D.; RUPPERT, Edward E. Zoologia dos invertebrados. 6. ed. São Paulo: Roca,
1996.
FUTUYMA, Douglas J. Biologia evolutiva. 2. ed. Ribeirão Preto: Sociedade Brasileira de Genética,
1997.
PURVES, William K. Vida: a ciência da biologia; trad. Anapaula Somer Vinagre... [et al.]. 6. ed. Porto
Alegre: Artmed, 2005.
RIBEIRO-COSTA, Cibele S.; ROCHA, Rosana M. Invertebrados: manual de aulas práticas. Ribeirão
Preto: Holos, 2002.
STORER, T. I., et al . Zoologia geral. 6. ed. São Paulo: Nacional, 2002.
4 As primeiras evidências da existência dos
vertebrados
Ricardo Baratella
Introdução
Esta estruturação é importante, pois não há meios de se tornar um bom biólogo sem
entender o funcionamento dos organismos vivos em seu ambiente. O texto contém
referências à literatura científica, que estão organizadas para ajudar estudantes
interessados em satisfazer sua curiosidade, sem ter de procurar informação difícil de ser
obtida.
Muito antes de Darwin ter convencido o mundo científico da realidade da evolução, geólogos
haviam estabelecido a cronologia relativa dos períodos geológicos, isto é, sua ordem
cronológica, com base no principio da superposição – rochas mais jovens são depositadas
sobre rochas mais antigas.
Segundo alguns ecólogos, grandes áreas incluem mais habitats, que mantêm diferentes
espécies e assim, podem abrigar grandes populações, as quais terão menor risco de
extinção que pequenas populações. Apesar de geralmente se estimar que a maioria das
espécies que já viveram estão extintas, pouco se sabe sobre as causas diretas da extinção,
já que as pressões seletivas podem surgir, mesmo que o ambiente permaneça inalterado. A
extinção exerce um papel importante na diversificação da vida e a destruição de habitats
constitui, no momento, a maior ameaça para as espécies. Mesmo sem mudanças genéticas,
algumas espécies sobrevivem a mudanças ambientais. Ao longo dos anos, quase todas as
catástrofes foram sugeridas para explicar extinções em massa, mas frequentemente não há
evidências.
A diversidade aumentou rapidamente e alcançou níveis de equilíbrio mais altos ao longo do tempo
geológico. Muito do aumento na diversidade, a longo prazo, pode ser consequência da exploração
de uma maior variedade de recursos, provavelmente porque muitas espécies constituam recursos
para outras espécies.
Você sabia que a evolução tem um papel central na biologia dos vertebrados? Ela
proporciona o princípio básico que organiza a diversidade dos seres vivos e a estabilidade
das comunidades, assim como ajuda a enquadrar as espécies extintas no contexto das
atuais. As ideias atuais sobre evolução enfatizam a seleção natural atuando ao nível dos
indivíduos como mecanismo predominante na produção de mudanças ao longo do tempo.
Neste momento, observe atentamente a figura 2. Ela propõe a demonstrar à origem dos
equídeos e sua distribuição geográfica.
Figura 2: Os equídeos.
Fonte: Acervo do autor. Desenho de Ricardo Baratella (2011 a).
Todos os continentes já estiveram reunidos, há milhões de anos formando um único,
chamado Pangeia. Desde então, vêm se deslocando uns dos outros sobre a superfície da
Terra, devido as enormes forças subterrâneas, ou seja, movimentos de circulação interna
das rochas situadas nas grandes profundidades do planeta (Figura 2).
Você sabia que os evolucionistas estão sempre invocando mudanças ambientais para
explicar a extinção ou a origem das adaptações dos seres vivos? Em consequência das
contínuas alterações que passaram os continentes, também os seres vivos se alteraram, em
um constante processo de evolução. A compreensão dos princípios e dos processos
evolutivos é essencial à diversidade dos vertebrados, já que esta diversidade é o resultado
direto da evolução.
Objetivos
Esquema
Os comportamentos dos vertebrados são tão diversos e complexos quanto suas formas,
como é o caso típico de alguns herbívoros (Figura 3): eles apresentam um conjunto de
especializações para alimentar-se de plantas, estas especializações, incluem dentes
esculturados e tratos digestivos com regiões onde microrganismos mutualísticos digerem
os componentes inacessíveis ao sistema digestório dos vertebrados.
A fêmea (Figura 4) deposita os ovos numa bolsa existente no ventre do macho, os ovos se
desenvolvem até o nascimento dos filhotes, nessa ocasião, a fêmea já está bem longe dos
seus descendentes.
Segundo Goslow e Hildebrand (2006), o estudo do dimorfismo sexual pode ser importante,
tanto para a determinação do sexo de um vertebrado quanto para evitar a confusão entre
características sexuais e características específicas e adaptativas de outras naturezas. O
dimorfismo sexual se relaciona, principalmente, às gônadas, à genitália externa e aos
órgãos sexuais acessórios; tais traços podem ser bem distintos ou muito similares em uma
espécie (Figura 5).
Gônadas
Glândulas sexuais ou genitais; produzem os gametas nos animais e também tem por função a secreção e
liberação de hormônios sexuais.
<FIM DO GLOSSÁRIO>.
Segundo Goslow e Hildebrand (2006), o estudo do dimorfismo sexual pode ser importante, tanto para a
determinação do sexo de um vertebrado quanto para evitar a confusão entre características sexuais e
características específicas e adaptativas de outras naturezas. O dimorfismo sexual se relaciona,
principalmente, às gônadas, à genitália externa e aos órgãos sexuais acessórios; tais traços podem ser bem
distintos ou muito similares em uma espécie
Figura 5: Órgãos genitais externos da hiena-pintada fêmea, vendo-se o clitóris peniforme e o falso escroto.
Fonte: Acervo do autor. Desenho de Cilene Castejón (2011 b).
Por que os altos níveis de hormônios andrógenos levariam ao aparecimento de falsos pênis
e escrotos, nas hienas (Figura 5)? Afinal, os animais que os desenvolvem ainda são
geneticamente fêmeas. Como podem genes femininos produzir imitações das estruturas
sexuais masculinas, mesmo em um meio de alta concentração de hormônios andrógenos?
O exame da base do desenvolvimento da anatomia sexual pode resolver esse dilema.
Acredite! Os mamíferos têm em comum um padrão para a embriologia dos órgãos sexuais,
por isso, podemos tomar os humanos como exemplo. O embrião recente é sexualmente
indiferente e contém todos os precursores e estruturas necessárias para o desenvolvimento,
quer dos órgãos masculinos, quer dos femininos.
A natureza automática dos clitóris peniformes e dos falsos escrotos das fêmeas mamíferas
com elevados níveis de andrógeno pode ser ilustrada por padrões incomuns do
desenvolvimento humano. As glândulas suprarrenais também secretam andrógenos, mas
geralmente em pouca quantidade. Em algumas fêmeas genéticas, as suprarrenais se
desenvolvem anormalmente e secretam níveis elevados de andrógenos. Essas menininhas
nascem com um pênis e um falso escroto. Alguns anos atrás, um medicamento destinado a
evitar abortos involuntários foi lançado no mercado. Tinha o infeliz efeito colateral de imitar a
ação dos andrógenos naturais. Os bebês do sexo feminino nasciam com um clitóris muito
aumentado e um saco escrotal vazio, formado pela fusão dos grandes lábios.
Você sabia que a adaptação é um conceito muito importante para a biologia evolutiva dos
vertebrados?
Abissais
Relativo às grandes profundidades oceânicas, situadas abaixo de 2000 metros, onde não há penetração da luz.
<FIM DO GLOSSÁRIO>
Figura 7: O tuatara - fóssil vivo. Mantém características de répteis primitivos, como, por exemplo,
um pequeno olho atrofiado na região superior do crânio (olho pineal).
Fonte: Acervo do autor. Desenho de Vanessa das Dores Duarte Teruel (2011 b).
Até agora, mostramos alguns aspectos da natureza evolutiva e adaptativa dos vertebrados,
com enfoque na diversidade desses representantes. Sabemos que a história dos
vertebrados é fascinante, proporcionam um número sem fim de detalhes interessantes, e ao
mesmo tempo, intrigantes: o estudo de como se originaram, como evoluíram e como
funcionam suas estruturas.
Você sabia que o conceito talvez mais fundamental em evolução, especialmente quando se
discutem as relações de parentesco entre espécies, é que, para quaisquer duas espécies,
hipotetiza-se que houve ao menos uma espécie ancestral comum a elas?
Figura 8: Provável filogenia do Reino Metazoa.
Fonte: Acervo do autor. Desenho de Cilene Castejón (2011 c).
Você, provavelmente responderia que é um animal que possui coluna vertebral, conferindo-
lhe sustentação do corpo, mas para descrever os vertebrados, devemos utilizar não
somente as características únicas ao grupo, mas também aquelas que os posicionam entre
os grupos relacionados, pois, na análise cladística moderna, o parentesco entre diferentes
grupos taxonômicos só pode ser estabelecido utilizando-se caracteres derivados
compartilhados, como base da classificação.
Homologias
Qualidade que identifica os chamados órgãos homólogos. Órgãos homólogos são aqueles que, nos diferentes
grupos animais, têm a mesma origem embrionária, mostrando que as espécies possuem um ancestral comum,
mas realizam funções diversas, podem ou não ser funções semelhantes. O braço do homem e a asa de uma
ave, por exemplo, indicam que, embora sejam diferentes, tiveram origem comum.
<FIM DO GLOSSÁRIO>.
Axiais
Refere-se aos componentes do esqueleto: cabeça e tronco, tendo a coluna vertebral como eixo principal.
<FECHAR BOX>
O filo Cordados é constituído de um grupo muito heterogêneo de animais, embora não seja,
o grupo mais numeroso entre os filos animais. Observe, ao visitar um zoológico, como os
animais ali presentes nos chamam a atenção e se for classificá-los, perceberá que a maioria
pertence a esse filo.
Celomados
São animais que apresentam celoma, uma cavidade do corpo ou espaço entre a parede do corpo e os órgãos
internos, revestido por um peritônio (mesoderma).
Deuterostômios
Animais que durante a evolução embrionária, desenvolveram na porção anterior do arquêntero, um novo orifício,
que passa a funcionar como boca. O ânus, é derivado de uma abertura na superfície do embrião, chamado
blastóporo (ou em um ponto próximo a ele). Pelo fato do blastóporo diferenciar-se em ânus, esses animais são
conhecidos como deuterostômios.
<FIM DO GLOSSÁRIO>
Observe nas figuras 9 e 10 que, mesmo sendo vermiformes, não existe nenhuma
semelhança do Balanoglossus com os vermes segmentados. Apresentam fendas branquiais
na faringe; um tubo neural dorsal curto, e uma bolsa pequena na base de uma probóscide,
que alguns acreditam representar uma estrutura notocordal. Alguns zoólogos, não aceitam
que essa estrutura seja uma notocorda reduzida ou vestigial; e, por essa razão, preferem
tratar os hemicordados como um filo à parte dos cordados.
Muco
Líquido viscoso e semitransparente que lubrifica a superfície do corpo.
Sedentários
Refere-se aos organismos que não se locomovem e vivem presos a um substrato, como por exemplo, as
esponjas e os corais.
<FIM DO GLOSSÁRIO>
O sistema digestório é completo, e a boca, situada na parte ventral do corpo, ingere a água
e areia contendo detritos orgânicos. A água sai por meio de várias fendas na faringe e a
areia é eliminada pelo ânus.
Observe na figura 10, a presença de uma aorta dorsal e uma ventral. O sangue é incolor nos
hemicordados, e não possui nenhum pigmento respiratório, ele é impulsionado por
contração desses vasos sanguíneos (aorta dorsal e aorta ventral), já que não possuem
coração típico.
O glomérulo (Figura 10) é o órgão excretor dos hemicordados. Ele recolhe os catabólitos
trazidos pelo sangue e os lança na cavidade celomática, sendo eliminados para o meio
externo, por meio da abertura da probóscide e por outros poros presentes na superfície
corporal do Balanoglossus.
Urochordata ou Tunicata;
Cephalochordata;
Vertebrata.
Os urocordados (Figura 12) habitam as áreas costeiras de todos os oceanos, alguns são de
vida livre e outros, após um curto estágio larval de vida livre-natante, fixam-se em
substratos, como em rochas ou cascos de navios. O subfilo é grande e diversificado, são
conhecidas 2000 espécies, aproximadamente. Existem, formas microscópicas, de vida livre;
ou podem formar colônias com até 30 centímetros de diâmetro.
Ainda que um urocordado adulto não mostre nenhuma evidência de notocorda ou de um
tubo neural dorsal, muitas espécies passam por uma fase livre-natante, semelhante a um
girino (ORR, 1999).
As larvas de ascídias movimentam-se com o auxílio da cauda, reforçada por uma haste fina
que se prolonga até ao meio do corpo: a notocorda. A larva, porém, não mantém por muito
tempo esse eixo flexível, precursor da coluna vertebral. Após alguns dias, a larva se fixa a
uma rocha, perde a cauda e instala-se para uma vida sedentária (Figura 13).
Uma ascídia adulta (Figura 14) e solitária é cilíndrica ou globosa, presa pelo pedúnculo ou
base.
A ascídia (Figura 14) é revestida por uma epiderme uniestratificada, responsável pela
secreção de uma camada elástica e resistente, a túnica. A túnica é forrada por um manto
membranoso, na camada mesodermal, constituído de fibras musculares (que permitem
certos movimentos do animal) e por vasos sanguíneos.
As ascídias nutrem-se de plâncton conduzido pela água que entra pelo sifão inalante
(abertura branquial), na parte superior do corpo. Como se alimentam exclusivamente de
plâncton, as ascídias não necessitam de apêndices para manejar o alimento. No saco
branquial existe o endóstilo, um sulco vertical forrado de células ciliadas e mucosas, que
fixam os seres planctônicos, onde o alimento é separado da água. Em seguida, os alimentos
vão para o estômago, onde são absorvidos. Observe na figura 14, que o estômago dilatado
comunica-se com o intestino; os dois órgãos estão fora do saco branquial. O intestino curva-
se para terminar no ânus, por onde são eliminados os produtos da egestão para o meio
externo, juntamente com a água que banha o saco branquial.
A parede do saco branquial apresenta muitas fendas branquiais e células ciliadas que
permitem o fluxo da água do saco branquial para a cavidade atrial, de onde ela sai pelo
sifão exalante (abertura atrial), situado em um dos lados do corpo da ascídia.
As ascídias são animais com características particulares, mas são consideradas muito
simples em relação aos processos fisiológicos. Não possuem órgãos excretores
especializados, perto do intestino existe uma estrutura sem ducto, considerada por alguns
biólogos, de função secretora. Algumas células, os nefrócitos, têm função armazenadora e
excretora, podendo formar no interior das mesmas, aglomerados sólidos que são expulsos
juntamente com a água pelo sifão exalante.
O subfilo Cephalochordata possui apenas dois gêneros viventes, mas é conhecido por
meio de bons fósseis de até 530 milhões de anos de idade. As formas sobreviventes estão
distribuídas por todo o mundo, especialmente nas áreas costeiras com águas quentes e
rasas (GOSLOW; HILDEBRAND, 2006).
Figura 15: O anfioxo - um animal de estrutura simples que se alimenta por filtração.
Fonte: Acervo do autor. Desenho de Cilene Castejón (2011 e).
O anfioxo filtra pequenas partículas da corrente de água trazida para a boca e faringe por
meio de movimentos ciliares. A água entra na faringe, a partir da boca e passa por cerca de
150 aberturas faríngeas oblíquas, chegando até o átrio. Os conjuntos de cílios da faringe
movem o bolo alimentar até o trato digestório reto. (GOSLOW; HILDEBRAND, 2006).
O atrióporo (Figura 16) é uma abertura ventral adicional, na frente do ânus, que permite a
saída de água (que penetrou no corpo trazendo alimentos e permitiu a troca de gases),
juntamente com os excretas e gametas.
Você sabia que os cefalocordados são animais dioicos (sexos separados). Possuem mais
ou menos 25 pares de gônadas enfileiradas em cada lateral do corpo, fazendo saliências
para dentro do átrio. Como as gônadas não possuem canais genitais, ao romper-se,
ovócitos e espermatozoides caem por meio do atrióporo. A fecundação é externa e o
desenvolvimento é indireto, sendo representados por uma larva ciliada de vida livre,
semelhante ao adulto.
Agora, observe atentamente as figuras 18 a 22. Em seguida, pesquise na internet as
características gerais desses animais.
TEXTO
OBSERVAÇÕES
Faça a releitura deste capítulo, refletindo sobre o que lê, anotando e comparando os pontos
principais e as dúvidas que ficaram. A seguir, vamos lhe propor a realização de atividades.
Antes de realizá-las, sugerimos que crie interesse pelo estudo. Procure conhecer, participar,
opinar e transformar o conhecimento e o sentimento de confiança em si mesmo,
independentemente de vivências, de referências, e coloque a ciência como um meio de
ampliar a compreensão da realidade.
O nome Urochordata é devido à presença da notocorda restrita à região caudal (na larva
somente), e o nome Tunicata é devido à existência de uma túnica espessa que reveste
externamente o corpo do animal adulto. Os tunicados adultos pouco se parecem com os
demais cordados. A larva microscópica é que apresenta as características exclusivas dos
cordados, mas, durante, a metamorfose, perde a notocorda e o tubo neural regride a um
gânglio.
Atividades
Atividade 1
Como ciência, a Biologia tem atravessado muitas mudanças, desde seu início, há milhares
de anos e atualmente, muitos biólogos contribuíram para o esclarecimento dos mecanismos
que geraram mudanças evolutivas dos cordados, principalmente dos vertebrados terrestres.
Escreva quais são os caracteres que, em conjunto, definem os CHORDATA, separando-os
de todos os outros filos.
Atividade 2
Leia com atenção o texto, a seguir.
Atividade 3
O anfioxo tem interesse zoológico especial, porque mostra de forma simples, aspectos
anatômicos muito importantes para os estudos comparativos dos vertebrados. Se você
tivesse que diferenciar em uma aula prática um anfioxo de um cordado do Subfilo
Vertebrata, qual a estrutura que você pesquisaria inicialmente no corpo do anfioxo? Escreva
qual a função da estrutura indicada.
Atividade 4
Do ponto de vista evolutivo, o bico de um papagaio e de um beija-flor podem ser
considerados homólogos, mas a constatação de que estruturas consideradas homólogas
são diferentes entre si não resolve a questão da reconstrução das relações de parentesco
entre os táxons. Analisando as estruturas homólogas, escreva como podemos inferir sobre a
ancestralidade comum das espécies.
Atividade 5
Os hemicordados são animais de corpo vermiforme que vivem enterrados em um túnel
escavado no fundo lamacento do mar. O representante típico pertence ao gênero Ascidia
sp. Você concorda com essa afirmação? Justifique sua resposta.
Referências
GOSLOW, George e HILDEBRAND, Milton. Análise e estrutura dos vertebrados. 2. ed. São Paulo:
Atheneu, 2006, 637 p.
NIELSEN, Knut Schimidt. Fisiologia animal. 5. ed. São Paulo: Livraria Santos, 1999, 600 p.
ORR, Robert T. Biologia dos vertebrados. 5. ed. São Paulo: Roca, 1999, 508 p.
POUGH, F. H.; HEISER, J. B.; McFARLAND, W. N. A vida dos vertebrados. 4. ed. São Paulo:
Atheneu, 2008.
SOARES, José Luís. Dicionário etimológico e circunstanciado de Biologia. São Paulo: Scipione,
1993.
STORER, Tracy I. e USINGER, Robert L. Zoologia geral. 6. ed. São Paulo: Nacional, 2002.
5 A moldura
vertebrados
evolucionária da Zoologia dos
Ricardo Baratella
Introdução
Caro (a) aluno (a), estamos continuando nesse capítulo, o estudo da Zoologia dos
Vertebrados. Esperamos que você ao estudar a evolução dos processos fisiológicos dos
vertebrados, compreenda que a descrição das estruturas desses representantes é
importante na perspectiva histórica, porque o conhecimento precisa preceder a
interpretação.
A humanidade busca, há muito tempo, saber como, quando se originou e de que modo
surgiram as numerosas espécies de animais. Em anos recentes, novas evidências surgiram
da Bioquímica, da Biologia Molecular e da Citogenética, além de outros campos da Biologia.
Existem abundantes provas apoiando a evolução, e admite-se que ela tem sido contínua, e
que os organismos mais recentes derivam de outros mais antigos pela herança de
variações, grandes ou pequenas, induzidas pelo ambiente ou por processos internos dos
organismos.
Mas, agora, imagine se toda a vida nada mais fosse que crescimento, simples sucessão de
células e DNA (Figura 1) autorreproduzido. O que você acha que aconteceria? Reflita sobre
esse questionamento, converse com os seus colegas e dê a sua opinião.
Figura 1: A chave da evolução é o DNA, uma molécula
helicoidal com duas hélices, ligadas por quatro radicais
químicos interpostos.
Fonte: Acervo do autor. Desenho de Vanessa das Dores
Duarte Teruel (2011 a).
A evolução seria certamente muito lenta. Mas, um tipo especial de divisão celular se
processa no sistema genital da maioria dos animais, a chamada meiose. Esta dá origem a
certas células especiais, como o ovócito e o espermatozoide, cada qual tendo apenas
metade dos genes e metade do DNA dos genitores. Só mediante uma constante
recombinação de genes é assegurada à natureza viva uma escolha de novos tipos de
indivíduos que possam ser testados ante as vicissitudes da evolução e da sobrevivência.
Novos genes aparecem, de fato, periodicamente, como mutantes (Figura 2). Parecem eles
derivar de “acidentes” que atingem os átomos, na síntese do DNA. O homem pode provocá-
los mediante o emprego de substâncias químicas ou submetendo seus átomos à ação de
radiações.
As mutações naturais podem ser igualmente drásticas, mas na maioria das vezes sua ação
é menos acentuada ou neutralizada no indivíduo. Ainda que raramente vantajosas, as
mutações promovidas no laboratório deram a conhecer aos investigadores, um fato de vital
importância: é que os genes mutantes são em sua maior parte recessivos. Em outras
palavras, os novos genes são propensos a permanecer quiescentes e acumulam-se nas
células dos indivíduos numa espécie, até que uma modificação no meio ambiente os torne
vantajosos.
Recessivos
Refere-se aos genes que só se manifestam em homozigose. Na recessividade, um gene, em presença do seu
alelo dominante, não manifesta o seu efeito, ainda que sua individualidade seja mantida no genótipo.
<FECHAR GLOSSÁRIO>.
Figura 2: Uma célula mutante, que foi irradiada.
Fonte: Acervo do autor. Desenho de Cilene Castejón (2011 a).
Observe na figura 2 que alguns cromossomos não alcançam os polos, mas um dos pares
forma uma ponte entre eles. Você sabe explicar por que isso acontece?
Como você pode perceber, a Biologia pode ser visualizada como uma hierarquia na qual as
unidades, desde a menor até a maior, incluem átomos, moléculas, células, tecidos, órgãos,
organismos, populações e comunidades.
Qual das questões é mais básica ou importante? A riqueza das possíveis respostas a
questões aparentemente simples faz da Biologia, um campo complexo, mas também
fascinante. Se estivermos falando sobre células se dividindo, sangue fluindo, cobras
rastejando ou crianças crescendo e desenvolvendo, estamos constantemente colocando
questões de “como” e “por que”. Para responder a essas perguntas, os cientistas geram
hipóteses que podem ser testadas.
Esquema
Lampreias (Figura 3) e feiticeiras são animais alongados, sem escamas e mucosos, não
possuindo tecidos duros internos. São necrófagos e parasitas, e apresentam
especializações para tais funções.
Figura 3: Lampreia.
Fonte: Acervo do autor. Desenho de Vanessa das Dores Duarte Teruel (2011 b).
Embora desprovida de mandíbulas, a lampreia devora carne sem dificuldade. A sua boca
(Figuras 4 e 5), semelhante a uma ventosa, apresenta numerosos dentes curtos que lhe
permitem fixar-se aos peixes, tornando-se, então, extremamente difícil desalojá-la de sua
presa. As glândulas existentes na boca segregam uma saliva com propriedades
anticoagulantes para que a ferida, produzida pela ventosa, se mantenha aberta e o sangue
que constitui uma parte importante da alimentação da lampreia, continue a fluir.
(b)
(a)
A: Anaspida
G: Gnathostoma
H: Heterostraci
L: Lampreias
M: Myxiniformes (feiticeiras)
O: Osteostraci
Figura 6: Algumas hipóteses sobre o grau de parentesco entre os agnatha (fósseis e atuais) e os gnathostomata.
Fonte: Acervo do autor. Desenho de Cilene Castejón (2011 b).
Você já parou para pensar como esses animais respiram? Procure registrar todas as suas
observações, conferindo com seus colegas todas as anotações que fez.
5.1.1 Myxiniformes
As feiticeiras não toleram luz forte e salinidades baixas, são isosmóticas com a água do
mar, e, geralmente, são encontradas nas partes lodosas do fundo do mar. Frequentemente,
migram de um habitat para outro, em busca de locais para desova ou mesmo
acompanhando peixes que elas parasitam.
Como você pode perceber, os ciclóstomos são vertebrados sem mandíbula e superaram
seus progenitores, os protocordados, devido à presença de diversos traços importantes.
Com algumas dúvidas acerca dos primeiros representantes, todos eles possuíam cabeças
com um crânio e órgãos pareados de visão (vestigiais nas feiticeiras). Há uma notocorda
grande. As vértebras estão, ao menos, representadas na maioria. O esqueleto interno dos
vertebrados sem mandíbula é, principalmente, cartilaginoso; porém, em pequenas
estruturas, similares a dentes, de um grupo extinto de Agnatha e nas escamas duras de
outros grupos, algumas combinações de dentina, esmalte e de osso aparecem pela
primeira vez na história. Os Agnatha extintos que apresentam escamas ósseas são
chamados de ostracodermes, o que significa “pele com casca” (GOSLOW ; HILDEBRAND,
2006).
O cerebelo dos ciclóstomos é pouco desenvolvido, pois estes animais são arrastados pelo
hospedeiro, não precisando ter sensação acurada de equilíbrio.
Todos os animais que possuem os traços generalizados do subfilo Vertebrata, porém não
apresentam mandíbula, pertencem à classe Agnatha. Estes animais são pouco
conhecidos pela maioria das pessoas, pois todos eles, exceto pelas lampreias e as
feiticeiras, foram extintos há mais de 200 milhões de anos.
Você sabia que o amocetes é uma larva cega, desprovida de dentes e apresenta ainda
certas características pertencentes ao anfioxo?
Você já deve ter notado que a evolução é um fato, pois os animais estão constantemente se
tornando adaptados ao ambiente em que vivem. Atualmente, à medida que olhamos à
nossa volta, vemos animais, cada um deles produto de uma longa evolução, cada um
ocupando um nicho ecológico no planeta.
Diagramador, inserir como glossário na lateral.
Nicho ecológico
Corresponde à posição funcional ou lugar biológico de um organismo, uma espécie ou uma população dentro de
um ecossistema.
<FECHAR BOX>.
Muitas de nossas ideias sobre as causas da transformação evolucionária têm suas raízes no
grande livro de Darwin, A Origem das Espécies pela seleção natural. Ele desenvolveu sua
teoria como resultado das observações feitas em uma viagem de cinco anos ao redor do
mundo. Faremos referência a algumas de suas observações, quando, em capítulos
posteriores, analisarmos as manifestações da evolução.
Embora as células do corpo utilizem energia continuamente, a maioria dos animais não
come continuamente. Os humanos costumam se alimentar com várias refeições por dia, um
leão (Figura 8) pode comer uma vez em vários dias, uma jiboia (Figura 9) pode alimentar-se
uma vez por mês, e animais em hibernação (Figura 10) podem ficar de 5 a 6 meses sem
comer. Portanto, os animais necessitam armazenar moléculas “combustíveis” que podem
ser liberadas, quando necessário, entre as refeições (GOSLOW; HILDEBRAND, 2006).
Alguns predadores correm, nadam ou voam para capturar suas presas, enquanto outros
simplesmente saltam sobre as mesmas após aproximar-se sorrateiramente ou ficar à sua
espreita. Ainda outros interceptam a presa golpeando-a com a cabeça ou com a língua
(Figura 12). Como estas partes são muito mais leves do que o corpo todo, elas podem ser
aceleradas mais rapidamente. Daí o termo alimentação por projeção.
Figura 12: Salamandra - animal que projeta sua língua para capturar insetos ou vermes.
Fonte: Acervo do autor. Desenho de Vanessa das Dores Duarte Teruel (2011 h).
Você já deve ter percebido como os vertebrados possuem especializações e adaptações de
estruturas para alimentar-se.
Você sabia que os morcegos utilizam a ecolocação, as serpentes (Figura 14) detectam a
radiação infravermelha do calor emitido pelos corpos de suas presas, e certos peixes
(Figura 15) detectam campos elétricos criados na água por suas presas?
Figura 14: As serpentes são sensíveis à radiação infravermelha.
Fonte: Acervo do autor. Fotografado por Ricardo Baratella (2011 b).
Figura 15: Tubarões - são capazes de captar vibrações de média e baixas frequências.
Fonte: Acervo do autor. Fotografado por Ricardo Baratella (2011 c).
As adaptações para matar e ingerir a presa são diversas e altamente especializadas. Essas
adaptações podem ser especialmente importantes quando a presa é capaz de infringir
danos ao seu predador. Uma cobra (Figura 16), por exemplo, pode atacar com suas presas
venenosas, utilizando seu veneno para imobilizar sua “vítima” antes de ingeri-las.
Figura 16: As serpentes não mastigam quando se alimentam, já que possuem uma mandíbula flexível.
Fonte: Acervo do autor. Fotografado por Ricardo Baratella (2011 d).
Você sabe como os anfíbios alimentam-se? Segundo Orr (1999), os anfíbios aquáticos têm
pouca necessidade de glândulas orais, porque, geralmente, sua alimentação provém da
água, mas, os anfíbios terrestres (Figura 17) possuem uma glândula intermaxilar no teto da
boca, que produz uma secreção viscosa, facilitando a captura de suas presas.
Figura 17: Sapo - possui uma língua protátil; ela pode ser dobrada sobre si mesma para trás, quando não está
sendo usada.
Fonte: Acervo do autor. Fotografado por Ansuene Welida da Silva (2011 a).
Já nos répteis (Figura 18), encontramos uma grande diversidade de adaptações do sistema
digestório. Alguns répteis são herbívoros; outros são carnívoros. Os pequenos répteis
carnívoros alimentam-se, particularmente de insetos e de outros invertebrados, enquanto os
carnívoros maiores alimentam-se, especialmente, de outros vertebrados, desde peixes até
mamíferos (ORR, 1999).
Figura 18: Camaleão - a língua é usada para capturar insetos. A ponta dela é espessa e pegajosa, promovendo
a adesão da presa.
Fonte: Acervo do autor. Desenho de Vanessa das Dores Duarte Teruel (2011 i).
Você sabia que nas aves (Figura 19) granívoras e carnívoras, existe uma porção do esôfago
em forma de saco, chamada papo, que se destina ao armazenamento temporário de
alimentos?
Figura 19: O intestino delgado das aves forma alças e a maioria delas possuem um ou dois cecos, na junção
dos intestinos delgado e grosso.
Fonte: Acervo do autor. Fotografado por Andréia Marega Luz (2011 b).
O trato digestório dos vertebrados é um tubo com diferentes segmentos, especializados
para diferentes funções associadas com a digestão e a absorção. A parede do intestino é
ricamente dobrada, com as dobras formando conjuntos de pequenas projeções, chamadas
de vilosidades. Como são projeções microscópicas, são conhecidas como
microvilosidades e apresentam uma enorme área de contato, permitindo uma melhor
absorção de nutrientes.
Nesse capítulo, fizemos uma descrição de alguns aspectos significativos encontrados nos
animais vertebrados. Como todas as outras funções fisiológicas, o consumo de alimentos
está sob influências genéticas e regulatórias que estão apenas começando a ser
entendidas. Os nutrientes que os animais necessitam para energia, também são importantes
para funções biológicas específicas.
Hoje, aproximadamente, 500 milhões de anos após o aparecimento das primeiras criaturas
sem mandíbulas, envoltas em couraças, movendo as caudas às cegas no lodo do fundo do
mar, os peixes diversificaram-se em muitas espécies diferentes. Os peixes, possivelmente,
conseguiram perceber os sons muito cedo, nos tempos primordiais. As primitivas cápsulas
contendo os dois canais semicirculares encontradas nos fósseis de lampreias, foram
consideravelmente aperfeiçoadas pelos peixes mandibulados.
Estes passaram a apresentar um terceiro canal num plano horizontal e, abaixo dele, uma
grande bolsa. Você consegue imaginar qual a função dos três canais e da bolsa? Reflita,
pesquise e, em seguida, ouça a opinião de seus colegas.
Um peixe cartilaginoso, bastante interessante, são as arraias (Figura 20). Elas possuem um
corpo extremamente achatado e as barbatanas peitorais aumentaram e transformaram-se
em imensas abas laterais triangulares.
Figura 20: Arraia - para o processo respiratório, ela apresenta duas aberturas na parte superior da cabeça,
pelas quais a água entra, passando diretamente pelas guelras, e sendo expelida a seguir pelas fendas
branquiais.
Fonte: Acervo do autor. Desenho de Vanessa das Dores Duarte Teruel (2010 j).
Todos os peixes possuem um sentido para o qual não temos paralelo: ao longo dos flancos,
com ramificações na cabeça, apresentam uma linha de textura ligeiramente diferente do
resto do corpo. Consiste num certo número de poros, ligados por um canal situado logo
abaixo da superfície.
Este sistema, chamado linha lateral, permite ao peixe perceber qualquer alteração na
pressão da água. Assim, ao nadar, ele vai criando uma onda de pressão que se desloca à
sua frente. Quando essa onda atinge um objeto, o peixe detecta-o imediatamente por meio
da linha lateral. Percebe também à distância, e os movimentos de outros peixes nadando a
seu lado, uma característica importante para as espécies que se deslocam em cardumes.
Você sabia que a visão surgiu muito cedo nos vertebrados? O ocelo do anfioxo, por
exemplo, serve apenas para indicar a diferença entre a luz e a sombra. Já os peixes sem
mandíbula tinham aberturas especiais para alojar os olhos.
Os olhos de quase todas as espécies de tubarões e arraias (Figura 20) não possuem
células cônicas, e não conseguem, por isso, distinguir as cores. Os peixes ósseos (Figura
21) em contrapartida, são completamente diferentes. Os seus olhos, providos de células
cônicas, produzem uma visão a cores, na grande maioria excelente.
Figura 21: Bacalhau - peixe ósseo que apresenta células cônicas.
Fonte: Acervo do autor. Fotografado por Vanessa das Dores Duarte Teruel (2011 k).
Há cerca de 350 milhões de anos, num pântano de água doce, ocorreu um episódio que ia
ser decisivo na história da vida dos vertebrados: alguns peixes começaram a arrastar-se
para fora da água e tornaram-se, assim, os primeiros vertebrados a colonizarem o ambiente
terrestre. Os anfíbios (Figura 22) típicos passam a maior parte da vida em terra, mas
regressam à água para se reproduzirem. Ali, nascem os filhotes, que em muitos aspectos
se assemelham a peixes.
Figura 22: Rã - prolifera em maior número nas florestas tropicais úmidas.
Fonte: Acervo do autor. Fotografado por Ansuene Welida da Silva (2011 b).
Quando os anfíbios surgiram, havia, é claro, um lugar relativamente seguro para os seus
ovos e filhotes: a terra firme. Naquela época, não existiam outros vertebrados terrestres
para roubar-lhe os ovos e devorar as larvas.
Certas rãs venenosas da América do Sul depositam os seus ovos em solo úmido e o macho
permanece junto deles, guardando-os. Quando eclodem, os girinos serpeiam
imediatamente em direção ao pai e trepam-lhe nas costas. A pele do dorso segrega uma
grande quantidade de muco que fixa os filhotes, protegendo-os, ao mesmo tempo, contra a
desidratação.
Para evitar o problema de prover os girinos com água, algumas rãs produzem filhotes que
completam o seu desenvolvimento dentro da membrana que envolve o ovo. Como é
impossível alimentá-los como os girinos de nado livre, a solução foi provê-los com imensas
quantidades de gema para a sua nutrição; em consequência, a fêmea só pode produzir um
número reduzido de ovos de uma só vez.
Desde o início da sua história, os anfíbios foram predadores, caçando insetos, minhocas e
outros invertebrados que os precederam em terra firme. Assim, se mantêm atualmente,
apesar do aparecimento de predadores mais poderosos e de maiores dimensões que os
obrigaram a um comportamento mais discreto. Na realidade, existem ainda hoje alguns
espécimes assustadores. O sapo-de-chifres, um sapo venenoso da América do Sul, tem a
goela tão grande que é capaz de engolir sem dificuldades filhotes de pássaros e jovens
ratos. Mas, nenhum anfíbio pode ser considerado ágil nos seus movimentos. Assim, para
capturar suas presas, eles precisaram de uma outra arma: a língua. A ponta da sua língua é
simultaneamente viscosa e musculosa. Deste modo, os anuros utilizam-na primeiro para
imobilizar a presa e depois para conduzí-la até à boca.
Os olhos dos anfíbios têm, basicamente, a mesma estrutura herdada dos peixes, seus
ancestrais. Do ponto de vista óptico, funcionam tão bem dentro como fora da água.
Durante 100 milhões de anos, os répteis (Figura 23) dominaram o mundo. Alguns atingiram
dimensões três vezes superiores às de um elefante e caminhavam pela terra firme,
alimentando-se de vegetação. Outros, com uma envergadura de 10 metros, pairavam nos
céus. Nos mares, outros ainda, grandes como tubarões, perseguiam os peixes. Então, há
63 milhões de anos, a sua sorte mudou e a maioria extinguiu-se.
Figura 23: Jacaré - surgiu muito antes dos dinossauros e, ainda hoje, domina os rios em que vivem.
Fonte: Acervo do autor. Fotografado por Andréia Marega Luz (2011 c).
Você sabia que as iguanas (Figura 24) conseguem, a maior parte do tempo, manter o seu
organismo a uma temperatura de 37º C, quase exatamente a mesma do corpo humano?
Alguns lagartos conservam o sangue 2 º ou 3º acima.
A designação de animais de sangue frio, tão comumente aplicada aos répteis, é, portanto,
bastante enganosa. Eles são mais bem descritos como animais ectotérmicos, ou seja, que
obtêm calor do ambiente em que vivem, ao contrário dos endotérmicos, como as aves e
mamíferos, que o geram internamente.
O tuatara consegue a fecundação interna graças a uma forma que é uma reminescência
dos processos utilizados por algumas salamandras e rãs. Quando o par acasala, as suas
aberturas genitais são comprimidas uma contra a outra, para que o esperma do macho
penetre no oviduto da fêmea.
Você sabia que os pitões e as jiboias são serpentes primitivas que conservam diversos
vestígios dos seus antepassados de quatro patas e corpo menos alongado? Pois bem, elas
apresentam, com efeito, vestígios isolados de ossos ilíacos enterrados na carne e
rudimentos das patas posteriores sob a forma de esporões. Nas fêmeas, estes são de
pequenas dimensões, passando despercebidos com facilidade, mas no macho são bem
visíveis e utilizados durante o acasalamento.
Agora, iremos conhecer um pouco mais das características das aves (Figura 25). As aves
renovam com regularidade as penas gastas pelo uso. Na maioria dos casos, a muda ocorre
uma vez por ano.
Figura 25: A muda nas aves sofre influência da luminosidade e
dos hormônios.
Fonte: Acervo do autor. Fotografado por Henrique Suriani de
Oliveira (2011 b).
Figura 26: Aves que se caracterizam pela presença de quilha ou carena no osso
esterno.
Fonte: Acervo do autor. Fotografado por Ricardo Baratella (2011 e).
A explicação para a existência de penas nas asas não é tão simples. Para conseguir voar
batendo as asas, são necessários possantes músculos peitorais, e estes, em todas as aves
voadoras, estão ligados a uma projeção em forma de quilha existente no esterno.
Figura 27: Pato - a ave retira o óleo com o bico e fricciona cada uma das
suas penas individualmente, a fim de mantê-las flexíveis e impermeáveis.
Fonte: Acervo do autor. Fotografado por Ricardo Baratella (2011 f).
A maioria das aves tem uma grande glândula secretora de óleo, a glândula uropigial,
localizada na pele, junto à base da cauda (Figura 27). Algumas aves, como as garças, os
papagaios e os tucanos, não possuem essa glândula.
A cor das penas pode resultar da sua estrutura. Alguns filamentos das penas apresentam
paredes tão finas que decompõem a luz como uma película de óleo e mudam de cor
conforme a posição. Algumas contêm, no interior, bolhas de ar microscópicas que refletem
a luz. Se forem mergulhadas num líquido, perdem a cor, mas a recuperam assim que
ficarem secas. Outras, ainda, como as penas de arara (Figura 28), são pigmentadas e
mantêm a cor mesmo quando molhadas e independentemente do ângulo de observação.
A América do Sul possui um grupo exclusivo de animais insetívoros que se separou dos
restantes numa fase muito primitiva. Os seus antepassados contam-se entre os mamíferos
placentários que, há 63 milhões de anos, emigraram do norte por meio do Panamá e se
misturaram aos marsupiais. A faixa de terra que lhes serviu de ponte, porém não durou
muito tempo e dentro de alguns milhões de anos submergiu no mar. Mais uma vez o
continente sul-americano ficou dividido e a sua fauna evoluiu separadamente.
Eventualmente, o contato foi restabelecido e verificou-se uma segunda invasão dos animais
vindo do norte, em consequência da qual muitas das espécies recentemente surgidas na
América do Sul desapareceram.
Mas, nem todas se extinguiram. O menos especializado dos sobreviventes é o tatu (Figura
29).
O tatu (Figura 29) é protegido por uma carapaça que deu origem à designação de
armadilho. Essa armadura consiste num amplo escudo abaulado que lhe cobre os ombros,
e outro que protege a cintura pélvica, com um número variável de anéis ou cintas para lhe
dar um pouco de flexibilidade.
Os morcegos (Figura 30) apresentam várias das modificações destinadas, a diminuir o peso
do corpo, que existem nas aves. Os ossos da cauda adelgaçaram-se até se tornarem finos
como palha para darem apoio à membrana voadora ou desapareceram totalmente. Embora
conservem os dentes, a sua cabeça é curta e, muitas vezes, têm o nariz achatado, para
evitar que o focinho pese no ar. Os morcegos, porém, tiveram de resolver um problema que
não existiu para as aves.
Figura 31: Baleia - os seus membros anteriores tornaram-se espalmados, como grandes barbatanas, e os
posteriores desapareceram, embora existam alguns ossos pequenos no interior do corpo dos cetáceos,
indicando que estes, um dia, também possuíram pernas.
Fonte: WIKIPEDIA (2011 c). Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Cetacea.jpg.Acesso em: 10 de
junho de 2011.
Figura 32: Golfinho - mamífero da ordem Cetacea.
Fonte: WIKIPEDIA (2011 d).
Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Schnabeldelphin-drawing.jpg. Acesso em: 10 de junho de
2011.
Nada na natureza possui uma estrutura tão distinta quanto o corpo dos vertebrados
(Figuras 33 a 37). Desde tempos imemoráveis, a humanidade fascina-se pela função dos
vertebrados. Os animais foram incorporados ao nosso mundo por meio da arte da literatura,
da religião e do entretenimento. Impressionamo-nos com suas proezas atléticas e com a
diversidade de suas habilidades. A contínua observação da forma e da função promete
aumentar o prazer e a expectativa do homem acerca da complexidade, da diversidade e da
quase perfeição do corpo dos vertebrados (GOSLOW e HILDEBRAND, 2006).
OBSERVAÇÕES
Estamos terminando o estudo desse capítulo, ressaltando os aspectos conceituais por meio
de desenhos e pesquisas científicas, privilegiando a evolução e os processos fisiológicos
dos vertebrados. Muitos outros exemplos poderiam ter sido citados e explicados, mas o
intuito desse capítulo é motivá-lo à pesquisa e à curiosidade.
Faça a releitura deste capítulo, refletindo sobre o que lê, anotando e comparando os pontos
principais e as dúvidas que ficaram. A seguir, vamos lhe propor a realização de atividades.
Não tema esquecer algumas informações, releia sempre os textos e pesquise
constantemente.
Antes de realizá-las, sugerimos que crie interesse pelo estudo. Procure conhecer, participar,
opinar e transformar, desenvolva o conhecimento e o sentimento de confiança em si
mesmo, independentemente de vivências, de referências, e coloque a ciência como um
meio de ampliar a compreensão da realidade, possibilitando a percepção de um mundo em
transformação e sua explicitação científica permanentemente, pois aos poucos, as metas
de formação de cada etapa serão alcançadas.
Resumo
Atividades
Atividade 1
As linhas de evolução das lampreias e feiticeiras divergiram muito cedo e provavelmente
tiveram origens diferentes entre seus ancestrais ostracodermos. Esses animais não
possuem mandíbulas, mas possuem uma boca circular com vários dentes, por isso são
conhecidos como agnatos, também chamados de ciclostomados.
Atividade 3
A lampreia apresenta um epitélio liso, contendo muitas glândulas; o conjunto de cabeça e
tronco ou corpo cilíndrico e a cauda é totalmente comprida. Pesquise na internet essas
informações e escreva detalhadamente sobre a estrutura da lampreia.
Atividade 4
O coração dos ciclóstomos situa-se na extremidade posterior, em forma de taça, dentro de
um saco pericárdico. A partir dessas informações, escreva do que consiste o coração
desses representantes e, em seguida, explique a função do sistema venoso.
Atividade 5
Para responder essa atividade, observe primeiramente as figuras 38 a 49. Em seguida,
pesquise na internet as características comportamentais e evolutivas de cada um desses
representantes.
Após a realização dessas pesquisas, registre no quadro a seguir, todas as anotações mais
significativas para a sua aprendizagem. Posteriormente, nos encontros presenciais,
socialize suas observações com os seus colegas, e a partir das anotações de cada um dos
animais, elabore um texto argumentativo sobre uma das espécies pesquisadas.
ANOTAÇÕES
Figura 38: Mamíferos da ordem Carnivora.
Fonte: Acervo do autor. Fotografado por Vanessa das Dores Duarte Teruel (2011 n).
Figura 39: Mamíferos com olhos geralmente dirigidos para frente e grande
desenvolvimento cerebral.
Fonte: Acervo do autor. Fotografado por Vanessa das Dores Duarte Teruel (2011 o).
Referências
GOSLOW, George e HILDEBRAND, Milton. Análise e estrutura dos vertebrados. 2. ed. São Paulo:
Atheneu, 2006, 637 p.
NIELSEN, Knut Schimidt. Fisiologia animal. 5. ed. São Paulo: Livraria Santos, 1999, 600 p.
ORR, Robert T. Biologia dos vertebrados. 5. ed. São Paulo: Roca, 1999, 508 p.
POUGH, F. H.; HEISER, J. B.; McFARLAND, W. N. A vida dos vertebrados. 4. ed. São Paulo:
Atheneu, 2008.
SOARES, José Luís. Dicionário etimológico e circunstanciado de Biologia. São Paulo: Scipione,
1993.
STORER, Tracy I. e USINGER, Robert L. Zoologia geral. 6. ed. São Paulo: Nacional, 2002.
6 Estranhos e maravilhosos seres vivos
Ricardo Baratella
Introdução
Nesse capítulo, continuaremos nossos estudos sobre a Zoologia dos Vertebrados. Você
sabia que o maior avanço na história dos vertebrados foi a evolução dos processos
fisiológicos que possibilitaram a construção de um esqueleto composto por fosfato de cálcio
(osso)? Primeiramente, esta capacidade ficou limitada à superfície do corpo, aos tecidos
dérmicos, mas posteriormente estendeu-se aos tecidos esqueléticos, provavelmente de
origem mesodérmica. Os tecidos ósseos fossilizaram mais facilmente do que os tecidos
moles, e o registro fóssil dos vertebrados é extenso após a evolução do osso. Os fósseis
mais antigos dos vertebrados datam do Cambriano superior e médio Ordoviciano, entre 40 e
125 milhões de anos antes do período no qual os fósseis de vertebrados tornaram-se
abundantes (POUGH, 2008).
O registro fóssil dos primeiros vertebrados estimula nossa curiosidade sobre mais
informações. Segundo Pough (2008, p.125) estes fósseis revelam muito pouco sobre o
curso da evolução desde:
Temos que responder a uma questão: por que os vertebrados apareceram tão tarde no
relato fóssil? A hipótese mais aceita, mas a mais difícil de comprovar é a de que os
primeiros vertebrados e sua diferenciação evolutiva ocorreram num ambiente que impediu a
fossilização dos tecidos moles.
Objetivos
Esquema
6.1 Vertebrata
6.1.1 Pisces
6.2 Tetrápode
6.1 Vertebrata
I) Além da corda dorsal que só nos ciclóstomos e num pequeno número de peixes se
mantém durante toda a vida, possuem os vertebrados um esqueleto interno, muito
aperfeiçoado, de natureza cartilaginosa ou óssea (Figura 1). A sua parte axial
compõe-se da coluna vertebral, que é desde início segmentada e que substitui
gradualmente a corda dorsal do crânio.
II) Existem dois pares de extremidades. Elas faltam ainda nos ciclóstomos e podem ser
reduzidas secundariamente em vários outros vertebrados.
III) O corpo divide-se em cabeça, tronco e cauda. Nos vertebrados terrestres (Figura 2)
acresce ainda um pescoço, reduzindo-se neles, por outro lado, muitas vezes a
cauda.
IV) A parte anterior do sistema nervoso central é sempre transformada num encéfalo
altamente diferenciado. Os órgãos dos sentidos superam muito os dos outros
cordados (Figura 3).
Na realidade, há mais no mundo do que animais de qualquer outro grupo de vertebrados, tanto
em termos individuais, como em número de espécies. O número total supera o número de todos
os outros grupos de vertebrados juntos, o que não nos espanta se considerarmos que
aproximadamente quatro quintos da superfície terrestre é coberta por água.
6.1.1 Pisces
Os peixes cartilaginosos aparecem, pela primeira vez no registro fóssil, cerca de 30 milhões
de anos antes dos peixes ósseos, não sendo ancestrais de nenhuma outra classe. Todavia,
os peixes cartilaginosos retêm alguns traços não especializados de seus ancestrais, mais
primitivos do que os equivalentes nos peixes ósseos. Exemplos disso são a estrutura do
coração e do encéfalo e a musculatura da faringe.
Você sabia que os tubarões, raias (Figura 5) e quimeras da Classe CHONDRICHTHYES (gr.
chondros, cartilagem + ichthys, peixe) são os vertebrados mais inferiores que têm vértebras
completas e separadas, mandíbulas móveis e extremidades pares. Todos são predadores e
praticamente são habitantes dos oceanos. O grupo é antigo e representado por muitos
fósseis, especialmente dentes, espinhos das nadadeiras e escamas. Os tubarões são de
grande interesse biológico, porque algumas de suas características anatômicas básicas
aparecem em embriões jovens dos vertebrados superiores.
Figura 6: Tubarão.
Fonte: Acervo do autor. Fotografado por Ricardo Baratella (2011 c).
O tubarão (Figura 5) respira absorvendo água pela boca, água essa que passa em seguida
pelas brânquias situadas de ambos os lados da cabeça e imediatamente à frente das
peitorais.
Os primeiros tubarões surgiram nos mares 400 milhões de anos atrás, cerca de 200 milhões
antes dos dinossauros. Naquela época não havia répteis, pássaros ou mamíferos. Partes
desses tubarões pré-históricos foram fossilizados ao caírem no fundo do mar, sendo
cobertos por camadas de areia e outros sedimentos. As partes duras, como espinhos e
dentes, fossilizavam-se com mais facilidade que as partes moles, que acabavam por
apodrecer.
Em alguns casos, tudo que restou foram impressões dos tubarões nas pedras. Dentes
fossilizados de tubarão são comuns porque, desde aquela época, os tubarões trocam os
dentes várias vezes em sua vida. Os esqueletos, compostos de cartilagem, não se
preservam tão bem quanto os de peixes ósseos. Fósseis de tubarão são geralmente
encontrados em rochas terrestres que, na pré-história, ficavam no fundo do mar. Os
cientistas sabem a idade dos fósseis pela idade das rochas em que eles foram encontrados.
Os grupos mais antigos de tubarões se extinguiram, mas alguns descendentes deles, que
surgiram há 200 milhões de anos, vivem até hoje.
Os tubarões possuem um sistema de linhas laterais de cada lado do corpo e da cabeça. São
constituídas por pequenos canais com poros minúsculos, sob os quais há células com cílios.
Essas células se espalham por todo o corpo e, assim como a linha lateral, captam as
vibrações do som.
Dependendo da quantidade de luz, a íris dos olhos do tubarão se contrai ou dilata, alterando
o tamanho da pupila. Uma camada de células no fundo do olho, chamada tapetum, reflete a
luz na retina, onde as imagens são focalizadas, aproveitando ao máximo a luz existente. É
por isso que o tubarão enxerga na penumbra. Em dias ensolarados, o tubarão protege o
tapetum com uma camada de pigmento. Assim como no homem, a retina do tubarão tem
dois tipos de células – bastonetes, sensíveis a mudanças de luz, e cones, que permitem
distinguir os detalhes e possivelmente as cores.
Encontrar um parceiro ou parceira para acasalamento pode significar uma longa viagem,
pois tubarões machos e fêmeas vivem em diferentes partes do oceano. Quando eles se
encontram, o macho persegue a fêmea, mordendo-a para convencê-la a se acasalar.
Quando o macho insere um de seus claspers na cloaca da fêmea, a água do mar existente
numa bolsa de seu corpo passa por um canal do clasper, forçando a entrada do esperma na
cloaca. É dessa maneira, dentro do corpo da fêmea, que ocorre a fertilização. Ao contrário,
nos peixes ósseos a fertilização se dá fora do corpo, ou seja, os ovos e o esperma são
lançados na água. A fertilização nem sempre ocorre de imediato, pois algumas fêmeas
podem armazenar esperma até estarem preparadas para reproduzir. Na maioria dos
tubarões, os ovos fertilizados se desenvolvem no útero da fêmea, e seus filhotes nascem
por um processo de parto. Em outros tubarões, os ovos fertilizados são envoltos em uma
casca coriácea e depositados pela fêmea no leito do mar. Depois disso, ela vai embora, e os
ovos se desenvolvem sozinhos. Esses tubarões são ovíparos: os filhotes nascem de um ovo
fora do corpo da mãe, como nas aves e peixes ósseos.
A larga boca dos peixes cartilaginosos é marginada com fileiras transversais de dentes
pontiagudos. Storer et al (2002, p.587) afirmam ainda que os dentes desenvolveram-se de
escamas placoides e que:
Agora, você deverá fazer uma pesquisa na internet sobre o comportamento dos peixes
cartilaginosos. Em seguida, descreva no quadro abaixo, as informações mais significativas
sobre essa classe de animais.
OBSERVAÇÕES
Você sabia que o grande conteúdo de sais das águas dos oceanos representa um problema
na regulação osmótica interna para muitos animais marinhos?
Nesse momento, você deverá continuar suas pesquisas sobre os peixes cartilaginosos.
Após todas as suas pesquisas, observações e anotações, complete a tabela abaixo.
Características gerais dos CHONDRICHTHYES
Revestimento e proteção
Sustentação e locomoção
Nutrição e digestão
Respiração
Circulação
Sistema nervoso
Sentidos
Reprodução
Você já deve ter lido algum texto informando que a maioria dos peixes se encontra no mar,
mas há muitas espécies que são encontradas na água doce. Entre estas, os maiores são os
peixes-espátula, certos bagres e os esturjões. Segundo relatos, o grande peixe-espátula do
rio Yangtze, na China, pode atingir quase sete metros de comprimento e alguns bagres da
Europa e da Ásia chegam a medir até pouco mais de três metros. Já os esturjões do rio
Volga podem ter até mais de quatro metros de comprimento e chegam a pesar pouco mais
de uma tonelada. Até na costa do Pacífico dos Estados Unidos, foram observados esturjões
com quase quatro metros de comprimento. Não existe nenhum peixe de água doce na
Groenlândia nem na Antártica, por causa do gelo que recobre, permanentemente, a maior
parte destas terras (ORR, 1999).
Várias espécies de animais que vivem na água são chamados peixes desde os peixes-boi
até as estrelas-do-mar, mas o termo se aplica propriamente a vertebrados aquáticos
inferiores. Os gregos conheciam os peixes como ichthytes, sendo ictiologia o estudo
científico dos peixes; o nome comum peixe deriva do latim, pisces. Os peixes mais típicos
ou peixes ósseos têm esqueleto ósseo, são cobertos com escamas dérmicas, geralmente
têm corpo fusiforme, nadam por meio das nadadeiras e respiram por brânquias. Várias
espécies habitam todos os tipos de água, doce, salobra, salgada, quente ou fria. Os peixes
têm sido um armazém de alimento proteico para a humanidade desde a antiguidade e
muitas espécies fornecem recreação agradável para pescadores amadores (STORER et al.,
2002).
Você sabia que o endoesqueleto dos peixes ósseos consiste no crânio, coluna vertebral,
costelas, cintura peitoral e de muitos pequenos ossos acessórios (pterigióforos) que
sustentam os raios das nadadeiras?
Em relação ao esqueleto dos peixes ósseos, Storer et al. (2002, p.596-597) descrevem que
encontramos nesses representantes um:
O salmão (Figura 9) reúne-se nos estuários antes de se lançarem na árdua viagem, subindo
o rio onde nasceram. Iniciada a viagem, deixam de alimentar-se. Quando por fim alcançam
as águas pouco profundas, acasalam e depositam os ovos no areão. Em seguida, terminada
a reprodução, morrem.
Agora, você irá fazer uma pesquisa sobre os peixes ósseos. Após todas as suas
observações, reflexões e anotações, complete a tabela a seguir.
Características gerais dos OSTEICHTHYES
Revestimento e proteção
Sustentação e locomoção
Nutrição e digestão
Respiração
Circulação
Sistema nervoso
Sentidos
Reprodução
Você sabia que a maioria dos peixes de zonas temperadas reproduz-se na primavera ou no
começo do verão, mas algumas trutas o fazem no outono ou no inverno? Storer et al.(2002,
p.606) afirmam que:
OBSERVAÇÕES
QUESTIONAMENTOS
6.2 Tetrápodes
Superclasse TETRAPODA
Os anfíbios adultos possuem bocas amplas e uma língua carnosa que, nos animais
viventes, está fixada na região rostral da maxila inferior. Um dos ossos que sustentavam as
mandíbulas do ancestral pisciforme se converteu em um ossículo da orelha, contribuindo
para a audição no ar. Geralmente há pulmões e ocorre alguma respiração por meio da pele
e por áreas da mucosa bucal e faríngea. Desenvolveram-se pálpebras e glândulas para
umedecer os olhos.
Uma rã (Figura 14) consegue manter-se imóvel horas a fio sobre uma folha, confundindo-se
com o ambiente que a rodeia. Quando por fim surge um inseto, como por exemplo, uma
libelinha, lança subitamente um ataque a dois tempos, saltando com um poderoso impulso
das patas traseiras e, no ponto extremo do salto, projetando a língua viscosa.
Novamente, você irá fazer uma pesquisa. Mas, agora a sua pesquisa é sobre as
características morfofisiológicas da classe AMPHIBIA. Após todas as suas pesquisas,
observações, reflexões e anotações, complete a tabela a seguir.
Revestimento e proteção
Sustentação e locomoção
Nutrição e digestão
Respiração
Circulação
Sistema nervoso
Sentidos
Reprodução
Nesse momento, analise o vertebrado terrestre que está representado na figura 17. Com
certeza, você o identificou. Agora, primeiramente, descreva as características desse animal
sem realizar qualquer consulta na internet ou em livros didáticos.
INFORMAÇÕES
Você percebeu alguma diferença nas anotações que fez nos quadros acima, nessas duas
situações? Quais foram essas observações? Qual o filo e a ordem do animal representado
na figura 17?
Após responder a todos esses questionamentos, vamos conhecer um pouco mais dos
répteis? Muitas informações sobre essa classe de animais já foram estudadas nas etapas III
e IV do curso de Ciências Biológicas, nos capítulos de Fisiologia Animal Comparada. Vale
a pena fazer uma nova leitura desses capítulos!
Os répteis evoluíram a partir dos anfíbios antracosauros, cerca de 60 milhões de anos após
o aparecimento destes últimos. Desde o Permiano e ao longo do Cretáceo, eram os
vertebrados mais abundantes. Esta foi a primeira classe de tetrápodes com todas as
estruturas necessárias para a vida no meio terrestre, incluindo membranas fetais e um
tegumento resistente ao ressecamento (GOSLOW; HILDEBRAND, 2006).
Segundo Storer et al.(2002,p. 643 - 644) os répteis foram o primeiro grupo de vertebrados a
adaptar-se à vida em lugares secos no ambiente terrestre. Algumas das características que
possibilitaram este fato são:
Você já ouviu falar dos icitiossauros (Figura 18)? Eles constituíam uma ordem que
surgiram no início do Triássico Inferior, e que extinguiram-se antes dos dinossauros.
Agora, observe atentamente a figura 19. Você, com certeza já identificou e conhece esses
animais. Não é verdade?
Primeiramente, indique três características desses animais (Figura 19). Agora, eu lhe
questiono: em que época esses animais viveram? Quais eram seus hábitos alimentares?
Em seguida, registre todas as suas observações no quadro abaixo.
Figura 19: Dinossauros.
Fonte: WIKIPEDIA (2011 b).
Disponível em: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Hadrosaur.jpg?uselang=pt.Acesso em: 10 de junho de
2011.
Autor: Heinrich Harder (1858-1935). Data: 1916.
OBSERVAÇÕES
Os répteis são cobertos por escamas córneas (Figura 20). Exceto por formas muito
especializadas, tais como as serpentes, a maioria deles possui garras, costelas utilizadas
para trazer ar aos pulmões (os anfíbios utilizam a boca e a garganta como bombas para
sugar o ar), e uma coluna vertebral mais diferenciada em certas regiões e mais firmemente
presa à cintura pelvina do que nos ancestrais anfíbios. Nenhuma destas características é
única à classe, mas há traços do coração e dos vasos sanguíneos associados encontrados
somente entre os répteis.
Figura 20: Lacertílios – répteis que possuem escamas córneas.
Fonte: Acervo do autor. Fotografado por Andréia Marega Luz (2011 b).
Você sabia que assim como nos lagartos (Figura 20), a pele das cobras (Figura 21)
apresenta fileiras de escamas, lisas ou carenadas?
DIFERENÇAS
Você sabia que as cobras nunca mastigam ou dilaceram seu alimento, mas o engolem
inteiro? Elas podem comer presas de diâmetro maior que o de seu corpo devido a uma série
de modificações adaptativas que incluem: (1) união das duas mandíbulas na parte anterior
por um ligamento elástico; (2) quadrado frouxamente articulado, tanto com a mandíbula
como com o crânio; (3) e movimento dos ossos do palato. Em consequência, a boca pode
ser largamente distendida. Outras modificações são (4) os delicados dentes apontando para
trás, na maxila, mandíbula e palato, evitando que o alimento escorregue para frente uma vez
começada a deglutição; (5) ausência de esterno e costelas livres de qualquer articulação
ventral, para que o corpo possa dilatar-se; (6) presença de pele mole, elástica, entre as
escamas no dorso e nos lados do corpo, permitindo larga distensão; (7) paredes finas e
elásticas do esôfago e do estômago; e (8) posição bem anterior da glote, entre as
mandíbulas e logo atrás da chanfradura para a língua delgada, o que permite respiração
durante a deglutição do alimento. Durante a deglutição, a glote pode ser projetada para
frente para auxiliar a respiração e as maxilas e mandíbulas flexíveis avançam
alternadamente em um movimento de “andar” sobre a presa (STORER et al, 2002).
Lagartos ou sáurios
Testudinata (Chelonioidea)
Agora, você irá fazer uma pesquisa sobre os répteis. Após todas as suas observações,
análises e anotações, complete a tabela a seguir.
Características gerais dos REPTILIA
Revestimento e proteção
Sustentação e locomoção
Nutrição e digestão
Respiração
Circulação
Sistema nervoso
Sentidos
Reprodução
Nesse momento, é importante que você analise com muita atenção a morfologia de todos os
animais representados nas figuras 24 a 28.
Figura 24: Répteis com corpos alongados; membros pares, geralmente presentes.
Fonte: Acervo do autor. Fotografado por Ricardo Baratella (2011 j).
Figura 25: Quelônios que apresentam corpos envolvidos por duas conchas ósseas, uma carapaça
dorsal e um plastrão ventral.
Fonte: Acervo do autor. Fotografado por Ricardo Baratella (2011 k).
Figura 26: Répteis com corpo muito alongado, sem membros; língua extensível e bífida distalmente.
Fonte: Acervo do autor. Fotografado por Henrique Suriani de Oliveira (2011 b).
Figura 27: Ordem Chelonia – possuem um pescoço geralmente retrátil com oito vértebras cervicais.
Fonte: Acervo do autor. Fotografado por Henrique Suriani de Oliveira (2011 c).
Figura 28: Jacaré - apresenta um focinho relativamente largo e não demarcado nitidamente do crânio.
Fonte: Acervo do autor. Fotografado por Henrique Suriani de Oliveira (2011 d).
Nas ilustrações acima, podemos verificar que há uma grande diversidade nas características
morfológicas dos répteis. Com certeza, se observarmos esses representantes com os “olhos
de um pesquisador”, é possível notarmos algumas semelhanças entre eles. Depois de
identificar essas semelhanças, escreva essas características no quadro a seguir.
CARACTERÍSTICAS
Segundo Orr (1999, p.407-408), muitos répteis e anfíbios da América do Norte passam o
inverno hibernando e algumas espécies estivam durante o verão, especialmente nas regiões
quentes e áridas. Não é surpreendente que:
tenham sido usados locais bastante diversos para a hibernação. Muitas rãs
hibernam na água, frequentemente no lodo ou em entulho, no fundo de
lagoas e lagos. Outros permanecem em tocas subterrâneas. Observou-se a
rã verde (Rana clamitans) em ambas as circunstâncias no inverno. Muitos
sapos e salamandras usam tocas abandonadas de roedores para este fim.
Alguns sapos (Scaphiopus), pelo menos em muitos casos, parecem cavar
suas próprias tocas, fazendo uso dos membros posteriores e, quando a
temperatura do solo é muito baixa, ou no verão, quando a umidade é baixa,
muitas salamandras movem-se abaixo da superfície do solo ou recorrem a
outras situações que lhe ofereçam proteção contra o congelamento ou
dessecação. Algumas servem-se de fissuras ou fendas do solo ou de tocas
de outros animais; outras entram em troncos podres ou ficam embaixo da
casca de árvores; outras, ainda, foram encontradas em cavernas ou túneis
de minas. Membros do gênero Ensatina, frequentemente, encontram refúgio
dentro de ninhos de ratos silvestres (Neotoma fuscipes) ou embaixo deles.
Tocas de animais, fendas de rochas, cavernas, túneis de minas e até
formigueiros abandonados frequentemente são usados por cobras durante
os períodos de quiescência, no inverno ou no verão. Foi sugerido que a
presença de locais disponíveis para a hibernação possa ser um fator crítico,
que controlaria a abundância de ectotérmicos em certas regiões. A
ocupação de cavernas por vários indivíduos, em tais situações, é uma
ocorrência bastante comum. Algumas vezes, a ocupação de cavernas não
se limita a membros de uma espécie ou uma classe. Existe um registro de
257 cobras, sendo 8 Thamnophis radix¸101 Storeria occipitomaculata, e 148
Opheodrys vernalis¸ que foram encontradas num único formigueiro, em
Manitoba. Num outro formigueiro, escavado em Michigan, em fevereiro,
foram encontradas 62 cobras, representando sete espécies, e 15 anfíbios,
pertencendo a três espécies. Durante uma escavação em Mercer Country,
em Pensilvânia, nos meados de janeiro de 1939, foi descoberto um
hibernáculo com 21 indivíduos, representando sete espécies de répteis e
duas espécies de anfíbios. Estudos mais extensos durante um período de
vários anos mostraram que os répteis frequentemente retornam ao mesmo
local para hibernar, ano após ano. Muitas tartarugas hibernam na água. Os
estudos recentes, feitos num pântano em Michigan, também revelaram
cobras não venenosas, hibernando em tocas de lagostins de água doce;
elas pareciam estar completamente submersas.
Agora, você irá observar detalhadamente as figuras 29 e 30. Após as suas primeiras
observações, responda aos seguintes questionamentos: quais os aspectos evolutivos,
morfológicos e adaptativos que diferenciam essas duas classes de cordados? A que ordem
pertencem cada uma dessas espécies? Dê exemplos de animais que apresentam
características morfofisiológicas semelhantes aos vertebrados representados nas figuras 29
e 30.
Figura 29: Os pulmões dos répteis são
intermediários entre os pulmões dos anfíbios
pulmonares adultos e os dos vertebrados superiores.
Fonte: Acervo do autor. Fotografado por Ricardo
Baratella (2011 l).
As cascavéis (Figura 31) e outros membros da família das víboras de fossetas loreais
possuem cavidades sensoriais de cada lado da cabeça. A presença destas cavidades já era
conhecida no século XVII, mas só foi a partir de 1937 que Noble e Schimdt apresentaram
uma teoria satisfatória para explicar sua função. Fazendo experiências com cascavéis, que
tiveram todos os seus outros órgãos sensoriais importantes destruídos ou bloqueados,
descobriram que estes répteis podiam localizar exatamente e atacar objetos aquecidos, isto
é, objetos cuja temperatura era maior que a do meio circundante, ou objetos que eram muito
frios. Estas fossetas faciais ou loreais são anteroventrais aos olhos e possuem a abertura
dirigida para a frente (ORR, 1999).
Nenhuma outra adaptação locomotora requer tantas especializações quanto o voo; e todas
as aves voam ou são descendentes de animais voadores. Em contraste aos répteis, as aves
são a classe de tetrápodes mais homogênea e distintiva. Entretanto, mesmo com todas as
características únicas dentre a fauna vivente, elas não são muito diferentes dos répteis a
partir dos quais evoluíram. Ainda não se sabe quais eram estes répteis, mas, de qualquer
forma, eram provavelmente carnívoros ou insetívoros, pequenos e esguios, com braços,
pernas, pescoço e caudas longos e com traços cranianos e da pélvis tendendo à condição
das aves.
Você sabia que de todos os vertebrados, as aves são os mais bem conhecidos e os mais
facilmente reconhecidos porque são comuns, ativas durante o dia e facilmente vistas?
As aves para Storer et al.(2002,p.668-669) são:
Todas as aves são ovíparas e a maioria delas constrói ninhos de um tipo ou de outro, em
que os ovos são postos. Entretanto, existem algumas espécies que não põem seus ovos em
ninhos, e outras que não incubam seus próprios ovos.
Figura 33: A fecundação é sempre interna e todas as aves botam ovos com muito vitelo e uma
casca calcária dura.
Fonte: Acervo do autor. Fotografado por Henrique Suriani de Oliveira (2011 e).
Você já observou que a maioria das aves constrói algum tipo de ninho, em que os ovos são
postos e incubados por um dos pais ou por ambos? Os locais dos ninhos são bastante
variados. A maioria das procelárias e cagarras constrói seus ninhos em buracos no chão ou
sob rochas. Alguns martins-pescadores e andorinhas fazem seus ninhos em buracos à
margem de rios.
Em geral, entre as aves, tende a existir uma correlação entre o tamanho do corpo e o
tamanho dos ovos. Os beija-flores produzem os menores ovos e o avestruz, os maiores.
Entretanto, os ovos das espécies, cujos filhotes eclodem em estágios avançados de
desenvolvimento, geralmente são maiores que os de outras espécies, de tamanhos
semelhantes, cujos filhotes dependem inteiramente de seus pais, quando nascem. Os ovos
das aves, que fazem seus ninhos em buracos, geralmente, são brancos ou esbranquiçados.
A maioria das aves, mas não todas, que fazem ninhos abertos, tendem a ter ovos coloridos.
Os ovos podem ter uma cor única ou serem decorados com manchas, pintas ou linhas.
Entre as aves, que incubam seus próprios ovos, um dos adultos mantém-se presente em
quase todos os instantes para manter os ovos aquecidos, com exceção da ordem dos
Procellariformes. Algumas destas espécies oceânicas, como a procelária, podem deixar os
ovos sozinhos por até uma semana, sem que o embrião morra. Parece que isto é uma
adaptação à vida oceânica, onde a busca de alimento pode dar-se a uma distância
considerável do ninho, e os fatores climáticos podem impedir o pronto retorno ao ninho. A
negligência deste tipo pode prolongar o período de incubação, proporcionalmente ao
número de dias em que os ovos foram negligenciados.
Agora, observe atentamente a figura 34. Você percebe alguma relação dessa imagem com
as aves atuais? Você já ouviu falar em Archaeopteryx?
O Archaeopteryx (Figura 34) é uma espécie fóssil de ave primitiva. Você sabia que alguns
estudiosos acreditam que as aves são um grupo de dinossauros terópodes que evoluíram
na era Mesozoica?
Nas figuras 35 a 40, você conhecerá algumas espécies de aves extintas. É importante que
você pesquise sobre as características delas e a partir de suas pesquisas, estabeleça
estudos comparativos com as aves atuais, quanto à anatomia, fisiologia, evolução e
ecologia comportamental.
Você perceberá que as aves herdaram diversos aspectos dos répteis e que contribuíram
para seu sucesso como voadoras pela redução do peso. Segundo Storer et al.(2002) os
ovos desenvolvem-se totalmente fora do corpo materno e os produtos de excreção
nitrogenada são excretados sem o peso de uma abundante urina aquosa. Outras reduções
de peso foram conseguidas pela perda da bexiga urinária, tornando o seu esqueleto mais
leve.
Para que isso ocorra, você deverá realizar uma pesquisa detalhada sobre as características
anatômicas, fisiológicas e comportamentais das aves, considerando principalmente os
aspectos relacionados na tabela, a seguir. Após todas as suas pesquisas, observações,
reflexões e anotações, complete-a, de forma criteriosa, ressaltando os aspectos conceituais
e adaptativos dos representantes das diferentes ordens das aves carenatas e ratitas.
Características gerais das AVES
Revestimento e proteção
Sustentação e locomoção
Nutrição e digestão
Respiração
Circulação
Sistema nervoso
Sentidos
Reprodução
Algumas aves são úteis ao homem, destruindo cobras peçonhentas, roedores prejudiciais e
moluscos.
Nesse momento, iremos refletir sobre a diversidade das aves modernas. Você com certeza
conhece muitas aves, como por exemplo, as representadas nas figuras 42 e 43. Mas, seria
possível você classificá-las em todos os níveis taxonômicos? A que ordem e família
pertencem? Há características similares entre essas duas espécies?
Primeiramente, analise atentamente os flamingos (Figura 42) e o pavão (Figura 43). Você irá
encontrar diferentes comportamentos e adaptações entre esses representantes, mesmo
sendo animais pertencentes de uma mesma classe. Para completar essas informações,
pesquise na internet as características desses animais e em seguida, registre no quadro
abaixo as suas observações.
REGISTRO
Figura 43: O pavão pertence a ordem Galliformes.
Fonte: Acervo do autor. Fotografado por Henrique Suriani de Oliveira (2011 g).
Você percebe alguma semelhança entre as aves e um elefante (Figura 44)? Você sabia que
há algumas características fisiológicas comuns nas classes: Aves e Mamíferos?
Você sabia que na sociedade constituída pelos elefantes, machos e fêmeas não vivem
juntos nos mesmos grupos? Os machos passam a maior parte do tempo sozinhos ou na
companhia de outros machos, enquanto as fêmeas ou filhotes andam em grupos familiares.
Estes grupos são liderados por uma fêmea mais velha, conhecida como matriarca, que
pode ser já avó ou bisavó.
Os elefantes são diferentes de qualquer outro grupo de animais existente nos dias de hoje.
Para descobrir a relação de parentesco entre os elefantes e outras ordens de mamíferos, a
Zoologia tradicional compara o formato dos ossos dos animais vivos com o de fósseis de
seus ancestrais. A linhagem é traçada até que se encontre um fóssil que possa ter sido o
ancestral comum dos dois. Recentemente, foram criadas novas técnicas capazes de
confirmar (ou às vezes confundir) a visão tradicional. Os cientistas analisam e comparam as
moléculas do corpo dos animais. Se elas forem muito semelhantes, os animais dos quais se
originam são provavelmente parentes. Uma dessas técnicas, o radioimunoensaio, verificou
que três grupos muito diferentes de mamíferos – elefantes, hiracoideos e sirênios – são
relacionados. Seu ancestral comum viveu há cerca de 55 milhões de anos.
ABRIR BOX: Curiosidades> A ausência de presas é normal nas fêmeas de elefantes asiáticos,
mas elas têm dois dentes incisivos, que são conhecidos como colmilhos e parecem pequenas
presas que crescem tão devagar que passam despercebidas. Nos zoológicos, algumas fêmeas
desenvolvem presas bastante longas, de até 30 cm de comprimento.
<FECHAR BOX>.
Nenhum outro animal tem os dentes iguais aos do elefante. Eles são diferentes em
tamanho, forma, e no modo pelo qual crescem. As presas são os únicos dentes frontais dos
elefantes. Nunca param de crescer e normalmente não se desgastam. Mas os dentes
internos, no entanto, que trituram os resistentes alimentos dos elefantes, costumam se
desgastar e são substituídos seis vezes durante a vida do animal. Os seres humanos, como
a maioria dos mamíferos, têm duas dentições. Quando para de se desenvolver, mais ou
menos aos 20 anos de idade, o homem já tem a segunda dentição completa (embora os
últimos molares, ou dentes do siso, às vezes demorem mais tempo para nascer). Aos 20
anos, porém, um elefante deverá estar em sua quarta dentição. Os elefantes têm dois
dentes de cada lado do maxilar. À medida que crescem, nascem novos grupos de dentes,
sempre um pouco maiores do que os anteriores. Os dentes não nascem de cima para baixo,
no maxilar superior, ou de baixo para cima, no maxilar inferior, como nos seres humanos,
mas percorrem o osso do fundo para a frente. À medida que avança, cada dente vai se
desgastando; e quando os últimos fragmentos caem, ele já foi substituído pelo dente que
vem atrás.
ABRIR BOX: Exemplificando> Os elefantes gastam cerca de três quartos de todo o seu tempo,
tanto de dia como de noite, selecionando, preparando e ingerindo os alimentos. O elefante selvagem
adulto ingere de 100 a 200 kg de vegetação por dia, dependendo do local onde vive e de seu
tamanho. São animais herbívoros, mas não conseguem digerir a celulose, substância da qual é
composta grande parte de cada planta. Ao contrário dos ruminantes, como bois e outros animais que
remoem o bolo alimentar, os elefantes não têm câmaras adicionais no estômago para auxiliar a
digestão. Porém, têm um ceco muito grande – órgão em forma de saco na junção do intestino grosso
com o delgado, onde vivem milhões de protozoários (organismos unicelulares) e bactérias. Estas se
alimentam dos vegetais parcialmente digeridos. Mesmo assim, as fezes dos elefantes são repletas de
fibras e sementes das plantas que passaram praticamente intactas pelo seu corpo.<FECHAR
BOX>.
A dieta dos elefantes (Figura 45) consiste de 30 a 60 por cento de ervas e capim (eles
comem menos na época da seca e mais na estação chuvosa). Os elefantes que vivem nas
florestas saem de seu habitat para buscar alimentos nas clareiras cobertas de capim. Os
pântanos, como os que ocorrem no parque nacional de Sumatra, são locais onde
conseguem fazer excelentes refeições.
Figura 45: Elefante – possui uma longa tromba formada pelo lábio superior fundido com
as narinas.
Fonte: Acervo do autor. Fotografado por Vanessa das Dores Duarte Teruel (2011 f).
Nas florestas, onde as árvores frutíferas são escassas, a procura de frutas maduras às
vezes toma muito tempo dos elefantes (Figura 46). Por isso os pomares devem parecer para
eles um verdadeiro banquete. Uma família de elefantes é capaz de devorar uma plantação
de bananas ou de cana-de-açúcar num piscar de olhos. Eles não só comem muito, mas
também pisoteiam as plantações e derrubam as árvores. Por isso, para um lavrador da
África ou da Ásia tropical, a chegada de um bando de elefantes às vezes significa colheita
perdida e fome. O problema se agrava em áreas cujo cultivo é mais recente. Se a terra
começou a ser plantada há apenas 20 ou 30 anos, é provável que elefantes adultos ainda
se lembrem dela como pasto de sua juventude.
Figura 46: Elefante – mamífero de pescoço curto, corpo enorme e pernas semelhantes a pilares.
Fonte: Acervo do autor. Fotografado por Henrique Suriani de Oliveira (2011 i).
PESQUISA
Orr (1999, p.410-411) afirma ainda que existem poucas informações sobre os aspectos da
hibernação de roedores:
Agora, você deverá relacionar as características dos animais descritos por Robert T.Orr
(1999, p.410-411) com os animais representados nas figuras 47 a 51.
Figura 49: Leão - FELIDAE que apresenta dentes caninos bem desenvolvidos.
Fonte: Acervo do autor. Fotografado por Vanessa das Dores Duarte Teruel (2011 i).
Figura 50: Mamífero CERVIDAE.
Fonte: Acervo do autor. Fotografado por Henrique Suriani de Oliveira (2011 j).
ATIVIDADE
Resposta rápida e movimento, marcas registradas dos mamíferos (Figura 53), requerem
membros eficientes. Para isso, as pernas e os braços, originalmente salientes para os lados
nos répteis e anfíbios, voltaram-se para o centro de forma que o corpo se localizasse acima
deles e não entre eles. Nesta posição eles não apenas sustentam melhor o animal, mas
também podem impulsioná-lo mais eficientemente e mais rapidamente para frente.
Figura 53: Macaco - possui mãos e pés frequentemente grandes, cada um com cinco dedos
distintos.
Fonte: Acervo do autor. Fotografado por Vanessa das Dores Duarte Teruel (2011 j).
O sucesso reprodutivo foi aumentado nos mamíferos mais avançados pela eliminação de
postura de ovos e pela retenção dos filhotes no trato reprodutivo da fêmea durante um
período de tempo mais longo de desenvolvimento, permitindo um período de maturação
mais seguro. Apesar deste método reprodutivo geralmente significar a produção de menos
filhotes de uma vez, ele é compensado pelas grandes chances de sobrevivência de cada
filhote.
Figura 55: Onça pintada - vive solitária geralmente, mas é oportunista na seleção de
presas.
Fonte: Acervo do autor. Fotografado por Vanessa das Dores Duarte Teruel (2011 k).
Você sabia que os mamíferos possuem excelente mecanismo termorregulador, sendo,
portanto, homeotermos como as aves (Figura 56)?
Como estas também são amniotas (Figura 57). A presença de placenta (ausente nos
mamíferos mais primitivos) permite que o embrião em desenvolvimento realize trocas
metabólicas com o organismo materno.
Quanto a este último fator, o guepardo como os demais felinos, corre apoiado na ponta dos
dedos (animais digitígrados). Observe a seguir, um exemplo de animal digitígrado (Figura
58).
Outros mamíferos como o coelho (Figura 59), o homem, o urso, apoiam-se na planta dos
pés (animais plantígrados).
Figura 59: Coelho - mamíferos lagomorfos, plantígrados.
Fonte: Acervo do autor. Fotografado por Vanessa das Dores Duarte
Teruel (2011 l).
Os animais que possuem dedos protegidos pelos cascos (ungulados) podem apoiar-se no
solo com um número par de dedos (artiodáctilos) ou com um número ímpar de dedos
(perissodáctilos). Observe os exemplos dessas ordens de mamíferos nas figuras 60 e 61.
Agora, você deverá fazer uma pesquisa detalhada sobre as características anatômicas e
fisiológicas dos mamíferos, considerando principalmente os aspectos relacionados na
tabela, a seguir. Após as suas pesquisas, observações e anotações, complete-a, de forma
bastante criteriosa, ressaltando os aspectos conceituais e adaptativos das diferentes ordens
de mamíferos.
Revestimento e proteção
Sustentação e locomoção
Nutrição e digestão
Respiração
Circulação
Sistema nervoso
Sentidos
Reprodução
Você já sabe que os mamíferos possuem glândulas mamárias que fornecem alimentação
aos filhotes.
Resumo
A Classe Reptilia inclui lagartos e cobras (Ordem SQUAMATA), tartarugas e jabutis (Ordem
CHELONIA), crocodilos e jacarés (Ordem CROCODILIA) e a tuatara da Nova Zelândia
(Sphenodon punctatus, Ordem RHYNCHOCEPHALIA). Estes representam apenas 4 das 16
ordens conhecidas que floresceram durante o Mesozoico, a era dos répteis, quando foram
os animais dominantes.Os répteis formam um grupo de animais com hábitos e
comportamentos diversos e bem peculiares.O nome réptil refere-se ao modo de locomoção,
isto é, rastejam (reptação).
As aves mais antigas, conhecidas somente por meio de registros fósseis, pertencem ao
gênero Archaeopterix. Essas aves apresentavam características de répteis primitivos dos
quais se originaram, sendo conhecidas como “aves-lagarto”. Possuíam três dedos com
garras nas asas, dentes reptilianos e uma cauda reptiliana coberta de penas. As aves são
singulares na posse de penas que revestem e isolam o corpo tornando possível a regulação
da temperatura e ajudam no voo; nenhum outro animal possui penas. A capacidade de
voarem possibilita às aves ocuparem alguns habitats negados a outros animais.
Atividades
Atividade 1
Os representantes da Classe são vertebrados que têm vértebras completas e separadas,
mandíbulas móveis e extremidades pares. Normalmente, apresentam de 5 a 7 pares de
fendas branquiais, dependendo do gênero e da espécie.
A pele dos tubarões, por exemplo, é protegida por escamas placoides, com dentículos
dérmicos, que lhes conferem uma superfície muito áspera. A partir dessas informações e de
seus conhecimentos sobre esse assunto, é possível afirmar que as escamas dos tubarões
são homólogas:
Atividade 2
Os vertebrados são, como todos os cordados, em princípio, animais segmentados e de
simetria bilateral. Externamente esta simetria fica quase sempre rigorosamente conservada,
enquanto a disposição dos órgãos internos pode se tornar mais ou menos assimétrica.
Se analisarmos o sistema circulatório dos vertebrados, você irá perceber que ele é
responsável por conduzir elementos essenciais para todos os tecidos do corpo, como por
exemplo, oxigênio para as células, hormônios para os tecidos, transporte de dióxido de
carbono para ser eliminado nos pulmões, “coleta” de excreções metabólicas e celulares,
condução de excreções nos órgãos excretores, como os rins, e tem importante papel no
sistema imunológico, na defesa contra infecções, entre outras funções.
Das alternativas a seguir, referentes ao sistema circulatório, assinale a única que NÃO é
válida para todos os vertebrados:
a) circulação fechada;
b) hemoglobina em glóbulos sanguíneos;
c) dupla circulação (geral e respiratória);
d) propulsão por um motor central (coração) e não por vasos com pulsações peristálticas;
e) pressão arterial maior que a pressão venosa.
Atividade 3
Os AMPHIBIA atuais são descendentes dos primeiros vertebrados. São os primeiros
cordados que mudaram de habitat, ou seja, eles iniciaram a saída das águas para o
ambiente terrestre; apresentam um menor número de adaptações morfológicas do que os
outros tetrápodes e um exemplo que ilustra essa situação são os sapos adultos.
Os anfíbios apresentam uma epiderme muito fina, sem escamas, rica em vasos sanguíneos
e com glândulas mucosas que mantêm a pele sempre lubrificada . Nesse contexto, podemos
verificar que a respiração cutânea nos anfíbios compensa a:
Atividade 4
A Classe REPTILIA inclui lagartos e cobras (Ordem SQUAMATA), tartarugas e jabutis
(Ordem CHELONIA), crocodilos e jacarés (Ordem CROCODILIA) e a tuatara da Nova
Zelândia (Sphenodon punctatus, Ordem RHYNCHOCEPHALIA). Estes representam apenas
4 das 16 ordens conhecidas que floresceram durante o Mesozoico, a era dos répteis,
quando foram os animais dominantes.
a) prolongado cuidado com a prole, até se tornarem adultos, garantindo a proteção contra os
predadores;
b) aparecimento de ovo com casca, capaz de evitar o dessecamento;
c) vantagens sobre os peixes e anfíbios na competição pelo alimento;
d) extinção dos predadores naturais e consequente explosão populacional de todas as
classes de cordados;
e) abundância de alimento nos ambientes aquáticos abandonados pelos ciclóstomos, peixes
e anfíbios.
Atividade 5
Nenhuma outra adaptação locomotora requer tantas especializações quanto o voo; e todas
as aves voam ou são descendentes de animais voadores. Em contraste aos répteis, as aves
são a classe de tetrápodes mais homogênea e distintiva. Entretanto, mesmo com todas as
características únicas dentre a fauna vivente, elas não são muito diferentes dos répteis a
partir dos quais evoluíram.
Referências
GOSLOW, George e HILDEBRAND, Milton. Análise e estrutura dos vertebrados. 2. ed. São Paulo:
Atheneu, 2006, 637 p.
NIELSEN, Knut Schimidt. Fisiologia animal. 5. ed. São Paulo: Livraria Santos, 1999, 600 p.
ORR, Robert T. Biologia dos vertebrados. 5. ed. São Paulo: Roca, 1999, 508 p.
POUGH, F. H.; HEISER, J. B.; McFARLAND, W. N. A vida dos vertebrados. 4. ed. São Paulo:
Atheneu, 2008.
SOARES, José Luís. Dicionário etimológico e circunstanciado de Biologia. São Paulo: Scipione,
1993.
STORER, Tracy I. e USINGER, Robert L. Zoologia geral. 6. ed. São Paulo: Nacional, 2002.