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Nome: Henrique de Oliveira Cambraia

Matrícula: 232002950

Resenha do texto "Para uma formação de professores construída


dentro da profissão" de António Nóvoa

A Taxonomia de Objetivos Educacionais, frequentemente referida como a "Taxonomia de


Bloom", é uma estrutura conceitual desenvolvida por Benjamin Bloom e seus colaboradores nas décadas
de 1950 e 1960. Ela tem sido amplamente utilizada como uma ferramenta para definir e classificar
objetivos de aprendizado em diferentes níveis de complexidade cognitiva. No entanto, ao considerar
essa abordagem, é fundamental fazer uma análise crítica e abrangente de suas características e
limitações.

A Taxonomia de Bloom é composta por seis níveis de objetivos de aprendizado, organizados em


uma hierarquia progressiva que vai do conhecimento à avaliação. No nível mais baixo, os alunos são
desafiados a lembrar informações básicas, como fatos e conceitos. À medida que se movem para níveis
mais altos, os objetivos envolvem a compreensão, aplicação, análise, síntese e avaliação de
informações. Isso fornece uma estrutura útil para definir o que os alunos devem alcançar em termos de
habilidades cognitivas.

Uma das principais vantagens da Taxonomia de Bloom é que ela ajuda os educadores a definir
objetivos de aprendizado claros e mensuráveis, bem como a projetar atividades de ensino e avaliações
alinhadas com esses objetivos. Isso é fundamental para o planejamento curricular e para garantir que os
alunos atinjam um conjunto diversificado de habilidades cognitivas.

No entanto, existem algumas críticas à Taxonomia de Bloom que merecem atenção. Em primeiro
lugar, a hierarquia proposta pode sugerir erroneamente que a avaliação é sempre uma habilidade
cognitiva superior em relação às demais. Isso pode limitar a visão da educação, tornando a avaliação o
objetivo final, em vez de uma ferramenta de aprendizado. Além disso, a hierarquia pode ser interpretada
de maneira muito rígida, desconsiderando a interconexão entre os diferentes níveis de aprendizado.

Outra crítica importante é que a taxonomia original não considerava adequadamente a dimensão
afetiva da aprendizagem, como a motivação, a atitude e o envolvimento emocional dos alunos. O foco
estava principalmente na cognição, o que negligencia um aspecto crucial da educação holística.
Além disso, a Taxonomia de Bloom foi desenvolvida há décadas, e o cenário educacional mudou
substancialmente desde então, com a crescente importância da tecnologia na aprendizagem e a ênfase
na resolução de problemas e na criatividade. Isso levou a revisões da taxonomia original, como a
"Taxonomia Revisada de Bloom", que busca incorporar esses novos elementos. No entanto, essas
revisões nem sempre estão amplamente adotadas ou compreendidas.

Em resumo, a Taxonomia de Bloom é uma ferramenta valiosa para a definição de objetivos de


aprendizado e planejamento curricular, mas ela não está isenta de críticas. Deve ser usada com
sensibilidade e adaptada às necessidades dos alunos e às demandas de um ambiente educacional em
constante evolução. Além disso, é essencial reconhecer a importância da dimensão afetiva da
aprendizagem e não limitar a educação a uma estrutura hierárquica rígida de habilidades cognitivas.

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