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A UTILIZAÇÃO DA TAXONOMIA DE BLOOM NO PROCESSO DE

ENSINO-APRENDIZADO PARA ALUNOS DO ENSINO SUPERIOR

Mirela Moraes Waldemarin Cabral1

RESUMO

Benjamin Samuel Bloom foi um psicólogo educacional que desenvolveu, uma teoria de aprendizado,
auxiliar a identificação
e a declaração dos objetivos ligados ao desenvolvimento cognitivo, afetivo e psicomotor. Este
artigo técnico, irá relacionar o desenvolvimento cognitivo que poderá ser utilizado para o
ensino-aprendizagem efetiva para os alunos do ensino superior.

Palavras-chave: taxonomia de Bloom, domínio cognitivo, ensino superior; ensino-


aprendizado

INTRODUÇÃO

Benjamin Samuel Bloom foi um psicólogo educacional e professor da Universidade de


Chicago que fez contribuições para a classificação de objetivos educacionais e para a teoria do
et al, 1956).
Nascido em 21/02/1913 e falecido em 13/09/1999, fez grandes contribuições para a organização
educacionais, com publicações de livros e artigos científicos na área da educação; tendo uma
influência decisiva na área das ciências e da educação ao propor uma taxonomia para os
objetivos educacionais. (
Na educação, definir e também decidir os objetivos de aprendizagem, significa
estruturar, de forma consciente o processo educacional de modo a oportunizar mudanças de
pensamentos, ações e condutas. (Ferraz & Belhot, 2010). Segundo Bloom et al, (1972) os
objetivos educacionais são metas ou comportamentos esperados a serem atingidos durante o
transcorrer de um curso ou disciplina. A definição clara e estruturada dos objetivos
institucionais, considerando a aquisição de conhecimento e de competências de cada
profissional; diferenciará o processo de ensino e aprendizagem, caracterizando uma
aprendizagem efetiva e duradoura.

A taxonomia de BLOOM apresenta finalidade de auxiliar a identificação e a declaração


dos objetivos ligados ao desenvolvimento COGNITIVO, que engloba a aquisição

1
Profa. Dra. do curso de Agronomia da Faculdade Calafiori (mirela@com4.com.br)
de conhecimentos, competências e atitudes, ou seja, aprender a dominar um conhecimento,
sendo destacadas neste domínio, as subcategorias: conhecimento, compreensão, aplicação,
análise, síntese e avaliação; desenvolvimento AFETIVO, englobando os problemas
emocionais, estando intimamente ligados ao desenvolvimento emocional e afetivo, que incluem
o comportamento, atitude, responsabilidade, respeito, emoções e valores; e o desenvolvimento
PSICOMOTOR, que abrange os termos de velocidade, técnicas de execução, reflexos,
percepção, habilidades físicas, movimentos aperfeiçoados e comunicação não verbal (Bloom
et al, 1956, 1972 e Mello ). Podendo assim, permitir que o professor possa se
diferenciar para cada necessidade específica do cada aluno (Galhardi & Azevedo, 2013)
Este artigo técnico objetiva-se uma análise sintetizada da taxonomia de Bloom ligada
ao desenvolvimento cognitivo, bem como as suas revisões podendo assim destacar uma melhor
compreensão no processo ensino-aprendizagem.

METODOLOGIA

A metodologia do artigo deverá apresentar os caminhos metodológios e uso de


ferramentas, técnicas de pesquisa e de instrumentos para coleta de dados, informar,quando for
pertinente, sobre a aprovação em comissões de ética ou equivalentes e sobre o direito de uso de
imagens.

DESENVOLVIMENTO

Este artigo técnico teve como base para o seu desenvolvimento, uma busca bibliográfica
de artigos já publicados em revistas internacionais e nacionais referente a taxonomia de Bloom
entre outros estudiosos sobre o assunto.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A taxonomia pode ser classificada como uma ciência ou técnica de classificação,


denominação e organização de um sistema pré determinado, tendo o englobamento de grupos
e subgrupos, aonde pode-se descrever uma biodiversidade, no caso educacional
( https://dicionario.priberam.org/taxonomia).
Segundo o próprio Bloom et al Taxonomy of
educational objectves ntexto
educacional, são:
1º - oferecer a base para o desenvolvimento de instrumentos de avaliação e utilização
de estratégias diferençadas para facilitar, avaliar e estimular o desempenho dos alunos em
diferentes níveis de aquisição de conhecimento; e
2º - estimular os educadores a auxiliarem seus alunos de forma estruturada e consciente,
a adquirirem competências específicas a partir da concepção da necessidade de dominar
habilidades mais simples, para que possam, posteriormente, dominarem as habilidades mais
complexas.
Tendo como base, este contexto educacional proposto pelo próprio Benjamin S. Bloom;
a capacidade humana de aprendizagem é deferente de pessoa a pessoa, e no sistema
educacional, de aluno a aluno. Isto poderá ser observado em uma mesma condição de ensino,
aonde, mesmo utilizando estratégias avançadas de ensino-aprendizagem, o domínio de um
conhecimento anterior nem sempre é atingido para que o mesmo consiga atingir o
conhecimento posterior (Costa et al, 2014; Ferraz & Belhot, 2010).
A taxonomia de Bloom possibilita uma padronização de linguagem utilizada no meio
acadêmico; aonde o domínio cognitivo é estruturado em níveis de complexidade crescente, indo
do menos complexo para os mais complexo. Isto indica que para adquirir uma nova habilidade,
o aluno deverá ter dominado e adquirido a habilidade no nível anterior (Bloom et al, 1956). Isto
caracteriza que os processos de aprendizados são acumulativos, e que caracterizam
dependências entre si.
Segundo Bloom et al (1956), define que o primeiro passo em direção ao ensino
aprendizagem coerente, seria a divisão de trabalho de acordo com o domínio específico de
desenvolvimento cognitivo, afetivo e psicomotor. Sendo que cada um dos níveis estão
associados a um conjunto de ações (verbos) que auxiliam na classificação em um dos níveis da
taxonomia. Destacando que a idéia principal que os educadores almejam que os alunos saibam,
possa ser arranjado numa hierarquia do nível de menor complexidade para o de maior
complexidade. A taxonomia trouxe uma possibilidade de padronização de linguagens no meio
acadêmico.
A taxonomia de Bloom do domínio cognitivo é estruturada em níveis de complexidade
crescente, do mais simples para o mais complexo, e isto significa que, para adquirir uma nova
habilidade, o aluno deverá ter domínio da habilidade do nível anterior. Sendo que, só após
conhecer um determinado assunto alguém poderá compreendê-la e aplicá-la. Sendo processos
acumulativos. Como pode ser observar na figura 1.

Figura 1: Taxonomia de Bloom referente ao domínio cognitivo, proposta por Bloom et


al (1944, 1972), analisadas por Costa et al (2014)

Uma revisão da taxonomia de Bloom encontra-se no trabalho de Krathwohl (2002),


destacado que os processos cognitivos poderão ser renomeados, apenas com termos verbais,
como observado na figura 2

Bloom (1944, 1972) Krathwohl (2002)


Figura 2 Relação da taxonomia de Bloom renomeada por Krathwohl (2002)

Krathwohl (2002) e Bloom, et al (1956) destacam que a taxonomia como uma


ferramenta de aprendizagem, podendo ser descrito quatro pontos principais,
1º) padronização da linguagem, para facilitar a comunicação entre docentes e alunos;
2º) servem como base para que determinados cursos definissem, de forma clara e
particular objetivos em seus currículos, baseados nas diretrizes contextual;
3º) determinaria uma congruência dos objetivos educacionais e institucionais, e
4º) um melhor panorama para as oportunidades educacionais.

Destaca-se que os verbos associados a cada um dos níveis mencionados anteriormente


(figura 1 e figura 2 ), auxiliam na classificação de questões avaliativas em termos da taxonomia
de Bloon (Jesus & Raaber. 2009). Contudo, na figura 3, podem-se destacar os verbos utilizados
na taxonomia revisada.

Figura 3 : Verbos utilizados na taxonomia de Bloom revisada por Krathwohl (2002)

recordar entender aplicar analisar avaliar criar

reconhecer interpretar executar diferenciar julgar gerar


listar explicar implementar organizar criticar planejar
definir classificar utilizar comparar justificar produzir
rotular resumir construir separar reconhecer inventar
nomear desenvolver
CONSIDERAÇÕES FINAIS

A taxonomia de Bloom inclui um amplo aspecto de aplicações. Contudo, quando um


educador deseja mover um grupo de alunos por meio de um processo de aprendizagem, deve
utilizar a taxonomia de Bloom; pois, planejar uma disciplina é uma tarefa árdua. Porém quando
ocorre o planejamento de uma disciplina de uma forma não pedagógico, pode levar o docente
a enfrentar um alto grau de evasão, por muitos alunos não conseguirem perceber ou não
compreenderem adequadamente os objetivos pretendidos e, a importância do conteúdo
abordado. Pode-se considerar que, em tempos de internet e redes sociais, há uma dificuldade
de interpretação de um texto mais longo, demonstra um baixo domínio cognitivo (lembrar,
entender, reconhecer e criar), pois, todo desenvolvimento cognitivo deve seguir uma estrutura
hierárquica para que, no momento oportuno, os alunos sejam capazes de aplicar e transferir o
conhecimento de formar multidisciplinar. Ressaltando que sendo um instrumento adequado e
eficaz, a taxonomia de Bloom deverá ser uma fonte constante de estímulos para a reflexão dos
problemas educacionais. por isto que pode-se concluir que; a padronização da linguagem entre
docentes e alunos poderá facilitar a comunicação no momento da explanação da disciplina; esta
forma de padronização verbal, serve também como base que para cursos consigam definir, de
forma clara os objetivos em seus currículos, baseando-se nas diretrizes contextuais; gerando
assim, uma visão geral e um interligação entre os objetivos educacionais e contextuais.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
"taxonomia", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008
2013, https://dicionario.priberam.org/taxonomia [consultado em 02-05-2019].
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bloom

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Pentagna. Enade e Taxonomia de Bloom - Maximização Dos Resultados Nos Indicadores de Qualidade.
Freita Bastos Editora; 2017

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