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AVALIAÇÃO DE HISTÓRIA MEDIEVAL


1ª EDIÇÃO
Professor Drº Edmundo Ximenes Rodrigues Neto

NOME COMPLETO ___________________________________________________

1. Estudamos os (pré)conceitos que embasam o senso comum sobre a


Idade Média: nesta etapa, é importante desconstruir ideias equivocadas e
estereótipos sobre o período medieval, discutindo concepções errôneas que
ainda persistem. Como futuros docentes, é fundamental ajudar os
estudantes a entender que o senso comum muitas vezes distorce a
realidade histórica.

Se numa conversa com homens medievais utilizássemos a expressão


“Idade Média”, eles não teriam idéia do que estaríamos falando. Como
todos os homens de todos os períodos históricos, eles viam-se na época
contemporânea. FRANCO JR, Hilário. O nascimento do Ocidente. 2002.

Tendo como base o texto de Hilário Franco Jr. "O (pré)conceito de Idade
Média", disserte sobre as concepções (visões) da Idade Média para os
renascentistas e iluministas no século XVI, para os românticos no século
XIX, para os medievais e para o século XX, conforme apresentado no texto
e nas discussões em sala de aula. Elabore um título. Desenvolva um texto
com introdução, desenvolvimento e conclusão. Adote uma letra legível
e observe as regras gramaticais básicas. (2,0 pontos).

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2. Leia o trecho do texto de FRANCO JR, Hilário (2002): Seguindo os


antropólogos, sociólogos e politicólogos, os historiadores passaram a ver a
política como a forma básica de organização de qualquer grupo humano, como o
instrumento minimizador dos conflitos inerentes a toda sociedade. Percebeu-se,
assim, que a vida política está carregada de símbolos, de metáforas, de ritos.
Entendeu-se que desconsiderar esses elementos seria empobrecer demais a
análise, seria desfigurar o sentido último da política, o mais abrangente rito
social. No caso da Idade Média, seria desprezar fatores subjetivos mas essenciais
de coesão social. As monarquias, por exemplo, ganham sentido apenas se olhadas
por esse ângulo. Agora explique a luz de FRANCO JR. (2002) a
relação entre política e imaginário na Idade Média. (2,0 pontos)

3. Sobre as estruturas políticas da idade média registre “V” para


verdadeiro e “F” para falso (2,0 pontos):

(a) ( F ) Seguindo o cristianismo que prega “dar a Deus o que é de Deus e a César
o que é de César” (Mateus 22,21), as esferas política e religiosa na Idade Médias
estavam separadas.
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COMENTÁRIO:
A sentença não é verdadeira. Na Idade Média, as esferas política e religiosa
não estavam separadas. O cristianismo na Idade Média exercia uma grande
influência na política e na sociedade de diversas maneiras.
Na estrutura política feudal, por exemplo, a Igreja Católica desempenhava um
papel importante na governança. Os líderes religiosos, como bispos e abades,
também tinham autoridade política e administrativa em suas terras. Além
disso, a Igreja possuía seu próprio sistema legal, tribunais e jurisdição.
Além disso, o Papa exercia uma influência significativa na política europeia
através do poder de excomunhão e interdito. Os governantes medievais eram
frequentemente influenciados pelas decisões e políticas papais.
Havia também uma forte ligação entre a religião e a vida cotidiana das
pessoas. A Igreja controlava o ensino e a educação, além de ser responsável
pela assistência social e pelos cuidados com os doentes e pobres.
Portanto, a sentença em questão não é verdadeira, pois o cristianismo na Idade
Média não pregava uma separação entre as esferas política e religiosa, mas sim
uma forte influência e interação entre elas.

(b) ( V ) Outro interessante exemplo das relações entre política e imaginário temos
nos reis, históricos ou míticos, que teriam desaparecido sem morrer e que
retornariam quando seus povos deles precisassem. A crença nesses monarcas
messiânicos e milenaristas tanto podia legitimar seus sucessores quanto servir de
contestação ao governante do momento.
A sentença é verdadeira. Ao longo da história, é possível observar a existência
de crenças em reis, tanto históricos quanto míticos, que supostamente teriam
desaparecido sem morrer e retornariam quando seus povos precisassem deles.
Essas crenças desempenharam um papel importante nas relações entre política
e imaginário, pois podiam legitimar os sucessores desses reis ou servir como
uma forma de contestação ao governante atual.

(c) ( V ) Pelo menos até o século X, “nação” tinha conotação apenas étnica: natione
vem de “nascimento”. Na Primeira e na Alta Idade Média, prevaleceu o
princípio jurídico germânico da personalidade das leis, quer dizer, cada pessoa
era regida pelos costumes de seu povo independentemente do lugar em que
estivesse. O princípio jurídico romano da territorialidade das leis, ou seja, a
submissão aos costumes locais, qualquer que fosse a origem da pessoa,
reganharia força aos poucos, sobretudo a partir do século XII. Somente então
“nação” passou a ter caráter também geográfico e político.
(d) ( F ) De toda maneira, o Estado-nação não progrediria na Baixa Idade Média,
sendo, portanto, insuficiente a existência no plano prático de formação de
exércitos nacionais e protecionismo econômico no campo simbólico o
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surgimento das bandeiras, e do conceito de fronteira. Prevalece por toda a Idade


Média a fragmentação política que não colabora para a constituição e instituição
dos países.
Falsa. A sentença afirma que o Estado-nação não progrediria na Baixa
Idade Média, porém, isso não é verdadeiro. Durante a Baixa Idade Média,
houve sim um avanço gradual em direção à formação dos Estados-nação,
com a consolidação do poder central e a formação de exércitos nacionais. O
protecionismo econômico e o surgimento das bandeiras e conceito de
fronteira também contribuíram para a consolidação dos Estados-nação.
Embora a fragmentação política ainda fosse presente em alguns momentos,
não se pode afirmar que ela prevaleceu por toda a Idade Média.

(e) ( V ) De início, devemos lembrar que a unidade política do mundo romano


estava seriamente comprometida muito antes de o último imperador ter sido
deposto, cm 476, por um chefe germânico. A crise do século III já mostrara a
fraqueza das instituições políticas romanas. [...] As reformas políticas de
Diocleciano e Constantino repuseram em mãos imperiais um grande poder,
porém suas reformas sociais e econômicas indiretamente e a longo prazo
anularam aquela recuperação, os latifundiários não só se tornavam mais ricos
como passavam aos poucos a ter atribuições estatais dentro de suas
propriedades. A cada vez mais constante penetração de germânicos em território
romano gerava uma insegurança que reforçava aquela tendência. O Estado ia
perdendo as possibilidades de uma atuação efetiva. Ocorria um claro processo de
desagregação política. Por tudo isso, Christopher Dawson tem razão ao afirmar
que “efetivamente a dissolução do sistema imperial e o nascimento de novos
Estados poderiam muito bem ter-se produzido mesmo sem a intervenção dos
invasores bárbaros” (40: 94).

4. Sobre o tópico da estrutura mental da obra "Idade Média:


nascimento do ocidente" de Hilário Franco Jr. discute as principais
características do pensamento e da mentalidade medieval. Registre
V para Verdadeiro e F para falso (2,0 pontos):

(a) ( V ) Durante a Idade Média, predominava a crença de que Deus ocupava o


centro da vida e do universo, influenciando todas as esferas da existência
humana. Essa visão teocêntrica moldou o modo como os medievais entendiam a
si mesmos, suas relações com Deus e com a sociedade.
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(b) ( V ) A visão hierofânica de mundo, presente na mentalidade medieval, é


marcada pela crença na presença constante do sagrado no mundo. As pessoas da
Idade Média viam o mundo como um lugar cheio de símbolos e sinais divinos,
onde cada dimensão da vida cotidiana estava imbuída de um significado
espiritual. A relação entre o ser humano e o transcendente era central nessa
visão, e a busca pela comunhão com o divino permeava todas as esferas da
existência.
(c) ( F ) O simbolismo também era uma característica importante dessa época.
Tudo na Idade Média era carregado de significados simbólicos, desde a
arquitetura e a arte até o comportamento social e político. Os símbolos eram
utilizados como forma de expressão e comunicação, transmitindo mensagens e
conceitos complexos de forma visual e sensorial. O simbolismo desempenhava
um papel fundamental na transmissão do conhecimento e na organização da
sociedade medieval. Os nomes eram igualmente vistos como símbolos. Apesar
disto adotar o nome de um santo era um sacrilégio, uma heresia buscar a
identificação profunda com ele. Não se podia adotar um nome de um santo para
uma criança, pois era receber suas características essenciais, suas virtudes,
reveladas exatamente pelo nome.
(d) ( F ) Colocado no centro da luta entre o Bem e o Mal, com sua alma disputada
por anjos e demônios, o homem medieval podia contar com preciosos apoios,
hierofânicos. Em primeiro lugar, indispensáveis para a salvação, os sacramentos
ministrados pela Igreja: a comunhão, por exemplo, era vista como contato mais
mágico que espiritual com Deus, daí, ainda no século XI, camponeses
enterrarem pedaços de hóstias consagradas para aumentar a fertilidade da terra
(92: 18). De forma geral, toda a liturgia era “aos olhos dos fiéis uma coleção de
ritos dos quais eles esperavam tirar proveito” (92: 14). Mas a Igreja apenas
divulgava a vida e a história dos santos, condenando o uso indiscriminado de
relíquias como forma de proteção. Para a Igreja, as relíquias eram objetos pagãos
associados à bruxaria e não possuíam o poder de proporcionar melhores
condições para enfrentar as forças demoníacas.

5. Em uma sociedade tão fortemente penetrada pelos valores da


Igreja, quer dizer, da comunidade cristã, muitas atividades
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anteriormente consideradas de foro pessoal passaram, pelo


menos até o século XIII, a ser vistas como de interesse
comunitário. Nesse processo de levar para a esfera pública as
coisas privadas, o sexo foi talvez o mais atingido. Essa mudança
de comportamento começara na verdade antes do cristianismo,
com certas correntes filosóficas pagãs defendendo uma vida mais
regrada, mais afastada dos prazeres materiais considerados
animalizadores do ser humano. A luz do texto de FRANCO JR
(2002), explique o matrimônio na Idade Média, seu papel, regras
constituídas e instituídas no cotidiano (2,0 pontos).

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