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Resende (2010) discute, em seu texto Notas sobre a modernidade, pedagogia e infância
a partir de Michel Foucault, a instauração do paradigma moderno sobre a infância, bem
como sua manutenção através dos aparelhos do Estado, operacionalizados graças ao
discurso pedagógico científico.
Remontando à construção da ideia de sujeito que surge no espaço lacunar limítrofe entre
aquele que é visto como objeto, mas que também vê o objeto e se vê, o sujeito
reivindica para si uma representação, na condição de indivíduo que trabalha, vive, fala,
existe, conhece e faz conhecer.
Medidas e sanções são índices das relações de poder e de saber na escola. Como
aparelho de exame, a escola operacionaliza o ensino e compara todos com um. O exame
permite que os alunos troquem a passagem de um nível de conhecimento para outro,
contudo, permite um campo de conhecimento/fornece dados sobre eles que será
manipulado para ser usado sobre eles (escola como laboratório de pedagogia). A
infância assujeitada é objetivada.
A proposta é dar voz à criança como política de infância. Ver e ouvir seus jogos e suas
demandas, incluir e se abrir pra o desassossego que a infância, apesar de subjugada,
provoca, resilientemente. Esse parece ser o desafio do século XXI, aponta Resende.