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Pólo Universitário - Instituto Educar de Minas Gerais

Material de Apoio a Estudos – Equipe Pedagógica Instituto Educar


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AS INTERFACES DA DIDÁTICA COM A FILOSOFIA

Na aula anterior apresentamos a Didática como matéria síntese, ou seja, como uma
matéria que apresenta interfaces com a Filosofia da Educação, a Psicologia da Educação, a
Sociologia da Educação, a Política Educacional, dentre outras. Sinalizamos que a ação
docente depende tanto da noção de Educação que o professor construiu, quanto da noção de
sujeito que o professor propõe-se a educar, da sua “visão de homem”, da forma como o
professor compreende que o sujeito aprende, por que aprende, para que aprende, quando
aprende.

Vamos refletir sobre algumas noções de Educação, lembrando sempre que essas
noções pertencem a um determinado período histórico. Por exemplo:

A educação é a ação exercida pelas gerações adultas sobre as gerações que não se
encontram ainda preparadas para a vida social; tem por objeto suscitar e desenvolver, na
criança, certo número de estados físicos, intelectuais e morais, reclamados pela sociedade
política no seu conjunto e pelo meio especial a que a criança, particularmente, se destine.
Emile Durkheim (1858-1917)

“A educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a


vida, é a própria vida. ”John Dewey (1859 - 1952)

No campo educacional, encontramos abordagens que oscilam entre dois grandes


pólos: o essencialista e o existencialista. Vamos tratar de expor essas abordagens
considerando que a realidade humana é sempre muito mais complexa do que qualquer modelo
explicativo que possamos apresentar. Tomamos essas duas grandes correntes do pensamento
filosófico para conduzir nossa exposição. Lembre-se de que em qualquer polarização há um
amplo espaço de transição entre os pólos, isso quer dizer que nossas práticas podem, talvez,
apresentar características mais ou menos evidentes de ambas as abordagens.
Para a abordagem essencialista em Educação, o ser humano porta uma essência que o
caracteriza como humano. Essa essência é o pensamento. Na visão essencialista, o ser
humano já nasce com suas capacidades, apenas necessita desenvolver as potencialidades
inerentes à sua natureza. Então as capacidades de pensamento, como a análise, síntese e
julgamento são inatas e dependem, do amadurecimento biológico do indivíduo e dos
exercícios a realizar com essas capacidades. Nessa concepção, o mundo é externo ao
indivíduo, sendo transmitido através da Educação e das instituições sociais. A noção de
conhecimento é apresentada como sendo algo pronto e acabado.
Para a abordagem essencialista da Educação, supostamente, se oferecem a todas as
pessoas, por igual, as mesmas condições para aprender. De um modo homogeneizante,
agrupam-se indivíduos da mesma faixa etária, ou etapa de aprendizagem, realizando
atividades em uníssono. Desse modo,todos os educandos fazem as mesmas coisas da mesma 1
maneira e ao mesmo tempo. Caso o indivíduo não aprenda, as causas desse não aprendizado
se encontram no próprio indivíduo, na sua falta de capacidade para aprender e não nas
condições que lhe foram oferecidas para aprender.
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Com base nesses fundamentos, a ênfase do processo educativo recai na transmissão


do conteúdo produzido e acumulado historicamente pela humanidade,pela ação do professor.
Ao educando cabe assimilar esse conteúdo por meio de exercícios repetitivos.
Distante da abordagem essencialista, a abordagem existencialista compreende a
natureza humana como sendo mutável,interdependente das condições de existência, de suas
relações sociais. Nessa abordagem, o ser humano é um sistema aberto, em evolução contínua,
que se desenvolve em estágios em busca de um estado final nunca alcançado. O ser humano é
ativo e o mundo, um meio a ser descoberto.
Nessa perspectiva, compreende-se a Educação como condição para o
desenvolvimento do ser humano e a escola caracteriza-se como um laboratório de vivências
preparatórias para a vida. Compreende-se a aprendizagem como um processo social que
desloca a ênfase da transmissão do conteúdo, da abordagem essencialista, para a descoberta e
a construção do conhecimento.

O sujeito da aprendizagem aprende em suas relações com os outros no mundo e com


o mundo, por meio da reflexão e da ação. Ser humano e mundo são históricos e culturais, na
medida em que “ambos inacabados se encontram numa relação permanente, na qual o
homem, transformando o mundo, sofre os efeitos de sua própria transformação” (FREIRE,
1976:76).

O ser humano produz o seu modo de viver e ao fazer isso, ele se produz e se
transforma. Deste modo, o homem é fruto do seu meio, da história, da cultura, do seu espaço e
tempo. A aprendizagem está sujeita a uma série de fatores que condicionam o modo de
aprender, como as condições psicológicas, sociais e econômicas dos educandos.

REFERÊNCIAS

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