Você está na página 1de 20

MANUAL

PORTAGE
1.0. INVERTARIO PORTAGE OPERACIONALIZADO – IPO
O Inventário Portage Operacionalizado-IPO é uma proposta de
intervenção no ambiente natural de crianças a partir da detecção do atraso no
desenvolvimento;

O grande foco do IPO a participação e treinamento de pais, cuidadores e


professores, visando a aceleração do desempenho destas crianças, tanto em
ambiente clinico com para extensão do ambiente domiciliar e escolar.

O termo "Operacionalizado" no nome "Inventário Portage


Operacionalizado" (IPO) refere-se ao fato de que esse inventário é uma versão
altamente detalhada e operacional do Protocolo Portage original. A palavra
"operacionalizado" implica que os itens e comportamentos que compõem o
Protocolo Portage foram especificados de forma precisa e detalhada, tornando-
os operacionais e passíveis de serem observados, medidos e aplicados de
maneira consistente e objetiva.

O IPO possibilita o acompanhamento do desenvolvimento ao longo de


seis anos, com listas de comportamento a serem observados a cada ano/idade.

O IPO é constituído de 580 itens organizados em seis áreas do


desenvolvimento: Desenvolvimento motor, 140; Autocuidados, 105; Cognição,
108; Socialização, 83; Linguagem, 99 compreendendo a faixa etária de 0 a 6
anos de idade.

Uma área foi destinada a faixa etária de zero a 4 meses, denominada


Estimulação infantil com 45 itens. (Williams & Aiello, 2018).

O inventário foi adaptado por duas psicólogas brasileiras, Williams e


Aiello (2001), que traduziram o instrumento para o português e
operacionalizaram cada um dos itens, propôs-lhes definições, critérios,
especificação das condições de avaliação e descrição do material a ser
utilizado.
O Inventário Portage Operacionalizado é uma adaptação de um
instrumento americano criado por Bluma, Shearer, Frohman e Hiliard, em 1976,
chamado Guia Portage de Educação Pré-Escolar (Portage Guiade to Early
Education).

O instrumento faz parte do “Projeto Portage” que corresponde a um


sistema de treinamento de pais e educadores na educação pré-escolar
(Williams & Aiello, 2018).

Fundado em 1969, por David E. Shearer, o Projeto Portage foi


inicialmente desenvolvido para fornecer serviços a crianças identificadas com
deficiência em uma área rural NA CIDADE DE PORTAGE (Shearer e Shearer,
1972).

No início dos anos 70, o Projeto Portage oferecia serviços domiciliares


que apoiavam os pais como os INSTRUTORES. Ao longo dos anos e por meio
de experiências documentadas dAs melhores práticas com crianças, O modelo
de projeto evoluiu de forma consistente, resultando em um aumento da
programação de qualidade e serviços aprimorados no campo da educação
infantil e muito mais especificamente, programas de intervenção precoce.

Na versão brasileira do instrumento, as pesquisadoras Williams e Aiello


(2018), além da adaptação transcultural na qual modificaram os itens e
elementos do currículo do Projeto Portage para realidade do Brasil,
propuseram a operacionalização de cada um dos comportamentos, propondo-
lhes para cada item definições, critérios, explicitando as condições de avaliação
e descrevendo o material a ser utilizado e especificando a resposta que a
criança deve apresentar.

O PORTAGE TEM:
 580 comportamentos.
 Desenvolvimento típico de 0 a 6 anos.
 5 áreas: desenvolvimento motor, linguagem, cognição,
socialização e autocuidado.
 1 área específica de 0-4 meses chamada estimulação
infantil.
 Pode ser usado por profissionais da saúde e da
educação.
2.0. ÁREAS DO IPO

Desenvolvimento Motor:

Esta área se concentra nas habilidades motoras grossas e finas da criança.


Isso inclui coisas como habilidades motoras brutas (por exemplo, andar, pular)
e habilidades motoras finas (por exemplo, pegar objetos pequenos, desenhar).

Linguagem:

- O desenvolvimento da linguagem é uma parte fundamental do Protocolo


Portage. Isso inclui o desenvolvimento da comunicação verbal e não verbal. As
metas podem envolver melhorar a compreensão da linguagem, a expressão
verbal, gestos e comunicação não verbal.

Cognição:

Esta área se concentra nas habilidades cognitivas, como atenção, memória,


solução de problemas, raciocínio e pensamento. O objetivo é melhorar as
habilidades cognitivas da criança.

Socialização:

- O desenvolvimento social é crucial para a interação e a comunicação eficaz.


Isso inclui o desenvolvimento de habilidades sociais, como fazer amigos,
compartilhar, cooperar e responder às pistas sociais.

Autocuidado:

- Essa área envolve a promoção da independência da criança em cuidados


pessoais diários, como vestir-se, alimentar-se e usar o banheiro. O objetivo é
ajudar a criança a se tornar o mais autônoma possível nessas áreas.
É importante observar que o Protocolo Portage é altamente
personalizado, adaptado às necessidades específicas de cada criança, levando
em consideração sua idade, estágio de desenvolvimento e qualquer
diagnóstico ou deficiência que possa estar presente. O foco principal é
maximizar o potencial da criança e melhorar sua qualidade de vida por meio de
intervenções educacionais e de desenvolvimento apropriadas.
3.0. COMO APLICAR: PARTE TEORICA

 Cada área do IPO tem uma folha de registro

 Cada área IPO tem uma apostila de aplicação dívida em instruções básicas no
seguinte formato: Condição – Resposta – Material
 Material para aplicação: O IPO tem uma lista de brinquedos separados
por áreas e função - Há material para confecção (catalogado em figuras
e plastificados)

Pontos importantes para a aplicação:


• Aplicar na idade da criança ou na faixa etária anterior.
• Ocorrência de erros em, no mínimo, 6 itens consecutivos para uma área –
retrocede uma faixa.
Marcar:
- V (correto).
- X (incorreto ou não apresenta).
- 0 (não avaliado).
- AV (as vezes)
Finalização: 06 erros consecutivos.

IMPORTANTE

• AVALIE TODAS AS CINCO ÁREAS

• AVAIE A ÁREA DE ESTIMULAÇÃO SE: A CRIANÇA APRESENTAR FAIXA ETÁRIA MENOR


QUE UM ANO, SE ELA TIVER ERRROS EM UM OU MAIS COPORTAMENTOS LISTADOS
NA PRIMEIRA METADE DE ITENS DA FAIXA DE 0 A 1 ANO PARA TODAS AS ÁREAS.

• COMECE PELA ÁREA ANTERIOR À QUE A CRIANÇA SE ENCONTRA.


• SE O DESEMPENHO DA CRIANÇA ESTIVER INSUFICIENTE RETROCEDA A FAIXA

4.0. O QUE FAZER APÓS AVALIAÇÃO?


• Verifique se todas as 5 áreas estão feitas nas folhas de registro

PARTINDO PARA AVALIAÇÃO


Prepare-se:
• ESTUDE
• SEPARE OS MATERIAIS
• QUANTO MENOR A CRIANÇA- FAÇA TESTES EM TEMPOS MAIS
CURTOS
• FAÇA EM HORÁRIOS VARIADOS
• FINALIZE COM ATIVIDADES AGRADÁVEIS
• OBSERVE BASTANTE
• ANOTE TODAS AS INFORMAÇÕES NECESSÁRIAS
• APLIQUE E OBSERVE
• REGISTRE NA FOLHA DE REGISTRO
• ENTREGUE O GUIA PARA OS PAIS AJUDAREM ( caso os terapeutas não
saibam)
• TRANSFIRA PARA SEU EXCEL
• ANÁLISE

• Não esqueça de verificar suas anotações, estas que serão muito bem uteis
para a elaboração do relatório e do PEI

4.1. Tabela de Pontos e Correção


Observe a folha de registro e as marcações feitas ( V,X,0,AV) e faça a
contagem com as tabelas de pontos:

SIGLA Ponto
V 1
AV 0,5
N 0

4.2. CORREÇÃO FORMA TRADICIONAL


• Para corrigir da forma tradicional utilizando uma fórmula de
equação

LEGENDAS
P = Pontos obtidos em cada EQUAÇÃO:
área P X 12
CO = Comportamentos CO
observados e a quantidade de
habilidades.
X12 = Quantidade de meses
antes do aniversário da criança

Para finalizar e saber a idade mental do paciente, utilize-se a o resultado de todas as idades da
EXEMPLO: Equação – Pontos obtidos X12 dividido pela quantidade de habilidades da área
área de correção
Area: Socialização
Exemplo: AREA SOCIALIZAÇÃO
CO: 29 ITENS
RESULTODO 0-1 anos: 15X12/29 = 4.9
P: 15
1-2 ANOS: 13X12/15=
15 X12=
2-3 ANOS: 29
3-4 ANOS

4-5 ANOS:

5-6 ANOS:

• Pegue todos os resultados e soma (+)


• No final divida a soma por 12 e você terá a idade mental do paciente
4.3. COREEÇÃO DE FORMA AUTOMATICA E TECNOLOGICA

• Existe um arquivo Excel que faz as contas, o gráfico, tabela e dá ideias para a
construção do PEI. Siga abaixo o guia de utilização deste:

GUIA SOBRE COMO


PREENCHER O GRÁFICO

1º São 10 abas de visualização:

2º Dados iniciais onde será preenchida nome, idade e diagnóstico do


paciente. Também será preenchido na tabela inicial a data de avaliação,
nome do avaliador e área de atuação. O preenchimento desses dados será
repassado automaticamente por meio de fórmula para a tabela de pontos.

3º Ainda na primeira aba possui um resumo da tabela de desenvolvimento


que também é preenchida automaticamente com a data e os dados, uma vez
que eles foram inseridos nas próximas tabelas.
4º As próximas abas são correspondentes as habilidades avaliadas
(Socialização, Linguagem, Cognitiva, Autocuidados e Desenvolvimento
Motor). Conforme os resultados da avaliação, a tabela será preenchida.
5º As opções são Sim (realizou) Não (não realizou) AV (às vezes) Branco
(não foi possível avaliar).

6º Após preencher os resultados em todos os domínios, virá a tabela de


pontos, que se preenche automaticamente após as outras serem preenchidas.
A tabela fornece um resultado no final que é a idade da criança baseada nos
resultados apresentados. Essa tabela que dá base para o gráfico, que vem
logo na próxima aba.
7º O gráfico é preenchido automaticamente com base nesses dados. O
gráfico fica representativo sobre em que momento do desenvolvimento a
criança se encontra, podendo ser anexado em relatórios e devolutivas

8º A última aba do arquivo se refere ao PTI que pode ser preenchido com base nos
objetivos elencados pela avaliação:

5.0 DEPOIS DOS RESULTADOS: O QUE FAZER:


- Existe principais coisas que se pode fazer após a montagem dos graficos

1. Definir 4 objetivos para cada área;


2. Selecionar os objetivos prioritários (os que não foram
alcançados);
3. Os objetivos em cuja avaliação o PACIENTE obteve AV, devem
ser trabalhados para reforço até que sejam alcançados;
4. Os objetivos já alcançados deverão ser sempre ser reforçados;
5. A medida que cada objetivo for alcançado, o mesmo deverá ser
substituído por outro da mesma área, na mesma folha;
6. Monte todos os Déficits Comportamentais identificados na
avaliação realizada e agrupadas em uma Tabela (Anexo 1) e
organizados em Classes de Respostas como sugere os
instrumentos IPO

O QUE SÃO CLASSE DE


RESPOSTA:
- Uma classe de resposta é um
conjunto de respostas que tem pelo
menos uma característica comum
- A classificação segue a numeração
de cada área e habilidade na apostila
de aplicação
- Por exemplo nas áreas de linguagem
terá um conjunto de outras habilidades
que montam uma classificação para
determinada habilidade
Ex: linguagem : Imitação verbal (1, 2,
8)

5.1. FAZENDO O RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO COMPORTAMENTAL


1. Preencha os dados do paciente
2. Introdução: Coloque a definição do Portage, para qual
finalidade a aplicação deste protocolo.

3. Coloque a classificação de respostas e déficits achados na


avaliação:
4. Coloque o gráfico
5. Faça uma conclusão dando um gancho para a s montagem do
PEI.

6.0 Criando o PEI

Para criar um plano terapêutico com base no Protocolo Portage, é


importante seguir um processo estruturado e personalizado,
considerando as necessidades específicas da criança. Aqui estão os
passos gerais para elaborar um plano terapêutico com base no
Protocolo Portage:

Passo 1: Avaliação Inicial

1. **Coleta de Dados**: Realize uma avaliação completa da criança


usando o Protocolo Portage. Registre informações sobre o
desenvolvimento atual da criança em áreas como motoras, linguagem,
cognição, socialização e autocuidado. Identifique os pontos fortes e as
áreas que necessitam de intervenção.

2. **Defina Objetivos**: Com base nos resultados da avaliação,


estabeleça objetivos claros e específicos para cada área de
desenvolvimento. Certifique-se de que esses objetivos sejam
mensuráveis e realistas.

Passo 2: Desenvolvimento do Plano Terapêutico

3. **Identificação de Estratégias**: Determine as estratégias terapêuticas


que serão utilizadas para alcançar os objetivos estabelecidos. Essas
estratégias podem incluir atividades educacionais, terapias específicas
(como fisioterapia, fonoaudiologia ou terapia ocupacional), suporte de
pais e cuidadores, entre outras.

4. **Defina Metas de Curto e Longo Prazo**: Divida os objetivos em


metas de curto prazo e metas de longo prazo. As metas de curto prazo
são etapas intermediárias que ajudarão a criança a progredir em direção
aos objetivos de longo prazo.

5. Crie um Cronograma Estabeleça um cronograma para a


implementação das estratégias e o acompanhamento do progresso.
Determine a frequência das sessões terapêuticas, a duração e os
marcos para avaliação.

Passo 3: Implementação do Plano Terapêutico

6. **Início das Intervenções**: Inicie as intervenções terapêuticas de


acordo com o cronograma estabelecido. Certifique-se de que os
terapeutas, cuidadores e professores envolvidos estejam cientes das
estratégias a serem implementadas.

7. **Registro e Acompanhamento**: Mantenha registros detalhados do


progresso da criança. Registre as observações e os marcos alcançados
durante as sessões terapêuticas.

8. **Avaliação Contínua**: Realize avaliações regulares para monitorar o


progresso da criança em relação às metas e objetivos estabelecidos.
Faça ajustes no plano terapêutico, conforme necessário, com base nas
novas informações.

Passo 4: Envolvimento dos Pais e Cuidadores

9. **Orientação aos Pais**: Ofereça orientação e treinamento aos pais e


cuidadores da criança para que possam apoiar o desenvolvimento da
criança em casa. Forneça atividades e estratégias que possam ser
incorporadas à rotina diária.

10. **Comunicação Regular**: Mantenha uma comunicação aberta e


regular com os pais e cuidadores para atualizá-los sobre o progresso da
criança e discutir qualquer desafio ou preocupação.
Passo 5: Revisão e Atualização do Plano

11. **Reavaliação**: Periodicamente, reavalie o progresso da criança e


redefina metas de curto e longo prazo, se necessário. Certifique-se de
que o plano terapêutico seja flexível o suficiente para se adaptar às
mudanças nas necessidades da criança.

12. **Feedback e Colaboração**: Colabore com outros profissionais de


saúde e educação envolvidos no cuidado da criança para garantir uma
abordagem integrada e coordenada.

Lembrando que o Protocolo Portage é altamente individualizado e


adaptável às necessidades específicas de cada criança. Portanto, o
plano terapêutico deve ser ajustado de acordo com o progresso e as
mudanças na situação da criança ao longo do tempo. Além disso, é
fundamental contar com o apoio de profissionais qualificados, como
terapeutas e educadores, para implementar o plano de forma eficaz.
CONCLUSÃO

A apostila do Protocolo Portage é uma ferramenta indispensável


para profissionais da área de educação e saúde, bem como para pais e
cuidadores que buscam promover o desenvolvimento de crianças com
necessidades especiais. Com uma abordagem altamente individualizada
e operacionalizada, o Protocolo Portage oferece uma estrutura sólida
para avaliar, planejar e implementar intervenções terapêuticas
direcionadas ao progresso infantil.

Ao longo deste guia, exploramos as principais etapas, desde a


avaliação inicial até a criação de planos terapêuticos personalizados.
Destacamos a importância da coleta de dados detalhados, definição de
metas mensuráveis e estratégias eficazes. Também ressaltamos a
necessidade de envolver ativamente os pais e cuidadores no processo,
tornando-os parceiros valiosos na jornada de desenvolvimento da
criança.

A versatilidade e adaptabilidade do Protocolo Portage tornam-no


uma ferramenta poderosa para atender às necessidades únicas de cada
criança, garantindo que nenhuma criança seja deixada para trás em seu
potencial de crescimento e aprendizado. À medida que trabalhamos
juntos para nutrir o desenvolvimento infantil, lembramos que cada
pequeno passo é uma conquista significativa, e cada sorriso de uma
criança é a expressão de um futuro mais brilhante.

Nossa esperança é que esta apostila seja um recurso valioso e


inspirador para todos aqueles que estão comprometidos em criar
oportunidades ilimitadas para crianças com necessidades especiais. O
Protocolo Portage é mais do que um guia; é uma jornada compartilhada
em direção ao desenvolvimento pleno e ao sucesso de cada criança.
Avancemos com compaixão, conhecimento e determinação, criando um
mundo onde todas as crianças possam alcançar seu potencial máximo.

Você também pode gostar