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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA

SÃO PAULO CAMPUS VOTUPORANGA

ANNA LAURA SANTOS SILVEIRA - VP3002985


BEATRIZ AYUMI SHIMABUKURO - VP3010384
GIOVANNA DANTAS RAMOS - VP3006913
LARA ROSA FRIOSI - VP3010821
MARIA EDUARDA ALVES - VP3010767
MATEUS CORDEIRO CAETANO - VP3002993

TRABALHO DE ESTRUTURAS DE MADEIRAS


Flexão

VOTUPORANGA – SP
2023
ANNA LAURA DOS SANTOS SILVEIRA - VP3002985
BEATRIZ AYUME SHIMABUKURO - VP3010384
GIOVANNA DANTAS RAMOS - VP3006913
LARA ROSA FRIOSI - VP3010821
MARIA EDUARDA ALVES - VP3010767
MATEUS CORDEIRO CAETANO - VP3002993

TRABALHO DE ESTRUTURAS DE MADEIRAS


Flexão

Trabalho apresentado como parte dos requisitos para


aprovação na disciplina Estruturas de Madeira, do curso
Bacharelado em Engenharia Civil, do Instituto Federal de
Educação,Ciência e Tecnologia de São Paulo – IFSP.

Profª. Cristiane Prado Marin

Votuporanga
2023
Sumário
1. EXERCÍCIO 1............................................................................................................3
1.1. Decomposição das Forças...............................................................................3
1.2. Cálculo da Cortante...........................................................................................4
1.3. Cálculo do Momento......................................................................................... 5
1.4. Combinações das Cortantes............................................................................6
1.5. Combinações dos Momentos...........................................................................7
1.6. Resistências de Cálculos..................................................................................7
1.7. Estado Limite Último.........................................................................................9
1.7.1. Tensões normais em função da flexão.....................................................9
1.7.2. Tensões cisalhantes.................................................................................11
1.7.3. Estabilidade lateral................................................................................... 12
1.8. Estado Limite de Utilização............................................................................13
1.8.1. Flecha.........................................................................................................13
1.9. Conclusão........................................................................................................ 15
2. EXERCÍCIO 2..........................................................................................................16
2.1. Determinação do Peso Próprio......................................................................16
2.2. Estado Limite Último.......................................................................................18
2.2.1. Verificação da tensão normal..................................................................18
2.2.2. Verificação do cisalhamento....................................................................20
2.2.3. Verificação da estabilidade lateral..........................................................21
2.2.4. Flexocompressão - condições de estabilidade......................................22
2.3. Estado Limite de Utilização............................................................................23
2.3.1. Flecha.........................................................................................................23
2.4. Conclusão........................................................................................................ 25
3

1. EXERCÍCIO 1
1.1. Decomposição das Forças

Para o dimensionamento da terça proposta no exercício, é necessário, primeirio,


realizar a decomposição das forças, uma vez que a peça está inclinada em 28°, ou
seja, ela está tendo esforços de flexão simples oblíqua.

Figura 1 – Carga permanete aplicada na estrutura

Fonte: Adaptado do exercício, 2023.

Decomposição da força da carga permanente no eixo x:

G x =G∗sin 28 °
G x =30∗sin28 °
G x =14,084 kgf /m

Decomposição da força da carga permanente no eixo y:

G y =G∗cos 28 °
G y =30∗cos 28°
G y =26,488 kgf /m
4

Figura 2 – Carga acidental aplicada na estrutura

Fonte: Adaptado do exercício, 2023.

Decomposição da força da carga acidental no eixo x:

Q x =Q∗sin 28 °
Q x =50∗sin28 °
Q x =23,474 kgf

Decomposição da força da carga acidental no eixo y:

Q y =Q∗cos 28 °
Q y =50∗cos 28°
Q y =44,147 kgf

1.2. Cálculo da Cortante

Como a carga permanente é uma carga distribuída, foi-se utilizada as seguintes


equações para os cálculos da cortante:

G x∗l
V Gx ,k =
2

G y ∗l
V Gy ,k =
2
5

Portanto, os valores da cortante para a carga permanente são:

14,084∗5
V Gx ,k =
2
V Gx ,k =35,210 kgf

26,488∗5
V Gy ,k =
2
V Gy ,k =66,221 kgf

Já para a carga acidental utilizou-se a equação a seguir, uma vez que trata-se de uma
carga pontual:

Qx
V Qx ,k =
2
Qy
V Qy ,k =
2

Assim, os resultados obtidos para a cortante da carga acidental foram:

23,474
V Qx ,k =
2
V Qx ,k =11,737 kgf

44,147
V Qy ,k =
2
V Qy ,k =22,074 kgf

1.3. Cálculo do Momento

Novamente, por se tratarem de tipos diferentes de cargas (distribuída e pontual) foram


utilizadas equações diferentes para o cálculo do momento.
6

2
G y∗l
M Gx ,k =
8
2
G x∗l
M Gy ,k =
8

Q y∗l
M Qx ,k =
4
Q x∗l
M Qy ,k =
4

Desse modo, encontrou-se os seguintes momentos:

2
26,488∗5
M Gx ,k =
8
M Gx ,k =82,776 kgfm

2
14,084∗5
M Gy ,k =
8
M Gy ,k =44,013 kgfm

44,147∗5
M Qx ,k =
4
M Qx ,k =55,184 kgfm

24,474∗5
M Qy ,k =
4
M Qy ,k =29,342 kgfm

1.4. Combinações das Cortantes

Para o cálculo das combinações das cortantes, utilizou-se γ G=1, 40 , por tratar-se de
uma ação permanente normal com efeito desfavorável de uma edificação tipo2, e
7

γ Q=1, 40 , por ser uma ação variável de uma edificação do tipo 2.

V x, d =( V Gx ,k∗γ G ) + ( V Qx ,k ∗γ Q )
V x, d =( 35,210∗1 , 40 )+ (11,737∗1 , 40 )
V x, d =65,726 kgf

V y , d=( V Gy, k∗γ G ) + ( V Qy ,k∗γ Q )


V y , d=( 66,221∗1 , 40 ) + ( 22,074∗1 , 40 )
V y , d=123,613 kgf

1.5. Combinações dos Momentos

No cálculo das combinações dos momentos, aplicou-se os mesmos coeficientes para


as cortantes, γ G=1, 40 e γ Q=1, 40 .

M x , d=( M Gx , k∗γ G ) + ( M Qx ,k ∗γ Q )
M x , d=( 82,776∗1 , 40 )+ ( 55,184∗1, 40 )
M x , d=193,145 kgfm

M y ,d =( M Gy ,k ∗γ G ) + ( M Qy ,k ∗γ Q )
M y ,d =( 44,013∗1 , 40 )+ (29,342∗1 , 40 )
M y ,d =102,697 kgfm

1.6. Resistências de Cálculos

Por meio das informações fornecidas pelo exercício, como madeira serrada de classe
nativa D40, classe de umidade 2 e classe de carregamento de longa duração
8

Tabela 1 – Dados retirados na tabela 2 da NBR-7190-3 para madeiras de classe nativa D40
MPa kgf /m²
f c 0 ,k 40 4.080 .000
f v 0 ,k 6 612.000
Ec 0 , med 14500 1.479 .000 .000
Fonte: Autores, 2023.

Tabela 2 – Valores encontrados para os k mods

k mod ,1 0 , 70
k mod ,2 0 , 90
Fonte: Autores, 2023.

k mod=k mod ,1∗k mod ,2


k mod=0 , 70∗0 , 90
k mod =0 , 63

k mod∗f c 0 ,k
f c 0 ,d =
γ wc
63∗4.080 .000
f c 0 ,d =0 ,
1 , 40
f c 0 ,d =1.836 .000 kgf /m ²

k mod ∗f v 0 ,k
f v 0 ,d =
γ wv
63∗612.000
f v 0 ,d =0 ,
1 , 80
f v 0 ,d =214.200 kgf /m²

E0 , ef =k mod∗E0 , m
9

E0 , ef =0 , 63∗1.479 .000 .000


E0 , ef =931.770 .000 kgf /m ²

E0 , 05=0 , 7∗Ec 0 ,m
E0 , 05=0 , 7∗1.479.000 .000
E0 , 05=1.035 .300 .000 kgf /m ²

Para uma melhor visualização das resistências de cálculo obitidas, elaborou-se a


seguinte tabela:

Tabela 3 – Resistências de cálculo obtidas


kgf /m²
f c 0 ,d 1.836 .000
f v 0 ,d 214.200
E0 , ef 931.770 .000
E0 , 05 1.035 .300 .000
Fonte: Autores, 2023.

1.7. Estado Limite Último


1.7.1. Tensões normais em função da flexão

A verificação das tensões normais em função da flexão oblíqua simples é dada pelas
seguintes expressões:

σ Mx, d k M ∗σ My ,d
+ ≤1
f m, d f m, d
k M∗σ Mx ,d σ My ,d
+ ≤1
f m ,d f m ,d

Nessa verificação o coeficiente de correção ( k M ) será 0 , 7, uma vez que se trata de uma
seção retangular.
10

É importante destacar que, por estar sendo utilizada a tabela 2 da NBR7190/2022,


pode-se fazer a seguinte consideração:

f m ,d =f c 0 ,d
∴ f m , d =1.836 .000 kgf /m ²

Para o cálculo das tensões dos momentos de cálculo é utilizado as seguentes


equações:

M x ,d∗y
σ Mx ,d =
Ix
M y ,d∗x
σ My ,d =
Iy

Os valores de x e y são encontrados através das seguintes fórmulas:

b
x=
2
0 , 06
x=
2
x=0 , 03 m

h
y=
2
0 , 18
y=
2
y=0 ,09 m

O momento de inércia em x e em y foi obtido da seguinte maneira:

3
b∗h
I x=
12
11

3
0 , 06∗0 , 18
I x=
12
4
I x =0,00002916 m

3
b ∗h
I y=
12
3
0 , 06 ∗0 ,18
I y=
12
4
I y =0,00000324 m

Assim, o cálculo das tensões dos momentos atuantes de cálculo foram:

193,145∗0 , 09
σ Mx ,d =
0,00002916
σ Mx ,d =596.125,883 kgf /m ²

102,697∗0 , 03
σ My ,d =
0,00000324
σ My ,d =950.897,263 kgf /m²

Portanto, as verificações para as tensões normais em função da flexão oblíqua simples


ficaram:

596.125,883 7∗950.897,263
+0, ≤1
1.836 .000 1.836 .000
0,687 ≤ 1 ∴ Ok !

7∗596.125,883 950.897,263
0, + ≤1
1.836 .000 1.836 .000
0,745 ≤ 1 ∴ Ok !
1.7.2. Tensões cisalhantes

A vertificação da tensão cisalhante é dada pela expressão:


12

τ d ≤ f v 0,d

Onde a tensão cisalhante de cálculo é obtida por meio da equação a seguir:

τ d= √ τ 2dx + τ 2dy

Sendo assim, foi-se necessário descobrir os valores das tensões cisalhantes de cálculo
em x e em y primeiro. Para isso resolveu-se as fórmulas a seguir:

3
∗V
2 dx
τ dx=
b∗h
3
∗65,726
2
τ dx=
0 , 06∗0 , 18
τ dx=9.128,614 kgf /m²

3
∗123,613
2
τ dy=
b∗h
3
∗65,726
2
τ dy=
0 , 06∗0 , 18
τ dy=17.168,425 kgf /m ²

Portanto, a tensão cisalhante de cálculo é:

τ d= √ 9.128,614 2 +17.168,4252
τ d=19.444,444 kgf /m ²

Desse modo, a verificação ficou:


2
19.444,444 kgf /m² ≤ 214.200 kgf /m ∴ Ok !

1.7.3. Estabilidade lateral

A verificação da estabilidade lateral foi realizada da seguinte maneira:

l E 0 ,ef

b β M∗f m , d

Onde β M é resultado da equação:


13

4
∗β E
()
3
π h
∗ 2
γf b
βM =
( hb −0 , 63)
1
2

O coeficiente β E é 4 , 0 e o γ f é 1 , 4 .

Assim,

4
∗4 , 0
( )
3
π 0 , 18
∗ 2
1,4 0 , 06
βM =
( )
1
0 , 18
−0 , 63 2
0 , 06
β M =12,279

Então,

5 931.770 .000

0 , 06 12,279∗1.836 .000
83,333 ≤ 41,332 ∴ Não ok !

Como não deu certo a verificação anterior, existe mais uma possibilidade para a
verificação da estabilidade lateral, que é dada por:

E 0 ,ef
σ cl ,d ≤
( bl )∗β M

931.770 .000
596.125,883 ≤
5
0 , 06 (
∗12,279 )
2
596.125,883 kgf /m ² ≤ 910.626,294 kgf /m ∴ Ok !

931.770 .000
950.897,263 ≤
5
0 , 06 (
∗12,279 )
2
950.897,263 kgf /m² ≤ 910.626,294 kgf /m ∴ Não ok !
14

1.8. Estado Limite de Utilização


1.8.1. Flecha
1.8.1.1. Combinação rara

A combinação rara é obtida por meio do cálculo da flecha instantânea.


m m
δ inst , x =∑ δ inst ,Gxi , k +δ inst ,Qxi ,k + ∑ ψ 1 j∗δ inst ,Qxj ,k
i =1 j=2

( )( )
4 3
5∗Gk∗l Qk ∗l
δ inst , x = +
384∗E0 , ef ∗I x 48∗E 0 ,ef ∗I x

( )( )
4 3
5∗14,084∗5 23,474∗5
δ inst , x = +
384∗931.770 .000∗0,00000324 48∗931.770 .000∗0,00000324

δ inst , x =0,059 m

m m
δ inst , y =∑ δ inst ,Gyi , k + δ inst ,Qyi , k + ∑ ψ 1 j∗δ inst ,Qyj , k
i=1 j =2

( )( )
4 3
5∗26,488∗5 44,147∗5
δ inst , y = +
384∗931.770 .000∗0,00002916 48∗931.770.000∗0,00002916
δ inst , y =0,012 m

A deformação limite de flecha instantanea em construções correntes fletidos para uma


uma viga biapoiada é:

l
δ inst =
300
5
δ inst =
300
δ inst =0,017 m

Logo, as verificações das flechas instantaneas ficaram:

l
δ inst , x ≤
300
0,059 m ≤0,017 m ∴ Não ok !

l
δ inst , y ≤
300
0,012 m≤ 0,017 m ∴ Ok !

1.8.1.2. Combinação quase permanente


15

A combinação rara é obtida por meio do cálculo da flecha total.


m m
δ fin, x =∑ δ fin,Gxi , k +∑ δ fin, Qxj ,k
i=1 j=2
m m
δ fin, y =∑ δ fin ,Gyi , k + ∑ δ fin,Qyj ,k
i=1 j=2

Em que:

δ fin, Gx, k =δ inst ,Gx ,k∗(1+ ∅ )


δ fin, Qx, k =δ inst ,Qxj , k∗ψ 2∗( 1+ ∅ )

δ fin, Gy ,k =δ inst ,Gy ,k ∗( 1+ ∅ )


δ fin, Qy ,k =δ inst ,Qyj , k∗ψ 2∗( 1+ ∅ )

Portanto,

[ ][ ]
4 3
5∗14,084∗5 23,474∗5
δ fin, x = ∗( 1+0 , 8 ) + ∗( 1+0 , 8 )∗0 , 2
384∗931.770.000∗0,00000324 48∗931.770.000∗0,00000324
δ fin, x =0,077 m

[ ][ ]
4 3
5∗26,488∗5 44,147∗5
δ fin, y = ∗(1+ 0 ,8 ) + ∗( 1+0 , 8 )∗0 , 2
384∗931.770 .000∗0,00002916 48∗931.770 .000∗0,00002916
δ fin, y =0,016 m

A deformação limite para flecha total em construções correntes fletidos para uma uma
viga biapoiada é:

l
δ fin =
150
δ fin, x =0,033 m

Deste modo, as verificações das flechas finais ficaram:

l
δ fin, x ≤
150
0,077 m ≤ 0,033 m→ ∴ Não ok !

l
δ fin, y ≤
150
0,016 m ≤ 0,033 m→ ∴ Ok !

1.9. Conclusão
16

Com base em todas as verificações realizadas, pode-se concluir que a essa terça
passa em todas as análises do Estado Limite Útimo (ELU) – tensões normais devido a
flexão oblíqua simples, tensões cisalhantes e estabilidade lateral. Entretanto, ao se
tratar do Estado Limite de Serviço (ELS) – flecha, a flecha em x , tanto na instantânea
quanto na final não atendem as condições de deformações limites.

2. EXERCÍCIO 2

2.1. Determinação do Peso Próprio

Para iniciar o exercício 2, primeiro é necessário calcular o peso próprio. Para tanto, é
preciso determinar o volume da viga, e a densidade da madeira correspondente,
utilizando as fórmulas a seguir:
Volume=b ⋅h ⋅l
Volume=0 , 1⋅ 0 ,2 ⋅4 , 2
3
Volume=0,084 m

Por meio da tabela 3, com a Madeira tipo C50, é possível determinar que o valor da
densidade( ρ ) =460 kg/m³. Dessa forma, obtém-se o seguinte resultado para a massa
(kg):

m
ρ=
V
m=ρ ⋅V
m=460 ⋅0,084
m=38 , 64 kg=0,378 kN

Para distribuir o peso próprio em toda a vida, basta dividir pelo comprimento
correspondente
0,378
PP=
4 ,2
PP=0 , 09 kN /m
17

A partir do valor obtido pelo peso próprio, é necessário fazer as combinações na viga, e
nos dois pilares, considerando o para o γg e γq como Edifício tipo 2, e posteriormente
determinar os esforços no Ftool:

Figura 3 – Cargas aplicadas a estrutura

Fonte: Autores, 2023.

Combinação 1: Peso próprio + carga acidental (KN/m):

Comb 1=1 , 4 ⋅0 , 09+1 , 4 ⋅2 , 5


Comb 1=3,626 kN /m

Combinação 2: Peso próprio nos pilares:

Comb 2=1 , 4 ⋅0 , 09
Comb 2=0,126 kN /m

Combinação 3: vento:

Comb 3=1 , 4 ⋅0 , 75 ⋅1
Comb 3=1 ,05 kN /m
18

Desse modo, após encontrar os valores das combinações, esses resultados foram
inseridos no software Ftool para encontrar os esforços.

Figura 4 – Representação no ftool dos esforços


aplicados
Figura 5 – Diagrama dos esforços normais

Fonte: Autores, 2023.


Fonte: Autores, 2023.

Figura 6 – Diagrama dos esforços cortante Figura 7 – Diagrama dos esforços do momento
fletor

Fonte: Autores, 2023. Fonte: Autores, 2023.

Pelos diagramas, pode-se determinar o momento e a cortante máxima de cálculo,


utilizando os maiores valores desses esforços contidos na viga, sendo:

Md=4 , 2 kN ⋅m
Vd=7 , 5 kN
19

2.2. Estado Limite Último


2.2.1. Verificação da tensão normal

Para a verificação quanto à tensão normal, deve-se utilizar a seguinte fórmula

σM ,d
≤1
fm , d

Desse modo, para obter o valor da resistência à flexão de cálculo (fm,0d), deve-se, por
meio das informações obtidas no exercício, como madeira de floresta plantada classe
C50 e classe de umidade 4, determinar, por meio de tabelas, os valores de kmod1,
kmod2 e a resistência à flexão característica (fm0,k).

kmod=kmod 1⋅ kmod 2
kmod=0 , 7 ⋅0 , 7=0 , 49
fm , 0 k
fm ,0 d =kmod ⋅
γwc
50000
fm ,0 d =0 , 49 ⋅ =17500 kN /m ²
1,4

Para a tensão de cálculo (σM , d ), é preciso utilizar a seguinte expressão:

Md⋅ y
σ M , d=
Ix
Sendo:
y = Altura ( h ) dividida por 2
M d = Momento máximo de cálculo gerado no ftool
I x = Momento de inércia em relação ao eixo x

Desse modo, efetuando os cálculos:


20

3
b ⋅h
I x=
12
4
I x =0,00007 m

4 ,2 ⋅0 , 1
σ M , d= =6300 kN /m²
0,00007

Verificação quanto à tensão normal:

6300
≤ 1→ 0 , 36 ≤1 → ∴ Ok !
17500

2.2.2. Verificação do cisalhamento

Para a verificação quanto ao cisalhamento, deve-se utilizar a seguinte equação:

τ d=f v 0 , d

A tensão de cisalhamento atuante para a seções retangulares:

3 Vd
τ d= ⋅
2 b ⋅h

3 7,5
τ d= ⋅ =562 , 5 kN /m ²
2 0 , 1⋅ 0 ,2

Para a resistência ao cisalhamento de cálculo ( f v 0 , d ), também é necessário o valor do


kmod, e da resistência ao cisalhamento característico ( f v 0 , k ) :

4000
f v 0 ,d =0 , 49 ⋅ =1088,889 kN /m ²
1,8
21

Verificação quanto ao cisalhamento:

562 ,5 ≤ 1088,889 → ∴ Ok !

2.2.3. Verificação da estabilidade lateral

Para essa verificação do estado limite último, utiliza-se a seguinte expressão para a
situação 1:
L E0 ,ef

b β M ⋅ f m ,d
Sendo:
L= Distância entre os elementos de travamento
B= Largura da viga
E0 , ef = Módulo de elasticidade efetivo
β M = Coeficiente de correção
f m ,d = resistência à flexão de cálculo

Para a determinação do E0 , ef , basta seguir a seguinte fórmula:

E0 , ef =k mod ⋅ E 0 ,m
E0 , ef =0 , 49 ⋅16000000=7840000 kN /m ²

Ao se tratar do coeficiente de correção ( β M ), deve-se utilizar a equação:

()
3
h 2
4 βE b
βM = ⋅ ⋅
( )
1
π γf h
−0 , 63 2
b
Onde:
β E = coeficiente de valor 4
γ f = coeficiente de valor 1,4
22

b = Largura da viga
h = Altura da viga

Desse modo, é possível calcular o βm :

( )
3
0 ,2 2
4 4 0 ,1
βM = ⋅ ⋅ =8,453
( )
1
π 1,4 0,2
−0 ,63 2
0 ,1

Verificação quanto à estabilidade lateral:

4 7840000

0 ,1 ( 8,453 ⋅17500 )
40 ≤ 53,001 → ∴ Ok !

Como a primeira situação foi atendida, não há necessidade de verificar a segunda


situação.

2.2.4. Flexocompressão - condições de estabilidade

Para a verificação quanto a flexocompressão na condição de estabilidade – flambagem,


é preciso determinar o raio de giração, a esbeltez e a esbeltez relativa tanto em relação
ao eixo x, quanto no eixo y, considerando o coeficiente k E =0 , 65 (biengastado). Nesse
caso, como o λrelx >0 , 3 e λrely> 0 ,3 , foi-se preciso fazer a análise da resistência e da
estabilidade, como demonstra a tabela abaixo:

Tabela 4 – Condições de estabilidade para flexocompressão


Flexocompressão - condições de estabilidade
rx 0.057735027
λx 45.033321
λ relx 0.736015159
23

ry 0.028867513
λy 90.06664199
λ rely 1.472030317
λ relx > 0 ,3 ou λrely >0 , 3 Ok
kx 0.814460673
ky 1.700639659
k cx 0.859688109
k cy 0.391805575
σc 0, d σ Mx ,d σ My, d
+ + kM 0.37432528
k cx ∗f c 0 , d f m ,d f m, d
σc 0, d σ Mx ,d σ My, d
+ + kM ≤1 Ok
k cx ∗f c 0 , d f m ,d f m, d
σc 0, d σ Mx ,d σ My, d
+kM + 0.28343210
k cy ∗f c0 , d f m ,d f m , d
σc 0, d σ Mx ,d σ My, d
+kM + ≤1 Ok
k cy ∗f c0 , d f m ,d f m , d
Fonte: Autores, 2023.

2.3. Estado Limite de Utilização


2.3.1. Flecha
2.3.1.1. Combinação rara (flecha imediata)

Para a determinação da flecha, é necessário utilizar o software Ftool para gerar as


deformações considerando a ação do peso próprio e a carga de caráter acidental
separadamente, lembrando de usar o módulo de elasticidade efetivo ( E c0 , ef ) :

Figura 8 – Aplicação do peso próprio na estrutura Figura 9 – Deformação da aplicação do peso


próprio na estrutura
24

Fonte: Autores, 2023.


Fonte: Autores, 2023.

Por meio do diagrama acima, conclui-se que a deformação instantânea para a carga
permanente ( δ inst ,Gi ,k ) =0,2395 mm=0,0002395 m.

Figura 10 – Aplicação da carga distribuída de Figura 11 – Deformação da aplicação da carga


caráter acidental na estrutura distribuída de caráter acidental na estrutura

Fonte: Autores, 2023. Fonte: Autores, 2023.

Quanto ao diagrama acima, é possível determinar que a flecha instantânea para a


carga variável ( δ inst ,Q 1 ,k ) =6,592 mm=0,006592m .
Dessa madeira somando essas duas grandezas, obtêm-se para a flecha imediata:

δ inst =δ inst ,Gi , k + δ inst ,Q 1, k


δ inst =0,0002395+0,006592
δ inst =0,00683 m
L
δ inst ≤
300
0,000683 m ≤0,0133 m → ∴ Ok !
25

2.3.1.2. Combinação quase permanente (flecha total)

Através das flechas instantâneas (da carga permanente e variável), é possível, por
meio da equação abaixo determinar a flecha total:

δ fin, G , k =δ inst , G ,k ∗( 1+ϕ )=0,0002395 ⋅ ( 1+2 ) =0,00072 m


δ fin, Qj ,k =δ inst ,Qj , k ⋅Ψ 2 ⋅ ( 1+ϕ )=0,006592⋅0 , 2 ⋅ ( 1+2 )=0,00396 m
δ fin =0,00072+0,00396=0,00467 m
L
δ fin ≤
150
0,00467 m ≤ 0,0266 m→ ∴ Ok !
2.4. Conclusão

Verifica-se, portanto, que de acordo as verificações realizadas, a viga passa em todas


as análises do Estado Limite Útimo (ELU) – tensões normais devido a flexão composta
simples, tensões cisalhantes, estabilidade lateral e flexocompressão. Ao se tratar do
Estado Limite de Serviço (ELS), a flecha imediata e a flecha total também passam nas
verificações.

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