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epistemológicas e históricas
O texto faz uma análise crítica das diferentes abordagens da subjetividade na história da
psicologia, destacando como muitas delas tendem a naturalizar o sujeito, enquanto
outras buscam desnaturalizar e considerar a subjetividade como um processo em
constante transformação.
A subjetividade naturalizada se refere a uma abordagem que considera o sujeito como
uma entidade com uma essência biológica ou psicológica predefinida, tratando-o como
algo substancial e já constituído. Isso implica em tentar objetivar o sujeito, identificando
processos psíquicos, sentimentos, pensamentos, etc., como se fossem dados universais.
O texto examina várias correntes da psicologia que adotaram essa visão naturalizada da
subjetividade ao longo da história, incluindo as teorias de Wilhelm Wundt, Edward
Titchener, a Psicologia da Gestalt, o funcionalismo, Jean Piaget e Sigmund Freud.
O funcionalismo, embora tenha uma visão mais ativa do sujeito, ainda o via como um
sistema biológico em constante adaptação ao ambiente, o que também levantava críticas
em relação à subordinação do indivíduo às regras sociais.
Jean Piaget, por sua vez, enfatizava a adaptação do sujeito ao meio por meio de
estruturas cognitivas universais, seguindo uma sequência de estágios predefinidos, o que
contribuía para a naturalização da subjetividade.
O autor argumenta que essa abordagem é uma consequência das práticas disciplinares
que moldaram o campo da psicologia e a necessidade de produzir conhecimento sobre o
ser humano.
A análise destaca que a subjetividade não é uma essência inata do ser humano, mas sim
uma construção histórica influenciada por mudanças sociais e culturais. A separação
entre os domínios do público e do privado, promovida pelo advento do capitalismo e da
ideologia liberal, desempenhou um papel fundamental na emergência do conceito de
subjetividade. Nesse contexto, a obra apresenta uma visão crítica das práticas
psicológicas que naturalizam a subjetividade e questiona se a psicologia está
descobrindo a verdade sobre o sujeito ou se está, na verdade, produzindo suas próprias
verdades subjetivas.