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O comportamento agressivo dos homens, o estigma da mulher frágil, desigualdade

salarial e o azul para os meninos e o rosa para as meninas são exemplos de estereótipos
muito presentes na atualidade, quando se trata de igualdade de género.
Mesmo depois de todo o progresso tecnológico e do desenvolvimento das
sociedades ao longo dos séculos XX a XXI, estes conceitos preconcebidos continuam, na
maioria das vezes, a impedir o alcance da equidade de género na sociedade mundial.
Recentemente, segundo alguns estudos concluiu-se que aos 5 anos de idade, as
crianças têm claramente definidos estereótipos de género. Portanto cabe-nos a nós
membros da sociedade, essencialmente pais e educadores, implementar e pôr em prática
comportamentos que valorizem a igualdade social e liberdade de expressão, na educação
da criança. Os cuidadores familiares e os educadores escolares são, para a criança, uma
referência e um exemplo a seguir dado que por algum tempo são as únicas relações que
mantém e, por isso, o papel que desempenham tem consequências poderosas no adulto
que a criança se tornará.
Desde cedo, ou mesmo ainda feto, a partir do momento em que sabe o sexo da
criança, a família começa a construir expectativas relativamente às características físicas e
emocionais do novo ser, do que vai fazer e do que vai gostar. Esta ideia reflete-se
visivelmente logo na escolha da cor e do tipo de roupas e brinquedos para os primeiros
anos de vida do bebé: para as raparigas o cor de rosa; a casinha para brincar, com uma
cozinha, uma barbie e para os meninos a cor azul; a pista de carros, o camião dos
bombeiros ou uma bola de futebol,...
Assim, ao longo do crescimento das crianças, estas vão reproduzir e imitar as
normas sociais e geralmente comportar-se de acordo com a linha de pensamento e ação
que se dizem corretas e aceites para determinado género.
No caso do sexo masculino, o menino e rapaz são colocados desde o nascimento
numa “caixinha de masculinidade” com o objetivo destes agirem de uma determinada
maneira que corresponda às normas de género esperadas de acordo com modelo
dominante de traços masculinos. Estes ideais de masculinidades hegemónicas são na
maioria das vezes atitudes de desigualdade de género e exercem muita pressão ao
indivíduo, nomeadamente, para o recurso à violência assente numa ilusória relação de
poder. Assim, esta corrente de pensamento determina que as mulheres e os homens não
violentos e cuidadores são inferiorizados e vistos como seres vulneráveis e incapazes. Com
isto, por oposição a este poder patriarcal caracterizado pela superioridade, agressividade e
comportamentos de risco encontra-se a feminilidade associada ao cuidado, dependência,
vulnerabilidade.
Por isso, esta discrepância em termos de igualdade de género molda a sociedade
num conceito heterogéneo e torna o homem um ser bastante inseguro de modo a que não
pode demonstrar emoções e sentimentos mais sensíveis e a mulher numa figura que lhe é
imposta a tarefa de cuidar da casa e dos filhos deixando de lado a carreira profissional,
tendo a parte monetária e independência financeira à responsabilidade do homem.
Felizmente, este padrão está cada vez mais a diminuir, contudo há um longo
caminho a percorrer em termos de conquistar as mesmas oportunidades, possuir os
mesmos direitos e deveres em ambos os géneros. Isto apenas será possível quando a
sociedade, o estado, a escola e, principalmente, a família promoverem ferramentas e
abordagens de educação emocional, privilegiarem a empatia e a alegria dos mais novos
para crescerem numa sociedade mais justa e saudável.

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