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I. ÓRGÃOS LINFÓIDES
1. INTRODUÇÃO
2. TECIDO LINFÓIDE
As células que participam da resposta imunológica são basicamente
derivadas do sangue: leucócitos e plaquetas. A hematopoiese inicia-se no
período embrionário da gestação no saco vitelínico. Conforme progride o
desenvolvimento intra-uterino, as células do sangue passam a ser produzidas
também no fígado fetal. Depois disso, a hematopoiese passa a ser função da
medula óssea (animal adulto).
A fim de otimizar as interações celulares necessárias para iniciar e
propagar uma resposta imunológica, as células do sistema imune devem
localizar-se e concentrar-se em tecidos e órgãos anatomicamente definidos.
Estes locais também são os sítios para onde os Ag são transportados e
concentrados. Os órgãos linfóides são compostos por três tipos histológicos
diferentes de tecido linfóide. O que os diferencia é a proporção de células fixas
e livres dentro do tecido conjuntivo. Os macrófagos e as células dendríticas
permanecem fixos. As células livres são aquelas que vêm da circulação ou que
recirculam constantemente em direção ao sangue. Entre as células livres,
estão os linfócitos, os macrófagos livres e as demais células envolvidas com os
sistemas de defesa, incluindo os plasmócitos.
Conforme a quantidade de cada um destes componentes, pode-se
dividir os tecidos linfóides presentes nos órgãos linfóides em FROUXO,
DENSO e NODULAR.
- Tecido linfóide frouxo predominam as células fixas e há pouca
concentração de células livres.
- Tecido linfóide denso predominam as células livres e verifica-se maior
concentração celular.
- Tecido linfóide nodular também predominam as células livres, mas há uma
organização entre elas, criando uma conformação arquitetônica particular,
conhecida como FOLÍCULO LINFÁTICO.
O linfonodo é um órgão no qual os três tipos de tecidos estão presentes.
3. ÓRGÃOS LINFÓIDES
Os órgãos linfóides são classificados funcionalmente em PRIMÁRIOS e
SECUNDÁRIOS. Os órgãos linfóides primários (centrais) são os principais
sítios de linfopoiese. Nestes órgãos os linfócitos são produzidos, sofrem
diferenciação, proliferação, maturação e tornam-se células funcionais. É nos
órgãos linfóides primários que os linfócitos adquirem seus receptores de
superfície e a capacidade de reagir diante de um estímulo antigênico. Também
nos órgãos linfóides primários, os linfócitos específicos contra Ag próprios são
destruídos ou inativados.
Os órgãos linfóides primários dos mamíferos são a medula óssea, onde
todos os linfócitos são inicialmente produzidos, o fígado durante o período fetal,
quando apresenta função semelhante à da medula em termos de
hematopoiese e o timo, onde os linfócitos T amadurecem e atingem um estágio
de competência funcional. Os linfócitos T são timo-dependentes, responsáveis
pela resposta imune celular. Nas aves, a Bursa de Fabrícius, localizada
próxima à cloaca, é onde os linfócitos B tornam-se imunocompetentes, e a qual
eqüivale a medula óssea dos mamíferos. Os linfócitos B são responsáveis pela
resposta imune humoral.
A produção de células do sistema imunológico dos órgãos linfóides
primários não depende da presença de estímulo antigênico direto, mas sim da
influência microambiental destes órgãos.
Os órgãos linfóides secundários (periféricos) incluem os linfonodos, baço
e a própria medula óssea, assim como acúmulos não encapsulados de tecido
linfóide distribuídos pelo organismo. Os acúmulos de tecido linfóide situados
sob uma superfície epitelial são denominados MALT (tecido linfóide associado
as mucosas), que tem como ex.: as amígdalas do anel de Waldeyer e as
placas de Peyer do intestino delgado.
Os linfócitos produzidos na medula óssea, fígado fetal e timo migram até
os órgãos linfóides secundários, onde irão interagir entre si e com Ag,
provocando uma reação conhecida como expansão clonal, que é a
multiplicação dos linfócitos específicos contra os Ag em questão, com o
objetivo de aumentar o número de células combatentes e melhorar a
possibilidade de controle do agente agressor. Assim, os órgãos linfóides
secundários dependem da presença de estímulo antigênico direto, ao contrário
dos órgãos linfóides primários.
BARREIRAS IMUNOLÓGICAS
Os órgãos linfóides secundários estão localizados estrategicamente.
Para proteção do tubo digestivo, o organismo conta com as tonsilas faríngeas,
tubárias, palatinas e lingual do anel de Waldeyer. Seguindo o trajeto do trato
gastrointestinal encontram-se as placas de Peyer do intestino (MALT). Os Ag
que ainda ultrapassam estas barreiras, antes de chegarem a circulação
sanguínea, aindapassam pelos linfonodos mesentéricos que recebem a linfa
proveniente do intestino.
Cada partícula estranha que penetra na pele, devido a uma lesão, será
levada através da linfa para os linfonodos, que distribuem-se amplamente pelo
corpo.
O aparelho respiratório também conta com a defesa inicial do anel de
Waldeyer para partículas inaladas ou aspiradas. A defesa é complementada,
internamente, pelo BALT (tecido linfóide associado aos brônquios), que são
agregados linfóides dos brônquios. Mais profundamente encontram-se os
linfonodos mediastino-pulmonares.
Praticamente todos os órgãos e ainda vários tecidos de sustentação
possuem agregados pouco definidos de tecido linfóide, exceto o SNC.
BARREIRAS IMUNOLÓGICAS
TGI PELE T.RESP.
ANEL DE LINFONODOS ANEL
DE
WALDEYER REGIONAIS
WALDEYER
PLACAS DE BALT
PEYER(MALT)
LINFONODOS
LINFONODOS
MESENTÉRICOS MED.-
PULM.
CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA
3.2. TIMO
É um órgão torácico dividido em dois lobos anatômicos, que entra em
involução durante a puberdade. Origina-se de dois folhetos embrionários: o
mesoderma (timócitos e tecido conjuntivo de sustentação) e o endoderma
(Quarta bolsa faríngea).
A porção cortical do timo é composta por células imaturas. Conforme
migram dentro do timo em direção a porção medular, amadurecem e vão
adquirindo os marcadores celulares característicos das células maduras.
Na camada medular do timo também é possível observar a presença de
estruturas arredondadas e eosinofílicas, os CORPÚSCULOS DE HASSAL, que
parecem constituir agregados de células epiteliais em degeneração.
3.3. LINFONODOS
Os linfonodos, conforme mencionado, estão localizados
estrategicamente. São estruturas arredondadas que se encontram distribuídas
pelo corpo, ao longo dos canais linfáticos. Os Ag coletados na linfa são então
levados aos linfonodos, que acabam recebendo uma amostra do que está
sendo drenado.
É interessante observar que os linfócitos T e B encontram-se separados
em compartimentos antômicos bem distintos. Na periferia do linfonodo,
localizam-se os FOLÍCULOS LINFÁTICOS, constituindo a ZONA CORTICAL,
rica em linfócitos B.
Próximo aos folículos situa-se a ZONA PARACORTICAL, rica em
linfócitos T, contendo também células interdigitantes apresentadoras de Ag, as
quais possuem grande quantidade de proteínas de classe II do MHC na
superfície.
No centro, a ZONA MEDULAR DO LINFONODO é composta por
linfócitos B, T, plasmócitos e macrófagos distribuídos nos tecidos linfóides
denso (cordões medulares) e frouxo (seios medulares). Os linfonodos são os
sítios onde a resposta imune celular, mediada por linfócitos T, é iniciada.
3.4. BAÇO
Localiza-se na região do hipocôndrio esquerdo. Diferente dos outros
órgãos linfóides, a cápsula do baço é constituída por fibras de músculo liso,
além do tecido conjuntivo habitual. As fibras musculares penetram em direção
do parênquima do órgão, formando trabéculas.
O parênquima do baço se divide em polpa branca (tecido linfóide) e
polpa vermelha (seios venosos e hemocaterese). Os folículos linfáticos (polpa
branca) possuem áreas de linfócitos T e B.
O baço é o maior sítio de resposta imune para Ag provenientes da
circulação sanguínea.
O baço é uma fonte importante de linfócitos B e, consequentemente, de
Ac.
1. INTRODUÇÃO
A resposta imunológica conta com a participação de vários tipos
diferentes de células e com a produção de inúmeros fatores solúveis úteis na
ativação e modulação desta resposta. Estas células estão presentes
normalmente como células circulantes no sangue e na linfa, como agregados
linfóides anatomicamente definidos nos órgãos linfóides e ainda espalhadas
nos diferentes tecidos, à exceção do SNC. A distribuição anatômica destas
células e a sua capacidade de circular entre o sangue, a linfa e os tecidos é de
importância crítica no desenvolvimento de uma resposta imune eficaz.
As principais células que compõe o sistema imunológico são os
leucócitos. Eles podem ser classificados morfologicamente conforme a
presença de grânulos citoplasmáticos em: granulócitos ou agranulócitos. Outro
critério de classificação dos leucócitos é a forma de seu núcleo, sendo dividido
em polimorfonucleares e monomorfonucleares.
2.1. LINFÓCITOS
Todos os linfócitos são derivados das células tronculares da medula
óssea. Desenvolvem-se nos órgãos linfóides primários (timo e medula óssea),
podendo migrar pela circulação até os órgãos linfóides secundários. Alguns
linfócitos podem ter vida longa e permanecer circulando por anos como
CÉLULAS DE MEMÓRIA. A especificidade da resposta imune é devida aos
linfócitos. Eles são as únicas células capazes de reconhecer especificamente
os diferentes determinantes antigênicos.
Entretanto, não é possível diferenciar os linfócitos T dos linfócitos B, nem
identificar os linfócitos T-auxiliar, citotóxico ou supressor. O critério de distinção
destas células é o estudo de seus marcadores de superfície.
Todas as células expressam um grande número de moléculas
diferentes em sua superfície. Estas moléculas, quando identificadas, podem ser
utilizadas para distinguir diferentes populações de células. Por isso, estas
moléculas foram denominadas genericamente de MARCADORES DE
SUPERFÍCIE. Cada subtipo de linfócitos apresenta marcadores característicos,
que nos permitem identificar de que tipo ele é. A maioria destes marcadores de
superfície podem ser identificados através de técnicas sofisticadas que
empregam Ac monoclonais e citometria de fluxo.
O sistema de CD (cluster of differentiation) foi criado em referência aos
grupos de Ac monoclonais que se ligavam especificamente a cada marcador
de superfície leucocitário. Assim, os Ac monoclonais dos diferentes centros de
pesquisa que se ligavam a um marcador em particular foram agrupados de
acordo com características bioquímicas, recebendo um número identificador
(ex.: CD1, CD4 etc). Desta forma, os marcadores moleculares foram definidos
conforme a informação que eles ofereciam.
Além dos linfócitos T e B, um terceiro subgrupo de linfócitos foi
reconhecido. Inicialmente, esta população recebeu a denominação de células
nulas, porque não expressam marcadores característicos de células T ou B.
Atualmente, estes linfócitos são conhecidos como NATURAL KILLER CELLS
(células NK). Eles reconhecem diretamente alterações protéicas presentes na
membrana das células, destruindo-as de forma inespecífica.
Os linfócitos em geral sofrem uma seqüência de alterações após serem
ativados.
2.1.1. LINFÓCITOS T
Existem vários tipos de linfócitos T. Os linfócitos T-auxiliares coordenam
todo resposta imune, reconhecendo o agente agressor (Ag) e ativando as
diferentes funções efetoras necessárias. Os linfócitos T-citotóxicos atuam
destruindo diretamente células reconhecidas como estranhas, como
transplantes incompatíveis, células parasitadas por vírus e células neoplásicas.
Atualmente, a distinção entre linfócitos T e B é feita pela presença do
RECEPTOR ANTIGÊNICO DE CÉLULAS T (RCT) nos linfócitos T.
Aproximadamente, 90-95% dos linfócitos T circulantes são TCR-2+. Os
5 a 10% restantes são TCR-1+. Os linfócitos T-auxiliares e citotóxicos
reconhecem somente Ag peptídicos ligados a proteínas codificadas pelo
COMPLEXO DE HISTOCOMPATIBILIDADE PRINCIPAL (MHC) e expressos
na superfície de outras células. Portanto, os linfócitos T reconhecem e
respondem a Ag associados à superfície celular, mas não a Ag solúveis livres.
Os linfócitos T TCR-2+ podem ainda ser subdivididos entre CD4 e CD8.
Os que expressam o marcador CD4 são os que auxiliam e ativam a resposta
imune, portanto, denominados de linfócitos T-auxiliares (CD4+). Estes linfócitos
reconhecem o Ag em combinação com proteínas de classe II do MHC. Os
linfócitos que expressam a molécula CD8 são predominantemente citotóxicos.
Eles reconhecem o Ag em conjunção com proteínas de classe I do MHC. A
maioria dos linfócitos T TCR-1+ não expressam o CD4 nem o CD8.
Em resposta ao estímulo antigênico, os linfócitos T-auxiliares e
citotóxicos secretam substâncias chamadas CITOCINAS. A função das
citocinas é promover a proliferação e a diferenciação dos linfócitos T, assim
como das outras células, incluindo linfócitos B e macrófagos.
2.1.2. LINFÓCITOS B
Os linfócitos B ativados pela resposta imunológica proliferam e se
diferenciam em plasmócitos. Os plasmócitos produzem uma grande quantidade
de Ac específicos (imunoglobulinas - Ig) contra o agente agressor envolvido.
Os linfócitos B podem ser identificados pela presença de
imunoglobulinas em sua superfície. O próprio linfócito B produz estas Ig e
insere-as em sua membrana, onde agem como receptores específicos para os
Ag. Somente as células da linhagem B podem produzir Ac.
A maioria dos linfócitos B expressam as proteínas de classe II do MHC,
o que é importante na cooperação célula T - célula B. Os marcadores mais
utilizados na atualidade para identificar as células da linhagem B são o CD19, o
CD20 e o CD22.
Quando uma célula precursora comprometida com a linhagem B se
diferencia, começa a produzir Ac. Esta diferenciação progride e origina os
plasmócitos. Eles são responsáveis pela produção de Ac em concentrações
adequadas para a resposta imune. Algumas células da linhagem B, entretanto,
não desenvolvem retículo endoplasmático rugoso, não chegando até o estágio
de plasmócitos. Elas permanecem localizadas nos centros germinativos dos
folículos, provavelmente como células de memória do sistema imunológico.
Elas garantem uma resposta rápida e eficiente em um segundo contato com
determinado Ag proporcionando imunidade duradoura. Além de linfócitos B,
entre as células de memória também estão possivelmente linfócitos T.
NOME LOCALIZAÇÃO
Células de Langerhans Epiderme
Histiócito Derme
Célula de Kupffer Fígado
Osteoclasto Osso
Macrófago alveolar Pulmão
Micróglia SNC
Célula mesangial do glomérulo Rim
Para ocorrer fagocitose é necessário que o microorganismo ou partícula
estranha fique aderido à superfície do macrófago através de receptores. Os
macrófagos apresentam receptores para Ac do tipo IgG na sua superfície:
- Fc R I (CD64) de alta afinidade
- Fc R II (CD32) de afinidade intermediária
- Fc R III (CD16) de baixa afinidade
Esses três receptores para IgG provavelmente possuem funções
diferentes, incluindo o estímulo para destruição por mecanismos extracelulares,
opsonização e fagocitose.
Outro receptar importante para a apreensão do microorganismo para
fagocitose é o CR1 (receptor para a fração C3b do complemento; CD35).
Alguns macrófagos/monócitos expressam proteínas de classe II do
MHC, as quais são importantes no processo de apresentação do Ag. Os
macrófagos expressam ainda receptores para fatores estimulantes
provenientes de linfócitos. Entre eles estão os receptores para interleucina 2
(IL-2) e interferon (IFN-). Os macrófagos ativados, por sua vez, liberam
citocinas como IFN, IL-1 e fator de necrose tumoral (TNF-).
2.5.1. NEUTRÓFILOS
São os leucócitos granulócitos dominantes da circulação sangüínea
(90%). Não são capazes de se dividirem e tem vida curta.
Eles originam-se no compartimento de formação da medula óssea, a
partir da maturação da linhagem mielóide.
Encontram-se aumentados (número) no sangue frente a processos
inflamatórios. O derramamento de neutrófilos na circulação tem como
conseqüência uma leucocitose às custas de neutrofilia detectável no
hemograma.
2.5.2. EOSINÓFILOS
Representam cerca de 2 a 5% dos leucócitos circulantes.
Sua principal função é a destruição de organismos patogênicos que são
muito grandes para serem fagocitados, como é o caso dos helmintos. Neste
caso, o eosinófilo ativado procura a superfície do parasito e provoca a extrusão
de seus grânulos citoplasmáticos na superfície (desgranulação), causando
danos na parede do parasita.
Os eosinófilos são atraídos por produtos como ECF-A (fator quimiotático
dos eosinófilos na anfilaxia) liberado por linfócitos T, mastócitos e basófilos. A
proximidade com o agente agressor é maior quando o mesmo está coberto por
Ac da classe IgG ou IgE, pois os eosinófilos expressam receptores para a
porção Fc de ambas Ig em sua superfície.
Os eosinófilos liberam uma toxina conhecida como proteína básica
principal sobre os parasitas. Eles também podem liberar histaminase, que
inatiava a histamina produzida pelos mastócitos. Os efeitos dos fatores
liberados pelos eosinófilos são parte de uma modulação inibitória da reação
inflamatória, impedindo a migração de granulócitos para o sítio infeccioso.
2.5.3. BASÓFILOS
São encontrados com pouca freqüência na circulação sangüínea. Os
grânulos do seu citoplasma contêm compostos de heparina, SRS-A (substância
de reação lenta da anafilaxia) e ECF-A.
Os basófilos, a exemplo dos mastócitos, exibem em sua superfície o
receptor de alta afinidade para IgE (Fc RI).
Quando em contato com um ALERGENO (Ag que provoca reação
alérgica), pode haver desgranulação, com a liberação do conteúdo dos
grânulos, como a histamina, que é responsável pelos efeitos clínicos da alergia.
A principal função dos basófilos é provavelmente participar da defesa contra
parasitas do tubo digestivo.
2.5.4. MASTÓCITOS
Os mastócitos não são encontrados no sangue, mas suas propriedades
são muito semelhantes às dos basófilos. É uma célula globosa, grande, sem
prolongamentos e com o citoplasma cheio de grânulos basófilos. A liberação de
mediadores químicos armazenados nos mastócitos promove recrutamento de
neutrófilos e de frações do sistema complemento presentes no plasma em
direção do sítio inflamatório. Isto provoca relaxamento das paredes arteriolares,
com conseqüente aumento do fluxo sangüíneo e dilatação venular, ao mesmo
tempo em que ocorre contração do endotélio capilar no foco inflamatório,
permitindo, então, exsudação das proteínas plasmáticas. Os neutrófilos
recrutados sofrem marginação no endotélio dos capilares do foco inflamatório,
seguindo-se sua diapedese. Já nos tecidos eles continuam a sofrer a ação
quimiotática dos mediadores liberados. Eles migram até o foco inflamat[orio por
gradiente de concentração dos mediadores, até chegar ao microorganismo
coberto por frações do sistema complemento.
A desgranulação dos mastócitos provoca também reações alérgicas
denominadas reações de hipersensibilidade imediata. Esta reação é assim
denominada porque acontece minutos após a penetração do Ag em indivíduo
sensibilizado previamente.
2.5.5. PLAQUETAS
As plaquetas derivam dos megacariócitos da medula óssea.
Quando examinamos na microscopia eletrônica observam-se grânulos
no interior das plaquetas, junto com organelas citoplasmáticas. As plaquetas
não contêm núcleo. Expressam proteínas de classe II do MHC, receptores para
IgG e IgE (FcRII e FcRII, respectivamente), receptores para o fator VIII da
coagulação e para a citoadesina, responsável pela adesão ao fibrinogênio e
fibronectina.
Após dano endotelial, as plaquetas aderem-se à superfície do tecido
danificado. Os agregados plaquetários aumentam a permeabilidade, ativam a
sistema complemento e atraem leucócitos.