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Angellus de Orléans e Bragança

Angellus desde jovem já se mostrava promissor. Era excepcional na


escola, destacando-se tanto em seus estudos quanto nos esportes.
Como membro da família real brasileira, ele era um exemplo a seguir,
sempre cotado para estar presente nas festividades e cerimônias. Era
o protegido da família, o filho prodígio, ao contrário de seu irmão do
meio, que frequentemente causava problemas com seus lapsos e
recaídas. Apesar disso, Angellus tentava ao máximo cuidar, orientar e,
por vezes, acobertar as travessuras do irmão, pois nutria um
profundo amor por ele, assim como pelo irmão mais novo, Daniels,
que era o xodó da família, protegido e amado por todos, um jovem
gentil e inocente.
Angellus cresceu trilhando seu próprio caminho, sempre sendo
prestigiado por suas conquistas. Desde a adolescência, demonstrou
interesse nos negócios da família e, sempre que tinha a oportunidade,
participava de reuniões e expressava suas opiniões de forma
perspicaz.
Embora a maioria da família real brasileira aparentasse ser cristã,
desde cedo os jovens eram instruídos no que parecia ser um culto a
um Deus chamado Mithras. Eles aprendiam sobre a história desse ser
divino, suas façanhas militares e políticas, reverenciando-o e
trilhando os caminhos que a própria família Real Brasileira acreditava
terem sido designados por Mithras.
Quando Angellus atingiu a idade de 19 anos, um momento crucial em
sua vida, as coisas começaram a mudar. Ele já havia percebido
algumas situações estranhas envolvendo sua família: pessoas que
desapareciam e retornavam anos depois mantendo as mesmas
características, além do misterioso internato em Londres para todos
os jovens da família. Oficialmente, era um local onde seriam
instruídos e direcionados para áreas que melhor se encaixassem nos
negócios da família. Pelo menos era isso que os mais velhos queriam
que todos pensassem.
Decidido a embarcar em sua nova empreitada, Angellus partiu para
Londres, deixando para trás seus amores, os irmãos Marcellus e
Daniels. Ao chegar em seu destino, ele notou que havia outras pessoas
destinadas ao grupo que formaria. Suas idades variavam, o que o fez
questionar ainda mais a natureza do internato. Mesmo assim,
confiando plenamente no sistema, seguiu em frente. Naquela mesma
semana, ele foi introduzido em um novo mundo: o mundo da noite
eterna.
O abraço que recebeu não foi marcado pela selvageria que às vezes
envolve essa transformação. Pelo contrário, Angellus foi instruído
minuciosamente sobre a sociedade vampírica e a verdadeira fé em
Mithras, aprendendo todos os princípios e rituais. Assim se passou o
primeiro ano de sua nova vida. Ele manteve contato esporádico com a
família por telefone e mensagens.
Aos 21 anos, Angellus renasceu como um novo ser, abraçado por seus
pares. Mais tarde naquele mesmo ano, ele tornou-se um membro
oficial do culto de Mithras, cortando qualquer contato com a família
durante os próximos 2 anos. Nesse período, terceiros informavam à
sua família sobre seu progresso e evolução como um vampiro Ventrue
altamente treinado. Ele era instruído em política, estratégia militar e
como fazer do próprio corpo uma arma mortal. O grupo inicial que
chegou com ele foi diminuindo a cada dia, alguns sucumbindo ao
abraço, outros sendo descartados por não atenderem aos requisitos.
No entanto, Angellus persistia, agarrando cada oportunidade para
provar seu valor, tanto como vampiro quanto como membro do Culto,
aproximando-se cada vez mais de Mithras.
Com o tempo, ganhou a confiança de seus instrutores e mentores, e
logo estava envolvido em pequenas missões em nome do culto,
viajando com um pequeno grupo para entregar mensagens e
informações a outras células do Culto.
Seis anos se passaram desde que Angellus começou sua jornada na
noite eterna. Sua esperança de reencontrar seu irmão Marcellus
crescia, pois ele teria a mesma idade que Angellus tinha quando
partiu para Londres. No entanto, os dias se transformaram em meses,
e as respostas vagas que recebia de seus superiores apenas
alimentavam sua impaciência.
Uma noite fria de janeiro, no pátio de treinamento, Angellus
enfrentava outros três membros. Sua agressividade e fúria na batalha
eram impressionantes, e seus olhos brilhavam com uma intensidade
que não passou despercebida por um antigo Justicar Ventrue. Lucinde,
uma figura respeitada e influente, viu um grande potencial nos olhos
faiscantes de Angellus.
Lucinde então solicitou permissão para tomar o jovem como seu
pupilo, levando-o consigo em missões em nome da Camarilla.
Embora Angellus tenha inicialmente acreditado que havia
conquistado alguma liberdade, logo descobriu que estava enganado.
Seus treinamentos se tornaram ainda mais rigorosos, e Lucinde não
tinha compaixão, forçando-o aos limites. Ela sempre justificava sua
dureza afirmando que seus inimigos não teriam a mesma
consideração.
Apesar do treinamento exaustivo, somado às inúmeras missões que
cumpriu com êxito, Angellus permaneceu firme em seu propósito
dentro do culto. Seu desejo mais profundo era poder se comunicar
diretamente com Mithras assim como os "Fathers" de seu culto. Por
conselho de Lucinde, ele continuou ausente de comunicação com sua
família, pois isso poderia ser usado contra ele. Assim, guardou todo o
amor que sentia por sua família no fundo de seu ser, mantendo-o
oculto.
Quase cinco anos se passaram ao lado de Alastor Vermelho, e Angellus
havia se tornado um exímio combatente. No entanto, seu pavio curto
ainda persistia, e ele frequentemente recebia advertências devido à
sua agressividade durante combates e respostas ríspidas em
negociações diplomáticas.
Em uma noite quente de agosto, seguindo ordens de Lucinde,
Angellus perseguiu um vampiro que estava causando caos em uma
cidadezinha no interior. No entanto, ele decidiu agir por conta
própria, confrontando o vampiro de frente. A batalha que se seguiu
resultou na destruição de parte do centro da cidade. Angellus havia
subestimado seu oponente e estava exausto e quase derrotado, mas,
em um último esforço desesperado conseguiu dominar e drenou o
vampiro inimigo em um ato de fúria. Aquela noite viu Angellus
diablerizar o vampiro, quebrando não apenas uma, mas várias leis
vampíricas.
Após lidar com as consequências do caos que causou na cidade,
Lucinde decidiu destituí-lo de suas responsabilidades, não como um
castigo, mas como uma lição. Ela queria que Angellus entendesse o
peso de suas ações e as consequências de ignorar as regras.
Desanimado e cheio de culpa, ele foi enviado de volta à célula em
Londres, onde tudo começara.
De volta ao ponto de partida, Angellus enfrentou a amargura por sua
série de erros. Com seu treinamento avançado e experiência, ele se
sentia perdido e sem propósito. Foi então que ele recebeu o nome de
Perses de Mithras e a missão de retornar ao Brasil, levando consigo
ordens diretas para expandir o território do culto de Mithras.
Já se passaram longos doze anos desde que Angellus deixou o
conforto de sua casa, e, surpreendentemente, o tempo não deixou
uma única marca em sua aparência. Apesar da imortalidade que a
noite eterna proporcionava, ele não podia evitar que as lembranças e
emoções em relação aos seus irmãos aflorassem. Ansiava
profundamente por revê-los, e essa saudade só crescia.
De volta ao Brasil, onde ele reencontrou Daniels, que agora tinha 17
anos. A conexão entre os dois irmãos permanecia inabalável, e
Angellus ainda via em Daniels seu protegido, um vínculo especial que
transcendia o tempo. No entanto, não demorou muito para que
Angellus se inteirar dos problemas que Marcellus, seu irmão do meio,
havia enfrentado.
Marcelus tinha passado por internações e batalhas contra as drogas,
uma escuridão que Angellus não imaginava. Com pesar, ele
compreendeu por que Marcellus nunca havia se juntado a ele na sede
de Londres. Além disso, Angellus descobriu um segredo que a família
tinha mantido em sigilo: a tentativa frustrada de abraço de Marcellus
resultando em um Caitiff e o acordo que a Família Real Brasileira fez
com a atual Príncipe de Campinas, Nadia.
Esse acordo visava manter Marcellus escondido como um vampiro e
dava total autonomia para Nadia governar Campinas como principe,
evitando assim o escândalo que sua transformação poderia causar e
dando à família tempo para lidar com a situação. A notícia enfureceu
Angellus, que viu isso como uma traição à sua própria família e uma
manipulação da influência política da família.
Indignado com a situação é movido por um desejo ardente de
reencontrar Marcellus e trazer ordem a Campinas. Angellus partiu em
busca de respostas. Ele sabia que sua missão não era apenas pessoal,
mas também uma oportunidade de trazer o nome de Mithras para o
Brasil, espalhando sua influência por onde passasse.
Angellus mergulhou na escuridão de Campinas, um lugar marcado
por conflitos entre clãs vampiros, disputando o controle de uma
cidade sem liderança desde o desaparecimento misterioso da Príncipe
Nadia. Sua busca o levou a becos sombrios, clubes noturnos
decadentes e encontros com vampiros de diferentes clãs. Ele
interrogava, investigava e enfrentava desafios que testavam sua
paciência e habilidades.
A cada passo, Angellus sentia a pressão de suas responsabilidades
familiares e seu compromisso com Mithras. Ele estava determinado a
reunir sua família e restaurar a ordem em Campinas, mas o caminho à
frente estava repleto de desafios e perigos. Conflitos internos,
segredos profundos e rivalidades entre clãs se entrelaçam em uma
trama complexa, e Angellus estava prestes a enfrentar escolhas que
moldaram o destino dos vampiros brasileiros, a própria história de
sua família e o grande retorno do segundo sol.

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