Você está na página 1de 35

FERMENTAÇÃO

CONTÍNUA
FERMENTAÇÃO CONTÍNUA
• Caracteriza-se por possuir alimentação de meio
de cultura a uma vazão constante, sendo o
volume de reação no fementador mantido
constante, e a retirada do contínua do caldo
fermentado;
• O sistema deve ser mantido no estado
estacionário, onde a concentração celular, de
substrato e de produto, permaneçam constante
durante todo o tempo de operação do sistema
FERMENTAÇÃO CONTÍNUA
• A manutenção do volume constante no reator,
significa teoricamente, a necessidade de manter
vazões idênticas de alimentação e de retirada
de meio, que na prática é quase impossível;
• Por isso, utiliza-se sistemas, de retirada de
amostras por tranbordamento “ladrão”, de forma
a manter o líquido constante no reator;
• Emprega-se bombas com sistemas de controle
automático do fermentador de modo a manter a
massa do reator;
FERMENTAÇÃO CONTÍNUA
• A manutenção do volume constante no reator,
significa teoricamente, a necessidade de manter
vazões idênticas de alimentação e de retirada
de meio, que na prática é quase impossível;
• Por isso, utiliza-se sistemas, de retirada de
amostras por tranbordamento “ladrão”, de forma
a manter o líquido constante no reator;
• Emprega-se bombas com sistemas de controle
automático do fermentador de modo a manter a
massa do reator;
FORMAS DE OPERAÇÃO DA FERMENTAÇÃO
CONTÍNUA

O processo de fermentação contínua


normalmente tem início em um processo
descontínuo:
carrega-se inicialmente o reator com meio de
cultura;
procede-se à inoculação com o microrganismo
responsável pela conversão;
após um período de operação descontínua,
inicia-se a alimentação de meio de cultura e
retirada de caldo, dando-se início
efetivamente ao processo contínuo.
FORMAS DE OPERAÇÃO DA FERMENTAÇÃO CONTÍNUA

Dependendo do instante em que se inicie o


processo contínuo propriamente dito, bem como a
vazão de alimentação empregada, o sistema poderá
convergir com maior ou menor rapidez a situação
de estado estacionário;
recomenda-se usualmente que se inicie a
alimentação com o cultivo em fase exponencial;
 e que a concentração de biomassa X, seja a
mais elevada possível.
FORMAS DE OPERAÇÃO DA FERMENTAÇÃO CONTÍNUA

 O sistema de fermentação contínua e


extremamente versátil, quanto as sua várias
possibilidades de operação tais como:
 Contínuo em um único estágio, ou seja, somente
um reator;

Sem reciclo de células;

Com reciclo de células


FORMAS DE OPERAÇÃO DA FERMENTAÇÃO CONTÍNUA

No processo contínuo procura-se estabelecer um fluxo contínuo de líquido


através do reator, ou reatores dispostos em série;
A operação de um sistema contínuo, constituído por vários reatores em série, no
qual a alimentação de um dado reator da série é o efluente do reator anterior,
visa o estabelecimento de diferentes condições nos vários biorreatores da série;

O reator contínuo permite o reciclo de células;


O líquido bioprocessado, efluente de um dado biorreator, pode ser submetido a
um sistema de separação dos microrganismos, os quais podem ser retornado ao
volume de reação, sendo líquido enviado para recuperação do produto;

Em se tratando de reatores em série, essa operação pode ser efetuada em


qualquer reator da série, retornando-se o microrganismo para o fermentador
mais adequado.
FABRICAÇÃO DO ÁLCOOL

INTRODUÇÃO
FABRICAÇÃO DO ÁLCOOL

INTRODUÇÃO
FORMAS DE OPERAÇÃO DA FERMENTAÇÃO CONTÍNUA

Contínuo em múltiplos estágios, ou seja vários


fermentadores;

Sem reciclo de células;

Com reciclo de células

Cada uma dessas diferentes opções, irá resultar


em distintos comportamentos das variáveis de
estado (células, substratos e produto)
VÁRIAS DORNAS

INTRODUÇÃO Fermentação Continua

MOSTO

ÁCIDO ÁGUA

CENTRÍFUGA
DESTILAÇÃO
TRATAMENTO DO FERMENTO
Parâmetros da Fermentação Contínua
Yx/s: Fator de Conversão de Substrato em Células
(ex: gx/gs);

µx; µs; µp: Velocidades Específicas de Crescimento


Celular (ex: h-1); Consumo de Substrato (ex:
gs/gx.h) e Formação de Produto (ex: gp/gx.h);

F: Vazão Volumétrica de Alimentação de meio (L/h);

V: Volume de Meio no Reator (L);

X: Concentração de Células no Reator (g/L);

Xo: Concentração de Células no meio de alimentação


(g/L)
Parâmetros da Fermentação Contínua

S: Concentração de Substrato Limitante no


Reator (g/L);

So: Concentração de Substrato Limitante no


meio de alimentação (g/L);

P: Concentração de Produto P no reator (g/L);

Po: Concentração do Produto P no meio de


alimentação (g/L);
Parâmetros da Fermentação Contínua

D: Vazão Específica de Alimentação – (F/V) –


“dilution rate” (h-1);
1
= Tempo de Residência (h)
D

X=YX/S(S0-S): Concentração de X (g/L)

P=X.D: Produtividade de X (g/Lh)


OPERAÇÃO DA FERMENTAÇÃO CONTÍNUA
Para operação do sistema é necessário
conhecer o comportamento das variáveis:
X,
S,
P,
no estado estacionário, em função da vazão
específica de alimentação D, a fim de se obter
faixas ideais de operação do sistema, tendo
em vista a produtividade do processo
PRINCIPIO DA FERMENTAÇÃO
CONTÍNUA
3- BIORREATOR IDEAL CONTÍNUO

Para a dedução das equações serão necessárias algumas


considerações:

-Estado estacionário ocorre quando as propriedades do meio, em cada


ponto, permanecemconstantes como tempo.

- Tanques comagitação completa e perfeita.

- Finalidade do processo é a produção de microrganismo.


3 .1 - B a la n ç o d e m a te r ia l p a r a a c é lu la

F = v a z ã o ( v o lu m e /te m p o )
S0

F
X0 = 0 X
S

[ v a ria ç ã o d e X
n o r e a to r ] [ = c r e s c im e n to n o
r e a to r ] [
- re tir a d a d e c é lu la s
d o r e a to r ]
dX  dX 
V = V  − FX (÷ V )
dt  dt c

Essas equações são de fundamental


F
D e fin in d o = D = v a z ã o e s p e c ífic a importância para a análise dos sistema
V
contínuo de fermentação, pois indicam
1 dX
= µ −D
que na condição de regime permanente,
X dt a concentração celular se mantém
n o e s ta d o e s ta c io n á rio ,
constante, graças ao equilíbrio entre a
velocidade de crescimento de célula e a
dX
= 0 lo g o , µ = D
velocidade de retirada de células do
dt fermentador
Da mesma forma, pode se equacionar os balanços materiais para o substrato
limitante
3 .2 - B a la n ç o d e m a te ria l p a ra o n u trie n te

[ v a ria ç ã o d e S
n o re a to r ] = [ a lim e n ta ç ã o ]
[
- consum o p/
]
c re s cim e n to
- [ re tira d a ]

dS  dS 
V = FS0 − V  − FS
dt  dt c

1  dS  µ
S abendo que µs =   =
X  dt c Yx / s

dS FS0 µX FS
= − −
dt V Yx / s V

dS µX
= D (S 0 − S ) −
dt Yx / s

dS
N o e s ta d o e sta cio n á rio =0 e µ=D
dt

µX
D (S 0 − S ) =
Yx / s

S = S0 - X
Y X /S
3.3- Análise da estabilidade do biorreator ideal contínuo

De posse das equações do balanço mássico podemos


analisar a estabilidade do processo contínuo, quando por algum
motivo é desfeito o estado estacionário.
Para tal podemos considerar as seguintes equações:

dS 1
= D(S0 − S) − µX eq. 1
dt Yx / s

S
µ = µ max eq. 2 Equação de Monod
ks + S

1 dX
=µ −D eq. 3
X dt
1o Caso: Diminuição de X no tanque
dS 1
= D(S0 − S) − µX
• Pela eq. 1: dt Yx / s

dS
> 0 logo, ocorre um aumento de S com o tempo.
dt

• Pela eq. 2: µ = µ max


S
ks + S
• Logo, ocorre o aumento de µ
1 dX
• Pela eq. 3: =µ −D
X dt

dX
> 0 portanto, ocorre um aumento de X até que se atinge novamente o estado
dt
estacionário.
( O sistema tende novamente ao regime estacionário ).
2o Caso: Aumento de X no tanque
dS 1
= D(S0 − S) − µX
• Pela eq. 1: dt Yx / s
dS
< 0 logo, ocorre uma diminuição de S com o tempo.
dt

• Pela eq. 2: µ = µ max


S
ks + S
• Logo, ocorre diminuição de µ
1 dX
• Pela eq. 3: =µ −D
X dt

dX
< 0 o que provoca uma diminuição de X até que se atinge novamente o
dt
estado estacionário.
( O sistema tende novamente ao regime estacionário ).
3o Caso: Regime estacionário desfeito, pela diminuição
de F e consequentemente diminuição de D
dS 1
= D(S0 − S) − µX
• Pela eq. 1: dt Yx / s

dS
< 0 logo ocorre uma diminuição de S com o tempo.
dt

• Pela eq. 2: µ = µ max


S
ks + S
• Logo, ocorre diminuição de µ
1 dX
• Pela eq. 3: =µ −D
X dt

Pela equação 2 e 3 µ diminui até atingir µ = D.


( Atinge-se um novo estado estacionário ).
5o Caso: Aumento de D para valores > µmax
dX
• Pela eq. 3: = Xµ max − XD
dt

dX
< 0 logo a concentração de X diminuirá com o tempo, ocorrendo o que se
dt
denomina arraste do m.o. do fermentador.
Análise da Variação de S com D

Análise da variação de S com D

Para analisarmos como ocorre a variação de S com a variável D é


necessário deduzirmos algumas equações:
S
Sabemos pela equação 2 µ = µ max isolando a variável S
ks + S
µk s
temos S = mas no estado estacionário µ = D.
µ max − µ

Dk s
Logo S= eq. 4
µ max − D
Análise da Variação de S com D

1°° Caso: Para valores de D << µ máx .

Pela equação 4 S aumenta proporcionalmente a D.


SDk
2°° Caso: Para valores de D próximos de µ máx.
S=
µ max − D
S aumenta rapidamente com o aumento de D.
Pela equação 4 S tende ao infinito quando D se aproxima de µ máx. Porém,
isto não é verdade, o que acontece é que S tende a S0.
Análise da Variação de X com D

Análise da variação de X com D

Agora iremos analisar como ocorre a variação de X com a variável D e para


isso será necessário deduzirmos a equação de X = f (D).
Pela equação 4 e pela equação do balanço mássico de S no estado
estacionário temos que:

Dk s X
= S0 − e
µ max − D Yx / s

 Dk s 
X = Yx / s  S0 −  eq.5
 µ max −D 
Análise da Variação de X com D

1°° Caso: Para baixos valores de D.

O 2° termo da diferença da equação 5 é baixo, logo

X ≅ YX/S S0  DK S 
X = Yx / s  S o − 
 µ max − D 
2°° Caso: Para valores de D próximo de µ máx.

O 2° termo da equação 5 tende a infinito, ou seja, tende a S0, logo X tende


a zero.
Análise da Variação da Produtividade com D
A go ra p o dem o s an a lisa r a figu ra qu e re p re sen ta a s va ria çõe s d e X , S e P co m a
va zã o e sp e cífica D .

Assim o estado de
lavagem, determina a
condição de operação
do reator, que está entre
zero e µmax,
X S
desde que D < Dc.
P
Recomenda-se operar
com D em torno de 10 a
15% menor que µmax

D C = µ m áx D

P or e ste grá fico p ode m o s co n clu ir qu e m a n te r o p ro ce sso em e stado


e sta cion á rio p ró xim o a o D C é m uito difícil p o is u m a lige ira va ria ção d e D po d e
o co rre r gra nd e s va ria çõ e s de X , S e P .
A e sco lha d as co nd içõ e s de tra balh o d e pe n de rá d e um a sé rie de
con side ra çõ e s d e o rd em e co n ôm ica .
( S b a ra to ou S ca ro ).
Comparação entre o processo contínuo e
descontínuo
Vantagens do processo contínuo:

1- Redução dos tempos improdutivos;


2- Obtenção de produto uniforme;
3- Manutenção das células em um mesmo estado fisiológico (por exemplo:
µ = cte) e portanto a possibilidade de trabalhar em condições ótimas de cultivo;
4- Maior facilidade de controles automáticos;
5- Possibilidade de associação com outras operações contínuas da linha de
produção;

Desvantagens do processo contínuo ( Problemas práticos ) :

1- Manutenção de condições de assepsia por longos períodos de tempo, e


possibilidade de ocorrência de mutações;
2- Possibilidade de ocorrência de perda de viabilidade de parte significativa
da população microbiana;
3- Dificuldade de manutenção de homogeneidade no fermentador, quando
se trabalha com baixas vazões, ou quando se tem meios muito viscosos.
Aplicação prática do processo contínuo

No que se refere à produção de células podemos dizer que a fabricação de


leveduras constitui o principal exemplo de aplicação prática dos processos de
cultivos contínuo.
A maioria das instalações industriais apresenta, como característica comum
o fato de trabalharem com tanques de elevada capacidade, da ordem de 140 mil
litros.
As matérias- primas mais comumente utilizadas nas instalações existentes
são melaço e resíduos agrícolas ( hidrolizado de água de amido por exemplo ). E
o tipo de levedura mais produzido é a Saccharomyces cerevisiae.
O valor da concentração celular resultante de cultivos contínuos é da ordem
de 10 g /L e só se atinge valores maiores quando se faz recirculação de células.
ESTADO DE LAVAGEM
• Embora indesejável, esta situação é usualmente
empregada para determinção de µmax em
fermentação contínua (método dinâmico)
• Impõem µ > D,

dX
= ( µ max − D) X
dt

X
ln = ( µ max − D)(t − t o ) Sendo t0, o instante que
se fez com que D > µmax
Xi
MÉTODO DINÂMICO

α=(µmax – D)
lnX/Xi

tempo

X
ln = ( µ max − D)(t − t o )
Xi
FORMAÇÃO DE PRODUTOS NO
SISTEMA CONTÍNUO
• Produção associada ao crescimento:
µp = αµ P = αX
• Produção não associada ao crescimento:
µp = β P = βX/D
• Produçaõ parcialmente associada ao
crescimento
µp = αµ + β P = X[α +(β/D)]

LUEDEKING e PIRET PROCESSO CONTÍNUO,


Exercícios
• Em um processo fermentativo em sistema contínuo em que a lei
de Monod, se aplica, obteve-se os seguintes parâmetros:
• Calcular:
• I) a produtividade de células;
• ii) o tempo necessário de residência;
• iii) A velocidade específica de consumo de substrato
• Dados:
• µmax= 0,5 h-1;
• Ks= 2 g/L
• F = 15 L/h
• V = 100 L
• So = 10 g/L
• Yx/s = 0,51 g/g

Você também pode gostar