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Wilson Mucapola
Lunda-Norte, 04.10.2023.
Índice
1 MUCAPOLA, Wilson, Chefe do Serviço Provincial da Provedoria de Justça da Lunda-Norte, Artio
apresentado no encontro de trabalho realizado pelo Ministério da Administração do Território-MAT,
2023.
1
Resumo ………………………………………………………………………………… 4
Abstract ………………………………………………………………………………… 5
Introdução ……………………………………………………………………………… 6
Organização ……………………………………………………………………………. 6
2
Caracter Informal do Provedor de Justiça……………………………………………..17
Gratuitidade da Correspondência……………………………………………………...17
Modelo ………………………………………………………………………………..18
Reflexão ………………………………………………………………………………18
Conclusão …………………………………………………………………………….19
Bibliográfia …………………………………………………………………………..20
Legislação ……………………………………………………………………………21
Resumo
3
O presente artigo de opinião, do qual procuramos enfatizar a consagração do
Provedor de Justiça na sua relação com as demais instituições públicas, enquanto um
órgão do Estado independente, imparcial e gratuito, que defende as pessoas que
deparam-se com os seus direitos fundamentais violados, ou se sintam prejudicados por
actos injustos ou ilegais da administração ou de outros poderes públicos, e sobre o qual
devem observar o dever de cooperação, é uma iniciativa que surge por força do convite
formulado pelo Ministério da Administração do Território-MAT, para fazer parte de um
encontro de trabalho técnico, com os órgãos executivos locais. Procuramos delimitar a
temática fazendo uma apresentação da figura do Provedor de Justiça, a sua Organização
institucional, o seu poder de tutela dos Direitos Humanos, o âmbito da actuação, o seu
poder de emitir recomendações, a sua independência no exercício das suas funções, a
sua competência nuclear de apreciação de queixas e a fiscalização da boa administração,
de modos a salvaguardar os direitos e interesses legítimos dos cidadãos.
Abstract
4
This opinião article, in which we seek to emphasize the consecration of the
ombudsman in his relationship with other public institutions, as na independente,
impartial and free state body that defends people who find their fundamental igghts
vilated, or feel harmed by unfair or ilegal acts of the administration or other public
authorities and in which they must observe the duty of cooperation, is na initiative that
arises due to the inavitatio made by the Ministry of Territorial Administration-MAT, to
be part of a technical work meeting, with local executive bodões. We seek to delimit the
themes by presenting the figure of the ombudsman, his institutional organization, his
power to protect human ights, his scope of action, his power to issue recommendations,
his Independence in the exercise of his functions, its core competence to assess
complaints and monitor good administration, in order to safeguard the legitimate rights
and interests of citizens.
Introdução
5
A figura do Provedor de Justiça em Angola, inspirou-se no modelo nórdico do
Ombudsman, enquanto instituição independente destinada a garantir aos cidadãos a boa
administração, sobretudo através de investigação de queixas contra entidades públicas.
É um modelo recepcionado pela maior parte dos Estados membros da CPLP, que hoje
reconhecem também, salvo algumas excepções a figura do Ombudsman.2
1. Organização
O Provedor de Justiça é uma entidade pública independente que tem por objecto a
defesa dos direitos, das liberdades e das garantias dos cidadãos, assegurando através de
meios informais, a justiça e a legalidade da actividade da Administração pública.3
2
3 Ao abriio do artio 2.º da Lei n.º 29/20, de 28 de Julho.
6
O Provedor de Justiça desempenha as suas funções com base na legislação interna e
nos tratados, convenções e outros instrumentos internacionais, de que Angola é parte,
nos termos do artigo 13.º da CRA, em matérias dos direitos, das liberdades e das
garantias fundamentais dos cidadãos.
2. Designação da Posse
7
O Provedor de Justiça é um ente que não possui natureza administrativa, na
perspectiva da satisfação das necessidades elementares dos cidadãos, devido ao seu
papel mediador e garante da justiça nas relações existentes entre o cidadão e as
instituições públicas, mas que ganha a legitimidade para fiscalizar a Administração
Pública, que visa a prossecução da satisfação das necessidades colectivas. Enquanto
órgão sem natureza ou funções jurisdicionais, ganha legitimidade para poder contribuir
com soluções que marquem um aperfeiçoamento daquela instituição, enquanto órgão
sem competência de dispor normativamente, ganha legitimidade para propor, sugerir,
recomendar alterações às normas constituídas.
Para além das características pessoais a que a designação do seu titular deve
obedecer, como comprovada reputação de integridade e independência, o Provedor de
Justiça goza de um importante acervo de garantias funcionais que lhe permitem reforçar
a imparcialidade no que pede e a isenção no que conclui. No exercício das suas funções
o Provedor de Justiça, é uma entidade pública independente, com alguma autonomia.
8
agentes e pedindo as informações, bem como na exibição de documentos, que se
reputam convenientes realizar inquéritos, e todas as investigações em geral para a
recolha e produção de provas e convocar para as instalações da Provedoria de Justiça,
ou para outro local que se revele melhor adequado, qualquer agente administrativo,
funcionário público ou titular de órgão sujeito ao seu controlo ou qualquer cidadão
como perito ou testemunha.
Este órgão do Estado pode ainda debruçar-se sobre questões relativas a boa
administração das entidades privadas que exercem poderes públicos ou que prestem
serviços de interesse geral e ainda sobre relações entre particulares que impliquem uma
especial relação de domínio no âmbito da protecção de direitos, liberdades e garantias.7
Estarão nesta última situação, por exemplo, as relações entre o pessoal de um lar de
idosos e os seus utentes, em razão da especial vulnerabilidade destes últimos.
9
As situações de má administração podem ter origem quer na má aplicação da lei,
quer na própria lei. Assim, o Provedor de Justiça tem poder para agir nestas duas
frentes: Por um lado junto dos órgãos competentes com vista à melhoria da organização
e observância da actividade procedimental administrativa, de modos a garantir os
direitos legítimos dos cidadãos.8
10
No âmbito da missão que estamos a constatar, cabe ao Provedor de Justiça um
conjunto de papeis que em muitos extravasa o tratamento de queixas dos cidadãos.
Desde logo, o Provedor de justiça assume-se como o órgão do Estado que tem a função
primordial de promoção e divulgação e a defesa dos direitos humanos fundamentais. Na
prática esta tarefa tem sido prosseguida de diversas formas, com vista a protecção dos
direitos das pessoas mais vulneráveis, a exemplo das crianças, as pessoas idosas e os
cidadãos com deficiência.
Por outro lado, a missão que recai ao Provedor de Justiça de tutelar os direitos
fundamentais, exige que este órgão do Estado seja o interlocutor privilegiado de várias
entidades internacionais que têm o legitimo interesse em conhecer a situação dos
direitos humanos no Estado Angolano, tendo em atenção que ela assume-se como uma
fonte independente de informação sobre a situação de respeito e desenvolvimento dos
Direitos Humanos em Angola.
11 Idem, p. 16.
12 Esse é o caso, por exemplo, de pedidos de informação requeridos por insttuiççes como relatores
especiais para determinados de Direitos Humanos, como o Direito a condiççes sociais básicas.
11
a discutir, por exemplo, a possibilidade de celebração de novos instrumentos destinados
à protecção de direitos humanos ou conteúdo dos mesmos.13
13 Por exemplo, o Grupo de Trabalho das Naççes Unidas, sobre o envelhecimento ou Grupo de
Trabalhos sobre empresas e direitos humanos, cujos os trabalhos se desenvolvem de 2018 até a data do
presente artio.
14Nos termos do artio 3.º do EOPJ
12
A cuidadosa motivação das recomendações fundadas em rigorosa investigação
dos factos e em sustentados argumentos de direito ou de injustiças será sempre, no
entanto, a melhor arma do bom censo quando se pretende convencer e não
simplesmente vencer, quando se invoca o império da razão em detrimento das razões do
império.
O Provedor de Justiça é aquela entidade que exerce as suas funções com base em
queixas apresentas por cidadãos por acções ou omissões das instituições públicas, que
afectem direitos, liberdades, garantias ou interesses legalmente protegidos dos cidadãos.
f) Autarquias Locais.
15
16 Nos termos do disposto no artio 18.º EOPJ
13
a) Emitir recomendações para os órgãos competentes, com vista a correcção de
actos ilegais dos órgãos e agentes dos poderes públicos e a melhoria dos
respectivos serviços;
c) Instruir processos de meras averiguações das queixas dos cidadãos por actos ou
omissões, praticados por agentes dos poderes públicos;
d) Efectuar visitas a todo e qualquer serviço das entidades sujeitas ao seu âmbito de
actuação.
- Constatação;
- Averiguação;
- Recomendação;
- Mediação.
14
g) O Provedor de Justiça pode solicitar depoimentos ou informações a qualquer
cidadão sempre que julgar necessário para o apuramento dos factos.
15
5. Cooperação dos Órgãos e Serviços Sujeitos a Fiscalização do Provedor de
Justiça
16
5.2. Relações entre os órgãos Públicos.20
17
6. Sigilo de Correspondência
A correspondência dirigida ao Provedor de Justiça não pode ser objecto de qualquer tipo
de censura.
6.3. Modelo
24 FEIJÓ, Carlos. Conferência sobre o Provedor de Justça e o Dever de Cooperação dos órgãos da
Administração Pública, Luanda, 2021.
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Justiça, o que de certo modo, acaba inviabilizando nas acções levadas acabo por esta
instituição.
6.4. Reflexão
Conclusão
19
Bibliografia
Anita Rita Gil, O Provedor de Justiça Nos Países de Língua Portuguesa, 2021.
Artigos
20
Wilson Mucapola, O Ministério Público na Defesa do Interesse Público e dos Direitos
Fundamentais dos Cidadãos na Justiça Administrativa, em alusão a Semana da
Legalidade, 2023.
Legislação
CRA-2010;
Wilson Mucapola
21