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Rui Duarte Feijão, solteiro, portador do cartão de cidadão, Nº 876 548 989, emitido
pela República Portuguesa e válido até 31-10-2022,com o contribuinte fiscal N.º 234
675 289, residente na Avenida dos Legumes, Nº3, 3ºDto, 2780-562, Lisboa,
Raquel Água das Pedras, solteira, portador do cartão de cidadão, Nº234 567 389,
emitido pela República Portuguesa e válido até 31-10-2022, com o contribuinte fiscal
N.º 345 678 546, residente na Rua da Azia, N.º16, R/C Dto, 2800-560 Porto,
João Maria Cozido, solteiro, portador do cartão de cidadão Nº 123 098 356, emitido
pela República Portuguesa e válido até 31-10-2022, com o contribuinte fiscal N.º 956
111 782, residente na Rua do Azeite, nº17, 4ºESQ, 1657-076, Lisboa,
Contra
Conselho de Ministros
I - DOS FACTOS
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A decisão da aplicação dessas medidas faz com que os envolvidos se sintam e
sejam efetivamente esquecidos. A imposição de medidas mais restritivas acaba
por se tornar num modo de demonstração de desprezo face a estes setores,
que lidam com uma situação mais danosa que nunca. Nas palavras dos
autores do movimento, estão a “matar quem não tem Covid-19”.
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O controlo da pandemia não se versa pelo impedimento das pessoas de sair de casa
depois das 13h. Ao estabelecer-se essa restrição, poderia eventualmente haver um
aumento da concentração do número de pessoas antes dessa hora, o que talvez ajudasse
na obtenção de receitas. Não é de todo comum almoçar antes das 13h, e mesmo que
assim fosse, acabaria por levar a que a fruição decorresse com alguma rapidez para
permitir às pessoas deslocarem-se a casa antes da hora de recolhimento obrigatório, o
que não é desejável.
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Bruna:
Com a entrada em vigor deste novo estado de emergência foi barricada a possibilidade
de abertura das empresas dos autores ou exercício de profissões leva novamente a uma
promoção de despedimentos e falências. Pois, apesar de os lucros terem diminuído
drasticamente, os impostos e taxas continuam iguais. Ou seja, há um reduzido volume
de negócios que não é coincidente com as taxas fixas.
O primeiro-ministro já admitiu que a restauração vai ser particularmente penalizada
pelas novas restrições do estado de emergência. Os empresários acreditam que se as
medidas se prolongarem no tempo, serão muitos os restaurantes a fechar. Não
concordam com o encerramento às 22h30, mas é a proibição de circulação aos fins de
semana que mais preocupa.
A AHRESP alerta o primeiro-ministro que "a cada quinzena que passa, os agentes
económicos veem alteradas as regras do jogo, com toda a incerteza e insegurança que
essa situação gera, a que acrescem todos os custos com que se confrontam e lhes têm
vindo a ser exigidos", de acordo com a carta.
Pode-se perguntar, como é possível que um negócio, estando fechado e sem data de
abertura prevista, possa fazer uma gestão eficaz dos seus recursos e ao mesmo tempo
suportar encargos inerentes ao mesmo? Os prejuízos acumulados são de uma dimensão
que já se afigura impossível de aceder, tendo em conta as receitas, praticamente nulas.
Em segundo lugar, cabe referir que segundo um estudo apresentado pelo Infarmed,
apenas 2% dos contágios acontece na restauração. Os dados revelam que os restaurantes
não são considerados locais de risco elevado para a contaminação. Com isto, devem ser
avaliadas as medias com impacto muito negativo nas atividades.
Estes são setores que já há muitos anos praticam regras apertadas na área da saúde e
segurança, até do ponto de vista da segurança alimentar, através de imposições legais.
Sempre estiveram habituados a cumprir regras apertadas nesta matéria, que na
generalidade têm vindo a ser cumpridas. Será que é mesmo necessária esta
intensificação das medidas, que na verdade, apesar de aparentemente parecer trazer
benefícios, na realidade, apenas se traduz em prejuízo, tendo em conta que sempre
estiveram acostumados a cumprir regras de higienização e segurança alimentar e geral?
Os restaurantes são dos espaços mais seguros para serem frequentados. Além de todos
os trabalhadores utilizarem máscara na duração total do tempo de serviço, já praticavam
o distanciamento das mesas exigido pela DGS e a sua desinfeção antes e após
utilização, incluindo a limitação do espaço, que obriga à diminuição no número de
pessoas no restaurante. Eram perfeitamente capazes de seguir as medidas necessárias
para poderem funcionar com toda a segurança, desde que lhes tivesse continuado a ser
fornecida oportunidade para tal.
Para demonstrar o concreto prejuízo que afeta estes setores, a Associação de Hotelaria,
Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) tem feito monitorização constante a
estes setores por via de inquéritos mensais, e o último inquérito feito, reportado ao mês
de outubro, revela dados preocupantes. Verificou-se que 41% das empresas não têm
condições para continuar com portas abertas, tendo que abrir mão a processos de
insolvência, 43% das empresas de restauração estão com quebras homólogas superiores
a 60% e 47% das empresas já tiveram que recorrer a despedimentos. No que toca ao
alojamento turístico, cerca de 36% estão com quebras de faturação homologas
superiores a 90% e muito deste setor encontra-se encerrado. No Algarve, onde se
acentua o dano, por não terem o impulso da sazonalidade nesta altura, foi originada uma
quebra de 70%. Acrescentando, já foram perdidos quase 50 mil postos de trabalho no
setor da restauração e alojamento, de acordo com dados do Instituto Nacional de
Estatística. Se isto se encontrava assim já em outubro, imagine-se o que as novas
medidas vão trazer aos setores, podendo-se prever e até comprovar num futuro próximo,
o grau de lesão e impacto negativo das mesmas.
Incidindo agora mais no turismo, cabe referir que são os setores da restauração,
comercio e hotelaria que mais têm contribuído para a taxa turística. Segundo Carlos
Moura, vice-presidente da AHRESP, há mais de 20 hotéis temporariamente encerrados.
Na região do Porto calcula-se que 70% dos hotéis vão fechar até ao final do ano, para
evitar a falência. Alguns hotéis recusam-se a abrir porque as despesas que iam ter em
termos da organização e higienização do estabelecimento perante as medidas da DGS
não compensam, comparando com os ganhos obtidos. E se abrissem, acabariam de ter
de despedir os funcionários porque não teriam meios para lhes pagar o salário. Deste
modo, são obrigados a fechar para evitar despedimentos porque não têm condições para
manter tudo em segurança. Porém, mesmo que não despeçam pessoal por se
encontrarem encerrados, não há entrada de capital, pelo que não conseguem de qualquer
modo, pagar aos funcionários. Torna-se um ciclo vicioso, onde nenhum plano é capaz
de gerar a mínima vantagem, antes pelo contrário.
Não podemos compreender que sejam estabelecidas uma série de exceções, algumas de
natureza comparável, como é o caso da exceção de circulação para efeitos de
deslocação, por exemplo, a supermercados que, saliente-se, frequentemente têm no seu
interior estabelecimentos em tudo idênticos aos de restauração"
Referimo-nos a estas regras como um ataque sem precedentes por todas as razões
apontadas, mas sobretudo porque não podemos compreender que sejam estabelecidas
uma série de exceções, algumas de natureza comparável, como é o caso da exceção de
circulação para efeitos de deslocação, por exemplo, a supermercados que, saliente-se,
frequentemente têm no seu interior estabelecimentos em tudo idênticos aos de
Restauração. Por outro lado, não existe qualquer fundamento para que se possa circular
para deslocação a mercearias e outros estabelecimentos de venda de produtos
alimentares, mas não a restaurantes e similares.
Estas restrições, se realmente são absolutamente fundamentais à atual conjuntura,
matéria sobre a qual não temos competência para refutar, então também as medidas
devem respeitar o princípio da proporcionalidade ao impacto das limitações que nos são
impostas, com a revisão e o reforço urgente dos apoios que estão previstos, tendo por
base as 10 medidas que a AHRESP identificou e apresentou como sendo as únicas
possíveis para que se evitem insolvências em massa, com a consequente perda de
milhares de postos de trabalho, que levarão inevitavelmente a uma crise social.
Apesar desta discrepância entre setores, todavia, as medidas podem ainda, do mesmo
modo, trazer consequências para outros setores como a indústria alimentar, uma vez
que, ao não serem comprados produtos que estão incluídos em refeições, os mesmos
não vão ser produzidos em tantas quantidades e, no seguimento, não vão ser vendidos.
A produção decresce e ficam com excedentes que não conseguem escoar, diminuindo os
valores das receitas obtidas.
são "um ataque sem precedentes", tendo em conta que "muitos estabelecimentos de
restauração e similares realizam grande parte da sua faturação, precisamente, ao fim de
semana".
ANA
LEONOR
1- Pão e água - O porta-voz do movimento "A Pão e Água" classificou esta sexta-feira
os desacatos durante a manifestação na Avenida dos Aliados, no Porto, como o reflexo
do "desespero" em que os empresários da restauração, bares e comércio se encontram.
"Isto [desacatos] é o exemplo claro do estado de desespero em que as pessoas se
encontram neste momento", afirmou à Lusa Miguel Camões, porta-voz do movimento
"A Pão e Água" e presidente da Associação de Bares e Discotecas da Movida do Porto.
"Convém não perder o foco de que o setor está em grande desespero. Tanto, que se vê
em situações destas", referiu, acrescentando que para a manifestação cada pessoa trouxe
os objetos com que "se identificava mais para manifestar".
Os ânimos acabaram por se acalmar, ainda antes da chegada do reforço policial.
"Costa: faz outra proposta", "Estão a matar quem não tem covid" e "Nove meses para
nascer, nove meses para morrer" são alguns dos cartazes hasteados nas escadarias da
Câmara Municipal do Porto e que mostram o descontentamento do setor.
- público
"Estivemos muitas horas a ouvir medidas e mais medidas, todas nos sentido de
condicionar os direitos e mobilidade das pessoas, apontando muito no sentido do
confinamento e não ouvimos nada sobre medidas no plano sanitário que são
fundamentais para combater a doença", lamentou o dirigente do PCP.
4- Em conferência de imprensa, Catarina Martins defendeu que o apoio ao setor seja
feito com base na faturação de 2019 e não de 2020, a criação de um programa de apoio
às rendas para esses espaços comerciais e que os apoios se efetivem imediatamente.
O Bloco considera que as medidas restritivas têm de ser acompanhadas com apoios, e
Catarina Martins frisa que “os apoios são precisos e necessários agora”.
Para isso é necessário que “os apoios que estão em curso não tenham em conta a
comparação com a faturação de 2020, mas sim com a faturação de 2019. Nós
estamos já com 9 meses em que este setor está a perder, em que este setor não ganha o
suficiente para os seus custos fixos”, prosseguiu Catarina.
Outra das propostas é a existência de um programa sobre as rendas destes
estabelecimentos, já que “90% dos estabelecimentos de restauração são arrendatários e
embora a sua atividade esteja a zero ou a 50% estão a pagar as rendas a 100%. Os
custos desta pandemia devem ser repartidos de forma justa e o governo deve ter
um programa que permita reduzir as rendas tendo em conta a redução da faturação e
também criar apoios aos senhorios onde seja necessário”, diz Catarina Martins.
A coordenadora nacional do Bloco considera que os apoios devem ser implementados já
e lembra que “as medidas anunciadas no Orçamento de Estado como o e-voucher são
medidas de recuperação e só começará depois das restrições. Nós ainda estamos num
período de enormes restrições e as medidas que o setor precisa agora não é para
recuperar, mas sim para manter o emprego e proteger a continuidade dos
estabelecimentos”.
“Se o governo tem a disponibilidade para pensar medidas fiscais, teria mais sentido
fazer uma redução fiscal para já e não apenas para o futuro”, concluiu Catarina Martins.
5- Gonçalo Santos, sócio-gerente do restaurante Tabique, “Já estamos a ter um ano
complicado e os fins de semana são as alturas em que faturamos mais e cortarem-nos
isso torna tudo mais difícil”, realça Gonçalo, não escondendo a frustração. E
salvaguarda: “a restauração não é o setor onde há mais contágio”.
Gonçalo acredita que o setor da restauração foi o mais afetado por esta pandemia,
tendo sido obrigado a adaptar-se constantemente: “nós somos o setor a quem, desde o
início, exigiram mais regras para nos adaptarmos, quando já praticávamos normas de
higiene bastante rígidas”, diz.
Relembra ainda que os restaurantes já tinham uma redução de lotação em 50% e “se
há essa redução, supostamente já cria alguma segurança nos espaços”
. Considera também que obrigarem os restaurantes a fechar na hora em que começam
a faturar é “uma medida para atirar poeira para os olhos” de modo a não terem de
ajudar com apoios financeiros. “Deixam-nos estar abertos até à uma, o que para nós é
irrelevante, uma vez que abrimos ao meio dia. O facto de estarmos abertos faz com que
não tenham de nos dar apoios, porque não nos fecham totalmente”, sublinha Gonçalo
Santos.
O gerente do Tabique defende que o Governo devia confiar que as medidas de
segurança e de higiene são cumpridas em todos os estabelecimentos. “Preocupámo-nos
com os nossos clientes e, acima de tudo, com a nossa saúde. O facto de estarmos abertos
a servir pessoas é um risco, mas também estamos a minimizá-lo da melhor maneira
possível”, garante.
Em relação à contribuição do Estado com 20% das perdas da restauração nestes dois
fins de semana, Gonçalo refere que “a medida é um bocado malfeita porque o apoio é
feito de uma média dos 44 fins de semana do ano”. “Não é justo se forem contabilizados
os quatro fins de semana em que a restauração esteve fechada e em que a faturação é
zero”, explica. É “injusto a medida ser referente a este ano” e, por isso, acha que “devia
ser referente ao ano 2019, que foi um ano mais normal”.
Durante a pandemia o gerente viu-se obrigado a “pôr alguns empregados em lay-off” e
mais tarde, quando o restaurante reabriu, “passaram a part-time”. Este é um ano atípico
e particularmente difícil para este estabelecimento, pois abriram apenas em janeiro e
tiveram de fechar durante 22 dias em março. Desde a abertura do mesmo tiveram de se
adaptar constantemente para não terem de fechar. “Ou nos obrigam a fechar e dão-nos
apoios para isso ou então deixem-nos trabalhar”, avisa Gonçalo Santos.
Sobre as entregas ao domicílio, Ana Jacinto afirma que “não é de todo a salvação
para este setor, porque é um mecanismo caro e pouco rentável para a maioria dos
estabelecimentos”. “O princípio está correto, o que não está correto é a dotação. Um
apoio a fundo perdido de 7.500 euros para as micro empresas, dada a dimensão do
problema que temos em mãos, é curto. Uma empresa que está encerrada há oito meses,
com rendas e salários para pagar, com taxas e impostos para pagar, acha que é suficiente
um apoio a fundo perdido com esta dotação? É insuficiente”, desabafa Ana Jacinto.
II - DE DIREITO
Da Forma do Processo
…
O presente processo urgente (artigo 97.º do Código de Procedimento dos Tribunais
Administrativos – de agora em diante, CPTA), carateriza-se pela sua celeridade e prioridade,
tendo em conta a convicção de que certas questões são merecedoras de uma resolução definitiva
em tempo curto (intimação para proteção de direitos, liberdades e garantias).
…
Estando em causa um pedido de intimação para proteção de direitos, liberdades e garantias, tal
como consta no n.º 5 do artigo 20.º da Constituição da República Portuguesa, de agora em
diante, CRP, (são assegurados aos cidadãos procedimentos judiciais caracterizados pela
celeridade e prioridade, de modo a obter uma tutela efetiva e em tempo útil contra ameaças ou
violações desses direitos). O conteúdo do pedido consiste na condenação da adoção de uma
conduta positiva ou negativa por parte da administração (109º, n.º1 e n.º3 do CPTA).
…
Os pressupostos desta matéria encontram-se estipulados no artigo 109.º do CPTA, sendo que a
respectiva intimação pode ser requerida quando a emissão célere de uma decisão de mérito do
processo que imponha à administração uma conduta positiva ou negativa seja indispensável
para assegurar o exercício em tempo útil de um direito, liberdade ou garantia. É igualmente
exigida a urgência da decisão para evitar a lesão ou inutilização do direito.
Da Competência do Tribunal
Uma vez identificado o local adotado como ponto de referência, é necessário identificar
qual o tribunal em concreto, cujo âmbito de jurisdição abrange o local em causa, sendo
essencial recorrer ao Decreto-Lei n.º 325/2003, de 29 de dezembro.
Legitimidade Passiva
…
Neste âmbito deve ser aplicado o artigo 10.º, n.º1 do CPTA, por estar em causa uma relação
material controvertida entre o Autor e os Réus, sendo que a Presidência do Conselho de
Ministros e o Ministério Público dispõem de legitimidade passiva. Ainda assim, deverá
identificar-se sempre a autoridade competente para que possa ser diretamente citada e intimada.
Coligação entre Autores
…
Nesta ação estamos perante uma coligação ativa, devido aos vários autores que desencadearam
um único processo contra um ou vários demandados, por pedidos diferentes. As pretensões são
individualizáveis, uma vez que terão sofrido perdas de diversos tipos.
A coligação só pode suceder quando respeite um dos requisitos de conexão objetiva presentes
no n.º1 do artigo 12.º do CPTA. Assim, a causa de pedir é a mesma e única, existindo uma
unidade da fonte das relações jurídicas controvertidas, podendo existir uma coligação ativa, nos
termos do artigo 12.º, n.º1, alínea a) do CPTA.
Do Patrocínio Judiciário
…
Segundo o artigo 11.º, n.º1, do CPTA, a constituição de advogado é obrigatória nos processos
da competência dos tribunais administrativos, nos termos regulados pelos artigos 43.º e
seguintes do Código de Processo Civil (CPC). Os poderes de representação em juízo são
conferidos ao advogado pela parte, por meio de mandato judicial, à luz do artigo 43.º do CPC,
pelo que o Autor atribui poderes ao mandatário para representar a parte em todos os atos e
termos do processo inicial, declarando na procuração que concede poderes forenses ao
mandatário, como determinam os artigos 44.º, n.º1 e 45.º, n.º1 do CPC. O mandato judicial está
conforme e anexado à Petição Inicial.
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Da competência do tribunal
Do patrocínio judiciário
Segundo o artigo 11º, nº1, do CPTA, a constituição de advogado é obrigatória nos
processos da competência dos tribunais administrativos, nos termos regulados pelos
artigos 43º e seguintes do Código de Processo Civil. Os poderes de representação em
juízo são conferidos ao advogado pela parte por meio de mandato judicial, por via do
artigo 43º CPC, pelo que o Autor atribui poderes ao mandatário para representar a parte
em todos os atos e termos do processo inicial, declarando na procuração que concede
poderes forenses ao mandatário, como determinam os artigos 44º, nº1 e 45º, nº1 do
CPC. O mandato judicial está conforme e anexado à Petição Inicial.
Da legitimidade ativa
Da coligação
A coligação é uma situação de pluralidade de partes que assenta numa pluralidade de
relações jurídicas, havendo vários autores a desencadear um único processo contra um
ou vários demandados (coligação ativa); ou um autor desencadeia um único processo
conjuntamente contra vários demandados, por pedidos diferentes, com fundamento em
diferentes relações jurídicas intercorrentes entre uns e outros (coligação passiva). Se
cada um dos pedidos for formulado por cada um dos autores ou contra cada um dos
demandados, é coligação.
Na ação estamos perante uma coligação ativa, visto que temos vários autores a
desencadear um único processo contra um ou vários demandados, por pedidos
diferentes. As pretensões são individualizáveis, uma vez que terão perdido quantidades
diferentes.
A coligação só pode suceder quando respeite um dos requisitos de conexão objetiva
presentes no nº1 do artigo 12º do CPTA. Na ação, a causa de pedir é a mesma e única,
ou seja, existe uma unidade da fonte das relações jurídicas controvertidas em virtude de
os pedidos se fundarem numa mesma causa de pedir, pelo que pode existir coligação
ativa, nos termos do artigo 12º, nº1, alínea a).