Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Direito Sindical
Curso Básico de
Direito Sindical
Da CLT à Reforma Trabalhista de 2017 (Lei n. 13.467)
6ª edição
Bibliografia.
1. Direito do trabalho 2. Direito do trabalho —
Brasil 3. Sindicatos 4. Sindicatos — Brasil I. Título.
18-16294 CDU-34:331.88(81)
Advogado de sindicatos de trabalhadores de 1959 a 1999. Aprovado no concurso de 1964 para ingresso
na magistratura do trabalho teve negada sua nomeação pela ditadura militar. Nomeado trinta e cinco
anos depois desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da Segunda Região para compor o quinto
constitucional reservado aos advogados, aposentou-se em 2005 retornando a advocacia. Membro da Academia
Nacional de Direito do Trabalho, do Instituto de Direito Social Cesarino Júnior.
Foi conselheiro e diretor da Associação dos Advogados de São Paulo (AASP), fundador e conselheiro
da Associação dos Advogados Trabalhistas de São Paulo e diretor do Sindicato dos Advogados de São
Paulo, que ajudou a refundar.
Obras do autor
• Em Defesa da Unidade Sindical, edição da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação e
Afins do Estado de São Paulo, 1985.
• Dicionários LTr, v. I. “Dissídios Coletivos”. LTr, 1986.
• Dicionários LTr, v. II. “Enquadramento Sindical”. LTr, 1986.
• A Nova Constituição e os Trabalhadores, 1988.
• Repensando o Sindicato. LTr, 1998.
• O Sindicato em um Mundo Globalizado. LTr, 2003.
• Curso Básico de Direito Sindical. LTr, 2006.
• Organização Sindical no Brasil. Passado. Presente. Futuro (?). LTr, 2013.
• Cartilhas do Trabalhador. O Sindicato (2009); A CLT trocada em miúdos (2010) e A reclamação trabalhista. Uma
longa e difícil caminhada (2015); A reforma trabalhista do governo Temer — Lei n. 13.467 (2017).
(Em Defesa da Unidade Sindical foi editada pela Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação
do Estado de São Paulo, A Nova Constituição e os Trabalhadores e as Cartilhas pela Federação e pelos
Sindicatos dos Trabalhadores da Construção Civil, da Hotelaria, Bares e Restaurantes, dos Padeiros e
Confeiteiros de São Paulo).
Participação em obras coletivas:
Direito coletivo. Dissídios e greve. A Visão das Entidades de Representação dos Atletas Profissionais e da Representação
dos Clubes, em Curso de Direito Desportivo Sistêmico, coordenação de Rubens Approbato Machado e outros
(Quartier Latin, 2001);
Estabilidade e Previdência Social, em A Previdência Social Hoje, Sérgio Pardal Freudenthal. LTr, 2004.
Riscos de Retrocesso da Legislação Trabalhista em A Reforma Sindical e Trabalhista do Governo Lula. Anita
Garibaldi, 2004.
A Destruição do Sindicalismo nos Governo Dutra e Militar em 1964. As Armas da Política e a Ilusão Armada
(organização: Caetano Pereira de Araújo). Brasília: Fundação Astrogildo Pereira, 2013.
—7—
Parte V. Administração................................................................................................................................................
I. Disciplinação constitucional e legal. 1. Disciplinação constitucional. 2. Disciplinação legal.
II. Assembleia geral.
III. Estatuto. 1. Processo eleitoral.
IV. Administração e representação. 1. Sindicato. 2. Federação. 3. Confederação. 4. Mandato e
remuneração dos membros da administração.
V. Gestão financeira.
VI. Imunidade tributária.
—8—
—9—
— 10 —
I. O sindicato
1 — Introdução. A palavra sindicato tem origem latina, syndicus, designando o encarregado de tutelar
o direito ou os interesses de uma comunidade ou sociedade. Para outros vem do grego: sundiké, síndico,
traduzido por justiça comunitária ou ideia de administração e atenção a uma comunidade. Sindicato é a
organização dos trabalhadores para a defesa de seus direitos e interesses, individuais e coletivos, e sua as-
censão social. Em face de nosso sistema legal, sindicato é também a organização do patronato para a defesa
de seus direitos e interesses econômicos; no caso, não apenas dos empresários, mas de todos que mantenham
empregados para a consecução de seus fins.
Como se sabe, o homem é um ser gregário que vive em sociedade. Mas como conjunto divide-se em
função da religião, raça, fortuna e também da casta. A concentração do capital promoveu a separação entre
incluídos e excluídos em direitos e bens de vida. De outra parte, o investimento do capital em atividades
lucrativas gerou o empresário, capitalista, e o trabalhador, proletário.
O trabalhador só possuía a força de trabalho que alugava em troca do salário insignificante para aten-
der às necessidades próprias e da família, submetendo-se a jornadas excessivas, em situação de absoluta
insegurança.
Sendo proprietário dos postos de trabalho, o empregador despedia por despedir, e sempre aqueles que se
atrevessem a desafiar seu poder e arbítrio. Além de tudo, sendo proprietário, possuía poder, influindo, como
classe, na administração pública. Contando com o apoio da polícia, sufocava qualquer rebeldia individual.
A unidade, por isso, mostrou-se indispensável para o enfrentamento daqueles que isoladamente eram
pobres e fracos, tornando-se fortes quando constituíssem uma coletividade.
Inicialmente, as coalizões eram transitórias, tendo como razão um fato determinado. Mas, pouco a
pouco, assumiram definitividade como instrumento de reação, de reivindicação e de ascensão social.
Assim, o sindicato surgiu naturalmente, como fato social, sem necessitar de reconhecimento do Estado
e do patronato.
— 11 —