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Disciplina Saúde Coletiva em Odontologia Políticas

de Saúde e Epidemiologia

Índices Epidemiológicos em
Odontologia
e-book

Universidade Metropolitana de Santos


Prafª. Dra. Nathália Paiva de Andrade
Autora e professora da disciplina
Profª. Dra. Gabriela Zaffalon
Profº. Me. Henrique Tuzzolo
Co-autores e professores da disciplina

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Índices Epidemiológico em Odontologia
e-book

Sumário

1. Introdução
2. CPO
3. Cálculo: CPO-D/ CPO-S/ ceo-d/ ceo-s
4. Índice de Má-Oclusão (OMS, 1987)
5. Índice de Estética Dental (DAI)
6. Prótese Dentária
7. Alterações de Tecido Mole
8. Fluorose Dentária
9. Doença Periodontal
10. Auto percepção em saúde bucal
11. Avaliação socioeconômica

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Esse texto foi adaptado do Manual do Examinador (Projeto SB2000 - MINISTÉRIO DA SAÚDE,
SECRETARIA DE POLÍTICAS DE SAÚDE, DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO BÁSICA e ÁREA
TÉCNICA DE SAÚDE BUCAL).

1. Introdução
Em uma pesquisa epidemiológica a avaliação de uma determinada condição (diagnóstico,
p.ex.) obedece a padrões de julgamento profissional diferentes dos padrões adotados na clínica.
O fundamental, na avaliação com fins epidemiológicos, é tomar decisões com base nos critérios
definidos a priori para todos os examinadores, independentemente das suas convicções clínicas
pessoais.
A epidemiologia não existe sem a clínica, mas a epidemiologia é diferente da clínica. Nesta,
há preocupações compreensíveis quanto à exatidão e maior precisão possível do diagnóstico, o
que não se constitui em exigência da epidemiologia, cuja a preocupação maior é que diferentes
examinadores julguem casos semelhantes com a maior uniformidade possível. Também é
importante considerar que no exame epidemiológico o CD, mesmo quando registra as
necessidades de tratamento, não está, no momento do exame, preocupado com a terapia, mas
com o que uma determinada condição significa para um grupo populacional, de acordo com certos
padrões definidos anteriormente para cada pesquisa.
Os índices utilizados atualmente no Brasil para levantamentos epidemiológicos são
baseados nos códigos e critérios recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), na
publicação Oral health surveys: basic methods, quarta edição (1997) e estão descritos abaixo.

2. CPO
O índice de ataque de cárie originalmente formulado por Klein e Palmer em 1937,
conhecido pelas iniciais CPO permanece sendo o mais utilizado em todo mundo, mantendo-se
como o ponto básico de referencia para o diagnóstico das condições dentais e para formulação e
avaliação de programas de saúde bucal. Quando a unidade de medida é o dente temos o índice
CPO-D, ou seja, Cariados, Perdidos e Obturados - por Dente. Ainda que a denominação mais
correta, neste último caso seja "Restaurado", para efeitos do índice se mantém a inicial "O" como
uma concessão à sua melhor sonoridade. Quando a unidade de medida são as faces de cada
dente, temos o índice CPO-S, ou seja, Cariados, Perdidos e Obturados - por Superfície.
Para a dentição temporária os índices são identificados com minúsculas, denominando-se
respectivamente ceo-d e ceo-s. Assim, o índice ceo-d é o correspondente ao CPO-D em relação
à dentição decídua, mas inclui só os dentes cariados (c), com extração indicada (e) e obturados
(o), excluindo os extraídos devido às dificuldades em separar os que o foram por causa de cárie
dos perdidos pelo processo natural de esfoliação dentária.

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3. Cálculo: CPO-D/ CPO-S/ ceo-d/ ceo-s
Critérios para o cálculo desses índices:
Serão avaliados três aspectos em cada espaço dentário: as condições da coroa e da raiz
e a necessidade de tratamento. Após o exame de cada espaço, o examinador dirá os três
respectivos códigos para serem anotados e passará ao espaço dentário seguinte. Para as idades
de 5, 12, 15 a 19 anos não será avaliada a condição da raiz, registrando-se o código 9 (dente
excluído). Serão empregados códigos alfabéticos para dentes decíduos e numéricos para dentes
permanentes.

Cárie Dentária
Os códigos e critérios são os seguintes (para decíduos entre parênteses):
0(A) - Coroa Hígida
Não há evidência de cárie. Estágios iniciais da doença não são levados em consideração. Os
seguintes sinais devem ser codificados como hígidos:
• manchas esbranquiçadas;
• descolorações ou manchas rugosas resistentes à pressão da sonda CPI;
• sulcos e fissuras do esmalte manchados, mas que não apresentam sinais visuais de base
amolecida, esmalte socavado, ou amolecimento das paredes, detectáveis com a sonda CPI;
• áreas escuras, brilhantes, duras e fissuradas do esmalte de um dente com fluorose moderada
ou severa;
• lesões que, com base na sua distribuição ou história, ou exame táctil/visual, resultem de abrasão.
Raiz Hígida
A raiz está exposta e não há evidência de cárie ou de restauração
(raízes não expostas são codificadas como “8”).
Nota : Todas as lesões questionáveis devem ser codificadas como dente hígido .

1(B) - Coroa Cariada


Sulco, fissura ou superfície lisa apresenta cavidade evidente, ou tecido amolecido na base ou
descoloração do esmalte ou de parede ou há uma restauração temporária (exceto ionômero de
vidro). A sonda CPI deve ser empregada para confirmar evidências visuais de cárie nas superfícies
oclusal, vestibular e lingual. Na dúvida, considerar o dente hígido.
Nota: Na presença de cavidade originada por cárie, mesmo sem doença no momento do exame,
a FSP-USP adota como regra de decisão considerar o dente atacado por cárie, registrando-se
cariado. Entretanto, este enfoque epidemiológico não implica admitir que há necessidade de uma
restauração.
Raiz Cariada

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A lesão pode ser detectada com a sonda CPI. Se há comprometimento radicular discreto,
produzido por lesão proveniente da coroa, a raiz só é considerada cariada se há necessidade de
tratamento radicular em separado.
Nota: Quando a coroa está completamente destruída pela cárie, restando apenas a raiz, a OMS
recomenda que o código “1” seja registrado apenas na casela correspondente à coroa. A FSP-
USP indica registrar o código “9”na casela da raiz.

2(C) - Coroa Restaurada mas Cariada


Há uma ou mais restaurações e ao mesmo tempo uma ou mais áreas estão cariadas. Não há
distinção entre cáries primárias e secundárias, ou seja, se as lesões estão ou não em associação
física com a(s) restauração(ões).
Raiz Restaurada, mas Cariada.
Idem coroa restaurada mas cariada. Em situações nas quais coroa e raiz estão envolvidas, a
localização mais provável da lesão primária é registrada como restaurada mas cariada. Quando
não é possível avaliar essa probabilidade, tanto a coroa quanto a raiz são registradas como
restauradas mas com cárie.

3(D) - Coroa Restaurada e Sem Cárie


Há uma ou mais restaurações definitivas e inexiste cárie primária ou recorrente. Um dente com
coroa colocada devido à cárie inclui-se nesta categoria. Se a coroa resulta de outras causas, como
suporte de prótese, é codificada como 7 (G).
Raiz Restaurada e Sem Cárie
Idem coroa restaurada e sem cárie. Em situações onde coroa e raiz estão envolvidas, a localização
mais provável da lesão primária é registrada como restaurada. Quando não é possível avaliar essa
probabilidade, tanto a coroa quanto a raiz são registradas como restauradas.
Nota: Com relação aos códigos 2(C) e 3(D), apesar de ainda não ser uma prática consensual, a
presença de ionômero de vidro em qualquer elemento dentário será considerada, neste estudo,
como condição para elemento restaurado.

4(E) - Dente Perdido Devido à Cárie


Um dente permanente ou decíduo foi extraído por causa de cárie e não por outras razões. Dentes
decíduos: aplicar apenas quando o indivíduo está numa faixa etária na qual a esfoliação normal
não constitui justificativa suficiente para a ausência.

Nota: Nesses casos o código registrado na casela correspondente à raiz é 9 ou 7 (quando tiver
um implante no lugar). Em algumas idades pode ser difícil distinguir entre dente não irrompido
(código 8) e dente perdido (códigos 4 ou 5). Fazer relações (cronologia da erupção, experiência

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de cárie etc.) pode ajudar na tomada de decisão.

5(F) - Dente Perdido por Outra Razão


Ausência se deve a razões ortodônticas, periodontais, traumáticas ou congênitas. Nota: Nesses
casos o código registrado na casela correspondente à raiz é “7” ou “9”. O código para decíduos
(F) nestes casos deverá ser mais utilizado na faixa etária de 18 a 36 meses, uma vez que, a partir
dos 5 anos, geralmente o espaço vazio se deve à exfoliação natural e deverá ser codificado como
coroa não erupcionada (código “8”).

6(G) - Selante
Há um selante de fissura ou a fissura oclusal foi alargada para receber um compósito. Se o dente
possui selante e está cariado, prevalece o código 1 ou B (cárie).
Nota: Embora na padronização da OMS haja referência apenas à superfície oclusal, deve-se
registrar a presença de selante localizado em qualquer superfície.

7(H) - Apoio de Ponte ou Coroa


Indica um dente que é parte de uma prótese fixa. Este código é também utilizado para coroas
instaladas por outras razões que não a cárie ou para dentes com facetas estéticas. Dentes
extraídos e substituídos por um elemento de ponte fixa são codificados, na casela da condição da
coroa, como 4 ou 5, enquanto o código 9 deve ser lançado na casela da raiz.
Implante: Registrar este código (7) na casela da raiz.

8(K) - Coroa Não Erupcionada


Quando o dente permanente ou decíduo ainda não foi erupcionado, atendendo à cronologia da
erupção. Não inclui dentes perdidos por problemas congênitos, trauma etc.
Raiz Não Exposta
Não há exposição da superfície radicular, isto é, não há retração gengival para além
da junção cemento-esmalte.

T(T) - Trauma (Fratura).


Parte da superfície coronária foi perdida em consequuência de trauma e não há evidência de cárie.

9(L) - Dente Excluído


Aplicado a qualquer dente permanente que não possa ser examinado (bandas ortodônticas,
hipoplasias severas etc.).
Nota : Conforme a recomendação da FSP-USP, quando há 5 ou mais dentes com bandas o
portador será excluído da amostra. Braquetes, em qualquer número, não inviabilizam os exames

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e, assim, não constituem obstáculo para aproveitamento do elemento amostral.

Necessidade de Tratamento
Imediatamente após registrar as condições da coroa e da raiz, e antes de passar ao
espaço dentário seguinte, deve-se registrar o tratamento indicado. Quando não houver
necessidade de tratamento, um “0” deve ser registrado no espaço correspondente. Isso precisa
ser feito sempre, para evitar dificuldades no posterior processamento dos dados, uma vez que,
não havendo registro, não será possível ao digitador saber o que aconteceu (se não há
necessidade ou se o anotador esqueceu-se de preencher a casela). Os códigos e critérios para
as necessidades de tratamento são:

0 - Nenhum Tratamento. A coroa e a raiz estão hígidas, ou o dente não pode ou não deve ser
extraído ou receber qualquer outro tratamento.
1 - Restauração de uma superfície dentária
2 - Restauração de duas ou mais superfícies dentárias
3 - Coroa por qualquer razão
4 - Faceta Estética
5 - Tratamento Pulpar e Restauração. O dente necessita tratamento endodôntico previamente à
colocação da restauração ou coroa, devido à cárie profunda e extensa, ou mutilação ou trauma.
Nota: Nunca se deve inserir a sonda no fundo de uma cavidade para confirmar a presença de uma
provável exposição pulpar.
6 – Extração. Um dente é registrado como indicado para extração, dependendo das possibilidades
de tratamento disponíveis, quando:
• a cárie destruiu o dente de tal modo que não é possível restaurá-lo;
• a doença periodontal progrediu tanto que o dente está com mobilidade, há dor ou o
dente está sem função e, no julgamento clínico do examinador, não pode ser recuperado
por tratamento periodontal;
• um dente precisa ser extraído para confecção de uma prótese; ou
• a extração é necessária por razões ortodônticas ou estéticas, ou devido à impactação.
7 - Remineralização de Mancha Branca
8 – Selante. A indicação de selantes de fóssulas e fissuras não é uma unanimidade entre os
cirurgiõesdentistas, havendo profissionais que não o indicam em nenhuma hipótese. Nesta
pesquisa a necessidade de selante será registrada. Sua indicação, conforme regra de decisão
adotada pela FSP-USP, será feita na presença simultânea das seguintes condições:
• o dente está presente na cavidade bucal há menos de 2 (dois) anos;
• o dente homólogo apresenta cárie ou foi atingido pela doença;
• há presença de placa clinicamente detectável, evidenciando higiene bucal precária.

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Nota a respeito das necessidades de tratamento:
Os códigos 1 (restauração de uma superfície), 2 (restauração de 2 ou mais superfícies), 7
(remineralizarão de mancha branca) ou 8 (selante) serão usados para indicar o tratamento
necessário para:
• tratar as cáries iniciais, primárias ou secundárias;
• tratar a descoloração de um dente ou um defeito de desenvolvimento;
• reparar o dano causado por trauma, abrasão, erosão ou atrição; ou
• substituir restaurações insatisfatórias ou selantes se existirem uma ou mais das
seguintes condições:
• margem deficiente, permitindo ou em vias de permitir infiltração na dentina. A decisão
deve ser tomada com base no senso clínico do examinador, após ter inserido a sonda
CPI na margem entre a restauração e o tecido duro ou após observar uma significativa
descoloração do esmalte adjacente;
• excesso marginal, causando irritação local do tecido gengival e não podendo
ser removido por meio de um ajuste da restauração;
• fratura, que possa causar a perda da restauração ou infiltração marginal;
9 - Sem Informação
Quando, por alguma razão, não for possível definir a necessidade de tratamento do dente. Via de
regra, quando a condição da coroa for 9 (dente excluído), assinala-se 9 também na necessidade
de tratamento. Na condição em que a coroa foi considerada não-erupcionada (8) ou dente perdido
( 4 ou 5), também deve ser assinalado 9 na casela referente à necessidade de tratamento.

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Após colocar a classificação de cada elemento ou superfície se faz a soma dos cariados,
perdidos e obturados total (independente da causa), para chegar ao valor final do índice.
C = número total de dentes (ou superfícies) classificados como cariados
P = número total de dentes (ou superfícies) perdidos/extraídos – ou com extração indicada
O = número total de dentes (ou superfícies) obturados/restaurados

CPO = soma total


(CPO-D, soma total considerando o dente, a pior situação encontrada naquele dente)
(CPO-S, soma total considerando a superfície, a pior situação encontrada)
(ceo-S, soma total considerando o dente, na dentição decídua)
(ceo-s , soma total considerando a superfície, na dentição decídua)

Dicas:

* nos índices CPO-S e ceo-s considerar 5 superfícies por dente para os posteriores e 4
superfícies para os anteriores nos cálculos. Por exemplo, se um dente posterior está indicado para
a extração 5 superfícies vão ser contadas como ausente para aquele elemento.
* dentes ausentes ou perdidos por outra razão que não devido a cárie, não entram na
contagem. Dentes que não erupcionaram, por exemplo, são classificados como ausentes. Dentes
perdidos por doença periodontal ou tratamento ortodôntico também estão nesse grupo e não são
considerados na contagem do CPO.

4. Índice de Má-Oclusão (OMS, 1987)


O índice de má-oclusão é realizado para a idade de 5 anos, sendo adotado o índice
preconizado pela OMS em sua versão anterior (1987), modificado pela Faculdade de Saúde
Pública da USP em 1996. A condição oclusal aos 5 anos é examinada, conforme critérios descritos
a seguir:
0 - normal: ausência de alterações oclusais;
1 - leve: quando há um ou mais dentes com giroversão ou ligeiro apinhamento ou espaçamento
prejudicando o alinhamento regular, e;
2 - moderada/severa: quando há um efeito inaceitável sobre a aparência facial, ou uma significativa
redução da função mastigatória, ou problemas fonéticos.

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5. Índice de Estética Dental (DAI)
As anormalidades dento-faciais são avaliadas, nas idades de 12 e 15 a 19 anos, com base
em informações relativas a 3 grupos de condições: dentição, espaço e oclusão. Tais condições
compõem o Índice de Estética Dental.
Dentição
As condições da dentição são expressas pelo número de incisivos, caninos e pré-molares
permanentes perdidos que causam problemas estéticos, no arco superior e no arco inferior.
Dentes perdidos não devem ser considerados quando o seu respectivo espaço estiver fechado, o
decíduo correspondente ainda estiver em posição, ou se próteses estiverem instaladas.
Espaço
O espaço é avaliado com base no apinhamento no segmento incisal, espaçamento no segmento
incisal, presença de diastema incisal, desalinhamento maxilar anterior e desalinhamento
mandibular anterior.
Oclusão
A oclusão é avaliada com base nas medidas do overjet (relação horizontal entre os incisivos)
maxilar anterior, do overjet mandibular anterior, da mordida-aberta vertical anterior e da relação
molar anteroposterior.

6. Prótese Dentária
A situação quanto às próteses dentárias será avaliada a partir de informações sobre seu uso
e necessidade, os quais têm como base a presença de espaços protéticos. Um mesmo indivíduo
pode estar usando e, ao mesmo tempo, necessitar prótese(s). Deve ser assinalado o uso e a
necessidade para os arcos superior e inferior.

7. Fluorose Dentária
A fluorose é um sensível indicador de que o desenvolvimento do dente esteve exposto ao flúor.
Com crescente exposição, os dentes mostram progressivas alterações na superfície do esmalte.
As lesões distribuem-se simetricamente dentro da boca, mas nem todos os dentes são igualmente
afetados. Os pré-molares e segundos molares são os mais freqüentemente afetados, seguidos
pelos incisivos superiores, enquanto os incisivos inferiores são os menos afetados. O grau de
severidade reflete o estágio no qual vários tipos de dentes são formados e mineralizados,
considerando também o regime de fluoretação (baixa ou alta) a que o indivíduo esteve exposto. A
dentição temporária costuma ser menos envolvida que a permanente. Alguns estudos relataram
casos de fluorose na dentição temporária em áreas de altos teores de flúor.
O índice recomendado pela OMS, o qual se baseia no índice de Dean. São examinadas as
idades de 12, e de 15 a 19 anos. Todos os dentes são examinados, mas a avaliação da condição

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individual é feita levando-se em conta apenas os dois dentes mais afetados (se esses dois dentes
mais afetados não estiverem comprometidos de modo semelhante, o valor do menos afetado entre
os dois será registrado). As lesões fluoróticas são usualmente bilaterais e simétricas e tendem a
apresentar estrias horizontais.

Exemplos de fluorose leve e moderada, respectivamente.

8. Doença Periodontal
A condição periodontal será avaliada com a utilização de três indicadores: os índices CPI, para as
idades de 12, 15 a 19, 35 a 44 e 65 a 74 anos, o índice PIP, para 35-44 e 65-74 anos e uma
verificação de alterações gengivais (AG) na idade de 5 anos.
Índice de Alterações Gengivais - AG
Sangramento gengival é um sinal objetivo e facilmente detectável de alteração gengival, aceito
pela maioria dos profissionais e de simples compreensão pela população. Muitos índices de
sangramento têm sido sugeridos, sendo que a maioria deles emprega uma variável dicotômica na
determinação de ausência ou presença de sangramento. Por ser simples, não suscetível à
interpretação subjetiva, e requerer um tempo pequeno de exame, é largamente utilizado em
levantamentos e triagens de grupos populacionais e indicado para uso em saúde pública. Espera-
se com este exame estimar a proporção de crianças com sinais evidentes de inflamação gengival
e que necessitam, dentre outros aspectos, de higiene oral.
Índice Periodontal Comunitário - CPI
O Índice Periodontal Comunitário (emprega-se a sigla CPI, das iniciais do índice em inglês) permite
avaliar a condição periodontal quanto à higidez, sangramento e presença de cálculo ou bolsa.
Sonda CPI - Para realizar o exame utiliza-se sonda específica, denominada sonda CPI, com esfera
de 0,5 mm na ponta e área anelada em preto situada entre 3,5 mm e 5,5 mm da ponta. Outras
duas marcas na sonda permitem identificar distâncias de 8,5mm e 11,5 mm da ponta do
instrumento.
Índice de Perda de Inserção Periodontal - PIP

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O índice Perda de Inserção Periodontal (PIP) permite avaliar a condição da inserção periodontal,
tomando como base a visibilidade da junção cemento-esmalte (JCE). Este índice permite
comparações entre grupos populacionais e não há intenção de descrever a situação de indivíduos
considerados isoladamente. O PIP é basicamente um complemento do CPI. Entretanto, cabe
alertar que o dente-índice onde foi encontrada a pior condição para o CPI pode não ser o mesmo
com a pior situação para o PIP. O índice só será utilizado para as faixas etárias de 35 a 44 anos
e 65 a 74 anos.

9. Alterações de Tecido Mole


Avalia-se a presença de qualquer alteração em tecido mole, a partir dos seguintes códigos:
0 - Ausência
1 - Presença
9 - Sem Informação

10. Avaliação socioeconômica


Caracterização socioeconômica
Inicialmente cabe uma conceituação do que seja Renda e Unidade Familiar.
A Renda é todo e qualquer rendimento auferido pelos membros (integrantes) da família no mês
anterior ao da pesquisa. Unidade Familiar é o conjunto de pessoas que vivem juntas, ligadas ou
não por laços de parentesco, às expensas de um mesmo orçamento doméstico, isto é, que reúnem
suas rendas e retiram de um fundo comum assim constituído os recursos para suas despesas. A
seguir estão os tópicos avaliados:

1. Número de pessoas
Refere-se ao número de pessoas que compõem a Unidade Familiar.

2. Escolaridade (anos de estudo)


Diz respeito ao número de anos de estudo do indivíduo examinado.

3. Estudante
Esta pergunta está relacionada com o fato do examinado freqüentar alguma instituição formal de
ensino ou não.

4. Tipo de escola
Esta pergunta está relacionada com a natureza da instituição formal de ensino freqüentada pelo

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entrevistado.
0 - Não é estudante
1- Pública.
2 – Privada

5. Moradia
Refere-se à condição da moradia da Unidade Familiar.
1 -Própria.
2 – Própria em aquisição
3 – Alugada.
4 – Cedida.
5 - Outros. São categorias que não se enquadram nas anteriores.

6. Número de cômodos da casa


Refere-se ao número de ambientes da moradia utilizados pelos residentes para necessidades
básicas como repouso, estar, preparação de alimentos, higiene, entre outros. Garagens são
excluídas deste cálculo.

7. Renda familiar
Deve ser obtida a renda mensal da família, considerando como tal a soma dos rendimentos
mensais dos componentes da Unidade Familiar. Deve ser assinalada a renda em reais, sem
centavos.

8. Renda pessoal
Deve ser obtida a renda mensal da pessoa examinada, considerando como o valor de seu
provimento mensal, excluído o rendimento das demais pessoas da Unidade Familiar. Deve ser
assinalada a renda em reais, sem centavos.

9. Posse de automóvel
Refere-se ao número de veículos automotores que um ou mais membros da Unidade Familiar é
possuidor. Motocicletas não são consideradas como veículos automotores.

Acesso a serviços odontológicos

10. Já foi ao dentista alguma vez na vida?

11. Há quanto tempo?

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12. Onde?
0 - Nunca foi ao dentista.
1 - Serviço Público.
2 - Serviço Privado Liberal.
3 - Serviço Privado Suplementar (Planos e Convênios).
5 – Outros . Quando não é possível se enquadrar em nenhuma das categorias anteriores.

13. Por quê?


Motivo pelo qual o entrevistado foi atendido.
0 - Nunca foi ao dentista
1 - Consulta de rotina/reparos/manutenção
2 - Dor
3 - Sangramento gengival
4- Cavidades nos dentes
5 - Ferida, caroço ou manchas na boca
6 - Rosto inchado
7 - Outros . Quando não foi possível enquadrar em nenhuma das categorias anteriores.

14. Como avalia o atendimento?


0 - Nunca foi ao dentista
1 - Péssimo
2 - Ruim
3 - Regular
4 - Bom
5 – Ótimo

15. Recebeu informações sobre como evitar problemas bucais?

16. Considera que necessita de tratamento atualmente?

11. Auto percepção em saúde bucal


As questões de 17 a 20 são relativas à forma como o entrevistado classifica determinados
aspectos de sua saúde bucal, de acordo com os conceitos:
0 - Não sabe / Não informou
1 - Péssima

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2 – Ruim
3 – Regular
4 – Boa
5 – Ótima

17. Como classificaria sua saúde bucal?


18. Como classificaria a aparência de seus dentes e gengivas?
19. Como classificaria sua mastigação?
20. Como classificaria sua fala devido aos dentes e gengivas?
21. De que forma a sua saúde bucal afeta o seu relacionamento com outras pessoas?
0 - Não sabe / Não informou
1 - Não afeta
2 - Afeta pouco
3 - Afeta mais ou menos
4 - Afeta Muito
22. O quanto de dor seus dentes e gengivas causaram nos últimos 3 meses?
Neste caso, pede-se ao entrevistado que especifique o grau de dor provocada por dentes
e/ou gengivas nos 3 meses anteriores à data da entrevista. As categorias são as seguintes:
0 - Nenhuma Dor, 1 - Pouca Dor, 2 - Média Dor, 3 - Muita Dor

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