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Aula 06 - 05/06/2023

Controle dos Espaços em Ortodontia

- Quando temos dentes em íntimo contato a perda do dente vizinho gera como
consequência direta a migração do dente adjacente para o espaço.

Função do dente decíduo:


i. Manter espaço para o dente permanente.
ii. Fator biológico: a presença do dente é um fator biológico para a estimulação da formação
de osso na região, onde tem dente tem células ósseas ativas mantendo a altura, volume e
largura do osso.
iii. Guia de erupção óssea dos definitivos

Discrepância de tamanho anterior de decíduos para permanentes


Arco superior: 7,5 mm
Arco inferior: 6,00 mm

Compensação da discrepância anterior


i. Diastemas, espaços primatas
ii. Erupção mais vestibular dos incisivos permanentes
iii. Aumento da distância bicanina
iv. Crescimento e desenvolvimento ósseo (crescimento em “V” - para trás e para fora)

Compensação da discrepância posterior


i. Ocupação do espaço de Lee
ii. Crescimento ósseo maxilar e mandibular

*** O controle do espaço posterior soluciona 80% dos casos de apinhamento. A fase crítica
para controle desse espaço é na esfoliação do 2° molar decíduo, pois na época da perda do
2° molar decíduo para evitar que o 1° molar permanente ocupe o lee space basta colocar
um arco lingual para evitar a migração mesial e assim teremos o lee space para corrigir o
apinhamento anterior.

*** Molar decíduo tem maior diâmetro que o pré-molar o que contribui para a criação de
espaço
*** O canino permanente tem um maior diâmetro que os decíduos

Equação ortodôntica ou Equação de Dockrell

Causa → Época → Tecido → Resultado

“A disposição da dentição permanente é o resultado da interação de muitos fatores que


atuam em épocas estratégicas durante a vida do indivíduo" Moyers
Manter ou Recuperar o Espaço

“Como regra geral, a má oclusão estabelecida nos estágios precoces do desenvolvimento


oclusal não se auto-corrige com o crescimento e desenvolvimento”

*** Exceção: paciente com mordida aberta retirando o hábito da chupeta até os 4 anos pode
haver uma correção fisiológica.

Diante da perda de um dente decíduo o diagnóstico depende de:


i. Dente perdido ou ausente
ii. Época da perda **
iii. Tempo decorrido **
iv. Oclusão local
v. Relação sagital entre arcos dentários
vi. Influência da língua e musculatura peribucal
vii. Presença/ausência de sucessor permanente
viii. Condições de espaço no arco **
ix. Sequência de erupção dos vizinhos **

Época da perda
Estágio 6 de Nolla - Coroa completa; início da formação radicular; início dos movimentos
eruptivos
*** É o estágio 6 que define se a perda do decíduo é precoce ou não. Se o permanente não
está no Estágio 6 a perda do decíduo é precoce.
Estágio 8 de Nolla - ⅔ raiz; Passagem do dente pela crista alveolar
Estágio 9 de Nolla- ¾ raiz; Perfuração da margem gengival (dente aparece em boca)

Perda precoce: perda do dente decíduo antes que o sucessor permanente tenha atingido o
Estágio 6 de Nolla.

Perda antes do Estágio 6 → ocorre um atraso na erupção pois é formada uma camada
óssea sobre o permanente sucessor, logo é necessário manter/ recuperar espaço.

Perda após o Estágio 6 → acontece é uma aceleração da erupção.


Menos de ⅓ da raiz formada → manter espaço
Mais de ⅔ da raiz formada → sem intervenção
Raiz completa → provável impactação; manter espaço; erupção induzida

Condições de Espaço do Arco


- A análise para sabermos de precisa manter ou recuperar espaço é feita na Dentição
Mista

DM = EP - ER
DM = discrepância de modelos
EP = espaço presente
ER = espaço requerido
Discrepância nula ou positiva → apenas controlar → aparelho mantenedor de espaço → Ortodontia Preventiva
Discrepância negativa → perda de perímetro → aparelho recuperador de espaço → Ortodontia Interceptiva

Sequência favorável de erupção

Arcada inferior → “MICIL” Caiu PM´s Mandaram Marchar


M - 1° molar
IC - Incisivos centrais
IL - Incisivos laterais
C - Canino
PM´s - 1°PM e 2°PM
M - 2° molar
M - 3° molar

Arcado Superior → Canino erupciona antes dos PM´s

Fatores Etiológicos Relacionados


1. Hereditariedade
2. Defeitos congênitos ( fissuras palatinas, displasia ectodérmica, disostose cleidocraniana, sífilis)
3. Hábitos e pressões anormais
4. Alterações metabólicas e nutricionais
5. Anomalias de número
6. Anomalias de tamanho
7. Anomalias de forma
8. Freio labial anormal
9. Erupção ectópica
10. Retenção prolongada de decíduo
11. Perda precoce

Retenção prolongada de decíduo


i. Anquilose do dente decíduo
ii. Não reabsorção do decíduo
iii. Impacção do sucessor permanente
iv. Ausência do sucessor
v. Erupção ectópica do permanente
vi. Alteração na sequência de erupção

Conduta Clínica
1° passo - Radiografia Panorâmica

→ Reabsorção de raízes dos decíduos


Analisar …. → Presença ou ausência de sucessor
→ Posição do superior
→ Quantidade de formação da raiz
Sucessor presente
Se < ⅓ de raiz formada do sucessor Manter o decíduo e aguardar a esfoliação

Se > ⅔ de raiz formada do sucessor Exodontia de decíduo; acelera a erupção

Sucessor ausente
Em função e sem anquilose Manter o decíduo; Futuro: implante

Anquilose
Consequências
i. Comprometimento do crescimento do processo alveolar
ii. Extrusão do antagonista
iii. Migração dos dentes vizinhos

Sucessor presente
i. Posição: simétrica ou assimétrica
ii. Estágio de Nolla
< Estágio 6 → controlar; aumentar o decíduo com resina e aguardar até o sucessor
ter ⅓ de raiz formada para que a extração do decíduo possa ser feita
> Estágio 7 → Exo + Manter espaço

Sucessor ausente → extração + manter ou recuperar o espaço

Perda Precoce dos dentes Decíduos


Definição: perda precoce é aquela que ocorre quando o germe do sucessor permanente
estiver aquém do Estágio 6 de Nolla.

Estágio 6 de Nolla: coroa formada e início dos movimentos eruptivos.

“Clinicamente, a perda precoce é diagnosticada quando ocorre doze mais meses antes da
erupção” Araújo, 1998

Perda antes do Estágio 6 → Atraso na erupção (pois forma osso sobre o germe)
Perda após o Estágio 7 → Acelera a erupção

Principais causas da perda precoce


i. Cárie
ii. Trauma
iii. Ectopias e reabsorção radicular precoce

Prevalência → 2°MI - 54,1% 1°MS - 29,17% Csup - 3%


1°MI - 50,2% 2°MS - 25,54% Cinf - 2,59%
Perda Incisivos decíduos
Cuidar…
→ Inclinação dos dentes adjacentes
→ Desenvolvimento de hábitos anormais
→ Comprometimento estético

Regra: arco tipo 1 não utiliza mantenedor de espaço em caso de perda precoce de incisivo
decíduo.
Exceção: usa aparelho em caso de …
i. comprometimento estético
ii. desenvolvimento de hábito anormal de pressão provocado pela língua no caso da perda
dos incisivos decíduos
iii. Arco tipo 2

Quais tipos de aparelhos?


i. aparelho expansor com molas
ii. aparelho disjuntor

Perda de caninos decíduos


- Ocorre, geralmente, a reabsorção da sua raiz devido a erupção de um incisivo lateral
grande.
- Consequência: desvio da linha média
- Ideal é manter o espaço

Arco inferior: arco lingual


Arco superior: transpalatina

Perda de Molares decíduos


Consequência: migração dos dentes vizinhos e extrusão do antagonista.

- A perda de molares decíduos é crítica se ocorre na fase de erupção ativa do incisivo


lateral e 1° molar permanente, pois permitiria a migração do 1° molar permanente que
acabaria ocupando o "Lee space".

Avaliar
tempo decorrido → análise da dentadura mista (discrepância de modelos)
Presença de espaço
Estágio de nolla do sucessor (depois do estágio 7 apenas controlar

Conduta clínica
Perda única
→ Sem perda de espaço: banda alça
→ Com perda de espaço: mola recuperadora de espaço
Irrupção ectópica do 1° Molar permanente
Quando o 1° molar é erupcionado tocando na distal do 2° molar decíduo. Quando isso
acontece o 1° molar permanente precisa ser jogado para distal para evitar a perda precoce
do 2° molar decíduo

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