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PINDAMONHANGABA-SP
2014
2
CARACTERIZAÇÃO MECÂNICA
DOS AÇOS BH
PINDAMONHANGABA-SP
2014
3
Sumário
Indice de Figuras.........................................................................................................................4
1. Introdução...............................................................................................................................5
1.1. Objetivo............................................................................................................................6
1.2. Justificativa......................................................................................................................7
2. Revisão Bibliográfica..............................................................................................................8
2.1 Aços..................................................................................................................................8
2.2 Faixas de carbono..............................................................................................................9
2.3 Elementos de liga............................................................................................................10
2.4 Composição química nos aços Bake Hardening.............................................................11
2.4.1 Solutos de carbono e nitrogênio...............................................................................12
2.4.2 Manganês.................................................................................................................13
2.4.2 Titânio e Nióbio.......................................................................................................13
2.4.3 Silício.......................................................................................................................13
2.4.3 Fósforo.....................................................................................................................13
2.5 Envelhecimento ..............................................................................................................14
2.6 Ensaio de Tração.............................................................................................................16
2.6.1 Introdução................................................................................................................16
2.6.2 Ensaio convencional................................................................................................17
2.6.3 Região Elástica.........................................................................................................18
2.6.4 Região Plástica.........................................................................................................19
2.6.5 Corpos de prova ......................................................................................................19
2.6.6 Fraturas.....................................................................................................................21
2.7 Aço com efeito Bake Hardening.....................................................................................23
2.7.1 Efeito do tamanho de grão.......................................................................................27
3. Materiais e Metodos..............................................................................................................29
4. Resultados e Discussão.........................................................................................................30
4.1. Material como recebido.................................................................................................31
4.2 – Materiais pré deformados e tratados termicamente.....................................................31
5. Referências Bibliográficas....................................................................................................37
6. Anexos..................................................................................................................................39
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Indice de Figuras
1. Introdução
A indústria automobilística tem como história, atrair grande parte da busca por novas
tecnologias, dentre elas, a redução de peso nos seus materiais sem perder resistência e
rendimento, para então diminuir o consumo e diminuir custos. Assim, a demanda por
pesquisas na área dos metais cresce muito a cada ano, e no final do século XX a indústria
japonesa desenvolveu um processo que consegue tratar finas chapas de aço para aumentar as
suas propriedades mecânicas, são os aços denominados Bake Hardening (BH).
Os aços Bake Hardening, de baixa liga são geralmente empregados em partes visíveis
do automóvel, como portas, capôs, portas traseiras, para-lamas dianteiro e tetos, além de
peças estruturais. Estes aços oferecem uma boa resposta aos requisitos hoje impostos para a
fabricação de carrocerias, apresentando boa estampabilidade e resistência à deformação após
o cozimento. (GORNI, 2008).
O Bake Hardening consiste em um tratamento térmico a baixa temperatura, que busca
um aumento significativo do limite de elasticidade, sem comprometer a estrutura, aumentar
tensões superficiais e deformar chapas finas, contribuindo para a redução de peso dos
automóveis. Isto permite alcançar níveis de resistência mais altos em peças acabadas, com um
desempenho constante do ponto de vista da conformabilidade. Os ganhos proporcionados pelo
tratamento de cozimento chamado Bake Hardening são, em geral, superiores a 40 MPa.
(GORNI, 2008).
Este efeito é um fenômeno é possível, devido ao processo de envelhecimento controlado,
conhecido como envelhecimento por deformação estática, dependente da presença de carbono
e/ou nitrogênio em solução sólida no aço, o endurecimento por precipitação destes elementos
cria carbetos e nitretos que diminuem/impedem a movimentação das discordâncias através da
segregação de átomos intersticiais, aumentando a resistência mecânica. (DAVIES,
THOMPSON, 1988).
O projeto ULSAB (Ultra-Light Steel Autobody) foi criado quando as empresas
japonesas se recusaram a vender o estudo do Bake Hardening e trata-se de um consórcio
internacional envolvendo usinas siderúrgicas de diversos países, visando a criação de uma
carroceria para veículo que seja ultraleve, o qual obteve resultados bem sucedidos em
pesquisa e avanço tecnológico, sobretudo no desenvolvimento de novos produtos, e todas as
empresas ganham com isso. (GORNI, 2008).
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1.1. Objetivo
1.2. Justificativa
Este estudo visa maior conhecimento sobre efeito BH nos aços. Visto que estes aços
vêm sendo utilizados em larga escala na indústria automotiva devido as suas características
especificas de deformação e ganho de resistência, proporcionando assim um material mais
resistente com uma chapa mais fina.
Os estudos em busca do BH também têm como possibilidade de descoberta de novos
processos e produtos, sendo eles mais baratos, rápidos e/ou com resultados mais expressivos.
Já que o aço BH tem características peculiares de grande importância que justificam sua
aplicação, e no Brasil são poucos os estudos referentes a este tipo de aço. Este trabalho pode
contribuir com o melhor entendimento de suas principais características.
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2. Revisão Bibliográfica
2.1 Aços
Aços são ligas metálicas formadas principalmente de ferro com carbono, onde o teor
de carbono varia entre 0,008% à 2,1%, onde também se encontram teores pequenos de
elementos de liga provenientes do seu processo de fabricação. Segundo o diagrama Fe-C, o
teor de 0,008% corresponde a máxima solubilidade do carbono no ferro à temperatura
ambiente, enquanto o 2,1% corresponde ao teor máximo de carbono que se dissolve à
temperatura de aproximadamente 1130°C, sendo que esta quantidade máxima varia de acordo
com os outros elementos de liga, neste ultimo caso, chamam-se estes aços de aços ligados ou
aços liga. (CHIAVERINI, 2007)
Baixo carbono: possui baixa resistência mecânica e dureza e alta tenacidade e ductilidade. É
usinável e soldável, além de apresentar baixo custo de produção. Geralmente, este tipo de aço
não é tratado termicamente, devido à baixa quantidade de carbono. Aplicações: chapas
automobilísticas, perfis estruturais, placas para produção de tubos, construção civil, pontes e
latas de folhas de flandres. (SOUZA, 2008)
Médio carbono: possui maior resistência mecânica e dureza e menor tenacidade e ductilidade
do que o aço de baixo carbono. Apresentam quantidade de carbono suficiente para receber
tratamento térmico de têmpera e revenimento, embora o tratamento, para ser efetivo, exija
taxas de resfriamento elevadas e em seções finas. Aplicações: rodas e equipamentos
ferroviários, engrenagens, virabrequins e outras peças de máquinas, que necessitem de
elevadas resistências mecânica e ao desgaste e tenacidade. (SOUZA, 2008)
10
Os elementos de liga são elementos químicos que podem fazer parte da constituição
dos aços, além do ferro e do carbono que são elementos básicos de sua constituição. Estes
elementos químicos influenciam consideravelmente as propriedades mecânicas, térmicas e
magnéticas assim como algumas várias outras características dos aços. Sendo assim alguns
deles são citados abaixo com suas respectivas influencias em certas propriedades e
características dos aços. (CHIAVERINI, 2007)
Alumínio. É usado em pequenas proporções, como desoxidante e agente de controle do
crescimento dos grãos, devido as propriedades antioxidantes e o peso baixo.
Chumbo. Não se liga ao aço, mas quando adicionado, distribui-se na estrutura em forma de
partículas microscópicas, o que resulta em maior facilidade de usinagem. Entretanto, devido
ao baixo ponto de fusão (cerca de 327°C), aços com chumbo não devem ser usados em
temperaturas acima de 250°C. Tem a desvantagem de ser um material tóxico.
Cobalto. Aumenta a dureza do aço sob altas temperaturas.
Cobre. Melhora a resistência à corrosão por agentes atmosféricos, se usado em teores de 0,2 a
0,5% de carbono.
Cromo. Melhora a resistência à corrosão (aço com cerca de 12% de cromo resiste à ação da
água e de vários ácidos), aumenta a resistência à tração (em média, 80 MPa para cada 1% de
cromo), melhora a facilidade de têmpera, aumenta a resistência à alta temperatura e ao
desgaste.
Enxofre. É, na maioria dos casos, um elemento indesejável, oriundo do processo de
produção. Se combinado com o ferro na forma de sulfeto, deixa o aço quebradiço. Entretanto,
se combinado com o manganês na forma do respectivo sulfeto, favorece a usinagem com a
formação de cavacos que se quebram facilmente.
Fósforo. É considerado um elemento prejudicial, resultante do processo de produção.
11
Torna o aço frágil, efeito que se acentua com o aumento do teor de carbono. Assim, os teores
máximos permitidos devem ser controlados com rigor em aços para aplicações estruturais ou
críticas.
Manganês. Em média, para cada 1% de manganês, a resistência à tração aumenta 100 MPa.
Para aços temperáveis, aumenta a dureza após o processo de têmpera.
Molibdênio. Melhora a resistência a altas temperaturas, a resistência ao desgaste e a dureza
após a têmpera. Para aços inoxidáveis, melhora a resistência à corrosão.
Níquel. Em média, para cada 1% de níquel, a resistência à tração aumenta 40 MPa, mas o
limite de elasticidade é mais favorecido. Melhora significativamente a capacidade de têmpera,
possibilitando redução da velocidade de resfriamento. O níquel altera a alotropia do ferro e
teores acima de 25% fazem reter a austenita em temperaturas usuais, fazendo um aço
austenítico, que é não magnético e bastante resistente à corrosão. Com 36% de Ni, o aço tem
o menor coeficiente de dilatação térmica e é usado em instrumentos de medição. Em conjunto
com o cromo, o aço pode ser austenítico com a combinação 18% Cr e 8% Ni.
Silício. É um agente desoxidante na produção do aço. Aumenta a resistência à corrosão e a
resistência à tração, mas prejudica a soldagem. O silício aumenta significativamente a
resistividade elétrica do aço e, por isso, aços com silício são amplamente usados em núcleos
magnéticos (motores, transformadores, etc) devido às menores perdas com as correntes
parasitas que se formam.
Tungstênio. Aumenta a resistência à tração em altas temperaturas. Forma carbonetos bastante
duros e é usado em aços para ferramentas (aços rápidos).
Vanádio. Refina a estrutura do aço, impedindo o crescimento dos grãos. Forma carbonetos
duros e estáveis e é usado em aços para ferramentas para aumentar a capacidade de corte e
dureza em altas temperaturas. (CHIAVERINI, 2007)
que para a estabilização ou remoção do carbono residual em solução sólida intersticial, são
necessárias adições de Ti e Nb. (YASUHARA, SAKATA, KATO, HASHIMOTO, 1994)
2.4.2 Manganês
O manganês tende a reagir com o carbono formando um dipolo, porém não tem uma
explicação clara se este dipolo diminui o índice de Bake Hardening, sabendo que dissolvendo
o manganês na austenita acelera a precipitação de carbonetos, que reduz a atividade do
carbono na mesma e, desta forma, diminui o teor de carbono em solução sólida na ferrita,
resultando em baixo índice de BH, e a formação de regiões ricas do dipolo reduz a quantidade
de carbono disponível para movimento das discordâncias, reduzindo a resistência à
deformação plástica. (KIM, 2003).
Ao utilizar um aço ligado com Titânio e Nióbio, observa-se uma considerável queda
no valor de Bake Hardening entre as temperaturas de austenitização de 700 a 800ºC, devido à
precipitação de NbC e/ou TiC. Uma leve diminuição no valor de BH foi também é atribuído à
precipitação de Fe3C. O importante é visar o ciclo térmico que se deseja obter, avaliando a
composição química do material para evitar a diminuição do índice de Bake Hardening.
(KIM, 2003).
2.4.3 Silício
2.4.3 Fósforo
2.5 Envelhecimento
processo, pode-se considerar que o movimento da deslocação pelo cristal tende a realinhar os
átomos de soluto, situados logo acima do seu plano de escorregamento, para posições abaixo
do plano. A atmosfera associada a uma deslocação em movimento é então um conceito
dinâmico, mas sua existência tem grande influência sobre a movimentação da deslocação. A
interação entre átomos de soluto da atmosfera e a deslocação torna mais difícil a
movimentação; um acréscimo na tensão aplicada deve ocorrer para que a deslocação se mova.
A tensão de arraste, devida à atmosfera da deslocação, é então um dos componentes
importantes da tensão de deformação plástica de um metal. O limite de escoamento definido,
que reaparece com o envelhecimento após deformação, está também associado à formação de
atmosferas de átomos de soluto em torno das deslocações. As fontes de deslocações, que eram
ativas no processo de deformação pouco antes do corpo-de-prova ser descarregado, são
ancoradas em consequência do processo de envelhecimento. Como os átomos de soluto
devem difundir-se no reticulado para se acumular em torno das deslocações, o reaparecimento
do limite de escoamento definido é uma função do tempo. (ABDALLA, 1995).
Ele depende também da temperatura, pois o coeficiente de difusão do átomo de soluto
aumenta com o aumento desse parâmetro. Quanto mais elevada a temperatura, mais
rapidamente o limite de escoamento definido reaparecerá. Ele não é observado em ferro e
aços ensaiados a temperaturas elevadas (acima de aproximadamente 400ºC), o que é
explicado pela tendência de diluição das atmosferas das deslocações com o aumento da
temperatura. (ABDALLA, 1995).
2.6.1 Introdução
Nos corpos de provas normalmente a seção reta é circular, porém corpos de provas
retangulares também são usados. Durante os ensaios, a deformação é confinada à região
central, mais estreita, do corpo de prova. O diâmetro padrão é aproximadamente 12,8 mm,
enquanto a seção reduzida deve ser pelo menos quatro vezes esse diâmetro. O corpo de prova
é preso pelas extremidades nas garras de fixação do dispositivo de testes. A máquina de
ensaio de tração é projetada para alongar o corpo de prova a uma taxa constante, além de
medir contínua e simultaneamente a carga instantânea aplicada e os alongamentos resultantes,
isso com o auxílio de extensômetros. (DALCIN, 2007)
Quando um corpo de prova é submetido a um ensaio de tração, a máquina de ensaio
fornece um gráfico que mostra as relações entre a força aplicada e as deformações ocorridas
durante o ciclo.
Mas o que interessa para determinação das propriedades do material ensaiado é a
relação entre a tensão e a deformação.
A tensão corresponde à força dividida pela área da seção sobre a qual a força é
aplicada (1).
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O limite de proporcionalidade dos materiais pode acabar pouco após o final da região
elástica, porém é muito difícil estabelecer este limite, sendo normalmente considerados pontos
coincidentes. (DALCIN, 2007)
Figura 3: Estricção
A parte útil (Lo) do corpo de prova identificada no desenho acima é a região onde são
feitas as medidas das propriedades mecânicas do material. As cabeças são as regiões extremas
que servem para fixar o corpo de prova na máquina, de modo que a força atuante na máquina
seja axial. Devem ter seção maior do que a parte útil para que a ruptura do corpo de prova não
ocorra nelas. Os tipos de fixação mais comum são: (Norma NBRISO6892 11/2002)
Figura 5: Fixação
A máquina de ensaio de tração é projetada para alongar o corpo de prova a uma taxa
constante, além de medir contínua e simultaneamente a carga instantânea aplicada (com uma
célula de carga) e os alongamentos resultantes (usando um extensômetro). Tipicamente um
ensaio de tração- deformação leva vários minutos para ser executado e é destrutivo, isto é a
amostra testada é deformada de maneira permanente, sendo geralmente fraturada.
O resultado de um ensaio de tração deste tipo é registrado em um registrador gráfico
ou por um computador, na forma de carga ou força em função do alongamento. (DALCIN
2007)
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2.6.6 Fraturas
Uma das possibilidades existentes para se elevar a resistência mecânica das chapas
laminadas a frio sem afetar demasiadamente sua ductilidade no momento da estampagem
consiste em se aproveitar o endurecimento por precipitação que ocorre nos aços de baixo
carbono quando deformados e posteriormente expostos a um período de aquecimento sob
temperaturas relativamente baixas, da ordem de 170°C. Surgiram assim os aços com efeito de
bake hardening (literalmente, “endurecimento por cozimento”), acalmados ao alumínio, que
apresentam originalmente baixos valores de limite de escoamento, da ordem de 200 MPa. A
peça conformada deve ser envelhecida a 170°C durante 20 a 30 minutos para que apresente
um aumento de 40 MPa em sua resistência mecânica. Caso a peça for pintada nem será
necessário aplicar um tratamento específico nesse sentido, pois o envelhecimento ocorrerá
naturalmente na estufa onde a pintura é seca. Porém, o efeito BH em aços baixo ou ultra baixo
carbono é exclusivamente causado pelo carbono dissolvido, então para aumentar a resistência
associada ao endurecimento por cozimento se faz necessário ter o máximo de carbono livre
possível. (GORNI, 2008)
Para determinar a quantidade de carbono livre nestes aços, se faz necessário avaliar o
intervalo de temperatura e a resistência ao envelhecimento. Devido a isso, toda a tecnologia
de produção de aços Bake Hardening consiste, principalmente, no processamento do aço, na
sua composição química e no controle da quantidade de carbono e/ou nitrogênio em solução
25
aço com boa estampabilidade são: limite de escoamento de 230 MPa, limite de resistência de
365 MPa, alongamento total de 39%, coeficiente de anisotropia r igual a 1,8 e coeficiente de
encruamento n igual a 0,20 (SATOH 1992).
Para que um aço apresente efeito consistente de bake hardening é necessário que ele
apresente teor de carbono solúvel de, no mínimo, 0,0005%, para que o aumento de resistência
mecânica após envelhecimento seja igual ou superior a 30 MPa. Por outro lado, teores
excessivos de carbono solúvel são inconvenientes: acima de 0,0015% o efeito de bake
hardening torna-se mais intenso, tornando-se superior a 60 MPa, mas também aumenta o
risco de ocorrer envelhecimento excessivo do material sob temperatura ambiente antes do
prazo especificado para a sua utilização. (SATOH 1992).
Isso promove a ocorrência das chamadas linhas de distensão quando da estampagem
da chapa, o que pode vir a degradar ou mesmo inutilizar a peça.
Chapas finas de aço com efeito de bake hardening e valores de r inferiores a 2,0 podem ser
produzidas de duas formas. Na primeira delas um aço com baixo C (0,02 a 0,06%), acalmado
ao Al, é processado numa linha de recozimento contínuo. Esse material é submetido a altas
temperaturas de bobinamento no Laminador de Tiras a Quente, o que coalesce os carbonetos e
estabiliza o N na forma de AlN. A laminação a frio e recozimento contínuo subseqüentes
resultam na formação de uma intensa textura cristalográfica [111], resultando em produtos
com valores de coeficiente de anisotropia r da ordem de 1,5 a 1,7. Parte de seus carbonetos se
dissolve durante as fases de aquecimento e encharque no recozimento, obtendo-se assim altos
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elemento per-mite que a razão entre os teores atômicos do elemento de microliga e do C seja
controlada de forma precisa. Com o Ti isso não é possível, pois ele tende a se combinar com o
N e o S presen-tes no aço, o que altera o teor desse elemento efetivamente em solução. Além
disso, o Ti dificulta o processo de galvanização a quente, não sendo recomendado para uso em
produtos que devam ser revestidos (SATOH, 1992).
A aplicação desta abordagem foi feita em aço contendo 0,002% C, 0,10-0,20% Mn,
0,020 P máx., 0,010% S máx, 0,003% N máx e 0,040% Al máx. A razão entre teores
atômicos Nbat%/Cat% pode variar entre 0,5 e 1,2. As placas de material foram processadas
no Laminador de Tiras a Quente, sendo bobinadas a 680°C. Após 75% de redução a frio e
recozimento contínuo sob temperatura de encharque a 880°C seguido de resfriamento a
40°C/s foram obtidos materiais com características mecânicas satisfatórias, ou seja: limite de
escoamento de 170 MPa, limite de resistência de 305 MPa, alongamento total de 51%,
coeficiente de anisotropia r igual a 2,2 e endurecimento após envelhecimento de 43 MPa
(SATOH, 1992).
O processamento estável dos aços endurecíveis por cozimento (BH) requer controle do
tamanho de grão e os contornos de grãos disponíveis em baixa energia para os elementos
intersticiais. O efeito do tamanho de grão ferrítico no índice BH é reportado na literatura,
sendo observado um acréscimo do índice BH com o decréscimo do tamanho de grão. A
variação do tamanho de grão influencia a distribuição do carbono entre o interior do grão e o
seu contorno, mudando o número de segregação nos contornos de grão (KIM, 2003).
Com o aumento do tamanho de grão, a área do contorno de grão diminui comparada
com a estrutura de granulação fina. Em outro caso de tamanho de grão fino, os elementos
intersticiais nos contornos de grãos podem difundir mais rápido para discordâncias do que no
núcleo do grão, devido a curtas distâncias. (KIM, 2003).
Figura 13: Tamanho de grão em função das concentrações de C e N
29
O menor tamanho de grãos deverá ter mais difusão de solutos de carbono nos
contornos de grãos devido ao menor caminho para a difusão. As características da influência
do tamanho de grão ferrítico podem ser descritas no esquema da Figura 14. O controle do
tamanho de grão ferrítico é a distância da Figura 13 – O tamanho de grão em função dos
teores de carbono e nitrogênio e o índice de BH (VASILYEV et al, 2008). Difusão entre
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soluto de carbono intragranular e a área dos contornos de grãos com aumento da densidade no
movimento das discordâncias.
Nos casos de baixa concentração de carbono, a contribuição do tamanho de grão é
pequena para o efeito de endurecimento devido a distância para difusão dos átomos de
carbono (flecha 1) ser praticamente igual para grande e pequeno grão nos itens A1 e A2, na
Figura 14. (STOROJEVA et al, 2000).
Nos itens A3 e A4 que possui elevada concentração de carbono, a flecha 2 comparado
com a flecha 1 nos itens A1 e A2, o efeito de endurecimento é significativo. Já para a flecha 3
no item A3, a distância é longe não tem contribuição significante para o endurecimento.
Durante a deformação, os contornos de grãos são os principais obstáculos para o movimento
das discordâncias e com pequeno tamanho de grãos, o soluto de carbono intra-granular é mais
disponível para travar essas discordâncias, então produzindo elevado efeito BH
(STOROJEVA et al, 2000).
3. Materiais e Metodos
Para verificação do efeito Bake Hardening, assunto que abordamos neste trabalho,
utilizamos 15 corpos de provas de mesma medida, todos segundo as normas ABNT NBR ISO
6892-1:2013 e ABNT NBR ISO 6892-2:2013, este número foi limitado devido a dificuldade
de conseguir este tipo de material, e através das normas definimos as dimensões do nossos
corpos de prova:
Fonte: (O autor)
Espessura: 0,6mm
Comprimento Útil: 146,25mm
Para a confecção dos mesmos utilizamos o material BH180, que nos foi cedido por
uma empresa automobilística e tem como características dadas pela norma:
Tabela 2
Figura 16
4. Resultados e Discussão
Estes gráficos expressão os resultados dos ensaios realizados nos corpos de prova sem
que os mesmos recebam qualquer tipo de tratamento especifico podendo assim verificar o
comportamento do material como recebido.
Figura 17
Podemos analisar por este gráfico que a tensão de escoamento do material é por volta
de 70 MPa e a tensão máxima por volta de 135 MPa, com estes valores podemos fazer uma
comparação com os resultados obtidos e então obter uma representação qualitativa sobre o
ensaio, devido a dispersão de valores e número de experimentos realizados.
33
Figura 18
Gráfico tensão x deformação do corpo de prova 05 durante a pré deformação e antes do tratamento
térmico.
Figura 19
34
Figura 20
Gráfico tensão x deformação do corpo de prova 10 durante a pré deformação e antes do tratamento
térmico.
Figura 21
Figura 22
Gráfico tensão x deformação do corpo de prova 15 durante a pré deformação antes do tratamento
térmico.
Figura 23
CP σe Antes do TT σe Após TT
1 66,1 82
2 66,7 125,8
3 64,8 107,1
4 46,7 135,7
5 46 65,1
Desvio
9,6 26,4
padrão
CP σe Antes do TT σe Após TT
6 83,2 120,4
7 51,1 141,2
8 54,4 99,1
9 43,8 56,5
10 41,94 114,646
Desvio
padrão 14,9 28,3
38
CP σe Antes do TT σe Após TT
11 74,8 114,6
12 42,3 93,9
13 42,2 124,6
14 42,1 66,1
15 59,8 86,2
Desvio
padrão 13,2 20,7
Após estes resultados podemos concluir que o ganho do aço BH 180 foi maior na
temperatura de 180°, este ganho representa 193% do valor inicial da tensão de escoamento,
resultando em um material quase duas vezes mais resistente que o material inicial. (JEONG
1998)
A dispersão dos valores obtidos nos ensaios foram encontrados em diversos outros
estudos realizados, e são demonstrados no artigo de David E. Laughlin no livro Metallurgical
and Materials Transactions A. (JEONG 1998)
39
5. Referências Bibliográficas
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43
6. Anexos