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Fibromialgia na visão da nova medicina germânica

Fibromialgia na visão da nova medicina germânica


10/05/2022 Por Revista Medicina Integrativa
A prevalência mundial de fibromialgia é de cerca de 5%, índice consideravelmente alto, sendo que
no Brasil é estimada em 2,5%. Essa síndrome acomete principalmente mulheres.

Os casos de fibromialgia, em sua quase totalidade, são determinados com base num diagnóstico de
exclusão dentro do campo osteoarticular e reumatológico, associado à identificação dos chamados
pontos-gatilho.

O estado de dor crônica, muitas vezes incapacitante, que é um dos principais sintomas da doença,
traz verdadeiros desafios tanto para os pacientes quanto para os profissionais que os acompanham.
Além da dor crônica, suas características sindrômicas envolvem distúrbios de humor, de sono e até
mesmo de cognição.

Pode aparecer após a ocorrência de eventos graves na vida de uma pessoa, como um trauma físico,
psicológico ou uma infecção severa. O mais comum é que o quadro comece com uma dor
localizada crônica, que progride para envolver todo o corpo.

Atualmente, a fibromialgia é considerada uma doença neurológica incurável e tratável por meio de
medicamentos e mudanças no estilo de vida.

O tratamento convencional é semelhante ao usado para outras condições de dor crônica ou mesmo
de fadiga crônica, que é outro distúrbio com um quadro clínico bem semelhante ao da fibromialgia.
Consiste no uso de analgésicos, relaxantes musculares, anti-inflamatórios e até mesmo
neurolépticos.

Conceitos fundamentais da nova medicina germânica


Para que se possa entender de que forma a nova medicina germânica elucida a etiologia e a
evolução da fibromialgia é preciso, antes, apreender alguns de seus conceitos fundamentais.

A nova medicina germânica mostra que, uma vez que haja uma situação inesperada, traumática,
vivida em um estado de solitude e vista como de difícil ou sem solução, dependendo de como o fato
é interpretado pelo indivíduo naquele momento, desencadeia-se no organismo humano uma reação
(conflito biológico), que ativa o cérebro em alguma região correspondente àquela interpretação,
formando um halo de edema, que pode ser detectado por meio de imagem tomográfica.

De modo simultâneo, a área do corpo relacionada à área cerebral ativada também desencadeia uma
resposta, que tem como objetivo garantir a manutenção do organismo, na busca pela sobrevivência
e perpetuação da espécie. Na nova medicina germânica, essa reação da natureza é denominada de
programa biológico, enquanto que na medicina convencional é definida como “doença”. Os
programas biológicos são criados pela natureza para dar suporte à pessoa durante o período de
estresse psicológico, emocional e físico, desencadeado pelo conflito.

Essa ação da natureza dá-se igualmente em qualquer ser vivo, com o objetivo de prolongar a vida e
restituí-la ao seu estado original sempre que possível.

A gravidade que a pessoa atribui ao conflito experimentado determina, proporcionalmente, a


gravidade da “patologia” que dele decorre. Um mesmo evento visto como conflito pode
desencadear situações de diferente gravidade, como uma crise asmática ou um câncer de pulmão,
dependendo da intensidade com que é percebido pelo indivíduo de acordo com sua estrutura
psicoemocional.

Outro conceito fundamental na nova medicina germânica é o de que todos os programas biológicos
(“doenças” para a medicina convencional) evoluem em duas fases distintas.

No instante em que o conflito biológico é percebido e desencadeado, tem início a fase ativa do
conflito, que também é chamada de fase simpaticotônica, pela predominância de manifestações
(sintomas) comandadas pelo sistema nervoso autônomo simpático.

Como previsto na natureza, quando ocorre a solução do conflito, inicia-se a segunda e última fase
do programa biológico, a fase de pós-conflito (fase de cura), também denominada de fase
parassimpaticotônica, devido a predominância no organismo de manifestações parassimpáticas,
com sintomas comandados pelo sistema nervoso autônomo parassimpático.

A fase de pós-conflito (fase de cura), por sua vez, é dividida em duas outras subfases: PCL-A,
quando as manifestações são de natureza exudativa e PCL-B, quando as manifestações são de
natureza restauradora. Essas duas subfases são ainda separadas pela chamada epicrise, momento em
que há um agravamento dos sintomas, com o retorno de manifestações simpaticotônicas.

Por fim, é preciso destacar que a nova medicina germânica evidencia que a correlação entre a
psique, o cérebro e o órgão ou tecido afetado se dá dentro do contexto embriogênico (ontogenético)
e do desenvolvimento evolutivo (filogenético) do organismo humano.

Nos primeiros dias de vida do estágio embrionário, três folhetos são germinados, a partir dos quais
vão se desenvolver todos os órgãos e tecidos do organismo humano: endoderma, mesoderma e
ectoderma. E, durante o desenvolvimento embriogênico, o feto em crescimento passa em
velocidade altamente acelerada por todos os estágios de evolução embrionária, desde uma simples e
única célula até um ser humano completo. O desenvolvimento ontogenético repete o
desenvolvimento filogenético.

A embriologia e a filogenia são as duas fontes que revelam e explicam a origem e natureza de todas
as chamadas patologias.

Sendo assim, a nova medicina germânica mostra que nem a localização do edema que surge no
cérebro quando o conflito biológico é desencadeado e nem as manifestações clínicas que ocorrem
no órgão ou tecido associado são acidentais, mas sim integradas num significativo sistema biológico
que é inerente a todas as espécies.

O tipo de alterações fisiológicas que será experimentado pelo organismo (se haverá aumento das
funções com proliferação celular ou redução das funções com necrose tecidual) depende da origem
embrionária dos tecidos envolvidos. Por exemplo: para os órgãos e tecidos controlados pelo cérebro
antigo (tronco cerebral, de origem endodérmica e cerebelo, de origem mesodérmica antiga), o
crescimento de um tumor tem o significado biológico de aumentar a função do órgão para facilitar a
resolução do conflito. Por outro lado, para os órgãos e tecidos controlados pelo cérebro novo
(medula cerebral, de origem mesodérmica nova e córtex cerebral), o crescimento de um tumor
ocorre depois que o conflito já foi solucionado, como parte das reações de preenchimento dos
tecidos e órgãos que foram lesionados durante a fase ativa do conflito.
Conflitos biológicos de autodesvalorização (perda de autoestima ou valor próprio) relacionam-se
aos tecidos controlados pelo mesoderma.

A intensidade do conflito de autodesvalorização é que determina se ele vai afetar os músculos, os


ossos, os ligamentos, os tendões, a cartilagem, o tecido conectivo, os vasos sanguíneos ou os
nódulos linfáticos. Conflitos severos afetam os ossos e articulações, conflitos menos severos afetam
os músculos ou nódulos linfáticos e conflitos mais leves afetam os tendões.

Fibromialgia e conflitos de autodesvalorização


De acordo com a nova medicina germânica, a fibromialgia está relacionada tanto a um conflito de
autodesvalorização como ao de separação brutal. O primeiro correlaciona-se ao mesoderma,
controlado pela substância branca da medula cerebral e o segundo, ao ectoderma, controlado pelo
córtex cerebral pós-sensorial.

Na origem mesodérmica (conflito de autodesvalorização), as estruturas comprometidas são os


músculos esqueléticos, manifestando-se com hipersensibilidade na primeira etapa, que é a fase ativa
de conflito, e com hipossensibilidade na fase de pós-conflito (fase de cura).

Nesse caso, a dor aparece na fase de cura (que devido à situação de autodesvalorização generalizada
mostra-se lenta), quando há a reconstituição da musculatura que se hipotrofiou durante a fase de
conflito. Trata-se de uma dor quente, que está relacionada à fase parassimpaticotônica (fase de pós-
conflito ou fase de cura).

Na origem ectodérmica (conflito de separação brutal), as estruturas acometidas são o periósteo e as


fáscias.

Nesse caso, o sintoma acontece na fase de conflito, gerando uma manifestação que é chamada de
dor fria e que está associada à fase simpaticotônica. Como há comprometimento do periósteo, que é
constituído por duas camadas, a primeira, mais basal, também gera dor causada pelo inchaço do
osso na fase de cura, enquanto a camada mais superficial produz uma dor do tipo reumática.

Outro aspecto interessante identificado pela nova medicina germânica diz respeito às alterações
cognitivas que podem ocorrer em casos de fibromialgia. Na fase de conflito ativo, além da presença
de hipersensibilidade, existe uma perda da memória de curto prazo, que expressa o propósito
biológico claro de esquecer a separação. Já na fase de pós-conflito (fase de cura) ocorrem
formigamento e amortecimento da região. E, na chamada epicrise, que é o momento agudo de
predominância simpaticotônica que divide essa fase de cura em duas subfases, podem ocorrer
ausências ou mesmo desmaios.

Isso esclarece a manifestação cognitiva que é identificada como “estranha” pela ciência médica
convencional, permanecendo como mais um mistério dentre as diversas outras manifestações
observadas mas não compreendidas.

Com base nesses esclarecimentos, torna-se mais fácil compreender por que as mulheres são mais
acometidas por fibromialgia. Justamente porque em nossa sociedade persiste a condição em que a
mulher é mais exposta a situações de autodesvalorização, em função das jornadas duplas ou triplas
de trabalho e das desigualdades sociais e profissionais, sentindo-se desmerecida.

Por tudo que foi aqui apresentado é que a fibromialgia mostra-se tão complexa, desafiando a ciência
médica convencional. Com essas explicações, pode-se começar a ter um olhar diferenciado sobre
essa questão, que leve a uma compreensão bem diversa e mais ampla e aprofundada, embasada
tanto na estrutura biológica humana quanto na organização e estrutura da sociedade, que traz para o
contexto do cotidiano tais condições conflituais apresentadas, as quais uma vez identificadas,
analisadas e possivelmente resolvidas, poderão dar margem ao que chamamos de cura.

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