Você está na página 1de 14

Observe os seguintes excertos.

“Nosso céu tem mais estrelas,

Nossas várzeas têm mais flores,

Nossos bosques têm mais vida,

Nossa vida mais amores"

(DIAS, Gonçalves. Canção do Exílio)

“Nossas flores são mais bonitas,

Nossas frutas mais gostosas,

Mas custam cem mil réis a dúzia"

01 A canção do Exílio, de Gonçalves Dias, é um dos poemas mais citados nas escolas para
se abordar a intertextualidade.
No caso do poema de Murilo Mendes, a relação intertextual
a) capta a ideologia subjacente ao texto pelo processo de alusão.
b) manifesta a citação de um discurso marcado graficamente.
c) reafirma os sentidos e valores explorados no texto citado.
d) subverte o sentido do texto original por meio da paródia.

02No poema Canção do Exílio, “as aves que aqui gorjeiam” simbolizam:
a) os poetas famosos da terra natal;
b) os heróis nacionais;
c) os heróis do exílio;
d) os poetas menores da terra do exílio;
e) os poetas menores da terra natal.

03 Quanto à interpretação do poema “Canção do exílio,” assinale a alternativa incorreta:


a) “Nosso céu tem mais estrelas, / Nossas várzeas têm mais flores,” esses versos
mostram o desencantamento do eu lírico com sua pátria.
b) A visão de pátria apresentada no poema é positiva e idealizada.
c) As palavras “lá” e “cá” representam o lugar deixado para trás e o lugar em que o eu
poético se encontra no momento em que sente saudades.
d) Os versos “As aves, que aqui gorjeiam, / Não gorjeiam como lá,” indicam sentimento
de desilusão do poeta.

Canção do Exílio

Gonçalves Dias

[...]

Minha terra tem primores,

Que tais não encontro eu cá,


Em cismar — sozinho, à noite —

Mais prazer encontro eu lá;

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá.”

[...]

Disponível em: <www.horizonte.uram.mr/brasil/gdias.html> . Acesso em: 17 set. 2018.

04 Na estrofe da Canção do Exílio, poema de Gonçalves Dias, o emprego do travessão


duplo indica

a) citação.
b) interrupção.
c) intercalação.
d) discurso direto.
e) discurso indireto.

05 No título do poema “Canção do exílio”, a preposição tem o mesmo valor semântico que
a destacada na frase:
a) Nem sempre o seu silêncio é de ouro.
b) Ele se nutre de saudades.
c) O poeta morria de amores pela pátria.
d) De noite, seu sofrimento aumentava.
e) O poeta admirava de longe os primores nacionais.

06 A intertextualidade encontra-se na base de constituição de todo e qualquer dizer e


José Paulo Paes, estrategicamente, utiliza-se dela para construir o seu texto.

Canção do exílio facilitada

lá?

ah!

sabiá...

papá...

maná...

sofá...

sinhá...

cá?

bah!
O recurso intertextual utilizado por José Paulo Paes, ao retomar a Canção do Exílio, de
Gonçalves Dias, é a/o

a) colagem.
b) paródia.
c) pastiche.
d) paráfrase.
e) referência.

“...na Canção do Exílio, Gonçalves Dias roga a Deus não permitir que morra sem que volte
para lá, isto é, para cá”.

7 Nesse segmento, a expressão “isto é” tem a função de:


a) acrescentar uma informação que confirma algo dito anteriormente;
b) apresentar uma informação que contrasta com outra anterior;
c) corrigir uma informação já passada;
d) explicar uma informação anteriormente dada;
e) expressar uma oposição parcial a uma informação dada antes.

Leia o fragmento a seguir:

“Todos cantam sua terra Também vou cantar a minha”


Gonçalves Dias

8 Após a leitura desses versos, pode-se depreender que o “Sabiá”, do poema Canção do
Exílio, simboliza:
a) todos os grandes poetas nacionais;
b) o eu-lírico, o verdadeiro poeta da língua;
c) o poeta menor, discriminado;
d) o poeta emudecido no exílio;
e) o poeta-cantor, transgressor do idioma.

Leia a frase a seguir, atribuída ao autor de Canção do Exílio.

– Eu sou poeta e, aos 30 anos, doente, não queremos desperdiçar o tempo .

9 Nesta frase, a concordância do verbo querer é um exemplo de:


a) silepse de número;
b) silepse de gênero;
c) silepse de pessoa;
d) concordância atrativa;
e) concordância lógica.

O poema ‘Canção do Exílio’ de Gonçalves Dias é um dos textos mais conhecidos em língua
portuguesa e também um dos mais parodiados. A seguir podemos ler as duas primeiras
estrofes do poema:
Minha terra tem palmeiras Onde canta o sabiá; As aves que aqui gorjeiam, Não gorjeiam
como lá.
Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais
vida, Nossa vida mais amores.
Abaixo, podemos ler uma paródia, escrita por Oswald de Andrade: ‘Canto de Regresso à
Pátria’ Minha terra tem palmares Onde gorjeia o mar Os passarinhos daqui Não cantam
como os de lá
Minha terra tem mais rosas E quase que mais amores Minha terra tem mais ouro Minha
terra tem mais terra
10 Assinale a única alternativa ERRADA no que diz respeito à interpretação e comparação
dos dois poemas.
a) Gorjear e cantar são sinônimos
b) Não há intertextualidade entre os dois poemas
c) A intertextualidade é um elemento constitutivo das paródias
d) Apesar de semelhanças de forma e vocabulário entre os dois poemas, a ideia
contida nos títulos é antagônica (Exílio X Regresso)

O poema ‘Canção do Exílio’ de Gonçalves Dias é um dos textos mais conhecidos em língua
portuguesa e também um dos mais parodiados. A seguir podemos ler as duas primeiras
estrofes do poema:

Minha terra tem palmeiras


Onde canta o sabiá;
As aves que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,


Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Abaixo, podemos ler uma paródia, escrita por Oswald de Andrade: ‘Canto de Regresso à
Pátria’

Minha terra tem palmares


Onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá

Minha terra tem mais rosas


E quase que mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra

11 Assinale a única alternativa ERRADA no que diz respeito à interpretação e comparação


dos dois poemas.

a) Apesar de semelhanças de forma e vocabulário entre os dois poemas, a ideia


contida nos títulos é antagônica (Exílio X Regresso)
b) Gorjear e cantar são sinônimos
c) A intertextualidade é um elemento constitutivo das paródias
d) Não há intertextualidade entre os dois poemas

12 Marque o item que contém erro gramatical ou de ortografia.

Gonçalves Dias nasceu em 1823, no Maranhão, filho de João Manuel Gonçalves,


comerciante português, e de Vicência Ferreira, índia mestiça(A). Em 1838, embarcou para
Portugal, onde(B) se matriculou no curso de Direito, em Coimbra. Suas primeiras
produções literárias se iniciam(C) por volta de 1840, entre elas a sua mais conhecida
poesia, a Canção do exílio (1843). Em 1851, em uma de suas viagens etnográficas(D) para
o Norte, passa pelo Maranhão com a intenção de se casar com o grande amor de sua vida,
Ana Amélia, uma jovem de 14 anos. O pedido foi recusado pela mãe da moça, por causa da
origem mestiça e bastarda do poeta. O romance entre o dois serviu de inspiração para
Aluísio Azevedo - O mulato. Após essa decepção amorosa, faz um casamento de
conveniência. Somavam-se( E) a essas frustrações um forte sentimento de inferioridade
de origem.

(Baseado em Beatriz de Moraes Vieira)


a) A
b) B
c) C
d) D
e) E

Canto de regresso à pátria


Minha terra tem palmares Onde gorjeia o mar Os passarinhos daqui Não cantam como os
de lá
Minha terra tem mais rosas E quase que mais amores Minha terra tem mais ouro Minha
terra tem mais terra
Ouro terra amor e rosas Eu quero tudo de lá Não permita Deus que eu morra Sem que volte
para lá
Não permita Deus que eu morra Sem que volte pra São Paulo Sem que veja a Rua 15 E o
progresso de São Paulo
Osvaldo de Andrade

Sobre o poema:
I-O poema de Oswald de Andrade está construindo num sentido oposto ao romântico
Canção do Exílio de Gonçalves Dias, porque ele não está celebrando a nação, muito pelo
contrário, está sim ironizando-a.
II-Minha terra tem Palmares foi a forma que o autor usou para citar a escravidão do Brasil.
III-Mostra um momento do modernismo, onde ele escreve sobre o seu retorno para São
Paulo e as riquezas dessa terra.
IV-O autor ainda mantém o caráter nacionalista na poesia, mas sob um olhar crítico. A Rua
15, que abriga as principais agências bancárias do país, contrapõe-se ao progresso de São
Paulo, que implica em mais poluição, desapropriação da natureza para dar lugar aos
arranha-céus e à desigualdade social.
13 São corretas:
a) I, III e IV.
b) II, III e IV.
c) I, II e III.
d) I, II, III e IV.

“Vou voltar / Sei que ainda vou voltar / Para o meu lugar / Foi lá e é ainda lá / Que eu hei de
ouvir cantar / Uma sabiá. / Vou deitar à sombra / De uma palmeira que já não há / Colher a
flor que já não dá / E algum amor talvez possa espantar.” (Chico Buarque e Tom Jobim,
“Sabiá”)

“Céu de vidro azul fumaça / Quatro graus de latitude / Rua estreita, praia e praça / Minha
arena e ataúde / Não permita Deus que eu morra / Sem sair desse lugar / Sem que um dia
eu vá embora / Pra depois poder voltar.” (Raimundo Fagner, “4 Graus”)
14 Os dois trechos transcritos acima servem como exemplo de intertextualidade,
fenômeno que ocorre quando há uma referência explícita ou implícita de um texto em
outro. No caso, a referência é ao poema

a) “Ouvir Estrelas”, de Olavo Bilac.


b) “Canção do Exílio”, de Gonçalves Dias.
c) “Meus Oito Anos”, de Casimiro de Abreu.
d) “Vou-me embora pra Pasárgada”, de Manuel Bandeira.
e) “Poema de Sete Faces”, de Carlos Drummond de Andrade.

Vou-me embora pra Pasárgada Pra me contar as histórias


Lá sou amigo do rei Que no tempo de eu menino
Lá tenho a mulher que eu quero Rosa vinha me contar
Na cama que escolherei Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada Em Pasárgada tem tudo


Aqui eu não sou feliz É outra civilização
Lá a existência é uma aventura Tem um processo seguro
De tal modo inconsequente De impedir a concepção
Que Joana a Louca de Espanha Tem telefone automático
Rainha e falsa demente Tem alcaloide à vontade
Vem a ser contraparente Tem prostitutas bonitas
Da nora que nunca tive Para a gente namorar

E como farei ginástica E quando eu estiver mais triste


Andarei de bicicleta Mas triste de não ter jeito
Montarei em burro brabo Quando de noite me der
Subirei no pau-de-sebo Vontade de me matar
Tomarei banhos de mar! — Lá sou amigo do rei —
E quando estiver cansado Terei a mulher que eu quero
Deito na beira do rio Na cama que escolherei
Mando chamar a mãe-d’água Vou-me embora pra Pasárgada.

15 Assinale a opção cuja afirmativa NÃO se sustenta em função das possíveis leituras do
texto

a) O tema da evasão em busca de um espaço almejado, ainda que sob perspectivas


diferentes, permite aproximar o poema do Arcadismo brasileiro.
b) A concretização de dois espaços – um relativo ao real rejeitado e outro relativo ao
lugar idealizado – estabelece um diálogo com a “Canção do exílio”, de Gonçalves
Dias
c) O desejo de fugir para Pasárgada e reviver a infância recupera a temática
desenvolvida em “Evocação do Recife” e “Infância”, num processo intratextual.
d) O tema da viagem e da fuga recupera integralmente a visão do Romantismo, cuja
idealização lembra um topoi desse movimento.

16 Gonçalves Dias é um profundo conhecedor da língua brasileira, sabendo usá-la com


grande proveito poético. Considerando esse fato, assinale a alternativa correta quanto à
composição da primeira estrofe da “Canção do exílio”.
a) A ausência de adjetivos dificulta a idealização romântica da terra brasileira.
b) O emprego de verbos diferentes (“gorjear” e “cantar”) tem o objetivo de separar as
aves de uma terra e de outra.
c) A delimitação de espaços opostos é marcada pelos advérbios “aqui” e “lá”.
d) Os substantivos “aves” e “Sabiá” são empregados como sinônimos.

O poema a seguir, de Carlos Drummond de Andrade, retoma a famosa “Canção do exílio”


de Gonçalves Dias.

Nova canção do exílio


A Josué Montello Um sabiá na palmeira, longe. Estas aves cantam um outro canto. O céu
cintila sobre flores úmidas. Vozes na mata, e o maior amor. Só, na noite, seria feliz: um
sabiá, na palmeira, longe.
Onde é tudo belo e fantástico, só, na noite, seria feliz (Um sabiá, na palmeira, longe).
Ainda um grito de vida e voltar para onde é tudo belo e fantástico: a palmeira, o sabiá, o
longe.

17 É CORRETO afirmar que Carlos Drummond de Andrade retoma o conhecido texto de


Gonçalves Dias pelo viés da:
a) Citação, pois transcreve literalmente as palavras do poeta do Romantismo
brasileiro, reproduzindo cada verso do poema que lhe serve de modelo.
b) Paródia, pois já não apresenta mais o tom idealizador em relação à terra cantada, o
que se verifica, por exemplo, em versos como “Estas aves cantam / um outro
canto.” e “Só, na noite, / seria feliz:”.
c) Paráfrase, pelo fato de reproduzir o mesmo tom de saudade e de idealização
presente no poema do autor romântico.
d) Tradução, uma vez que o autor itabirano traduziu o poema do autor romântico que
fora escrito em alemão.

DE PONTA A PONTA TUDO É PRAIA-PALMA

Thiago Amud

De ponta a ponta tudo é praia-palma


Quebranto na vertente das montanhas
As aves evasivas embalsamadas
País de saúva e mar, vivi pra te desvelar

Mercúrio, chumbo e césio nas aguadas


Quilombos entocados na caliça
As alegrias azinhavrando as almas
País de febre e luar, morri pra te decantar

Quando olhei a terra inteira ardendo em vasto fogaréu


Eu vi que o Morro da Mangueira parecia um inferno no céu

Grassou Saturno, tudo está em transe


O Presidente Zambo, a musa louca
Mas súbito as nascentes destilam sangue
País que agoniza luz, teu nome é a minha cruz

Não permita Deus que valhas menos que teu coração


Teus flancos de maracangalhas, tua língua de Grande Sertão

18 Considerando o texto “De ponta a ponta tudo é praia-palma", canção do compositor


brasileiro Thiago Amud, é correto afirmar que:
a) a canção reverte os principais símbolos românticos que constituíram a identidade
cultural brasileira, o que pode ser sintetizado nos versos “País de febre e luar, morri
para te decantar".
b) o verso “As aves evasivas embalsamadas" é uma releitura elogiosa do poema
romântico “Canção do Exílio", de Gonçalves Dias, retomado em “Grassou Saturno,
tudo está em transe".
c) o título da canção retoma, parodicamente, o poema “Navio Negreiro", de Castro
Alves.
d) o verso “Teus flancos de maracangalhas, tua língua de Grande Sertão" é uma
referência ao romance “O Sertanejo", de José de Alencar.
e) o verso “Quando olhei a terra inteira ardendo em vasto fogaréu" cita uma canção
que é considerada o hino do sertão brasileiro: “Luar do Sertão", de Catulo da Paixão
Cearense.

19 Sobre os recursos estilísticos presentes na construção do Texto II, assinale a


alternativa INCORRETA.
a) Nos versos “As aves, que aqui gorjeiam, / Não gorjeiam como lá.”, a supressão das
vírgulas altera a classificação sintática da oração subordinada mas mantém o
sentido ufanista proposto neste trecho.
b) A redação do termo “Sabiá” com inicial maiúscula é uma prosopopeia que não
interfere no sentido ufanista proposto pela “Canção do exílio”.
c) Comparando-se os versos 09 e 15, observa-se que o sentido básico de ambos é o
mesmo, porém a representação da solidão passa por um processo de gradação,
sendo mais enfática no verso 15, devido à substituição das vírgulas pelos
travessões.
d) A repetição do pronome “nosso(a)(s)”, na 2ª estrofe do poema, é um recurso
linguístico que tem por objetivo enfatizar a superioridade da terra natal do eu lírico
em relação à terra estrangeira.

20 A respeito dos poemas que compõem o livro Últimos Cantos (1851), do maranhense
Gonçalves Dias, assinale a alternativa correta.
a) O nacionalismo romântico se expressa no antológico poema “Canção do exílio”, que
abre o livro com um tom laudatório: “Nosso céu tem mais estrelas, / Nossas várzeas
têm mais flores, / Nossos bosques têm mais vida, / Nossa vida mais amores”.
b) O embate entre tribos indígenas, com a consequente prisão de um guerreiro, é
narrado em “I-Juca-Pirama”, poema marcado por variedade métrica: “O prisioneiro,
cuja morte anseiam, / Sentado está, / O prisioneiro, que outro sol no ocaso / Jamais
verá!”.
c) A pureza racial dos indígenas brasileiros é exaltada no poema “Marabá” por meio da
descrição da personagem-título: “— Meus olhos são garços, são cor das safiras, / —
Têm luz das estrelas, têm meigo brilhar; / — Imitam as nuvens de um céu anilado, /
— As cores imitam das vagas do mar!”.
d) O aspecto fúnebre das lendas românticas é representado no poema “O gigante de
pedra”, em que se destaca a monstruosidade do personagem: “Gigante orgulhoso,
de fero semblante, / Num leito de pedra lá jaz a dormir! / Em duro granito repousa o
gigante, / Que os raios somente puderam fundir”.
e) O lirismo romântico prefere temas delicados, como as brincadeiras inocentes da
criança em “Mãe-d’água”: “Minha mãe, olha aqui dentro, / Olha a bela criatura, / Que
dentro d’água se vê! / São d’ouro os longos cabelos, / Gentil a doce figura, / Airosa
leve a estatura; / Olha, vê no fundo d’água / Que bela moça não é!”.

Considerando que a intertextualidade pode se apresentar de formas diversas, leia os


textos a seguir.
Canção do exílio
Minha terra tem palmeiras Onde canta o sabiá, As aves que aqui gorjeiam Não gorjeiam
como lá.
(Gonçalves Dias.)
Europa, França e Bahia
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’. Como
era mesmo a ‘Canção do Exílio’? Eu tão esquecido de minha terra... Ai terra que tem
palmeiras Onde canta o sabiá!
(Carlos Drummond de Andrade.)

21 Está correto o que se afirma em:


a) O conteúdo do poema “Europa, França e Bahia” cria uma expectativa contrária ao
posicionamento do eu lírico em relação ao exílio nos versos de “Canção do exílio”.
b) O tipo de intertextualidade apresentado no texto de Drummond, paródia, demonstra a
crítica do autor ao tratamento dado ao assunto no texto-fonte, “Canção do exílio”.
c) A intertextualidade presente no texto de Drummond demonstra a manutenção da
estrutura narrativa do texto-fonte, “Canção do exílio”, assim como a ideia principal do
exílio.
d) Apesar da citação do exílio feita nos dois textos, é inadequado dizer que haja
intertextualidade presente no texto de Carlos Drummond de Andrade; tratando-se
apenas do emprego de uma citação.
e) A citação feita no texto de Drummond demonstra a intenção do poeta de estabelecer
um vínculo com o texto-fonte, a Canção do exílio, de Gonçalves Dias, questionando o
significado do título do poema referenciado.

Nova canção do exílio Onde é tudo belo

Um sabiá e fantástico,

na palmeira, longe. só, na noite,

Estas aves cantam seria feliz.

um outro canto. (Um sabiá,

O céu cintila na palmeira, longe.)

sobre flores úmidas. Ainda um grito de vida e

Vozes na mata, voltar

e o maior amor. para onde é tudo belo

Só, na noite, e fantástico:

seria feliz: a palmeira, o sabiá,

um sabiá, o longe.

na palmeira, longe. Carlos Drummond de Andrade, A rosa do


pov

22 Da “Canção do exílio”, de Gonçalves Dias, o poema de Drummond conserva, sobretudo,


a) a ausência de adjetivação.
b) o antilusitanismo.
c) o ufanismo nacionalista.
d) a regularidade métrica.
e) a idealização nostálgica.

23 0 sentido do poema depende, em boa medida, do reconhecimento de que, em sua


composição, o autor se vale de uma relação intertextual com a “Canção do exílio”, de
Gonçalves Dias. 0 que viabiliza a escolha do poema gonçalvino como referência
intertextual é, em primeiro lugar, o fato de ele ser

a) ainda pouco utilizado em paródias e textos assemelhados.


b) um dos textos mais amplamente conhecidos da literatura brasileira.
c) emblemático do patriotismo que o poema de Drummond tratava de satirizar.
d) objeto da aversão que as vanguardas modernistas nutriam pelos poetas românticos.
e) pouco respeitado pela crítica literária do tempo de Drummond.

24 Tendo como referência o poema Canção do exílio , escrito pela poeta Gonçalves Dias
e publicado em 1846, julgue o item a seguir.

Na segunda estrofe, os pronomes possessivos “nosso”, “nossas”, “nossos” e “nossa”


referem-se a elementos da pátria de onde o eu lírico está anterior.

a) Certo
b) Errado

25 O sentido do poema depende, em boa medida, do reconhecimento de que, em sua


composição, o autor se vale de uma relação intertextual com a “Canção do exílio”, de
Gonçalves Dias. O que viabiliza a escolha do poema gonçalvino como referência
intertextual é, em primeiro lugar, o fato de ele ser
a) ainda pouco utilizado em paródias e textos assemelhados.
b) um dos textos mais amplamente conhecidos da literatura brasileira.
c) emblemático do patriotismo que o poema de Drummond tratava de satirizar.
d) objeto da aversão que as vanguardas modernistas nutriam pelos poetas românticos.
e) pouco respeitado pela crítica literária do tempo de Drummond.

Considere os poemas para responder a questão.


CANÇÃO DO EXÍLIO
Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam
como lá.
Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais
vida, Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde
canta o Sabiá.
Minha terra tem primores, Que tais não encontro eu cá; Em cismar - sozinho, à noite - Mais
prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá; Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá; Sem qu'inda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabiá.
DIAS, Gonçalves. Melhores Poemas. São Paulo: Global Editora, 2001, p. 16.

NEM TANTO AO CAOS


cá, neste nosso sítio, a construção já é ruína e, fora da nova ordem mundial, tem a
morte e tem o amor, a poesia e tem a prosa. na época mais podre eu nem posso
acreditar a mais triste nação resiste em ressuscitar...
caetano incita resistir cantando uma nação linda e podre, aquarela de
contrastes, o poder de acreditar...

26 A partir de uma leitura comparativa dos poemas, marque a alternativa CORRETA.


a) Assim como Gonçalves Dias, Tião Pinheiro, em seu poema, aborda um cá, que pode
ser lido como a nação brasileira, a qual possui somente qualidades e atributos
positivos, do que são exemplos as expressões "tem o amor/ a poesia e tem a prosa".
b) Os dois poemas possuem a mesma temática, a exaltação nacional, e possuem
também uma estrutura semelhante, uma vez que as estrofes são irregulares e os
versos são redondilhas maiores, ou seja, heptassílabos.
c) Gonçalves Dias, poeta romântico, apresenta em seu poema um lá e um cá, em que o
lá se refere ao exílio e o cá à terra natal; já na poesia moderna de Tião Pinheiro o lá
se refere ao mundo, lugar do caos, e o cá representa o que foge ao caos, ou seja, a
nação brasileira.
d) Tanto no poema de Gonçalves Dias, como no de Tião Pinheiro, há um eu-lírico que
se sente exilado de sua terra natal e, por sofrer com a distância, passa a enxergar
somente os traços positivos de sua nação.
e) Diferente de Gonçalves Dias que exalta a terra natal, Tião Pinheiro, inspirado pelas
canções de Caetano Veloso, compõe um retrato da nação em que vigoram
contrastes, numa visão mais crítica que, ora apresenta uma nota pessimista ao
destacar uma nação podre, ora destaca a esperança e a resistência.

Leia a parte transcrita do poema I-Juca-Pirama.

27 A exemplo dos versos destacados, o poema de Gonçalves Dias é considerado épico por
causa
a) do caráter narrativo e da tendência de voltar-se para o passado em tom heroico.
b) do depoimento do narrador e da garantia de que é uma história da tradição do povo.
c) da coragem do índio Tupi e do senso de nacionalismo inerente ao tom de seu
comportamento.
d) da imagem indianista do cenário e do teor de ambientação bélica da história.
e) da construção dialogada do texto e do tipo descritivo detalhadamente explorado.

28 Assinale a alternativa INCORRETA acerca da leitura dos textos.


a) Ambos apresentam o amor como sentimento avassalador, pois ele investe nas
pessoas outros sentimentos e é mau ao poder levar as pessoas à morte.
b) Ambos apresentam o amor como um sentimento necessário para a vida, apesar de
mau, pois não se pode fugir do mal que o amor traz.
c) O poema possui a visão de amor como mal que leva à morte e a letra de música
apresenta o próprio amor como solução para outro amor perdido.
d) O poema qualifica o amor como mortífero e a letra de música diz paradoxalmente
que é na saudade que se busca a solução para o mal de amor.

Tem cana caiana e cana crioula,

cana-pitu,
Texto I
Cana rajada e cana-do-governo, e
Fazendeiros de cana
muitas
Minha terra tem palmeiras?
outras
Não. Minha terra tem engenhocas de
Canas de garapa e bagaço para os
rapadura
porcos
E cachaça e açúcar marrom,
Em assembleia grunhidora diante da
Tiquinho, para o gasto.
Moenda movida gravemente pela junta verde garrafa.
de bois
E sessenta mil réis em imposto
De sólida tristeza e resignação. fazendeiro.

As fazendas misturam dor e consolo Carlos Drummond de Andrade


em caldo

Texto II Minha terra tem primores,


Canção do exílio Que tais não encontro eu cá;
Minha terra tem palmeiras, Em cismar –sozinho, à noite–
Onde canta o Sabiá; Mais prazer eu encontro lá;
As aves, que aqui gorjeiam, Minha terra tem palmeiras,
Não gorjeiam como lá. Onde canta o Sabiá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Não permita Deus que eu morra,
Nossas várzeas têm mais flores, Sem que eu volte para lá;
Nossos bosques têm mais vida, Sem que disfrute os primores
Nossa vida mais amores. Que não encontro por cá;
Em cismar, sozinho, à noite, Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Mais prazer eu encontro lá; Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem palmeiras, De Primeiros cantos (1847)
Onde canta o Sabiá. Gonçalves Dias

29 No texto I, Drummond retoma o original romântico de Gonçalves Dias (Texto II), como
fizeram vários outros poetas modernos. Neste texto, o poeta itabirano
a) recria o ideal de nativismo do texto original, reescrito em outro tempo com outra
linguagem, marcadamente mais coloquial e contemporânea.
b) restringe à linguagem e à estética contemporâneas a retomada do original
romântico, que exalta a natureza tropical e exuberante da terra natal.
c) retoma o texto original de Gonçalves Dias, mas promove uma ruptura ideológica
visceral na postura do sujeito poético.
d) se afasta da ideia original de distanciamento do poema romântico e mostra um
olhar próximo e crítico em relação à realidade de pobreza e isolamento do interior
do Brasil.

Segundo Antonio Candido:

Gonçalves Dias é um grande poeta, em parte por encontrar na poesia o veículo natural
para a sensação de deslumbramento ante o Novo Mundo [...]. O seu verso, incorporando o
detalhe pitoresco da vida americana ao ângulo romântico e europeu de visão, criou
(verdadeiramente criou) uma convenção poética nova. Esse cocktail de medievismo,
idealismo e etnografia fantasiada nos aparece como construção lírica e heroica, de que
resulta uma composição nova para sentirmos os velhos temas da poesia ocidental.

(Formação da literatura brasileira. Rio de Janeiro: Itatiaia (8. ed.) vol. 2, 1975, p. 73.)

30 Considerando o trecho citado e a leitura integral do livro Últimos Cantos, de Gonçalves


Dias, assinale a alternativa correta.
a) A representação dos povos indígenas descreve as tradições coletivas dessas
comunidades, mas pode, por vezes, apresentar os sentimentos individuais e
particulares de alguns de seus membros.
b) Gonçalves Dias demonstra em sua poesia americana o interesse de se distanciar da
tradição indianista, apresentando temas universais, nos quais o gosto pelo exótico
e pela tematização do nacional não deveria predominar.
c) A tematização da miscigenação entre índios e brancos é considerada prejudicial,
uma vez que apagaria os traços próprios da cultura indígena que deveriam ser
preservados.
d) O emprego exclusivo de poemas narrativos longos demonstra que o livro pretende
ser uma epopeia que cultua os valores heroicos e descarta a expressão lírica
amorosa.
e) A diversidade de temas e de modelos formais se contrapõe ao emprego da mesma
medida métrica em todos os poemas.

Leia o texto a seguir - Quem há, como eu sou?


Texto IV (...)
I
Aqui na floresta IX
Dos ventos batida, E então se de novo
Façanhas de bravos Eu toco o Boré;
Não geram escravos, Qual fonte que salta
Que estimem a vida De rocha empinada,
Sem guerra e lidar. Que vai marulhosa,
- Ouvi-me, Guerreiros. Fremente e queixosa,
- Ouvi meu cantar. Que a raiva apagada
De todo não é,
Tal eles se escoam
II Aos sons do Boré.
Valente na guerra - Guerreiros, dizei-me,
Quem há, como eu sou? - Tão forte quem é?
Quem vibra o tacape
Com mais valentia?
Quem golpes daria Fonte: DIAS, Gonçalves. Primeiros
Fatais, como eu dou? cantos. Domínio público.
- Guerreiros, ouvi-me;
31 ASSINALE a alternativa CORRETA a respeito do eu-lírico do poema O canto do
guerreiro.

a)
O eu-lírico do poema, homem branco, esforça-se em compreender o universo
indígena, ressaltando seus hábitos de guerra.
b) O eu-lírico do poema, homem indígena, é constituído por Gonçalves Dias de maneira
fidedigna à realidade do índio, sem influência da cultura europeia.
c) O eu-lírico do poema, homem indígena, é constituído por Gonçalves Dias à
semelhança da imagem do cavaleiro medieval europeu, caracterizado por honra, fé
e valentia.
d) O eu-lírico do poema, homem branco, compreende o universo indígena à
semelhança da imagem do cavaleiro medieval europeu, caracterizado por honra, fé
e valentia.

Você também pode gostar