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ROTEIRO DE PESQUISA – METEC I

Nome: Beatriz Amy Vasconcelos de Araújo.

Tema geral: História e a institucionalização da loucura.

Objeto (tema delimitado): Qual é o foco da sua pesquisa (um evento, um processo, um
personagem...)? Quais são os sujeitos da pesquisa?
Como projeto de METEC I, defini como pesquisa histórica analisar a materialização e
personificação do “louco” tendo como foco a figura do jogador Heleno de Freitas (1920-
1959), marcado especialmente pela sua passagem no clube Botafogo de Futebol e
Regatas. A partir das fontes dos jornais, pensar em como a imagem dele foi de “craque"
e “galã” para desviado das normas da sociedade, sendo considerado “louco”, logo, não
apto para o convívio em sociedade, tendo seus últimos anos de vida confinado no Hospital
Colônia de Barbacena, em Minas Gerais. Em que as situações sub-humanas as quais eram
submetidos os pacientes - ou despejados - no dito hospital, fez com que os eventos que lá
se passaram, fizess-o ser conhecido como o “holocausto brasileiro” dado as terríveis
condições e tratamento para com os pacientes durante seu período de funcionamento, que
entre os anos de 1930 a 1980 foi responsável por cerca de 60 mil mortes.

Recorte Espacial: Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.

Recorte Temporal: 1940 até 1959.

Problematização: Quais reflexões serão desenvolvidas em torno do seu objeto?


O foco da pesquisa está em centralizar a problemática da institucionalização e
conceituação de loucura no Brasil nos anos de 1940 e 1950, concentrando-se na persona
do Heleno de Freitas e em como o discurso da sua imagem, que sempre fugiu da norma
de “bom moço” dado suas “noitadas” em clubes de festas regadas de álcool, forte
temperamento e envolvimento com brigas em campo, agravado após contrair sífilis que
avançou para um caso de sífilis cerebral - que foi diagnosticado apenas depois da sua
internação -, perpassou por mudanças diante de suas várias facetas ao longo de sua vida,
e como essa imagem foi afetada pelo o discurso médico cientificista, mais
especificamente por parte da área da neuropsiquiatria, da institucionalização e segregação
social das pessoas consideradas “loucas” enquanto políticas higienistas e de normatização
da população, sendo endossado pelo discurso e abordagem dos jornais da época sobre o
caso.

Fontes Históricas: Quais fontes históricas serão usadas para estudar o seu objeto?
Jornais, retirados da hemeroteca digital, especialmente os Diário Carioca e Jornal Sports,
(1940-1959) destacando como foram construídas as narrativas sobre a figura de Heleno e
como foram retratados ao longo não só durante da sua época enquanto jogador de futebol
e suas polêmicas da época, mas também os que falavam do Heleno mesmo depois de sua
aposentadoria e internação.

Levantamento bibliográfico: Com quais estudos sua pesquisa irá dialogar (sobre o tema
geral, sobre o contexto, sobre o lugar...)?

ACCORSI Giulia Engel. Sífilis, loucura e civilização: a paralisia geral progressiva e a


institucionalização do campo neuropsiquiátrico no Rio de Janeiro (1868 - 1924).
ARBEX Daniela. Holocausto brasileiro.
BRAGA André . O Serviço Nacional de Doenças Mentais no governo JK: a assistência
psiquiátrica para o Distrito Federal.
CAPONI Sandra. As classificações psiquiátricas e a herança mórbida
FOUCAULT Michel. Microfísica do poder.
GOFFMAN Erving. Manicômios, prisões e conventos.
Magali Gouveia Engel. Os delírios da razão: médicos, loucos e hospícios

MOTA André e MARINHO Maria Gabriela. História da Psiquiatria: Ciência, práticas


e tecnologias de uma especialidade médica.

NEVES, Marcos Eduardo. Nunca houve um homem como Heleno.

PAULIN, L. F. e TURATO, E. R.: Antecedentes da reforma psiquiátrica no Brasil: as


contradições dos anos 1970.

PORTOCARRERO Vera. A teoria psiquiátrica no Brasil: nova configuração nas


primeiras décadas do século XX

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