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Adicionalmente, qualquer problema com sua turma/curso deve ser resolvido, em primeira
instância, pela secretaria de sua unidade. Caso você não tenha obtido, junto a sua
secretaria, as orientações e os esclarecimentos necessários, utilize o canal institucional da
Ouvidoria.
ouvidoria@fgv.br
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SUMÁRIO
1. PROGRAMA DA DISCIPLINA
1.1 Ementa
Fundamentos e metodologias para o gerenciamento de processos. Visão sistêmica do
gerenciamento de processos. Gestão de processos e gestão por processos. Ferramentas
para mapeamento de processos. Análise e modelagem de processos. Melhoria de processos
com identificação, priorização e desenvolvimento de planos de ação. Avaliação de
problemas potenciais na implantação de planos de ação. Metodologias para melhoria e
inovação de processos. Gerenciamento do desempenho de processos por meio do uso de
key performance indicators (KPIs). Envolvimento das pessoas e trabalho em equipe para
implantação do gerenciamento de processos. Fatores críticos de sucesso.
1.3 Competências
analisar os processos do sistema organizacional;
correlacionar a estratégia aos resultados do negócio, por meio de uma visão
integrada de processos;
priorizar os processos de negócio relevantes para a empresa, estabelecendo key
performance indicators (KPIs);
mapear processos;
controlar resultados a partir da sua mensuração;
propor ações corretivas e de melhoria;
diagnosticar oportunidades de racionalização, ganhos e inovação no gerenciamento
de processos, em um ambiente lean e agile de melhorias e
promover o envolvimento das pessoas quando da implantação do gerenciamento
de processos.
tecnologia
1.5 Metodologia
Exposição teórica com apoio de filmes e slides. Estudos de casos, trabalhos em grupo
e debates.
OLIVEIRA, André. Ciclo PDCA: o método para solução de problemas: guia prático das
quatro fases. São Paulo: M. de Oliveira, 2019.
▪ PALADINI, Edson P. Gestão da qualidade: teoria e prática. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
▪ SILVA, Ana Catarina L. BPM – business process management: introdução sobre BPM em
uma visão integrada e didática para a gestão estratégica de processos de negócio. São
Paulo: Bookess, 2017.
▪ SORDI, José Osvaldo. Gestão por processos: uma abordagem da moderna administração.
Rio de Janeiro: Saraiva Uni, 2017.
O primeiro paradigma foi gerado pela administração científica, no qual o foco dos esforços
se concentrava na melhoria das operações de produção. O segundo paradigma tem origens
diversas especialmente no modelo do Sistema Toyota de Produção (STP). Na sequência do
STP, emergem os Sistemas da Qualidade como desdobramentos diretos, a Reengenharia
em contraposição, e, paralelamente, metodologias e novos modelos como Teoria das
Restrições todos com foco sobre a melhoria dos processos.
Mas os fragmentos que deram origem ao PDCA se desenvolveram ao longo de, pelo menos,
300 anos de pensamento filosófico. De Copérnico, passando por Kepler, Telésio, Galileu
Galilei, René Descartes, Francis Bacon etc., todos acabaram influenciando a criação do
PDCA para se tornar tal qual o conhecemos nos dias de hoje.
A ideia de um ciclo foi desenvolvida por Dewey (1859-1952), ao imaginar como funciona
a relação entre a ação humana e o domínio social ao qual pertence. Para ele, a reflexão
para a solução de problemas contém cinco passos logicamente distintos: perceber a
dificuldade, localizar e definir o problema, sugestão de possíveis soluções,
desenvolvimento por raciocínio das influências da sugestão, observação posterior e
experimentação que levem a sua aceitação ou rejeição.
Shewhart argumenta que esses três passos devem fazer um círculo ao invés de uma linha
reta, pois eles constituem um “processo científico dinâmico de aquisição de conhecimento
(figura 2)
Em 1951, o ciclo de Shewhart ganhou mais dois passos passando a compreender: (a) o
desenho do produto; (b) produzi-lo testando na linha de produção e no laboratório; (c)
colocar no mercado; (d) testar no mercado por meio de pesquisas; (e) redesenhar o
produto à luz da reação dos consumidores e continuar girando o ciclo (Figura 3).
Após sua introdução no Japão, o primeiro ciclo de Shewhart foi muito bem aceito, mas sua
ideia original foi alvo de objeções. Ishikawa logo concluiu que o plan-do-see não era
adequado para o povo japonês pois, ao seu ver, o significado do verbo see – ver, olhar
“propicia a atitude passiva de apenas se manter em expectativa”. Deming explicou aos
japoneses que a interpretação correta do verbo see não é apenas ver ou revisar, mas sim
tomar uma ação, ou take action em inglês.
Como essa ideia pareceu ser mais consistente, os japoneses rapidamente incorporaram
action ao modelo, omitindo take, conforme relembra o Dr. Noriaki Kano, autor deste relato.
Assim, o modelo adotado no Japão passou a ser o plan-do-check-action, que é o PDCA
conhecido nos dias de hoje (Figura 4). Este conceito influencia diversos modelos de gestão,
da qualidade, passando por estratégia, logística, finanças, pessoas e como não poderia
deixar de ser, processos.
Passou-se então, a considerar, que o processo era uma grande unidade de análise
composta de um grande número de operações relativamente independentes, um somatório
simples de operações. Esse ponto é importante porque levou à falsa suposição de que
melhorar as operações conduziria, necessariamente, à melhoria global do processo e, em
Por razões econômicas, técnicas e culturais, esse paradigma foi reforçado por uma série
de fatores que, em síntese, induziram o estabelecimento quase hegemônico da lógica
funcional de atuação, apoiada nas melhorias locais como suposta forma de contribuir para
a melhoria do sistema produtivo como um todo – hoje reconhecidamente uma hipótese
falsa. O modelo da melhoria das operações tradicional começa a ruir com uma série de
alterações ocorridas nas normas de concorrência do mercado e, também, pelo
desenvolvimento e ascensão do Sistema Toyota de Produção (STP).
Além de migrar claramente o foco de atenção dos esforços de melhoria para o processo
como um todo, o STP contribuiu de forma inovadora para demonstrar que é possível
operar, com alto nível de flexibilidade sistemas produtivos fortemente baseados em
produção de grande escala. Ou seja, o modo STP de produzir diferencia-se do Fordista pela
capacidade de produzir competitivamente uma série restrita de produtos diferenciados e
variados.
No período pós Segunda Grande Guerra, enquanto a indústria japonesa era recriada sobre
novas bases, a indústria ocidental, particularmente a norte-americana, que foi a maior
vencedora do conflito, entrava em ciclo de reforço do paradigma funcional, buscando
sistematicamente as melhorias operacionais locais. Entretanto, nas décadas de 70 e 80, o
modelo japonês de produção de automóveis apresentou, resultados contundentes, e o
modelo americano de melhoria das operações entrou em crise. O reforço da trajetória
anterior de utilização pura e simples da automação para melhoria nas operações sem uma
ótica voltada para o processo não conseguiu resultados satisfatórios e o STP parecia ser
insuperável.
O Kaizen surgiu como uma das bases do sistema Toyota, como forma de eliminar os
desperdícios nos processos, melhorando a forma de executar o trabalho com envolvimento
de todos os funcionários, do diretor ao operador.
Kaizen é uma palavra de origem japonesa que significa mudança para melhor, usada para
transmitir a noção de melhoria contínua na vida em geral, seja ela pessoal, familiar, social
e no trabalho. No contexto empresarial, o kaizen é uma metodologia que permite baixar
os custos e melhorar a produtividade, por meio do envolvimento de todos os níveis
organizacionais.
Ao contrário da melhoria contínua, a Reengenharia por ser mais radical deve partir de cima
para baixo, pois podem envolver reestruturações, adaptações de funcionários, mudança
cultural (tópicos a serem abordados na parte cinco deste material) e investimentos,
especialmente em tecnologia para dar suporte aos novos processos.
Entre as razões que podem levar uma organização a optar por um processo de
reengenharia estão:
A partir do final dos anos 70, década de 80 e no Brasil, década de 90, já existiam várias
frentes de melhoria acontecendo no mundo: Kaizen, Reengenharia, Six Sigmas e Lean,
iniciou-se um esforço para integrar a Qualidade e melhoria dos processos em todos os
aspectos dos negócios das organizações industriais e prestadoras de serviços, incluindo
finanças, vendas, pessoal, manutenção, gerenciamento, da produção e serviços.
Desde sua origem o MEG teve como premissa ser um modelo integrador de referência em
gestão organizacional válido para todos os setores e portes de empresas.
PENSAMENTO SISTÊMICO
COMPROMISSO COM AS PARTES INTERESSADAS
APRENDIZADO ORGANIZACIONAL E INOVAÇÃO
ADAPTABILIDADE
LIDERANÇA TRANSFORMADORA
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
ORIENTAÇÃO POR PROCESSOS
GERAÇÃO DE VALOR
Paralelo a este movimento, atuando de forma absolutamente coerente e evolutiva com o
Controle Estatístico do Processo – CEP - desenvolvido por Shewart e disseminados
mundialmente por Deming e Juran, nasce na Motorola durante a década de 80 o Seis
Sigmas, que ganha força especialmente a partir dos anos 2000, caracterizado por ser um
método que se concentra na diminuição ou eliminação de variabilidade nos processos,
atualmente aplicado na maioria dos setores e em centenas de empresas. Alcançar o Seis
Sigma significa reduzir defeitos, erros e falhas atuando desde os processos de negócio,
subprocessos, atividade e tarefas o que permite às organizações incrementar seus lucros
por meio da otimização das operações, melhoria da qualidade e eliminação de defeitos,
falhas e erros, sempre relacionados à melhoria da lucratividade.
Atualmente em várias empresas dos mais diferentes setores se associa a prática do Lean
a Seis Sigmas, o que passou a ser conhecido como Lean Six Sigmas
LEAN
O conceito Lean é: Criar mais valor com menos trabalho, vale ressaltar que Lean não é um
sistema de produção, como vários existentes, mas sim parte de um sistema educacional
sustentado por princípios e operado por meio de práticas, tendo como base a mentalidade
enxuta (Lean) criando um pensamento melhor a todos, em todos os lugares, todos os dias.
Em 2001, praticamente vinte anos após a difusão do pensamento Lean, cerca de dezoito
empresas de tecnologia se reuniram em Utha (EUA) e elaboraram o Manifesto ágil que vem
ganhando mais e mais adeptos, seja em startups ou empresas tradicionais com o objetivo
do desenvolvimento incremental com foco no cliente facilitando a coordenação e otimização
de recursos.
Embora tenha nascido em empresas de tecnologia o movimento ágil se apoiou muito nas
premissas do LEAN que em sua base somou a filosofia Just-In-time, e nos movimentos já
citados da qualidade e melhoria dos processos, especialmente os voltados para a satisfação
e entrega de valor para os clientes e mercado.
Nesse mesmo período, uma visão alternativa de integração da manufatura suportada por
forte automação e informatização e com foco nos processos de negócio estava sendo
desenvolvida por pesquisadores na Alemanha. Em 1976, Scheer apresentou o desenho de
uma nova metodologia de desenvolvimento de sistemas integrados chamada ARIS. Tal
metodologia permitia que a organização fosse entendida mais sistemicamente a partir da
modelagem de diversos elementos e perspectivas que influenciam seu negócio. Tornou-se
possível explicitar, de modo estruturado, como diversos fatores de produção se integravam
para criar valor para o cliente final. Logo, essa nova metodologia era orientada aos
processos e aderente ao novo paradigma.
1
Seri – senso de utilidade; Seiton – senso de organização; Seiketsu – senso de padronização; Shitsuke – senso
de disciplina
Atualmente práticas associadas à melhoria dos processos estão em alta nas organizações,
em grande parte pelo fato de que se instaurou na economia, especialmente nos dias atuais,
um ciclo de implantação de tecnologia da informação que requer investimentos
sistemáticos e significativos para, essencialmente, melhorar o fluxo de informações ao
longo dos processos. Contudo, dois grandes problemas parecem dificultar o alcance pleno
desse objetivo. O primeiro está relacionado ao próprio modelo mental vigente dos gestores
que escolhem as soluções de TI a serem adotadas, já́ que, estabelecidos no paradigma
funcional, reforçam a coordenação do trabalho orientada às funções e, como consequência,
induzem à conformação de sistemas de informação com lógica estritamente funcional. O
segundo problema está́ relacionado ao descolamento entre o desenvolvimento de novas
soluções de TI e as necessidades concretas dos processos de cada organização.
Atualmente, os fabricantes dessas soluções, submetidos a uma concorrência acirrada,
findam por empurrar seus produtos para as organizações de modo, às vezes, mais veloz
do que elas são capazes de projetar novos processos, provocando o descolamento
mencionado.
Pode-se dizer que a melhoria de processos parece estar se estabelecendo nas organizações
produtivas de forma definitiva. O amadurecimento das tecnologias que a suportam tem
sido um vetor fundamental para o seu sucesso. Por outro lado, essas tecnologias, em
particular a TI, parecem apontar para novas fronteiras e necessidades gerenciais com foco
principal dos esforços de melhoria e gestão, somados a conhecimento, fonte e o resultado
que hoje parecem ser as maiores apostas em termos de diferenciação competitiva no
mundo.
Vale aqui ressaltar alguns dos princípios do Manifesto Ágil, hoje expandido para os mais
diferentes setores:
1. Você vai reduzir o tempo de colocação de uma ideia incrível no mercado de meses para
semanas, ou até dias, se necessário;
2. Você vai obter um maior retorno sobre investimentos (ROI) do que o que foi financiado,
pois poderá desenvolver um produto melhor do que o planejado usando feedback frequente
da equipe de negócios, de usuários finais e de consumidores;
3. Você redefinirá a qualidade, que deixa de ser a ausência de defeitos e passa a ser o
quanto o produto atende às necessidades do mercado;
4. Por fim, e acima de tudo, o conselho vai lhe adorar, pois, ao desenvolver o produto
usando um backlog priorizado, você reduz seus riscos e garante a melhor relação custo-
benefício.
O BPM tem como intuito trazer a tona informações pertinentes de como os processos são
executados para que melhorias possam ser realizadas e para que os processos possam ser
gerenciados possibilitando uma melhor tomada de decisões e visão do negócio como um
todo.
A grande vantagem do BPM para uma empresa é a melhoria contínua dos processos
permitindo que as organizações sejam mais eficientes, mais assertivas e mais capazes de
mudanças do que aquelas com foco funcional, com abordagem de gerenciamento
tradicional hierárquico.
Inovação, flexibilidade e integração com a tecnologia. O BPM tem como foco alcançar os
objetivos das organizações, sejam elas grandes ou pequenas, por meio de melhorias,
gestão e controle de métodos, técnicas e ferramentas para analisar, modelar, publicar,
otimizar e controlar processos envolvendo recursos humanos, aplicações, documentos e
outras fontes de informação.
A cadeia de valor, criada por Michael Porter em 1985, válida e reconhecida até hoje pela
sua importância, tem como objetivo promover a análise, desdobramento e entendimento
dos aspectos associados a geração de vantagem competitiva por meio da observação das
principais atividades que compõe este negócio.
Segundo Porter (1989),” A cadeia de valor desagrega uma empresa nas suas atividades
de relevância estratégica para que se possa compreender os comportamentos dos custos
(fundamental no momento atual das empresas) e as fontes potenciais de diferenciação”
A seguir é apresentada a cadeia de valor, no modelo Porter. Ela revela todas as atividades
que a organização deve gerenciar para gerar valor aos clientes e indica os elos entre elas.
Ao fortalecer as ligações entre essas atividades é possível criar vantagem competitiva para
a organização, favorecer o crescimento da empresa e seus lucros.
Porter ainda reforça: “nada adianta os esforços em processos se estes não podem agregar
vantagem competitiva”, portanto, compreender, desenhar e detalhar a cadeia de deve ser
um dos primeiros passos quando se fala em Business Process Management pois permite à
organização visualizar e ter as primeiras noções dos posicionamentos de seus macro
processos e processos de negócio que frente a frase acima de Porter já nos permitirá uma
primeira reflexão sobre em quais processos pode-se priorizar os pontos de diferenciação
e vantagem em custos.
A cadeia de valor como fator das primeiras análise e reflexões sobre posicionamento
estratégico e processos de negócio deve concentrar seu detalhamento e esforços em
analisas as atividades responsáveis por gerar valor ao cliente, isto porque ao entender
como estas atividades são executadas e como acontecem a interrelação entre elas, é
possível buscar a diferenciação em relação ao mercado. O detalhamento da Cadeia de valor
está estruturado na definição das atividades principais do negócio com seus respectivos
processos de apoio e gestão para posterior desdobramento em atividades, conforme será
detalhado nas próximas páginas deste material, contudo é vital reforçar neste momento
que este detalhamento depende e varia conforme o setor de atuação de cada organização.
Em outras palavras o que em uma organização e setor são processos de negócio em outras
podem ser processos de apoio e vice-versa.
Nesta fase os processos que compõe a cadeia de valor são detalhados até o nível que for
suficiente para executá-los nas rotinas das áreas. A base para este desdobramento inicial
da cadeia de valor está baseada no conceito de hierarquia de processos, normalmente
composto de quatro a cinco níveis a partir do desenho da cadeia de valor, são eles:
Macroprocessos;
Processos;
Subprocessos;
Fluxo de atividades;
Tarefas.
Saber o que precisa das pessoas para agirem e pensar, planejar e executar;
Saber que a tecnologia auxilia todo seu pessoal a executar essas tarefas,
fornecendo ferramentas que organizam e compartilham a informação, facilitando
controles e dando uma visão estratégica;
E por fim, saber também que só com processos bem desenhados, organizados de
forma lógica e integrada, poderá entregar mais valor ao cliente.
Alcançar o ponto de equilíbrio desses componentes não é tarefa fácil. As grandes empresas
que conseguem isso, desenvolvem uma gestão equilibrada do conhecimento por meio de
um processo contínuo de aprendizagem e refinamento do pensamento sistemático, ou
seja:
Em paralelo, não pode ser esquecida a aceleração da tecnologia que, agora, trazia consigo
não mais a automação fabril, mas também o PC (Personal Computer), a internet, os
sistemas de gestão integrada - ERP’S (Enterprise Resource Planning) e, junto com isso, a
integração entre processos primários, de apoio e de Controle/Gestão numa organização.
Processos Primários
Existem para prover suporte a processos primários, mas também pode prover
suporte a outros processos de suporte (processos de suporte de segundo nível,
terceiro nível e sucessivos) ou processos de gerenciamento;
Entregam valor para outros processos, são interfuncionais e estratégicos, pois
subsidiam a operação primária.
O futuro chegou
Portanto, a chegada do século XXI foi desafiadora para as organizações. Novos modelos
de negócio surgiram (omnichanel, e-commerce, outsourcing, economia compartilhada,
economia verde, Startups, dentre outros) fizeram com que as empresas tivessem que
adotar um novo modelo de visão de negócios e de processos: A visão sistêmica.
A visão sistêmica é, de certa forma, mais profunda. Ela pressupõe o entendimento do todo
(do grego, holos, que significa todo, inteiro) mas traz consigo a relação de interações
permanentes, mutantes e evolutivas. Segundo CAPRA (2012) “A vida, efetivamente,
fábrica e modela e muda o meio ambiente ao qual se adapta. Em seguida, esse meio
ambiente realimenta a vida que está mudando e atuando e crescendo nele. Há interações
cíclicas constantes”.
Mas então, resumidamente, qual a diferença entre a gestão DE processos e a gestão POR
processos?
A gestão de processos é o ato de gerenciar os processos existentes na organização,
ou seja, significa que existem processos mapeados sendo monitorados, mantidos
sob controle e que estão funcionando conforme planejado;
Já a gestão por processos é uma filosofia de gerenciamento aplicável à organização,
onde procura-se ver a organização de forma global, por meiodo inter-
relacionamento das áreas. Os processos interagem e a gestão monitora essa
interação como um todo, garantindo a satisfação do cliente.
É pouco provável que um negócio organizado com uma estrutura de poder funcional,
“departamentalizada”, conseguirá instalar a gestão por processos por completo. Esta
implica em que cada linha (ou família) de produtos (sejam bens ou serviços), ou cada
segmento da organização, deveria ter seu atendimento realizado por uma equipe
multifuncional, capitaneada por um único gestor com autonomia sobre todo o fluxo de
trabalho e respondendo pelo resultado, assim como ocorre em um projeto.
Com a gestão de processos, caso comum das organizações, o que temos são processos
funcionais controlados por gestores departamentais. Ou seja, o atendimento ao cliente, do
pedido à entrega, passará por diversas etapas do macroprocesso da organização, onde o
resultado acaba sendo medido em partes e não em seu todo. Por isso mesmo esse
atendimento acaba sendo tratado como consequência e não como o desejado.
Historicamente, temos visto como essa antiquada forma de gestão gera conflitos, disputas
de poder e dificuldades para solução de problemas, levando à desatenção e ao
desatendimento ao cliente. O foco ainda está nas necessidades de cada uma das áreas, e
essas áreas acreditam, na maioria das vezes, que seu produto, seu serviço, seu processo
e suas atividades são mais importantes que a do outro – por isso a maioria das
organizações ainda pratica a gestão de processos de forma “departamentalizada”.
Assim, conclui-se que com a gestão por processos haverá sinergia entre as áreas, com
processos otimizados, padronizados e controlados por meio da gestão desses processos,
fortalecendo o relacionamento interdepartamental, possibilitando a visão do “todo” e
produzindo resultados voltados para o negócio.
Exemplos:
Bancos transformam dinheiro em Crédito;
Empresas de TI transformam tecnologia em informação para o processo decisório;
Empresas de exploração transformam petróleo, ferro, a força do vento, da água, a
biomassa, em energia e derivados importantes para a cadeia produtiva.
Pode parecer fácil no papel, mas na realidade não são todas as empresas que conseguem
estar prontas no momento que as oportunidades surgem. As janelas de oportunidade são
cada vez mais curtas, assim como o ciclo de tecnologia. Por isso, é importante que as
organizações sejam ágeis, enxutas, focadas e atentas à transformação do ambiente
conforme abordado na visão sistêmica.
Dois conceitos se aplicam aqui no cenário da gestão de processos e seu papel de melhoria
contínua:
Business Process Improvement (BPI) – A Melhoria contínua dos processos de
negócio é uma iniciativa para melhorar o alinhamento e o desempenho de um
determinado processo com a estratégia organizacional e as expectativas do cliente.
O BPI inclui a seleção, análise, desenho e implementação dos processos
melhorados;
Enterprise Process Management (EPI) – A Gestão Corporativa de Processos é a
aplicação dos princípios de BPM, individualmente a uma empresa. O EPM assegura
o alinhamento do portifólio e da arquitetura de processos numa orientação de ponta
a ponta com a estratégia e recursos da organização e, além disso, deve fornecer
um modelo de referência para a gestão e governança dos processos de uma
organização.
Macroprocesso ou Função
Processo que geralmente envolve mais de uma função da organização, cuja operação tem
impactos significativos nas demais funções. Dependendo da complexidade, o processo é
dividido em subprocessos;
Processo
Conjunto de atividades que transformam insumos em resultados que representam
agregação de valor.
Subprocessos
Divisões do processo com objetivos específicos, organizadas seguindo linhas funcionais.
Os subprocessos recebem entradas e geram suas saídas em um único departamento;
Atividades
Os processos / subprocessos podem ser divididos nas diversas atividades que os compõem,
e em um nível mais detalhado de tarefas.
Procedimentos
São um conjunto de tarefas a serem executadas envolvendo rotina e prazo determinado.
Corresponde a um nível imediatamente inferior ao de uma atividade.
Tarefas
Ação mais pontual em um processo, normalmente relacionadas a acionamentos, inclusões,
alterações, exclusões e consultas.
Outra questão muito comum é o fato de as pessoas confundirem cargo, processo e função
numa organização. Porém, há distinções claras sobre isso:
Esta fase visa o entendimento do grau de agregação de valor de um processo para o foco
estratégico da empresa. É importante lembrar que os processos de uma empresa devem
estar totalmente alinhados à estratégia corporativa, dado que estes mesmos processos
fazem parte da transformação tecnológica que a organização se propõe a entregar ao
mercado (proposta de valor). Portanto, nessa fase é crucial determinar quais são os
processos que carecem de mudança e melhoria, estabelecer o compromisso das partes
interessadas e iniciar o plano de melhoria do processo.
Chegou a hora de tomar decisões em relação a tudo que foi detectado na fase anterior,
chamada de AS-IS.
A implantação é uma fase do ciclo de vida BPM que pode ser executada de duas maneiras.
Por meio de uma implantação sistêmica, isto é, com auxílio de tecnologias e softwares
específicos para isso, ou a implantação não sistêmica, que não conta com esse tipo de
ferramenta BPMS.
Independente de qual for ser empregada, o objetivo será o mesmo: permitir e pôr em ação
a execução dos processos como foram definidos e documentados, na forma de um fluxo
de trabalho.
Toda empresa tem objetivos estratégicos. E é nesta fase do ciclo BPM que será possível
descobrir se os processos estão alinhados com esses objetivos, monitorando-se indicadores
adequados à avaliação dos resultados obtidos.
Qualidade, que analisa se há muitos erros e variações que afetam uma entrega
satisfatória aos clientes do processo.
É neste momento que se dará início à melhoria contínua dos processos. Ao se analisar o
monitoramento da fase anterior e perceber se os objetivos estratégicos estão ou não sendo
alcançados, se as metas definidas na modelagem estão sendo atingidas em relação aos
resultados realmente observados na prática.
Nesse contexto, fica claro que não só a análise e modelagem, mas, da mesma forma, o
monitoramento vai depender do uso de boas ferramentas BPM, ágeis, intuitivas e
transparentes.
Esta seção apresenta uma descrição resumida de algumas das notações de modelagem
comumente encontradas, relacionadas na tabela 1.
fonte: Manual de BPM [recurso eletrônico]: gestão de processos de negócio / Jan vom
Brocke, Michael Rosemann
Business Process Model and Notation é um padrão criado pela Business Process
Management Initiative (BPMI), incorporado ao Object Management Group (OMG), grupo
que estabelece padrões para sistemas de informação. A aceitação do BPMN tem crescido
sob várias perspectivas com sua inclusão nas principais ferramentas de modelagem. Essa
notação apresenta um conjunto robusto de símbolos para modelagem de diferentes
aspectos de processos de negócio. Como na maioria das notações, os símbolos descrevem
relacionamentos claramente definidos, tais como fluxo de atividades e ordem de
precedência. Em BPMN, raias podem dividir um modelo em várias linhas paralelas.
Cada uma dessas raias é definida como um papel desempenhado por um ator na realização
do trabalho. O trabalho se move de atividade para atividade seguindo o caminho do fluxo
de papel a papel. A forma como os modelos em BPMN são elaborados deve ser guiada por
padrões corporativos, caso a visão de longo prazo seja a construção de um modelo
integrado de negócio. Esses padrões devem reger quando e como as raias são definidas
(papel), como as atividades são decompostas, que dados são coletados na modelagem,
entre outros.
Principais características:
Ícones organizados em conjuntos descritivos e analíticos para atender a diferentes
necessidades de utilização;
Notação permite indicação de eventos de início, intermediário e fim; fluxo de
atividades e mensagens; comunicação intranegócio e colaboração internegócio.
Quando usar:
Para apresentar um modelo de processos para públicos-alvo diferentes;
Para simular um processo de negócio com um motor de processo;
Para gerar aplicações em BPMS a partir de modelos de processos.
Vantagens:
Uso e entendimento difundido em muitas organizações;
Versatilidade para modelar as diversas situações de um processo;
Facilita a modelagem de processos que serão automatizados, pois o mesmo
diagrama gerado pelo negócio pode ser complementado com definições de
tecnologia para automação em um BPMS, reduzindo perda de informação na
migração que poderia ocorrer entre diagramas com notações diferentes.
Desvantagens:
Exige treinamento e experiência para uso correto do conjunto completo de
símbolos;
Dificulta visualização do relacionamento entre vários níveis de um processo;
Diferentes ferramentas podem ser necessárias para apoiar diferentes subconjuntos
da notação.
Fluxograma
Fluxogramas têm sido utilizados por décadas e são baseados em um conjunto simples de
símbolos para operações, decisões e outros elementos de processo. A notação para o
mapeamento de fluxo mais comum foi aprovada como um padrão ANSI em 1970 para
representar fluxos de sistemas. Outras notações de fluxogramas têm sido utilizadas por
engenheiros industriais com símbolos diferentes e esquemas para mapeamentos
específicos. Fluxogramas são usados para descrever o fluxo de materiais, papéis e trabalho
ou a colocação de máquinas, análise de saídas e entradas em centros de expedição.
Há também vários outros símbolos que têm uma adoção menos universal. Círculos podem
representar caminhos convergentes no fluxograma e terão mais de uma seta de entrada,
mas somente uma de saída. Alguns fluxogramas podem ter setas apontando para outras
setas para representar um processo repetitivo (em tecnologia da informação é chamado
de loop). Conectores de página são muitas vezes utilizados para indicar conexão com outra
parte do processo continuado em outra página ou tela.
Principais características:
Usado com ou sem raias;
Muitas variações para diferentes propósitos;
Conjunto central simples de símbolos;
Precursor de notações modernas.
Quando usar:
Para capturar rapidamente um fluxo de processos para compartilhar, onde os
detalhes não exigem documentação;
Para começar um projeto de modelagem onde não haja financiamento disponível
para ferramentas com recursos mais completos;
Para desenvolver diagramas detalhados para uso em codificação tradicional de
sistemas.
Vantagens:
Bem entendido por engenheiros de software e de sistemas;
Em alto nível, ajuda a criar consenso;
Adequado para ilustrações de "caminhos felizes";
Aprendizado rápido;
Suportado por ferramentas de baixo custo, incluindo ferramentas gráficas de uso
geral e de visualização.
Desvantagens:
Apesar da influência dos padrões ANSI, existem muitas variações;
Pode ser impreciso quando usado para descrever processos complexos de negócio;
Objetos não têm um conjunto de atributos descritivos;
Modelos construídos.
Principais características:
O método EPC foi desenvolvido no ambiente ARIS pelo Prof. August-Wilhelm Scheer
no Institut für Wirtschaftsinformatik da Universität des Saarlandes no início da
década de 1990;
Pode ser usado para modelagem, análise e redesenho de processos de negócio ;
Pode ser utilizado com raias verticais ou horizontais;
Possui um conjunto central de símbolos facilmente reconhecidos, ampliado com
vários objetos opcionais ou de uso.
Quando usar:
Vantagens:
Utilizado em várias organizações;
Um EPC adequadamente construído pode ser lido como um conjunto de sentenças;
Pode ser usado como um meio de colaboração entre grupos de especialistas que
possuem pouca experiência com modelos;
É possível melhorar os modelos por meio do uso de objetos opcionais que
descrevem executores, sistemas de apoio, informação ou raias;
Versatilidade para identificação de restrições do processo.
Desvantagens:
Equipes de modelagem devem ser disciplinadas na utilização da notação para evitar
possíveis lacunas lógicas;
Uma aplicação mais robusta é limitada à família ARIS de ferramentas de
modelagem.
Principais características:
Conjunto de técnicas de diagramação e notações relacionadas;
Descreve relacionamentos laterais e de pai-filho;
O conjunto de símbolos varia de acordo com o tipo de modelo;
Um importante subconjunto, SysML, é geralmente utilizado para descrever sistemas
e sistemas de sistemas.
Quando usar:
Desenvolvimento de casos de uso;
Descrição de requisitos de sistemas de informação;
Representação de fluxos de processos de negócio em um nível mais detalhado;
Captura ou desenho de estruturas de dados.
Vantagens:
Comunidade de usuários bem estabelecida;
Utilizada em muitas organizações;
Ampla disponibilidade de referências bibliográficas.
Desvantagens:
Desenhado para modelagem de aplicações de software;
Modelagem de processos de negócio é um uso secundário;
Representações da notação podem variar de ferramenta para ferramenta.
IDEF
Principais características:
Níveis superiores definem o tópico a ser modelado;
Níveis subsequentes mostram a decomposição do nível acima por meio de séries de
caixas; Passos no processo possuem entradas, saídas, controles e mecanismos
representados por setas rotuladas;
Sistema de rotulagem indica o exato relacionamento com o próximo nível acima
(B3.2 é o segundo subpasso de processo do passo de processo B3).
Quando usar:
Pode ser utilizado para qualquer nível de modelagem de atividades;
Em Manufatura Integrada Auxiliada por Computador (ICAM – Integrated Computer
Aided Manufacturing).
Vantagens:
Representação precisa;
Facilidade para seguir a decomposição lógica dos níveis do modelo;
Documentação exaustiva disponibilizada pelo governo federal dos EUA ou fontes de
mercado.
Desvantagens:
Em geral, implementações são visualmente pouco amigáveis;
Notação consistindo principalmente de caixas e setas pode parecer confusa e
poluída.
Mapeamento do fluxo de valor (Value Stream Mapping) é uma técnica utilizada em Lean.
Não devendo ser confundido com notação de cadeia de valor (Value Chain notation), o
mapeamento do fluxo de valor expressa o ambiente físico e o fluxo de materiais e produtos.
Principais características:
Conjunto simples de símbolos
Quando usar:
Para aumentar o envolvimento dos executores do processo em atividades de
análise;
Para ajudar a guiar executores na autoidentificação de oportunidades para
otimização do processo;
Em qualquer projeto que não obrigue o uso de ambientes de modelagem completos;
Em ambientes onde custos do processo e requisitos de tempo são facilmente
identificados.
Vantagens:
Simples e fácil de usar
Desvantagens:
Modelos planos;
Não há repositório;
Impróprio para uso em situações muito complexas.
fonte: Pavani Júnior, Orlando e Scucuglia, Rafael. Mapeamento e Gestão por Processos –
BPM. M. Books do Brasil: São Paulo, 2011
Parte-se do princípio de que todo modelo é uma representação parcial da realidade, sendo
impossível representar com clareza toda a complexidade do processo real em modelos.
Pode-se dizer que o propósito da modelagem é fornecer uma visão simplificada, mas
integrada, dos processos da organização para uma finalidade predeterminada. Aqueles que
argumentam por sua utilidade pressupõem que, devido à complexidade da realidade,
torna-se difícil compreender o que realmente está acontecendo sem o apoio de um modelo,
ainda que ele sempre apresente apenas uma parte dessa realidade.
2.3.2 As Is versus To Be
No AS-IS, são realizados o levantamento de informações e a diagramação dos processos
da forma como ele são executados atualmente na organização, com a descrição das
atividades em sequência lógica e cronológica, permitindo uma visão integrada do
encadeamento do trabalho executado. O mapeamento de processos permite compreender,
comunicar e gerenciar processos de negócios e seus componentes. É o conjunto de
atividades envolvidas na criação de representações de processos existentes. Pode prover
uma perspectiva ponta a ponta ou uma porção dos processos primários, de suporte ou de
gerenciamento. A etapa de mapeamento está dividida em quatro macroatividades:
Análise documental;
Desenho;
Fatores de desempenho de processos;
Constatações, riscos e impactos.
Essas atividades fornecem uma visão e entendimento do processo e habilita: Análise,
desenho, automatização e medição.
Por meio desta etapa, a organização repensa os processos existentes para entregar maior
valor para o cliente. Tipicamente, no redesenho de processos de negócio adota-se um novo
sistema de valores que coloca maior ênfase nas necessidades dos clientes. O redesenho
de processos tem como objetivo principal melhorar os processos de negócio de ponta a
ponta dentro da organização, trazendo como benefícios a redução dos custos e tempo de
ciclo (ao eliminar atividades improdutivas) e a melhoria da qualidade (ao reduzir a
fragmentação do trabalho), estabelecendo a todos clara responsabilidade pelos processos.
Antes da inserção das melhorias, a equipe responsável pela modelagem deve validar com
as áreas envolvidas sua forma de implantação. E analisar, junto à equipe de infraestrutura
de TI, a possibilidade de inserção de ferramentas de automação.
Após a revisão do modelo AS-IS, a equipe envolvida deve realizar uma reunião para análise
dos ambientes interno e externo da organização para captar dados que influenciam no
processo, como forças, fraquezas, oportunidades e ameaças. A partir dessa análise,
levantam-se as propostas de melhorias para o processo. No entanto, essas melhorias
devem estar de acordo com as normas e regulamentações da organização.
Raias de piscina não representam uma notação específica, mas uma construção útil para
outras notações. Introduzidas por Rummler and Brache, raias são um complemento a
"caixas e setas" que representam como os fluxos de trabalho cruzam funções ou
transferem o controle de um papel para outro. Realizado por meio da utilização de linhas
dispostas horizontal ou verticalmente (raias), representam uma área funcional, papel ou,
em alguns casos, organização externa. Essas linhas lembram as faixas de marcação em
piscinas de natação. Ao organizar o fluxo de atividades e tarefas entre essas linhas é mais
fácil visualizar handoffs no trabalho, um aspecto-chave da análise de processos de
Rummler-Brache que se concentra em minimizar e gerenciar handoffs. Raias de piscina
são muitas vezes incorporadas no BPMN, EPC, UML ou fluxogramas como meio para definir
o executor responsável pela realização de uma ou mais atividades.
Principais características:
As raias representam executores ou combinações de executores;
Raias podem indicar papéis, organizações, sistemas ou qualquer outro executor, ou
ainda uma combinação deles.
Quando usar:
Para distinguir claramente em que ponto a responsabilidade pela execução é
transferida; Para aumentar o entendimento entre as partes interessadas no
processo.
Vantagens:
Auxilia a colaboração na medida em que os executores do processo são capazes de
distinguir seus papéis em relação aos demais;
Define claramente os pontos de handoff em um processo;
Pode descrever fluxos de precedência operacional, material e mensagens.
Desvantagens:
Torna-se complexo em áreas em que a responsabilidade pelo desempenho é
compartilhada;
Em certos casos, pode preservar uma mentalidade de silo de processo.
Os modelos DMAIC (Six Sigma), Kaizen, Prêmio Melhores em Gestão da Fundação Nacional
da Qualidade, Mamp (Método para Análise e Melhoria de Processos) e Masp (Método para
a Solução de Problemas) tem como base as 4 etapas do PDCA:
No modelo Six Sigma (Seis Sigma), a metodologia DMAIC é uma associação com o Ciclo
PDCA feita través das seguintes etapas, conforme a figura 16 a seguir:
Outro método muito utilizado por indústrias e serviços é o Masp (Método para a Solução
de Problemas – Masp) que trabalha com 8 etapas baseadas no Ciclo PDCA, referentes ao
tratamento de problemas, conforme a Figura 17 a seguir:
A concepção do Método para Análise e Melhoria de Processos – Mamp também teve como
base o Ciclo PDCA. É resultado da experimentação prática a partir de implantações levadas
a efeito em diversas indústrias e empresas de serviços, instituições públicas e privadas, de
pequeno, médio e grande porte em diversos estados do Brasil. Com base nas observações
realizadas definiu-se que as etapas e as ferramentas mais recomendadas para uso em tão
amplo espectro deveriam ser divididas em 18 etapas referentes a análise e melhoria de
processos, detalhadas na figura 17 a seguir.
Uma vez escolhido o processo a ser melhorado, a equipe ou comitê de melhoria começa
seu trabalho pela etapa de CONHECER O PROCESSO, isto é, fazer um mapeamento do
passo a passo do processo como é feito atualmente. Os analistas de processos classificam
esse momento como “AS IS” (como o processo é hoje). A expressão “TO BE” é utilizada
para descrever como será o processo após as melhorias efetuadas.
Que insumos são requeridos para que as atividades possam ser realizadas?
Outra ferramenta usada com muita frequência nesta etapa para se detalhar uma rotina
que será normalizada é o Fluxograma, que pode ser utilizado junto com a técnica 5W1H
no mapeamento do processo.
A figura 18 ilustra simbologia básica que pode ser usada na Fluxogramação de processos.
Benchmarking
Benchmark pode ser definido como: “processo e, portanto, repetitivo e contínuo que requer
um planejamento adequado e uma execução estruturada para obter e incorporar melhores
práticas e os melhores desempenhos existentes dentro e fora da organização” (FNQ:2019).
São vários os tipos de estudo e aprendizado nos quais o Benchmark pode ser utilizado.
Para explorar o potencial destes estudos é importante saber quais tipos e categorias de
estudos fazem parte e que melhor se aplica para aquela situação.
Após reflexão sobre os melhores tipos a serem utilizados pois dependendo do estudo pode-
se utilizar mais de, segue abaixo o que é caracterizado como as principais etapas de um
bom projeto e processo de Benchmark:
Como o Benchmarking envolve cada vez mais troca de informações entre organizações,
deve-se tomar todos os cuidados possíveis inclusive para evitar compliance nas empresas,
há a necessidade de manter uma conduta ética na realização dos estudos e na condução
das entrevistas, o código de ética da ESOMAR-Traduzido em: Sociedade Europeia de
Pesquisa de Opinião e Marketing, é um bom instrumento a ser utilizado ao se entrevistar
pessoas durante às eventuais visitas.
Princípio da legalidade;
Princípio da troca;
Princípio da confidencialidade;
Princípio do uso;
Princípio do contato;
Princípio da preparação;
Princípio da conclusão;
Princípio da ação.
O Benchmarking também pode ser realizado após a implantação das melhorias de forma
a comparar um processo já otimizado com as melhores práticas existentes. Pode ser
interno ou externo.
A identificação de problemas pode ocorrer por várias técnicas: observação visual, avaliação
dos resultados dos indicadores, resultados das pesquisas de opinião, percepção de
funcionários que lidam diretamente com os clientes e deles recebem reclamações, etc.
Outra ferramenta que pode ser usada é o Brainstorming, considerando-se como tema para
se identificar problemas perguntas do tipo “o que mais irrita o cliente desse processo?” ou
“o que acontece de errado no processo?”.
No gerenciamento de processos, essa técnica pode ser utilizada para identificar problemas,
causas ou soluções. Para que seja bem-sucedido, o brainstorming requer alguns cuidados:
Quantidade é importante: quanto mais ideias forem produzidas pelo grupo a respeito do
assunto tema, melhores serão os resultados e as chances de se escolher boas ideias;
Não se deve policiar as ideias, devem ser evitados comentários irônicos quando uma ideia
for dada por um dos participantes, ou argumentar-se que aquela não vale, pois já foi dita
anteriormente ou não se aplica ao tema proposto etc.
Uma das técnicas muito utilizada para a priorização de problemas é a Matriz GUT, que
considera como critérios de priorização a gravidade de um problema, sua urgência para
ser resolvido e a tendência que pode adquirir no futuro. A Matriz GUT é qualitativa e só
serve para priorizar problemas. Tendo por base a pontuação de 5 a 1, em ordem
decrescente de significado, cada problema será avaliado de forma isolada nesses critérios
e comparado com os outros constantes da Matriz. Pode repetir notas, pois a gravidade,
Para priorizar os problemas também pode ser utilizada a técnica Matriz Básico, explicada
na etapa de PRIORIZAÇÃO DE SOLUÇÕES.
Uma vez priorizados os problemas, a próxima etapa é de IDENTIFICAR CAUSAS. Para isso,
mais uma vez o Brainstorming pode ser usado, lançando-se como tema a seguinte
pergunta: “o que leva este problema a ocorrer?”.
Em alguns casos, pode ser necessário se identificar a causa raiz do problema utilizando-se
a técnica dos 5 Porquês (5 Whys), decompondo-se sucessivamente uma causa até se
chegar a causa elementar. Por exemplo, se o problema for “longo tempo de espera na fila”:
Por que o cliente fica um longo tempo na fila? Porque não há caixas suficientes para atender
o público; por que não há caixas suficientes? Porque houve demissão e não foi reposto o
quadro. Por que não foi reposto o quadro? Por causa da política de contenção de despesas
da empresa. Em geral, até se chegar ao quinto “porquê”, identificou-se a causa raiz do
problema e é nesta causa raiz que se deve atuar para resolver o problema.
Conhecidas as causas que levam o efeito (ou problema) a ocorrer, começa a etapa de
PRIORIZAR CAUSAS a fim de selecionar aquelas mais prováveis entre todas as levantadas.
As técnicas utilizadas para isso são: Folha de Verificação e Diagrama de Pareto (se as
causas forem quantitativas), votação simples ou votação múltipla.
As etapas da MELHORIA DE PROCESSO se referem a Etapa A (Act) do Ciclo PDCA por ser
tratar de uma ação corretiva do processo, ou também podem ser associadas a Etapa P
(Plan) que se refere a definição de metas e métodos para um novo processo.
Realizar o benchmarking nesta etapa auxilia na obtenção de novas ideias praticadas por
empresas líderes de mercado e que podem ser adaptadas/melhoradas para implantação.
Para cada solução colocada na matriz, a equipe deve fazer os seguintes questionamentos
nos critérios da matriz:
A Matriz Basico pode ser usada, igualmente, para se priorizar processos ou problemas,
mudando-se apenas a forma de se formular as perguntas para o preenchimento da matriz.
A elaboração de um Plano de Ação se insere nas etapas A (Act) e P (Plan) do Ciclo PDCA
uma vez que são ações corretivas para as causas e problemas identificados e devem ser
planejadas para sua implantação.
Por que essa solução foi desenvolvida (razões analisadas nas etapas de identificação de
problemas e de causas, resultados esperados, economia e objetivos a serem alcançados,
especificando-se sempre que possível dados mensuráveis e prazos)?
Quando será feito (data de início e término da implantação, devendo ser evitadas
expressões do tipo “imediatamente”, “em curto prazo” ou “logo após a aprovação da
diretoria”, por serem vagas e não gerarem comprometimento imediato)?
Obs.: Note que há uma diferença entre as técnicas 5W1H e 5W2H. A primeira é utilizada
no mapeamento de processos, levantamento de dados. A 5W2H é para a elaboração de
planos de ação, projetos de melhoria.
De forma resumida, um Plano de Contingências tem como objetivo evitar que problemas
venham a ocorrer durante a implantação do Projeto de Melhoria (ou Plano de Ação). Esse
plano também é conhecido como Análise de Problemas Potenciais, do inglês Potential
Problems Analysis.
Na etapa P(Plan) do PDCA, o grupo deve documentar o processo elaborando uma Norma
ou Procedimento Operacional Padronizado (POP) que regulamentará o processo e dará a
garantia da qualidade e produtividade requeridas. A etapa seguinte correspondente ao
D(Do) será treinar a equipe envolvida na execução da nova solução, obter a aprovação,
implantar a melhoria, medir com os Indicadores (KPIs) e comparar os resultados obtidos
com as metas propostas. Caso os resultados não sejam os desejados, deverá ser iniciado
novo ciclo de análise e melhoria do processo.
Uma informação documentada deve atender a uma necessidade real, registrar uma solução
aceitável, gerar benefícios para a empresa e o cliente. Pode ser emitida em forma impressa
ou disponibilizada em meio digital.
As influências ambientais com outras partes interessadas como, por exemplo, governos
podem ser representados em retângulos na parte superior do Mapa.
A sua construção segue uma sequência da esquerda para a direita, que é representada por
três atores: fornecedores, organização/empresa e clientes. O Relationship Map possibilita
enxergar o trabalho no nível da organização, todavia não mostra explicitamente as
atividades do trabalho e sim as conexões entre os inputs (entradas) e outputs (saídas) que
circulam entre as unidades ou funções da organização.
A Figura 25 ilustra os tipos de rupturas que podem ser identificadas com a utilização do
Mapa.
Existem várias definições para a palavra foco, mas um bom ponto de partida é uma
definição simples, tal como: “Foco: fazer o que deve ser feito”.
Em quase qualquer sistema, há uma variedade de medidas que podem contribuir para seu
desempenho. Então, qual é dificuldade na focalização? Na verdade, não se pode utilizar
todas as medidas favoráveis porque não há tempo suficiente, dinheiro suficiente ou
recursos suficientes. Porém, quanto mais fizermos, melhor. Essa visão ingênua foi
destruída por Pareto em sua regra comumente denominada 80/20. O que Pareto
demonstrou é que 20% dos elementos contribuem para 80% do impacto. Por isso, quando
não podemos fazer tudo, é extremamente importante escolhermos de modo apropriado o
que fazer; é extremamente importante decidirmos em que devemos focalizar.
Entretanto, como o próprio Pareto ressaltou, a regra 80/20 aplica-se apenas quando não
há nenhuma interdependência entre os elementos do sistema. Quanto mais
interdependências (e quanto maior a variabilidade), mais extrema se torna a situação. Nas
organizações, existem inúmeras interdependências e uma variabilidade relativamente alta;
por isso, o número de elementos que determinam o desempenho do sistema – o número
de restrições – é extremamente pequeno. Empregando o vocabulário de Pareto, poder-se-
ia afirmar que, nas organizações, 0,1% dos elementos determinam 99,9% do resultado.
Essa constatação dá um novo significado à palavra foco.
Não existe um equívoco mais grave do que equiparar uma não restrição a algo não
importante. Ao contrário, em virtude das dependências, ignorar uma não restrição pode
afetar a restrição a ponto de o desempenho global do sistema ser seriamente prejudicado.
É fundamental notar que a ideia prevalecente de que “mais é melhor” está correta apenas
para as restrições, mas não para a vasta maioria dos elementos do sistema – as não
restrições. Para as não restrições, o conceito de “mais é melhor” está correto apenas dentro
de um limiar. Contudo, acima desse limiar, mais é pior. Esse limiar é determinado pelas
interdependências para com as restrições e, portanto, não pode ser determinado
analisando a não restrição separadamente. No caso das não restrições, o ótimo local não
é igual aos ótimos globais; nas não restrições, “mais” não se traduz necessariamente em
melhor desempenho do sistema como um todo.
Em pouco tempo, a constatação do impacto fundamental dos gargalos deu origem a uma
série de medidas que anteriormente eram consideradas ineficazes e agora foram
reconhecidas como as medidas mais importantes a serem tomadas. “O que deve ser feito”
ganhou nesse momento um novo significado.
Não menos importante foi o reconhecimento de que é impraticável monitorar cada não
gargalo separadamente e, por conseguinte, a criação e implementação de um sistema para
evitar a produção em excesso desses não gargalos tornou-se fundamental [tambor-
pulmão-corda (TPC) e o gerenciamento de pulmões (GP)]. A percepção sobre “O que não
deveria ser feito” era ainda mais tentadora.
No ambiente de projetos, a restrição não são os gargalos, mas o caminho crítico (ou, mais
precisamente, a corrente crítica). Na distribuição, a restrição não tem nada a ver com
gargalos. É o caixa (atacadistas) ou número de clientes que entram na loja (varejo). O
termo gargalo ou ponto de estrangulamento começou a passar uma ideia enganosa. Assim,
foi necessário substituí-lo pela palavra restrição, que tem um caráter mais amplo. Foi nessa
época (1987) que a expressão teoria das restrições foi cunhada e uma verbalização precisa
do processo de focalização foi formalizada – os cinco passos de focalização (5PFs).
Isso não foi suficiente. Aplicações para uma orientação apropriada sobre as não restrições
na distribuição (bloquear a tendência a impelir a mercadoria para o ponto de venda –
reposição para o consumo diário) e nos ambientes de projeto (bloquear a tendência a
proteger as atividades individuais – gerenciamento de projeto pela corrente crítica) tiveram
de ser desenvolvidas integralmente.
Somente quando outros ambientes, além da produção, estavam tentando utilizar a TOC é
que a mudança de paradigma determinada pela definição mais estreita de foco irrompeu
plenamente. Para focalizar apropriadamente, foi necessário responder as seguintes
perguntas: Como identificamos uma restrição? Quais decisões permitirão melhorar o
aproveitamento dessa restrição? Como determinamos a forma adequada de subordinar as
não restrições às decisões referentes à restrição? Como desvendamos as formas mais
eficazes de elevar a restrição? Tornou-se óbvio que mesmo as melhores práticas
disponíveis não estavam oferecendo as respostas necessárias, e confiar na intuição não
era suficiente.
Para obter o foco necessário, era necessário verbalizar claramente a vantagem competitiva
resultante. Não se tratava de algo trivial. O que obscureceu a visão foi o fato de que as
mesmas melhorias nos processos operacionais originavam não apenas uma, mas várias
vantagens competitivas (distintas em função dos produtos da empresa e da característica
de seus clientes). Atualmente, várias fronteiras novas e importantes estão clamando por
respostas. E é de se supor que isso sempre ocorrerá desde que continuemos sendo bons
cientistas.
Acredita-se que o segredo de ser um bom cientista não está em nossa capacidade mental.
Temos o suficiente. É necessário examinar a realidade e pensar lógica e precisamente
sobre o que vemos. O principal ingrediente é ter coragem de encarar as inconsistências
entre o que vemos e deduzimos e a forma como as coisas são feitas. Contestar as hipóteses
básicas é essencial para criar ideias revolucionárias. Quase todo mundo que já trabalhou
em uma fábrica sente-se no mínimo incomodado em usar as eficiências da contabilidade
de custos para controlar nossas ações. Contudo, poucos contestaram diretamente essa
vaca sagrada. O avanço do conhecimento exige que contestemos as hipóteses básicas
sobre como o mundo é e por que ele é assim. Se conseguirmos compreender melhor nosso
mundo e os princípios que o governam, suponho que nossa vida será melhor.
Padrões – são valores particulares dos índices definidos como referencial para um
processo.
Segundo a Fundação Nacional da Qualidade - FNQ (Ebook #3, 2014), “indicador é uma
informação quantitativa ou qualitativa que expressa o desempenho de um processo, em
termos de eficiência, eficácia ou nível de satisfação e que, em geral, permite acompanhar
sua evolução ao longo do tempo e compará-lo com outras organizações”. O velocímetro
do carro, por exemplo, é um indicador de velocidade e correlaciona duas unidades de
medida, espaço e tempo.
O uso de KPIs possibilita maior segurança nas decisões e no entendimento das melhorias,
maior controle dos desvios e maior agilidade na adoção de medidas preventivas ou
corretivas. Os indicadores devem ser usados para medir processos relevantes,
significativos e incentivar a medição por parte de quem executa o processo. Os indicadores
precisam ser bem entendidos e aceitos pelo pessoal envolvido com sua obtenção de forma
a minimizar resistências.
TOTAL DE ERROS/DESVIOS/PROBLEMAS
X 100
TOTAL PRODUZIDO
Por correlacionar duas unidades de medida similares, a relação deve ser multiplicada por
100 para se obter um resultado percentual.
Exemplo:
Note que os indicadores podem ser usados pelo lado negativo (não-conformidades) ou
positivo. A diferença entre uma abordagem e outra é que o uso do indicador de não-
qualidade motiva a equipe à melhoria do processo de forma a se reduzir prejuízos e
A abordagem pelo lado da não-conformidade no exemplo acima, poderia revelar que 10%
dos alunos treinados foram reprovados em um determinado curso ou período.
Matematicamente é a mesma coisa dizer-se que 90% dos alunos foram aprovados. O efeito
psicológico na equipe é que difere substancialmente.
Ip = 400/5 = 80 páginas/digitalizador/hora
Observe que este resultado não é representado em percentual e sim pela relação entre as
duas medidas de desempenho distintas entre si.
Assim, temos:
TOTAL PRODUZIDO
RECURSOS CONSUMIDOS
Exemplo:
TOTAL PRODUZIDO
INTERVALO DE TEMPO
Exemplo:
SIGLA: Sigla do Indicador, que deve ser única na empresa (ex: IPA)
OBJETIVO: Qual o objetivo do Indicador. Deve ser descrito com tempo de verbo no
infinitivo, em uma só sentença, com verbos do tipo medir, apurar, mensurar, obter, etc.
Não use verbos do tipo aumentar, reduzir, melhorar, etc.
FONTE: Quem fornecerá os dados para a obtenção do Indicador (pode ser pessoa, cargo,
área, documento, sistema, etc.)
DESTINO: Quem receberá os resultados do Indicador (pode ser também pessoa, cargo,
área, sistema, etc., exceto documento).
Outra aplicação dos Indicadores refere-se à Pesquisa de Satisfação dos Clientes. Por avaliar
dados subjetivos, os indicadores são obtidos a partir de questionários ou entrevistas
constituídos por quesitos básicos que possibilitem a análise dos eventuais problemas
apontados e a adoção de medidas que os solucionem, eliminando os motivos de
insatisfação dos clientes.
2.4.4 Dashboards
Um dashboard, no contexto de TI, é um painel visual que apresenta, de maneira
centralizada, um conjunto informações: indicadores e suas métricas. Essas informações
podem ser tanto indicadores da área de TI como de gestão empresarial.
Dessa maneira, por meio do dashboard, ele terá uma noção global dos processos do seu
negócio, podendo visualizar também, de forma dinâmica e objetiva, dados referentes a
projetos específicos.
Um dashboard com enfoque em questões técnicas, infraestrutura por exemplo, serve para
a análise do desempenho e da disponibilidade de dispositivos, aplicações e das tecnologias
aplicadas aos processos da empresa. Já os dashboards para a gestão de negócios oferecem
um panorama dos indicadores da performance geral da organização nessa área.
Por meio desses dados agrupados e disponíveis, é possível planejar e implementar melhorias
nos processos, corrigir falhas e pensar novas estratégias.
Qualquer tipo de informação pode ser configurada para exibição em um dashboard, desde
que tenha valor para o negócio ou gestão. Alguns exemplos: taxa de ROI sobre projetos,
informações sobre compras em sua loja virtual, desempenho de unidades filiais da empresa,
detalhes sobre a disponibilidade de equipamentos, dados sobre atendimento aos clientes
(ex: service desk), funcionamento de sistemas críticos, entre diversos outros parâmetros.
E não para por aí: com dashboards também é possível exibir dados sobre processos de
produção e vários indicadores de desempenho fabril, como índices de desperdício de
matérias-primas, relatório de máquinas ociosas, entre outros.
Além disso, o gestor pode optar pela visualização desses dados de forma geral ou com
informações segmentadas por categorias. Também pode acompanhar indicadores
atualizados em tempo real (near-real-time) ou consolidados periodicamente, esses
geralmente gerados por ferramentas de business intelligence.
Entretanto, mudança pode (e deve) ser gerenciada. Pode ser intencional e planejada. Pode-se
dizer que, hoje, gerenciar processos é gerenciar mudanças. Para isso é importante começar
com um de questionamento crítico: por que mudar o processo? (qual a motivação original?),
para que mudar o processo? (qual a finalidade? Qual a transformação enriquecedora que ser
quer obter?). Com isso pode-se descobrir as forças restritivas e as forças impulsionadoras para
as mudanças dos processos a fim de responder a terceira pergunta: como mudar? (qual o
caminho?).
Ação de
atual
qual o antigo não mais
mudança
O ambiente organizacional
O ambiente organizacional é um caldo de interações humanas complexas com impacto direto
no clima organizacional, na energia produtiva das pessoas e, por consequência, nos processos
de trabalho e seus resultados. Sob esse ponto de vista, é possível afirmar que seria muito
interessante que toda pessoa inserida no ambiente organizacional (líder ou não) tivesse pelo
menos uma pequena noção a respeito de como as pessoas interagem e se comportam a fim
de buscar construir relações interpessoais produtivas.
Necessidade ou desejo?
pode entregar. Desejo é o que a pessoa quer, necessidade é o que ela precisa e nem sempre
se trata da mesma coisa.
O problema aumenta quando observamos que o desejo pode ser influenciado pelos estímulos
do ambiente. Exemplificando, uma pessoa tem uma determinada necessidade, digamos que
está com muita sede. Ao colocarmos um copo de água na sua frente provocamos uma tensão,
uma insatisfação que faz aflorar o desejo de beber a água. Essa é a estratégia dos comerciais,
eles provocam o nosso desejo para o produto anunciado. Outro exemplo, quando uma pessoa
compra um carro de luxo, está comprando um veículo para levá-lo do ponto A para o ponto B
(necessidade), mas também a possibilidade de exibir um status elevado (desejo). É claro que
a resposta ao estímulo externo (beber a água ou comprar o carro de luxo) está condicionada
às atitudes e comportamentos da pessoa.
De fato, o RH não é custo e gerenciar pessoas é o trabalho do gestor, não do RH. Esse olhar
destaca a importância que a Gestão de Pessoas, especialmente a Gestão por Competências,
tem na Gestão por Processos, como uma resposta aos desafios estratégicos. Contudo, algumas
perguntas ainda incomodam algumas organizações: será possível conectar claramente tema
tão subjetivo quanto “Gestão de Pessoas por Competências” com os resultados operacionais
dos processos e, claro, financeiros? Os conceitos de Gestão por Competências estão maduros
e se aplicam a qualquer tipo de organização? É possível medir competências? A experiência
mostra claramente que sim. Entretanto, é necessário trabalhar com uma metodologia com
2
BPM-CBOK (Business Process Management Common Book of Knowledge) manter o padrão para as demais
citações
bom embasamento conceitual, mas apoiada na prática, que faça a conexão clara e direta entre
os processos de trabalho (o que as pessoas realmente realizam) e as competências
profissionais requeridas para realizá-los com eficiência e com eficácia. Tudo isso sustentado
por princípios gerais que mostrem claramente o que a organização espera e o que oferece a
seus colaboradores, explicitados em uma Política de Gestão de Pessoas. É importante reforçar
esse ponto pois, o que se observa, muitas vezes, é chamar de “gestão por competências” nada
mais, nada menos, do que uma relação de características pessoais genéricas, sem conexão
com a estratégia organizacional, com os processos de trabalho e com o cotidiano das pessoas,
travestida de perfil de competências. Sem uma Política de Gestão de Pessoas corre-se o risco
de se navegar à deriva sem um verdadeiro processo de Gestão de Pessoas por Competências.
O que é competência
Competência é uma palavra que pode levar a um entendimento equivocado, pois ela pode ser
interpretada como um conjunto de atribuições (...compete a fulano as seguintes
responsabilidades...). Outra armadilha é interpretar como incompetente a pessoa que não
possui certo conjunto de competências – na verdade essa pessoa possui apenas lacunas de
competências, ou seja, oportunidades de desenvolvimento profissional.
Em gestão de pessoas a maioria dos autores define competência como a combinação sinérgica
de “conhecimentos, habilidades e atitudes” (CHA). Porém, a pessoa pode ter conhecimentos,
habilidades e atitudes e, ainda assim, não obter o resultado requerido. Le Boterf3 associa
competência àquilo que a pessoa realiza no trabalho, já Joel Dutra4 fala em “competência em
ação”, ou seja, é necessário conectá-las aos processos de trabalho e seus resultados. E para
verificar se as competências estão “em ação” é necessário medi-las. Essa visão nos leva a
observar que a definição tradicional de competência (CHA) é conceitualmente correta, mas
pouco prática quando se quer aplicar algum critério de medição, ante a impossibilidade de se
medir “atitude”5. No entanto, pode-se observar o comportamento decorrente. Dessa forma, a
definição de competência ganha um caráter mais prático ao considerar o comportamento como
um dos seus aspectos. Nesse novo entendimento competência é a “combinação sinérgica de
conhecimentos, habilidades e comportamentos”.
3
Le BOTERF, Guy. Desenvolvendo a competência dos profissionais. Porto Alegre: Artmed, 2003
4
DUTRA, Joel de Souza. Competências: conceitos e instrumentos para a gestão de pessoas na empresa
moderna. São Paulo: Atlas, 2004
5
Estado de disponibilidade psicofísica, marcado pela experiência, que exerce influência direta e dinâmica no
comportamento - https://houaiss.uol.com.br/corporativo/apps/uol_www/v5-4/html/index.php#1 e HOUAISS,
2001, p. 335
Ou seja, os fatores que transformam um grupo em uma equipe de alta performance são a
emoção (motivação) e a intenção (objetivos claros). Sem esses dois fatores teremos
apenas um conjunto de indivíduos sem grandes possibilidades de conseguir resultados
concretos. O Líder deverá mobilizar o grupo (motivação) na direção de um objetivo comum
(a intenção).
A experiência mostra que os maiores desafios da gestão, em especial da gestão por processos
está mais no campo cultural e comportamental do que no técnico, ou seja, crenças e valores
grupais internalizados em cada colaborador que influenciam o comportamento individual e
podem funcionar como facilitador ou dificultador da gestão.
Essas crenças e valores formam a cultura organizacional que, de uma maneira geral, emerge
espontaneamente a partir dos hábitos e costumes da comunidade interna da organização. É
expressa pela maneira como ela faz seus negócios e trata seus stakeholders. Alguns aspectos
da cultura organizacional são percebidos mais claramente, são os artefatos culturais visíveis
(estilo das instalações, dress-code, placas de aviso, etc. bem como normas e regulamentos).
Outros aspectos são mais difíceis de serem identificados e interpretados, são os artefatos
culturais invisíveis (interações informais, agendas ocultas, distribuição velada do poder, etc.)
e é onde reside o maior foco de resistência ao novo.
É importante que a organização identifique a sua cultura organizacional atual e, caso seja
necessário e conveniente, a partir de seu direcionamento estratégico, incentivar seus
colaboradores na direção desejada. Para isso pode-se adotar algumas medidas práticas, por
exemplo, se são desejáveis processos mais flexíveis pode-se adotar horários mais flexíveis;
caso seja necessário melhor controle, uma estrutura organizacional funcional com normas e
regulamentos bem claros ajuda; se o almejado é uma cultura mais criativa e inovadora
espaços multifuncionais onde os colaboradores possam fazer uma pausa e jogar jogos
eletrônicos (no horário do expediente!) pode ser interessante. O trabalho remoto, com
interação online, tanto pode servir para aproximar pessoas distantes como distanciar pessoas
próximas, dependendo de como ele é usado. De qualquer forma, sempre é muito importante
que a organização deixe muito claro o que espera e o que oferece a seus colaboradores, por
meio de uma Política Organizacional e uma Política de Gestão de Pessoas claras, conhecidas e
entendidas por todos.
2.6 Conclusão
Chegando ao final da leitura desta apostila, é a hora na qual você, leitor, deve fazer um
balanço de todos os conceitos que foram apresentados ao longo dos capítulos, tentar
integrá-los num todo coerente, buscando uma visão sistêmica da aplicação das
ferramentas de desenvolvimento da gestão estratégica nas organizações e melhoria de
seus processos.