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Adicionalmente, qualquer problema com sua turma/curso deve ser resolvido, em primeira
instância, pela secretaria de sua unidade. Caso você não tenha obtido, junto a sua
secretaria, as orientações e os esclarecimentos necessários, utilize o canal institucional da
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SUMÁRIO
1. PROGRAMA DA DISCIPLINA
1.1 Ementa
Teoria Geral do Direito Societário. Breve abordagem histórica. Empresa e
empresário. Estabelecimento empresarial. Aviamento. Clientela. Freguesia. Trespasse.
Teoria da preservação da empresa. Função social. Empresário individual. Eireli.
Sociedades. Sociedades despersonificadas. Sociedade em comum. Sociedade em conta de
participação. Personalidade jurídica. Pessoa jurídica. Espécies de sociedades
personificadas. Sociedade em comandita simples. Sociedade em nome coletivo. Sociedade
limitada. Sociedade por ações. Teoria ato ultra vires. Desconsideração da personalidade
jurídica.
1.3 Objetivos
1.5 Metodologia
Adota-se a metodologia participativa na qual as aulas ministradas visam possibilitar
a participação ativa dos alunos não somente na construção e apreensão de conceitos
trabalhados ao longo do curso, mas também na aplicação destes conceitos às suas
atividades práticas. As primeiras aulas serão importantes para firmar os conceitos básicos
da matéria
2.1 Sessão 1
1
VENOSA, Silvio de Salvo e RODRIGUES, Cláudia. Direito Empresarial, São Paulo: Editora Atlas, 2018, p 15-16
2
Ibid., p. 15-16
3
RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Direito Empresarial, São Paulo: Editora Atlas, 2017, p. 42
4
VENOSA, Silvio de Salvo e RODRIGUES, Cláudia. Direito Empresarial, São Paulo: Editora Atlas, 2018, p 15-16
5
Ibid, p. 15-16
6
CARVALHOSA, Modesto (Coord). Tratado de Direito empresarial. Vol1. Teoria da empresa. Revista dos tribunais,
2016, p.91.
7
NEGRÃO, Ricardo. Manual de Direito Empresarial, São Paulo: Editora Atlas, 2018, p 34-35
8
LAMY FILHO, Alfredo; PEDREIRA, José Luiz Bulhões. A Lei das S.A. 3. ed. V. I. Rio de Janeiro: Renovar, 1997.
p. 97.
9
BORBA, José Edwaldo Tavares. Direito Societário. 10. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2007. p. 14.
10
BORBA, José Edwaldo Tavares. Direito Societário. 10. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2007. pp. 24-25.
11
BULHÕES PEDREIRA, José Luiz. Finanças e Demonstrações Financeiras da Companhia. Rio de Janeiro: Forense,
1989.
12
BULHÕES PEDREIRA, José Luiz. Finanças e Demonstrações Financeiras da Companhia. Rio de Janeiro: Forense,
1989
13
Ibid.
14
COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de Direito Comercial. 23. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. pp. 77
15
Ibid.
De acordo com o art. 1142 do Código Civil, que se inspirou no Código Civil Italiano,
o estabelecimento é todo complexo de bens organizados, para exercício da empresa, por
empresário, ou por sociedade empresária”.
Convém destacar que a esta reunião de bens, corpóreos ou incorpóreos, também
pode dar-se a nomenclatura de “fundo de comércio”, que é adotada na doutrina brasileira,
em virtude de influência do direito francês, assim como se pode denominar esta reunião
de bens como “azienda”, em razão da influência do Direito Italiano.
Considerável parte da doutrina brasileira tem entendido que a expressão “fundo de
comércio” quer exprimir o “goodwill”, isto é, o aviamento do estabelecimento, que consiste,
nas palavras de Alfredo de Assis:
[...] Na sua aptidão para produzir bons resultados futuros e que leva
em conta diversos fatores e qualidades que o estabelecimento pode
apresentar, tornando-o mais valioso do que a simples somatória do
valor de conjunto dos bens que o compõe. É neste sentido que se
fala em indenização pela perda do fundo de comércio nas
desapropriações que atinjam bens onde estão abertas casas
comerciais e é também neste sentido que o vocábulo é empregado
na determinação dos haveres do sócio falecido, que se retira da
sociedade ou que é dela excluído. 16
16
GONÇALVES NETO, Alfredo de Assis. Direito de Empresa: comentários aos artigos 966 a 1.195 do Código Civil.
3. ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010.
17
GONÇALVES NETO, Alfredo de Assis. Direito de Empresa: comentários aos artigos 966 a 1.195 do Código Civil.
3. ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010.
18
CAMPINHO, Sérgio. Direito de Empresa à Luz do Novo Código Civil. 11. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2010.
19
COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de Direito Comercial. 23. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. pp. 92-93
20
COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de Direito Comercial. 23. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. p. 93.
21
REQUIÃO, Rubens, 1918. Curso de direito comercial. 1. v. 28. ed. rev. e atual. por Rubens Edmundo Requião.
São Paulo: Saraiva, 2009. p. 304.
Para esse ponto comercial receber tutela do art. 51 da Lei de Locações é preciso
que sejam observados os seguintes requisitos:
a) o contrato de locação comercial tenha sido celebrado por escrito
e com prazo determinado; b) o prazo mínimo do contrato a renovar
ou a soma dos prazos ininterruptos dos contratos escritos seja de
cinco anos; c) o locatário esteja explorando sua atividade
empresarial, no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e ininterrupto de
três anos.
2.1.4 Aviamento
A doutrina, capitaneada por Sérgio Campinho, Rubens Requião e Alfredo de Assis
Carvalho de Mendonça, converge no sentido de desassociar o aviamento dos bens
imateriais que compõem o estabelecimento comercial.
Assim, o aviamento decorre da reunião de diversos fatores, como materiais,
imateriais e pessoais, os quais permitem que o estabelecimento tenha como resultado o
lucro. 24
Alfredo de Assis traz, ainda, a seguinte subdivisão do aviamento:
[...] A maneira como ficam organizados os bens para o exercício da
atividade, sua disposição na loja, a espécie ou qualidade das
mercadorias ou produtos que são comercializados (aviamento
objetivo), as qualidades pessoais do próprio empresário e seus
empregados no trato com a clientela (aviamento subjetivo) fazem
com que o estabelecimento tenha um valor próprio (valor do
conjunto predisposto ao exercício da atividade empresarial),
normalmente maior do que a somatória dos valores de todos os bens
que o integram. 25
22
GONÇALVES NETO, Alfredo de Assis. Direito de Empresa: comentários aos artigos 966 a 1.195 do Código Civil.
3. ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010. p. 587
23
BERTOLDI, Marcelo M.; RIBEIRO, Marcia Carla Pereira. Curso avançado de direito comercial. São Paulo: RT, p.
118
24
ASCARELLI, Tullio. Iniciación AL estudio del direcho comercial. Barcelona: Bosch, 1964. p. 290.
25
GONÇALVES NETO, Alfredo de Assis. Direito de Empresa: comentários aos artigos 966 a 1.195 do Código Civil.
3. ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010. p. 592
Mister considerar que a importância do aviamento objetivo ganha relevo tanto para
a análise de concorrência ilícita, como para questões atinentes a venda, locação, usufruto
etc.
Isto porque o aviamento de ordem objetiva pode ser alvo destes tipos de contratos,
transferindo-se ao eventual novo titular do estabelecimento, enquanto o aviamento
subjetivo, por sua vez, só é transferido indiretamente, por meio de cláusulas proibitivas,
expressas ou implícitas.
26
FONSECA, Priscila M. P. Corrêa da. Dissolução parcial, retirada e exclusão de sócio. São Paulo: Atlas, 2002.
27
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. REsp n. 907014-MS. Quarta Turma. Relator: Ministro Antonio Carlos
Ferreira.
28
É um contrato consensual porque se perfaz pela simples anuência dos contratantes, sem necessidade de outro
ato; é oneroso, pois traz vantagens para ambas as partes, onde cada contraparte suporta um sacrifício de ordem
patrimonial com o intuito de obter vantagem correspondente, de forma que o ônus e proveito fiquem numa
relação de equivalência; é sinalagmático ou bilateral perfeito, porque ambos os contratantes se obrigam
reciprocamente, sendo credores e devedores uns dos outros; é comutativo, pois as partes podem antever o que
receberão em troca das prestações que realizarem; é não solene, sendo desnecessário que se perfaça através de
instrumento público, porém não pode deixar de ter forma escrita para regular as relações entre os contratantes.”
MORAES, Antonieta Lynch de. O trespasse: a alienação do estabelecimento e a cláusula de não estabelecimento.
In: Revista dos Tribunais. São Paulo: RT,
2001, v. 792, pp. 119-120.
29
COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de Direito Comercial. 23. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
30
Apesar de o Código Civil Brasileiro não dispor como deverá ser feita tal notificação, a nova Lei de Falência
esclareceu essa questão ao determinar que a referida notificação seja feita via Registro de Títulos e Documentos.
Cumpre destacar que existem ainda previsões específicas no que concernem aos
débitos trabalhistas (CLT, art. 448) e fiscais (CTN, art. 133) quando associados ao tema
do trespasse.
Isto porque o credor trabalhista poderá demandar tanto do alienante, quanto do
adquirente, pelos créditos que possui em face do estabelecimento comercial. Ademais,
para questões trabalhistas, pouco importa a limitação de um ano de solidariedade, que
está prevista na Lei, eis que enquanto não prescreverem as obrigações trabalhistas do
estabelecimento, o alienante responde pelos créditos.
Quanto aos créditos fiscais, a responsabilidade do adquirente é subsidiária ou
integral pelas obrigações fiscais do alienante, independentemente deste continuar ou não
a explorar atividade econômica 31
31
COELHO, Fábio Ulhoa. Comentários à Lei de Falências e de Recuperação de Empresas. 8. ed. São Paulo:
Saraiva, 2011. p. 82.
32
VENOSA, Silvio de, RODRIGUES, Claudia. Direito Empresarial. Atlas: 2018, p. 257
Fabio Ulhoa assevera que o princípio da preservação da empresa não está apenas
associado aos interesses individuais dos empresários e empreendedores, mas também aos
metaindividuais de trabalhadores, consumidores e outras pessoas. Ele apresenta a
dissolução parcial da sociedade empresaria, construída jurisprudencialmente em meados
do século passado, a desconsideração da personalidade jurídica e a recuperação judicial
como reflexos daquele princípio. 34
Com relação à função social da empresa, o mesmo traz as seguintes palavras:
A função social da empresa é a tônica da atual lei de recuperação e
falência, não se restringindo aos interesses privados do empresário
e dos credores, pois serve também aos interesses da sociedade. Sob
esse aspecto Ecio Perin Junior anota: “A empresa serve ao
empresário e acionistas em geral como fonte de obtenção de lucros
decorrentes do capital investido para sua constituição e
desenvolvimento; aos credores, como garantia de venda de seus
produtos, e por consequência, também à obtenção de lucros; à
sociedade serve, uma vez que gera empregos, recolhe tributos e
produz ou circula bens ou serviços, exercendo, dessa forma, função
social indispensável, que proporciona, em sentido lato, a tutela da
dignidade da pessoa humana” (2009, p. 6).” 35
Conforme destacado por Fabio Konder Comparato, citado no livro de Fabio Ulhoa,
extrai-se do princípio da função social da propriedade estatuído no art. 5, XXIII c/c 170,
III, da CF, a função social da empresa. E complementando a conclusão de Comparato,
Ulhoa exemplifica como a função social é cumprida pela empresa, senão, pela geração de
empregos, tributos e riqueza que contribuem para o desenvolvimento econômico, social e
cultural da comunidade em que se atua, tendo em vista práticas empresariais sustentáveis
visando a proteção do meio ambiente e ao respeito dos direitos dos consumidores,
inclusive. 36
A Lei nº 11.101/2005, em seu artigo 3º, define que é competente para homologar
o plano de recuperação extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou decretar a falência
o juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha
sede fora do Brasil. Ou seja, segue a necessidade de verificação do estabelecimento
principal do empresário.
Importante destacar que a jurisprudência tem pendido para entender que se define
como principal endereço comercial aquele que representa o centro vital da principal
atividade da sociedade e não aquele a que os atos constitutivos conferem o título de
principal. 37
33
Ibid., p. 257
34
COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de Direito Comercial. 23. ed. São Paulo: Saraiva, 2018. p. 76
35
Ibid, 76.
36
Ibid., p. 75
37
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Conflito de Jurisdição n. 6025 – SP/76; e BRASIL. Superior Tribunal de
Justiça. Conflito de Competência n. 21.896 – MG/98.
38
RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Manual de Direito empresarial. 8 ed. Método: 2018, p. 76
39
RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Manual de Direito empresarial. 8 ed. Método: 2018, p. 76-78
40
GOMES, Fábio Bellote, Manual de Direito Empresarial. Juspodvm: 2018, p. 34-36
Flávio Tartuce em artigo para o Migalhas assevera que “a ressalva quanto à fraude
deve ser ampliada, para que conste também a possibilidade de desconsideração da sua
personalidade jurídica em qualquer outra hipótese prevista pela legislação. ” 41
Assim, ele propõe a seguinte redação para o texto de conversão da MP 881 nesse
ponto:
"Somente o patrimônio social da empresa responderá pelas dívidas
da empresa individual de responsabilidade limitada, hipótese em
que não se confundirá, em qualquer situação, com o patrimônio do
titular que a constitui, ressalvados os casos de aplicação da
desconsideração da personalidade jurídica, prevista neste Código
Civil e na legislação específica"
41
TARTUCE, Flávio. MP 881, Liberdade Econômica e as Alterações do Código Civil;
<https://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI301761,91041A+MP+88119+liberdade+economica+e+as+altera
coes+do+Codigo+Civil Flavio Tartuce> Acesso em 02 ago. 2018.
42
RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Manual de Direito empresarial. 8 ed. Método: 2018, p. 76.
Caso 2
A sociedade Transportes da Silva Ltda., que enfrenta crise financeira substancial,
haja vista que nos últimos anos deixou de pagar os impostos incidentes sobre a sua
atividade comercial, assim como verbas trabalhistas devidas aos seus empregados,
procura-lhe informando que recebeu proposta irrecusável de alienação de seu
estabelecimento comercial. Contudo, não como proceder para operacionalizar esta
alienação, razão pela qual solicita que sejam informados todos os riscos e requisitos para
que seja concretizada a alienação do estabelecimento
2.2 Sessão 2
2.2.1 Sociedades
As sociedades podem ser definidas como grupos de duas ou mais pessoas que
reúnem capitais e esforços para realização de uma atividade comum, com o objetivo de
partilhar os resultados de tal atividade. Estabelecem, pois, obrigações e direitos recíprocos
entre seus sócios.
Além disso, Walfrido Jorge Walfrido Junior, apresenta as sociedades como “a forma
prevalente de organizaçao jurídica da empresa”. E complementa afirmando, que o direito
societário corresponderia a quase todo o “direito privado interno da empresa”, o qual se
oporia ao direito privado externo da empresa ou mais precisamente ao direito comercial.
Isso se explicaria, uma vez que enquanto o direito interno (estudo das sociedades) estaria
relacionado à organização, o direito externo (direito comercial) estaria voltado para o
exercício da empresa. 43
Ele acrescenta, inclusive, que a empresa-atividade (“empresa de fora”), associada
a direito privado e externo estaria voltado para o regramento das condutas do empresário
em sentido amplo (o seu registro, o nome empresarial, a expressão contábil do estado da
empresa, os contratos empresariais em exercício, a garantia e a titularização dos direitos
creditórios), assim como seria voltado para transferência, compra e venda, arrendamento
da empresa e proteção da concorrência e dos elementos imateriais.
Dentro desse gênero sociedade extraímos a sociedade não personificada, a qual
pode ter a forma de sociedade em comum (enquanto não forem devidamente inscritos os
atos constitutivos da sociedade) e sociedade em conta de participação (constituída na
forma do Código Civil, assim como a sociedade personificada, a qual pode ter diversas
formas jurídicas, a sociedade simples, a sociedade em nome coletivo, a sociedade em
comandita simples, a sociedade limitada, a sociedade anônima e a sociedade em comandita
por ações.
Outra subdivisão importante a ser apresentada, nos termos do art. 982 c/c 966,
ambos do Código Civil é a que divide as sociedades em simples (as que que exercem
atividade intelectual, de natureza científica, literária ou artística, salvo se constituir
elemento de empresa) e em empresárias (que exerça atividade econômica organizada
para a produção ou a circulação de bens ou de serviços)
Quanto à responsabilidade dos sócios nas sociedades, subdividem-se em limitada,
nas quais, em regra, os sócios respondem no limite das quotas ou ações subscritas, uma
vez integralizado o capital social, em ilimitada, em que todos são responsáveis de forma
ilimitada e, por fim, em mista, na qual existem a responsabilidade limitada e ilimitada,
como ocorre na sociedade em comandita simples e por ações.
O interesse comum dos sócios no sucesso do negócio está relacionado à realização
do objeto social da sociedade, assim como à geração de lucros a serem repartidos entre
os sócios. Nesse sentido, a forma ordinária de atuação do sócio no ambiente social se dá
por meio do exercício de voto, sendo que é nesta ocasião que o interesse social funciona
usualmente como parâmetro para aferição de condutas abusivas quer dos sócios
majoritários, quer dos minoritários. Daí o legislador ter se preocupado, precipuamente,
com normas que visam coibir o voto proferido em contrariedade ao interesse social,
reputando-o como abusivo.
A participação dos sócios, é não só nos lucros, mas também nas perdas, a qual é
inerente ao contrato de sociedade. O artigo 1.008, do Código Civil, determina ser “nula a
estipulação contratual que exclua qualquer sócio de participar nos lucros e nas perdas”,
por ser considerada claramente leonina.
43
CARVALHOSA, Modesto (Coord). Tratado de Direito empresarial. Vol1. Teoria da empresa. Revista dos tribunais,
2016, p.91.
44
FÉRES, Marcelo Andrade. Sociedade em Comum Disciplina Jurídica e Institutos afins. São
Paulo: Saraiva 2011. p. 115
45
Ibid. p. 115
46
KALANSKY, Daniel. A Sociedade em Comum: Um Novo Tipo Societário? (Coordenação FRANÇA, Erasmo
Valladão Azevedo e Novaes. Direito Societário Contemporâneo I. São Paulo: Quartier Latin, 2009. pp. 513/514.
Não há óbice que a sociedade em comum seja administrada por não sócios, tendo
em vista que o capítulo a ela destinado é silente sobre o tema e este modo de
administração é admitido nas sociedades do tipo simples.
Feitas essas considerações, concluímos que não é possível confundir os conceitos
de sociedade em comum com o de sociedade em nome coletivo, pois elas apenas se
aproximam na medida em que esta sucede aquela, mas ambas se fazem distintas a partir
do registro
De acordo com o enunciado nº 58 da 1ª Jornada de Direito Civil do CJF a sociedade
em comum compreende as figuras doutrinárias da sociedade de fato e da irregular”. Porém,
convém salientar que a sociedade em comum, sociedade de fato e sociedade irregular são
categorias distintas, o que extrai do seguinte trecho:
(i) sociedade de fato é a sociedade sem contrato escrito, que já está
exercendo suas atividades sem nenhum indício de que seus sócios
estejam tomando as providências necessárias à sua regularização
regularização; (ii) sociedade em comum é a sociedade contratual
em formação, isto é, aquela que tem contrato escrito e que está
realizando os atos preparatórios para o seu registro perante o órgão
competente, antes de iniciar a exploração do seu objeto social; e
(iii) sociedade irregular é a sociedade com contrato escrito e
registrado, que já iniciou suas atividades normais, mas que
apresenta irregularidade superveniente ao registro (por exemplo:
não averbou alterações do contrato social). 47
47
RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Direito Empresarial, São Paulo: Editora Atlas, 2017, p. 321
48
Ibid, p. 321
49
BRASIL. TJRJ. 9ª Câmara Cível. Apelação nº 0106837-38.2004.8.19.0001. Relator: Des. Carlos Eduardo
Moreira Silva. Julgamento: 05/10/2010.
50
RESTIFFE, Paulo Sérgio. Manual do Novo Direito Comercial. São Paulo: Dialética, 2006. p. 100-101.
51
FÉRES, Marcelo Andrade. Sociedade em Comum Disciplina Jurídica e Institutos afins. São Paulo: Saraiva., 2011.
p. 108.
52
RESTIFFE, Paulo Sérgio. Manual do Novo Direito Comercial. São Paulo: Dialética, 2006. p. 101.
O Código Civil de 2002, por sua vez, em seu artigo 993, optou pela consagração da
possibilidade do registro, sem que o referido registro lhe confira personalidade jurídica.
A SCP congrega os sócios ostensivos e os participantes. Ao primeiro compete
explorar sob sua responsabilidade exclusiva o objeto determinado no contrato. O sócio
participante, por sua vez, é o financiador, aquele que empresta o capital, sem, contudo,
assumir quaisquer riscos pelo negócio 57
Os riscos do negócio são dimensionados e sempre se limitam à prestação pela qual
se obrigou o sócio ostensivo. Por isso, diz-se que a sociedade existe somente entre os
sócios e não perante terceiros. Os direitos e obrigações entre os sócios são regulados pelos
termos dispostos no contrato. Perante terceiros, a sociedade não se apresenta, apenas o
53
FÉRES, Marcelo Andrade. Sociedade em Comum Disciplina Jurídica e Institutos afins. São Paulo: Saraiva, 2011.
p. 111.
54
BORBA, José Edwaldo Tavares. Direito Societário. 10ª ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2007. p 107 – 108.
55
Idem. p 107 – 108.
56
CAMPINHO, Sergio. O Direito de Empresa à Luz do Novo Código Civil. 9ª. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2008.
p. 84 Ob. Cit., MARTINS, Fran. Curso de Direito Comercial. 27ª. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2001. p . 179.
57
CAMPINHO, Sergio. O Direito de Empresa à Luz do Novo Código Civil. 9ª. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2008.
p 83.
sócio ostensivo se obriga, realiza as operações em seu nome e assume todos os riscos da
empreitada. 58
Os riscos do sócio ostensivo são ilimitados, já os do participante são limitados. Os
terceiros não terão ação contra o sócio participante, salvo se este vier a tomar parte nas
relações passando ele a responder de forma solidária pelas obrigações 59
Limitam-se os riscos do sócio participante à prestação que ele se obrigou com o
sócio ostensivo nos termos ajustados no contrato; este, por sua vez, se obriga para com
terceiros pelos resultados das obrigações, nunca com o sócio participante - este não é
sequer conhecido por terceiros 60
Da mesma forma, uma vez que as atividades sociais serão exercidas no local em
que o sócio ostensivo as desenvolver, a SCP não tem domicílio ou sede. 61 Assim, as
obrigações contratadas com terceiros serão respondidas pelo sócio ostensivo no lugar em
que tenha sede.
O sócio ostensivo é o único que se obriga e adquire direitos, pois é ele quem registra
todas as despesas, os ingressos, dispêndios e resultados acumulados, além de distribuir
os lucros ou imputar os prejuízos aos participantes, limitando ao que se destinou nos
contratos. 62
Note-se que o sócio ostensivo deve prestar contas ao participante e este fará jus
ao recebimento de sua parte em relação ao proveito econômico resultante do contrato de
participação. Nesse sentindo, confira-se decisão do TJ-RJ:
0017815-25.2011.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO. DES.
EDUARDO GUSMAO ALVES DE BRITO - Julgamento: 06/03/2012 -
DÉCIMA SEXTA CÂMARA CÍVEL. Agravo de Instrumento.
Arrolamento cautelar. Sociedade em conta de participação. Sócio
oculto que sustenta estar sendo lesado pela resistência do sócio
ostensivo em repassar o proveito econômico da atividade objeto do
contrato, em retribuição por aportes de capital de cerca de R$
2.500.000,00. Arrolamento deferido mas limitado aos bens dados
em garantia da operação. Pretensão de estendê-lo às contas
correntes do réu. 1 - Em uma sociedade em conta de participação,
constitui o acesso às contas correntes providência essencial à prova,
pelo sócio oculto, das operações financeiras sobre as quais é
calculado o retorno do capital investido. 2 - Imobilizá-las
indefinidamente, sem certeza sobre o crédito do sócio oculto e ante
a suficiência das garantias apresentadas, constituiria iniquidade e
risco de quebra pelo estrangulamento da atividade econômica. 3 –
Recurso conhecido e provido para, compatibilizado os interesses,
permitir o bloqueio das contas, a listagem dos valores e a
identificação de sua proveniência, com a subsequente liberação do
quantum retido. (Os grifos não são do original.)
58
CAMPINHO, Sergio. O Direito de Empresa à Luz do Novo Código Civil. 9ª. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2008.
p 83.
59
CAMPINHO, Sergio. O Direito de Empresa à Luz do Novo Código Civil. 9ª. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2008.
p 83.
60
Idem.
61
LOPES, Mauro Brandão. A Sociedade em Conta de Participação. São Paulo: Ed. Saraiva, 1990. pp. 47-48.
62
BORBA, José Edwaldo Tavares. Direito Societário. 10ª ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2007. P 110.
63
RESTIFFE, Paulo Sérgio. Manual do Novo Direito Comercial. São Paulo: Dialética, 2006. P 103.
64
Idem.
65
CAMPINHO, Sergio. O Direito de Empresa à Luz do Novo Código Civil. 9ª. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2008.
p 86.
66
Idem, p.87.
67
Idem, p.87
68
Idem, p.87
Caso Gerador
Roberto adquiriu as unidades 118 e 214 do Condomínio Edifício Morumbi Business
Apart Hotel. Trata-se de empreendimento hoteleiro, que funciona por meio de uma
sociedade de conta de participação cujos sócios participantes são os proprietários dos flats
do Condomínio e a sócia ostensiva é a sociedade Conceito Assessoria e Hotelaria Ltda.,
responsável pela administração hoteleira. Conceito Assessoria e Hotelaria Ltda. contratou
Qualitá Indústria e Comércio de Móveis Ltda. para fornecimento dos móveis para os flats
que seriam alugados a terceiros e não pagou pelo serviço contratado. Como os serviços
foram contratados pela Conceito Assessoria e Hotelaria Ltda., sócia ostensiva da sociedade
em conta de participação (SCP) também integrada por Roberto e outros proprietários das
demais unidades do condomínio, Qualitá sacou duplicata contra Roberto, levando-a a
protesto. Roberto promoveu contra a Qualitá uma Medida Cautelar de Sustação de Protesto
e, posteriormente, uma Ação de Rito Sumaríssimo Declaratória de inexigibilidade de Título
de Crédito, cumulada com Pedido de Indenização por Danos Morais, afirmando que jamais
firmara qualquer negócio com a Qualitá. Qualitá alega que a finalidade da SCP, da qual
Roberto é um dos sócios, é fazer com que o empreendimento hoteleiro funcione, com a
aquisição de móveis e com a administração hoteleira propriamente dita. Assim, ao firmar
contrato com a Conceito, o autor autorizou a empresa a assumir compromissos, em seu
nome, para que suas unidades funcionassem. Como juiz do caso, de que maneira proferiria
a sentença nas ações propostas por Roberto? Julgaria o pedido procedente ou
improcedente, com qual fundamento?
2.3 Sessão 3
69
GOMES, Orlando. Introdução ao Direito Civil. Rio de Janeiro: Forense. 2007. p. 170, n. 108.
70
RIZZARDO, Arnaldo. Manual de Direito Empresarial, Gen. 2018, p.22
Cumpre destacar que só após a averbação dos atos constitutivos no órgão próprio
é que a autonomia patrimonial da pessoa jurídica será constituída e será desligada das
pessoas dos sócios.
Visando discernir a figura de sócio da de empresário, o autor André Santa Cruz
apresenta a seguinte análise:
Quando se está diante de uma sociedade empresária, é importante
atentar para o fato de que os seus sócios não são empresários: o
empresário, nesse caso, é a própria sociedade, ente ao qual o
ordenamento jurídico confere personalidade e, consequentemente,
capacidade para adquirir direitos e contrair obrigações. Assim,
pode-se dizer que expressão empresário designa um gênero, do
qual são espécies o empresário individual (pessoa física) e a
sociedade empresária (pessoa jurídica). 74
71
FRANCO, Vera Helena de Melo, Direito Empresarial, Revista dos Tribunais, 2016, p. 33
72
Ibid., p. 32
73
RIZZARDO, Arnaldo. Manual de Direito Empresarial, Gen. 2018, p.22
74
RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Direito Empresarial, São Paulo: Editora Atlas, 2017, p. 75
75
GOMES, Fábio Bellote, Manual de Direito Empresarial. Juspodvm: 2018, p. 34-36
76
WALD, Arnoldo. Direito Civil: Introdução e parte geral. 11. ed. reformulada. São Paulo: Saraiva, 2009. p. 188.
A autora Vera Helena de Mello Franco, por sua vez, entende que o capital pode ser
analisado sob uma configuração jurídico-contábil ou como configuração patrimonial-
financeira. 78
Fazendo um paralelo ao exposto por Waldo Fazzio Junior, a configuração jurídico-
contábil seria basicamente o capital social, ao passo que a configuração patrimonial-
financeira seria o patrimônio da sociedade. 79
Assim, a autora Vera Helena explica que o capital social seria o montante das
contribuições do sócio no ato da constituição da sociedade e que o patrimônio equivaleria
ao complexo de direitos e obrigações, relações jurídicas ativas e passivas, ocorrentes
durante a gestão sujeitas às flutuações e transformações determinadas pelas exigências e
pelos efeitos da realidade econômica 80
O capital social para Carlos Fulgêncio da Cunha Peixoto, conforme análise de
Adalberto Simão Filho, teria duas funções básicas. A primeira seria a função interna que
fixa “a relação patrimonial entre os sócios e regula a participação social nos lucros e nos
riscos, em conformidade com a contribuição social”. Já a segunda seria a função externa
que “representa o capital social a segurança dos terceiros que com a sociedade entabulam
77
Fazzio Junior, Waldo. Fundamentos de Direito Comercial, 6 ed. São Paulo, Editora Atlas, 2006, p. 50.
78
Franco, Vera Helena de Mello. Manual de Direito Comercial: O empresário e seus auxiliares, o estabelecimento
empresarial, as sociedades. 2 ed. São Paulo: Editora Thomson Reuters, 2004, p. 236.
79
Fazzio Junior, Waldo. Fundamentos de Direito Comercial, 6 ed. São Paulo, Editora Atlas, 2006, p. 51.
80
Franco, Vera Helena de Mello. Op., cit., p. 236
negócios jurídicos, na medida em que não é permitido pela lei a distribuição do capital
entre sócios, haja vista a intangibilidade do capital social”. 81
Conforme bem lembrado por Adalberto Simão o capital e sua integralização tem
estrita relação com o conceito da limitação de responsabilidade, como se depreende do
art. 1.052 82 do Código Civil, de modo que a responsabilidade do sócio é restrita ao valor
de suas quotas e que todos os sócios têm responsabilidade solidária por sua integralização.
83
81
SIMÃO FILHO, Adalberto. A nova sociedade limitada. Barueri, São Paulo: Manole, 2004, p. 94
82
Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas
todos respondem solidariamente pela integralização do capital social.
83
SIMÃO FILHO, Adalberto. A nova sociedade limitada. Barueri, São Paulo: Manole, 2004., p. 94.
84
SIMÃO FILHO, Adalberto. SIMÃO FILHO, Adalberto. A nova sociedade limitada. Barueri, São Paulo: Manole,
2004p. 94.
O Código Civil de 2002, na redação do seu artigo 997, descreve como se constitui
a sociedade simples, discriminando os elementos que, obrigatoriamente, devem constar
do contrato social. Vejamos:
Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito,
particular ou público, que, além de cláusulas estipuladas pelas
partes, mencionará:
I - nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos
sócios, se pessoas naturais, e a firma ou a denominação,
nacionalidade e sede dos sócios, se jurídicas;
II - denominação, objeto, sede e prazo da sociedade;
III - capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo
compreender qualquer espécie de bens, suscetíveis de avaliação
pecuniária;
IV - a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la;
V - as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista
em serviços;
VI - as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade,
e seus poderes e atribuições;
VII - a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas;
VIII - se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas
obrigações sociais.
Parágrafo único. É ineficaz em relação a terceiros qualquer pacto
Todos os elementos supra referidos no artigo devem constar dos atos constitutivos
da sociedade, ainda que seja facultado aos sócios a estipulação de outras cláusulas que
acharem por conveniente, com a lembrança de que nada que não esteja previsto no
contrato social pode ser oposto a terceiros, já que não foi dada a necessária publicidade.
Conforme mencionado, redigido o contrato, nos trinta dias subsequentes à sua
constituição, a sociedade deverá requerer a inscrição do contrato social no Registro Civil
das Pessoas Jurídicas do local de sua sede - art. 998 CC/02.
Depois de arquivados os atos constitutivos da sociedade, as modificações
contratuais que envolverem aspectos fundamentais e constitutivos (relativos ao art. 997
do CC/2002), irão requerer o consentimento de todos os sócios; já as demais matérias
poderão ser decididas por maioria absoluta (caso o contrato não exija a unanimidade) –
art. 999 CC/02.
As sociedades simples, em regra, adotarão a denominação, que deverá ter uma
correlação com o objeto da sociedade. Contudo, nada impede que a sociedade tenha uma
firma. De acordo com o art. 1.157 CC/2002, a sociedade que inclui sócio de
responsabilidade ilimitada operará sob a firma ou sob a razão social que adotou.
Assim, se a sociedade simples contiver sócio de responsabilidade subsidiária e
ilimitadamente pelas obrigações da sociedade, logicamente, será adotada a firma, ou a
razão social.
A sociedade simples não se sujeita à falência ou à recuperação judicial ou
extrajudicial, uma vez que não exerce atividades mercantis, ou produtivas, de caráter
econômico, dirigidas a conceder lucro aos seus integrantes. O art. 1.044 CC/02 determina
que a sociedade simples se dissolve de pleno direito por qualquer das causas enumeradas
no art. 1.033 do mesmo diploma.
Cumpre ressaltar, ademais, que não se aplica o disposto no inciso IV quando o sócio
remanescente, inclusive na hipótese de concentração de todas as cotas da sociedade sob
sua titularidade, requeira, no Registro Público de Empresas Mercantis, a transformação do
registro da sociedade para empresário individual ou para empresa individual de
responsabilidade limitada – art. 1033, parágrafo único, CC/02
Por fim, cumpre destacar que da mesma forma que há a sociedade simples que
pode ser pura, caso em que haverá previsão no contrato social da responsabilidade
ilimitada para os sócios, há a sociedade simples limitada, em que há a limitação da
responsabilidade.
Não se deve esquecer que a sociedade limitada empresária deve ser registrada na
Junta Comercial e a sociedade simples limitada deve ser registrado no Registro Civil de
pessoa jurídica.
85
CAMPINHO, Sérgio. Direito de Empresa à Luz do Novo Código Civil. 11. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2010, p.
212
A parte que assemelha a figura dos sócios comanditados com as dos sócios da
sociedade em nome coletivo e que: no ato constitutivo ou em convenção unânime posterior
(da qual não participam os comanditários), limitar entre si suas responsabilidades. A
administração da sociedade é deles privativa e a composição da firma social somente
poderá espelhar nome ou nomes dos sócios comanditados. 86
Um cuidado que é preciso ter é que os sócios comanditários não podem receber dos
sócios comanditados mandato genéricos, pois isso acarretaria a perda da limitação de sua
responsabilidade, uma vez que estaria fraudando a lei. Todavia, se forem procuradores da
sociedade, com base em mandato para a realização de negócio determinado e com poderes
especiais para isso, a lei restará respeitada. 87
Campinho brilhantemente traz à baila o seguinte resumo sobre a sociedade:
A sociedade em comandita simples dissolve-se de pleno direito
quando, por mais de 180 dias, perdurar a falta de uma das
categorias de sócio ou por qualquer das causas previstas para as
sociedades simples (art. 1.033) e, se empresária, pela falência. Na
falta da categoria de sócios comanditados, os comanditários
nomearão administrador provisório para praticar, até que fique
recomposta a sociedade, os atos de administração. Todavia, o
administrador não irá assumir a condição de sócio. No mais,
aplicam-se à sociedade em comandita simples as normas da
sociedade em nome coletivo, que, por sua vez, é regida
subsidiariamente pelas regras da sociedade simples.
86
Ibid
87
Ibid
88
CAMPINHO, Sérgio. Direito de Empresa à Luz do Novo Código Civil. 11. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2010, p.
210
O nome empresarial por sua vez poderá ser firma social (firma coletiva ou razão
social), a qual só poderá ser utilizada pelo sócio autorizado em contrato social.
É de fundamental importância que não se olvide que as regras da sociedade simples
se aplicam de forma supletiva a sociedade em nome coletivo, haja vista serem, segundo
campinho, normas gerais do direito societário. 89 Nesse caso, a dissolução de pleno direito
observará o art. 1033 do cc.
Uma observação que merece ser feita é que o credor particular do sócio, “ não tem
o direito de, antes de dissolver-se a sociedade em nome coletivo, pretender a liquidação
da quota do devedor, consoante prevê o caput do art. 1.043 do Código”. Todavia, se a
sociedade for de prazo determinado e for prorrogada tacitamente será possível essa
liquidação, o mesmo só ocorrera no caso de prorrogação expressa se for inventada
oposição dentro de 90 dias da publicação do ato dilatório e for acolhida judicialmente. Além
disso, cumpre destacar que a administração dessa sociedade competirá exclusivamente
aos sócios.
É a partir da análise feita pelo professor Cassio Cavali de obras de Karl Heinsheimer,
Felipe de Sola Cañizares, Enrique Aztiria e de Hernani Estrella que se chega à seguinte
introdução para o presente tópico:
“É no contexto encontrado no fim do séc. XIX e no início do sec. XX
que nasce por impulso de iniciativas legislativas que pipocaram em
diversos países, a sociedade limitada, com o propósito de favorecer
os empreendimentos de menor expressão econômica, cuja esfera
de atuação fosse reduzida e que congregassem reduzido número
de sócios, mediante limitação de sua responsabilidade, sem que
tivesse de recorrer à sociedade anônima, com sua armadura pesada
e solene, cuja burocracia e custos constituíam empecilho de monta
ao pequeno comércio. 90”
Além disso, cumpre destacar que o Código Civil de 2002 com suas disposições
legais, previstas no capítulo IV, do subtítulo II do título II do livro II, conforme será
percebido ao logo dessa sessão, possibilitou que a sociedade limitada fosse o tipo societário
mais utilizado no País, o que nas palavras de Adalberto Simão Filho permitirá:
“(...) instrumentalizar novos negócios e perspectivas para bem
cumprir a função social (...) 91
Será por meio de um contrato social firmado entre os sócios que a sociedade
limitada será constituída. Nele estarão cláusulas essenciais que são regulamentadas no
art. 997 e 998 do Código Civil, os quais são aplicáveis às sociedades limitadas, por força
do art. 1054 do mesmo diploma legal.
89
CAMPINHO, Sérgio. Direito de Empresa à Luz do Novo Código Civil. 11. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2010, p.
211
90
CAVALLI, Cássio. Sociedades Limitadas: Regime de Circulação das Quotas. Revista dos tribunais: São Paulo,
2011, p. 12.
91
SIMÃO FILHO, Adalberto. A nova sociedade limitada. Barueri, São Paulo: Manole, 2004, p. 8.
Cumpre observar que caso não estejam presentes os requisitos do art. 997 da
Código Civil, a sociedade será irregular, haja vista que o contrato social não poderá ser
arquivado, seja na Junta Comercial, seja no Registro Público de Empresas Mercantis.
Jose Waldecy Lucena além dos requisitos destacados no art. 997 do Código Civil,
serão necessários também:
“ os requisitos gerais de todos os contratos – capacidade,
consentimento, objeto – e os da sociedade em geral – ao porte ,
fundo comum, affectio societatis, participação nos benefícios e
contribuição as perdas” 92
Além dos elementos obrigatórios do art. 997, Celso Marcelo de Oliveira 93 indica
alguns elementos facultativos:
a) aqueles que disciplinam as regras das reuniões dos sócios (art.
1072 do Código Civil) b) os que tratam da previsão supletiva
das sociedades limitadas pelas normas da sociedade anônima
(1053, parágrafo único, do cc), c) os que preverem a exclusão
dos sócios por justa causa (1085 do cc), d) os que contemplam
expressamente a autorização de pessoa não sócia para assumir
a administração (art. 1061 do Código Civil) e e) instituição do
conselho fiscal (art.1066 do código civil)
92
LUCENA, José Waldecy. Das sociedades por Quotas de Responsabilidade limitada, São Paulo, max limonad
editor, 1956, p 82
93
OLIVEIRA, Celso Marcelo de. Manual de direito empresarial, São Paulo: editora iob Thompson, 2005,vols I e II
94
VIDO, Elisabete. Curso de Direito Empresarial. Thomas Reuters Brasil: São Paulo, 2018, p. 215.
95
VIDO, Elisabete. Curso de Direito Empresarial, Op., cit., p. 216.
96
VIDO, Elisabete. Curso de Direito Empresarial, Op., cit., p. 220.
Em que pese a sociedade anônima ser regulada por lei especifica (lei 6.404), a
comandita por ações é regulada pelo próprio código civil.
A responsabilidade na sociedade anônima ou companhia 97 será determinada pelo
preço de emissão da ação que subscrever ou adquirir e na omissão se aplicará as regras
do art. 1008 e parágrafo único do art. 1015 do código civil.
Uma importante observação que se pode fazer ao analisar as duas sociedades em
conjunto é que:
sob a regência das normas relativas à sociedade anônima, continua
a não ser aplicável à sociedade em comandita por ações o disposto
na Lei n. 6.404/76 sobre conselho de administração, autorização
estatutária de aumento de capital e emissão de bônus de subscrição
(art. 1.090 do Código Civil c/c art. 284 da Lei n. 6.404/76).
97
CAMPINHO, Sérgio. Direito de Empresa à Luz do Novo Código Civil. 11. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2010,
p.214.
98
CAMPINHO, Sérgio. Direito de Empresa à Luz do Novo Código Civil. 11. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2010, p.
214.
99
RIZZARDO, Arnaldo. Manual de Direito Empresarial, Gen. 2018, p.384
100
Arnaldo Ricardo, do.394-395
a) Assembleia geral
A assembleia geral tem competência para apreciar qualquer assunto de
interesse social, mesmo os relacionados à gestão de negócios específicos. Trata-se
do órgão supremo da sociedade, uma vez que concentra o maior número de poderes
em relação aos demais.
A assembleia geral pode ser ordinária ou extraordinária. A assembleia geral
ordinária (AGO) realiza-se uma vez por mês, nos quatro meses subsequentes ao
término do exercício social, e somente pode deliberar os assuntos listados no art.
132 da Lei 6.404/1976. A assembleia geral extraordinária (AGE) realiza-se a
qualquer tempo, e sua competência é irrestrita.
b) Conselho de Administração
O conselho de administração é órgão deliberativo e fiscalizador, composto
por no mínimo três membros, acionistas ou não, com competência para deliberar
sobre qualquer matéria de interesse da sociedade, exceto as privativas da
assembleia. O membro do conselho de administração exerce cargo de confiança e
pode ser substituído ou destituído (pela assembleia geral) a qualquer tempo.
c) Diretoria
A diretoria é o órgão executivo da sociedade. Aos seus membros, que são
eleitos pelo conselho de administração (quando não existente, o são pela
Assembleia), compete: (i) internamente, a direção da empresa, e (ii) externamente,
a manifestação de vontade da pessoa jurídica, na generalidade de seus atos e
negócios.
d) Conselho Fiscal
O conselho fiscal é o órgão de assessoramento da assembleia geral, na
votação das matérias pertinentes à regularidade de administração da companhia.
É, por outras palavras, o principal instrumento de fiscalização da empresa. A
existência do conselho fiscal na sociedade anônima é obrigatória, mas a sua atuação
é facultativa.
Acrescenta, ainda, que enquanto entre nós, a matéria e tratada sob a ótica da teoria
do desvio do poder admitindo a ratificação, no direito americano, o mesmo não ocorrera,
classificando o ato praticado como nulo.
101
BORBA, José Edwaldo Tavares. Direito Societário. 10. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2007. p. 71
2.4 Sessão 4
102
BANDEIRA, Gustavo. Relativização da Pessoa Jurídica: A falta de patrimônio e a responsabilidade do sócio. Rio
de Janeiro: Impetus, 2004, p. 51.
103
DIDIER JUNIOR. Fredie. Curso de Direito Processual Civil. Vol. 1. Salvador: Juspodvm, p. 584-585.
104
DIDIER, Fredie. Curso de Direito Processual Civil. Op., cit., p. 585
105
OLIVEIRA, Lamartine Corrêa de. A dupla crise da pessoa jurídica. São Paulo: Saraiva,1979, p. 613
É importante registrar a partir das lições de André Santa Cruz o exposto abaixo:
O Novo CPC não criou nova hipótese de desconsideração, mas
apenas disciplinou o procedimento. Em casos de litígios
empresariais, ‘os pressupostos previstos em lei’ a que se refere o
art. 133, § 1º, são aqueles do art. 50 do CC: abuso de personalidade
jurídica, caracterizado pelo desvio da finalidade ou pela confusão
patrimonial 108
Com o novo código de processo civil não mais será necessário requerer a
desconsideração da personalidade jurídica na inicial, de modo que agora basta a produção
de um incidente processual, o que nas palavras de Marlon Tomazete será decisivo para ser
consagrar a efetividade do processo, independente de um processo de conhecimento.
Assim, se possibilitará que o fim seja alcançado de modo menos moroso se coadunando,
assim, com a garantia constitucional da adequada tutela jurisdicional. 109
Fábio Ulhoa, ao abordar sobre os aspectos processuais do instituto, previsto entre
os arts. 133 e 137 do CPC, menciona que o pressuposto dele é o uso fraudulento ou abusivo
da autonomia patrimonial da pessoa jurídica. Ademais, ensina que o juiz não pode
desconsiderar a personalidade por simples despacho judicial no processo de execução da
sentença e que quem deve ser demandado no polo passivo é sócio (e não a pessoa jurídica)
a quem se pretende atribuir responsabilidade. Esse, por sua vez, será citado para se
manifestar no prazo de 15 (quinze) dias e requerer provas, sendo que, posteriormente, o
juiz decidirá o incidente e este poderá ser agravado, conforme art. 1015, IV, do CPC. 110
106
MARTINS, Fran. Curso de Direito Comercial. V. Rio de Janeiro: Forense, 2017, p. 367
107
BORBA, José Edwaldo Tavares. Direito Societário. 10. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2007. p. 41.
108
RAMOS, André Luiz. Direito Empresarial: Método: Rio de Janeiro, 2017, p. 558
109
TOMAZETTE, Marlon. Curso de Direito Empresarial - Teoria Geral e Direito Societário. Vol. 1. São Paulo: Atlas,
2017, p. 348
110
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial, Op., cit., p. 68.
111
Ibid, p. 588.
112
Ibid. p. 69 e 70.
113
STJ. AGRAVO DE INSTRUMENTO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL: - AgInt no AREsp: 1018483 SP
2016/0303810-1, Relator: Ministro Marco Buzzi, Quarta Turma, Dj: 12/12/2017.
114
COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de Direito Comercial. 23. ed. São Paulo: Saraiva, 2018, p 68 e 69.
115
JUNIOR FAZZIO, Waldo, Manual de Direito Comercial. São Paulo: Atlas, 2017, p. 18.
No entanto, lembram que as mudanças ao artigo 50, ainda não foram suficientes.
Vejamos a análise deles:
A principal raiz do problema quando se fala em limitação da
responsabilidade: a existência de múltiplos parâmetros de aplicação
da teoria menor da desconsideração nos diversos microssistemas
jurídicos e a inconsistência de interpretação das cortes sobre os
limites da desconsideração.
Para o bom desenvolvimento do mercado, seria interessante que a
MP da Liberdade Econômica também trouxesse maior clareza e
segurança jurídica sobre as hipóteses em que terceiros possam ter
sus patrimônios expostos às dívidas e obrigações de sociedades
empresárias. Exceto nos casos da teoria maior da desconsideração
da personalidade jurídica (Art. 50 do Código Civil) e de solidariedade
por previsão expressa em lei ou contrato, seria importante que as
cortes evitassem interpretações extensivas da disregard doctrine,
que visem unicamente endereçar o problema da insuficiência de
patrimônio (que faz parte do risco da concorrência em mercado).
Dessa forma, ainda que a MP da Liberdade Econômica tenha
acertado em trazer maior objetividade para a redação do artigo 50
do Código Civil, há o risco que tal alteração não venha a produzir
muitos efeitos práticos na aplicação do instituto da desconsideração
nos tribunais brasileiros, principalmente porque atualmente as
maiores afrontas à responsabilidade limitada decorrem da aplicação
da desconsideração em matérias consumeristas, trabalhistas e
ambientais, e não civil. 116
116
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12/12/2017.