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Indicadores da rentabilidade e situação

econômica da empresa
DEFINIÇÃO
Apresentação da visão geral dos indicadores utilizados na análise da
rentabilidade e da situação econômica de empresas.

PROPÓSITO
Compreender o processo de análise de demonstrativos financeiros de
empresas, especialmente os indicadores da avaliação da situação econômica
das corporações, para o subsídio de decisões corporativas e análises de
agentes no mercado financeiro.

PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o conteúdo deste tema, tenha em mãos recursos
computacionais com acesso a planilhas eletrônicas (Excel) e calculadora.

OBJETIVOS
Módulo 1
Descrever os principais objetivos, as aplicações e os tipos de indicadores
utilizados na análise da rentabilidade e situação econômica de empresas

Módulo 2
Listar os indicadores utilizados para a análise das margens de lucro e giro dos
investimentos de empresas, bem como sua aplicação e interpretação

Módulo 3
Listar os indicadores utilizados para a análise da rentabilidade e do lucro
econômico, bem como sua aplicação e interpretação

INTRODUÇÃO
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa
Diversos agentes atuantes no meio corporativo e no mercado financeiro
desejam ter informações financeiras de empresas por diversas razões. Por
isso, eles analisam seus demonstrativos contábeis buscando entender sua
situação econômico-financeira e embasar as decisões a serem tomadas.

Entre os diversos interessados neste tipo de análise, podemos citar os sócios


de empresas e investidores no mercado de capitais, os bancos e credores em
geral, as agências classificadoras de risco, reguladoras e os próprios gestores
das empresas analisadas.

A análise de demonstrativos pode envolver dezenas de indicadores e diversos


objetivos. Geralmente, esses indicadores são classificados em grupos
relacionados justamente ao interesse do ponto que se deseja explorar na
análise.

Uma forma de categorizá-los consiste na divisão em três grupos:

 Indicadores de rentabilidade a da situação econômica;


 Indicadores da situação financeira de curto prazo;
 Indicadores do risco de inadimplência e endividamento.

Este tema discute a utilização dos indicadores de rentabilidade e da situação


econômica de empresas. Em termos práticos, isso consiste na averiguação de
como a empresa vem remunerando os investidores capitalistas e os fatores
que explicam seu desempenho.

MÓDULO 1

Descrever os principais objetivos, as aplicações e os tipos de indicadores


utilizados na análise da rentabilidade e situação econômica de empresas

COMO EFETUAR A ANÁLISE DA


SITUAÇÃO ECONÔMICA DE
EMPRESAS
Neste módulo, apresentaremos uma visão geral da análise da rentabilidade e
da situação econômica de empresas. Além disso, veremos os tipos de
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa
indicadores empregados nessa tarefa e como eles podem ser utilizados de
forma conjunta.

A ANÁLISE DE DEMONSTRATIVOS
FINANCEIROS E SEUS OBJETIVOS
Como saber se um negócio está indo bem ou não?

Efetuada diariamente por diversos atores no cenário corporativo e no


mercado financeiro, esta pergunta é ambígua, já que o desempenho de uma
empresa possui diversas dimensões.

Mesmo que o interesse esteja restrito ao enfoque financeiro da companhia,


podemos fragmentá-lo de formas distintas. Essa fragmentação pode ser ainda
mais específica nestes casos:

Situação financeira de curto prazo;

Risco de inadimplência e endividamento;

Rentabilidade e a situação econômica da empresa.

Aparentemente similares, essas três dimensões citadas possuem enfoques


distintos.
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa

A situação financeira de curto prazo se refere à capacidade de as empresas


honrarem seus compromissos com terceiros. Ela ainda dimensiona as
necessidades de recursos para financiamento de estoques, contas a receber e
outros ativos circulantes.

Em outras palavras, podemos dizer que essa situação está relacionada à


liquidez e ao volume de recursos investidos no capital de giro da companhia.
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa
O risco de inadimplência e endividamento está relacionado ao nível de
alavancagem financeira da empresa. Ele busca informar se as empresas estão
muito ou pouco endividadas e qual é sua probabilidade de calote (risco de
inadimplência ou de crédito).

Das três dimensões enunciadas anteriormente, provavelmente a que desperta


a maior curiosidade é a que diz respeito à rentabilidade e à situação
econômica da empresa. Afinal, ela se refere à capacidade de uma organização
gerar lucros e remunerar os recursos investidos pelos sócios.

Muitos analistas a consideram a mais relevante. Afinal, uma empresa que


desfrute de uma boa situação econômica geralmente conta com as melhores
condições de reestruturar dívidas e conseguir um financiamento para o
capital do capital de giro.

Para efetuar a tarefa de analisar a rentabilidade e a situação econômica de


uma empresa, geralmente são utilizados três tipos distintos de indicadores:
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa

Os índices de retorno;

As margens de lucro;
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa

O giro dos recursos investidos.

Os índices de retorno
Eles comparam o lucro gerado em determinado período, que é obtido pela
inspeção da demonstração de resultado do exercício (DRE), com o
investimento efetuado na companhia, o qual, por sua vez, advém da análise
do balanço patrimonial (BP).

O índice mais utilizado dessa categoria é o retorno sobre o patrimônio


líquido, que também conhecido no mercado pela sigla ROE (referente ao
termo em inglês return on equity). O ROE consiste na relação entre o lucro
líquido da empresa e patrimônio líquido:

íôííôíROE = Lucro líquidoPatrimônio líquido (1)


Para exemplificar a utilização do ROE, analisaremos o caso de uma empresa
hipotética.

Exemplo
Os dois primeiros quadros da Fábrica de Embalagens Ltda. apresentam
respectivamente seus dois componentes (ativo e passivo) do BP, enquanto o
terceiro contém a demonstração do seu resultado do exercício (DRE). Os
dados são relativos aos resultados dos exercícios dos anos 20X1 e 20X2.
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa
Quadro: Ativo da Fábrica de Embalagens

Quadro: Passivo da Fábrica de Embalagens

Quadro: DRE da Fábrica de Embalagens


Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa

Tomando os resultados da Fábrica de Embalagens do ano 20X1 apresentados


no quadro acima, notamos que o lucro líquido registrado no exercício foi de
R$58.518. No mesmo período, de acordo com os resultados apresentados
anteriormente (segundo quadro), observamos que o patrimônio líquido
registrado pela empresa foi de R$652.395.

Utilizando esses dados contábeis, é possível calcular o ROE de 20X1 da


Fábrica de Embalagens:

Quadro: Cálculo do ROE da Fábrica de Embalagens em 20X1


ROE = Lucro líquido/patrimônio líquido
Lucro líquido da fábrica de embalagens em 20X1 = R$58.518
Patrimônio líquido da Fábrica de Embalagens em 20X1 = R$652.395
ROE da Fábrica de Embalagens em 20X1 = 58.518/652.395
ROE da Fábrica de Embalagens em 20X1 = 9,0%

Nota-se que o ROE da Fábrica de Embalagens registrado em 20X1 foi de


9,0%.
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa
Veremos no módulo 3 que o ROE de uma empresa pode ser analisado de
formas distintas, sendo uma delas (e a mais relevante) a comparação com
custo do capital próprio.

Podemos adiantar que essa comparação consiste na rentabilidade mínima


exigida pelos sócios da companhia em função do risco do empreendimento.
Isso quer dizer que, caso o ROE da empresa seja igual ou superior ao custo
do capital próprio, os recursos investidos pelos sócios serão remunerados
adequadamente.

Por outro lado, caso o ROE seja inferior ao custo do capital próprio, os
recursos dos sócios não vão gerar um retorno adequado.

As margens de lucro
Uma segunda categoria de indicadores da situação econômica de uma
companhia é o das margens de lucro. Essas margens apontam o quanto
(percentualmente) a empresa gerou de lucro comparativamente à receita de
determinado exercício contábil.

As margens podem ser calculadas em relação aos diversos lucros (bruto,


LAJI, LAJIDA e lucro líquido) e têm como denominador a receita líquida de
vendas da empresa.

Podemos dizer então que a margem líquida consiste na razão entre o lucro
líquido e a receita líquida (duas informações presentes na DRE). Essa
margem pode ser calculada pelo uso da fórmula 2:

ííííííMargem líquida = Lucro líquidoReceita líquida (2)


Tomando os resultados da Fábrica de Embalagens do ano 20X1 apontados no
terceiro quadro, observamos que o lucro líquido registrado no exercício foi
de R$58.518, enquanto a receita líquida do mesmo período alcançou os
R$1.307.053.
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa
Utilizando esses dados contábeis, já podemos calcular a margem líquida de
20X1 da Fábrica de Embalagens:

Quadro: Cálculo da margem líquida da Fábrica de


Embalagens em 20X1
Margem líquida = Lucro líquido/Receita líquida
Lucro líquido da Fábrica de Embalagens em 20X1 = R$58.518
Receita líquida da Fábrica de Embalagens em 20X1 = R$1.307.053
Margem líquida da Fábrica de Embalagens em 20X1 = 58.518/1.307.053
Margem líquida da Fábrica de Embalagens em 20X1 = 4,5%

A margem líquida da Fábrica de Embalagens registrada em 20X1 foi de


4,5%. Faremos uma análise mais precisa disso no módulo 2, mas já
adiantamos que ela pode ocorrer de formas distintas.

Uma das formas seria a comparação da margem líquida de uma empresa com
a de empresas atuantes no mesmo segmento. Geralmente, toma-se, para isso,
a média setorial dentro de um mesmo período.
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa

Caso a margem da empresa analisada seja superior à média setorial, haverá


um indicativo positivo em relação à eficiência na gestão de seus custos e na
geração de lucros; caso contrário, esse indicativo será negativo.

Giro dos recursos investidos


Além de margens e retornos, outra categoria de indicadores bastante utilizada
na análise do desempenho econômico de empresas é a do giro dos recursos
investidos.

Esses indicadores analisam a capacidade de as empresas gerarem receitas a


partir de recursos investidos em determinado período.

Para entendermos o cálculo do giro, devemos ter em mente que:

Clique na barra para ver as informações.


1
Ele é a razão entre a receita líquida e o montante de recursos registrados no
ativo (ativo total ou permanente) ou passivo da empresa (patrimônio líquido
ou capital investido, que consiste na soma dos recursos aportados por sócios
e credores).
2
Esse cálculo depende do enfoque da análise.
Um dos indicadores mais utilizados nessa categoria é o giro do patrimônio
líquido (giro do PL), que pode ser calculado por esta fórmula:
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa
íôííôíGiro do PL= Receita líquidaPatrimônio líquido (3)
Tomando os resultados da Fábrica de Embalagens do ano 20X1 apresentado
no terceiro quadro, a receita líquida registrada em 20X1 foi de R$1.307.053.
No mesmo período, o patrimônio líquido a empresa foi de R$652.395
(segundo quadro).

Com esses dados contábeis, é possível calcular o giro do patrimônio líquido


de 20X1 da Fábrica de Embalagens:

Quadro: Cálculo do giro do patrimônio líquido da Fábrica de


Embalagens em 20X1
Giro do PL = Receita líquida/Patrimônio líquido
Receita líquida da Fábrica de Embalagens em 20X1 = R$1.307.053
Patrimônio líquido da Fábrica de Embalagens em 20X1 = R$652.395
Giro do PL da Fábrica de Embalagens em 20X1 = 1.307.053/652.395
Giro do PL da Fábrica de Embalagens em 20X1 = 2,00

Vemos no quadro acima que o giro do patrimônio líquido da Fábrica de


Embalagens registrado em 20X1 foi de 2,00. Isso significa que, para cada
unidade monetária (reais, dólares ou outro tipo de moeda) investida pelos
sócios da empresa, foram geradas duas unidades monetárias no ano
analisado.

Comentário
Conforme discutiremos no módulo 2, o giro do patrimônio líquido pode ser
analisado de formas distintas, sendo uma delas a comparação do giro de um
ano com o dos anos anteriores. Essa forma de análise permite verificar se a
capacidade de as empresas gerarem receitas a partir dos recursos investidos
pelos sócios vem melhorando (giros crescentes) ou piorando (giros
decrescentes) ao longo do tempo.

A relação entre os indicadores da situação econômica


Comumente, analistas se deparam com situações nas quais os indicadores da
situação econômica não evoluem na mesma direção ao longo do tempo. Ou,
muitas vezes, eles se apresentam de forma distinta em relação aos parâmetros
setoriais (médias dos indicadores do setor).
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa
Comentário
Vamos supor que, em 20X0, a Fábrica de Embalagens tivesse registrado os
seguintes valores em seus demonstrativos financeiros:

Quadro: Informações contábeis da Fábrica de Embalagens em


20X0
Lucro líquido da Fábrica de Embalagens em 20X0 = R$45.315
Receita líquida da Fábrica de Embalagens em 20X0 = R$745.987
Patrimônio líquido da Fábrica de Embalagens em 20X0 = R$402.403

Com base nas informações deste quadro e nas fórmulas 1,2 e 3, é possível
calcular os indicadores da situação econômica da Fábrica de Embalagens do
ano de 20X0. Em seguida, basta compará-los com os indicadores 20X1 (de
acordo com o que foi apresentado no quadro acima).

Quadro: Análise comparativa dos indicadores da situação


econômica da Fábrica de Embalagens dos exercícios de 20X0
e 20X1
Indicador 20X0 20
ROE 11,0% 9,0%
Margem líquida 6,1% 4,5%
Giro do PL 1,81 2,00
Podemos observar, pela análise deste quadro, que o giro do patrimônio
líquido apresentou, de 20X0 para 20X1, um aumento de eficácia na geração
de receitas a partir dos recursos investidos pelos sócios. No entanto, o ROE e
a margem líquida tomaram uma direção contrária nos períodos avaliados.

Surge então a seguinte questão:

Como podemos analisar resultados que parecem ser parcialmente


contraditórios?

É importante que essa análise se atenha à coerência dos indicadores com os


princípios definidos para as finanças empresariais.
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa

No que tange ao desempenho econômico, o papel das empresas é remunerar


de forma condizente os recursos dos investidores. Como frisamos
anteriormente, isso pode ser efetuado pela comparação do ROE com o custo
de capital próprio.

Supondo que o custo do capital exigido pelos sócios da Fábrica de


Embalagens fosse de 8% ao ano nos dois períodos analisados, seria possível
afirmar que, apesar da piora no ROE de 20X0 para 20X1, a empresa manteve
nos dois períodos uma rentabilidade satisfatória para seus investidores.
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa

Mesmo relevantes na análise da situação econômica, os demais indicadores


podem ser considerados secundários em relação à rentabilidade (indicador
principal).

Ainda é possível observar que a margem e o giro constituem, na realidade,


componentes do retorno. Pode-se atestar isso pela decomposição apresentada
nas fórmulas 4 e 5:

ííííííííííííROE= Lucro líquido Receita líquida×Receita líquida


Patrim. líquido=Lucro líquidoPatrim. líquido(4)
íôííôíROE = Margem líquida ×Giro do patrimônio líquido (5
)
Essa decomposição permite entender os fatores que influenciaram a variação
do retorno de um período a outro. Ela também é útil para avaliar o efeito da
estratégia comercial da empresa e a eficiência do uso dos recursos investidos
nela.
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa

No caso da Fábrica de Embalagens, é possível observar que a redução da


margem de lucro (que pode ter sido ocasionada por uma redução de preços
ou piora na eficiência da gestão de custos) implicou a queda da rentabilidade
de 20X0 para 20X1, mesmo levando em consideração o aumento do volume
das vendas em relação aos recursos aportados pelos sócios.

Comentário
Precisamos ter calma agora. Ainda veremos no módulo 3 que a mesma
decomposição efetuada com o ROE, relacionando o retorno ao produto de
margem e giro, poderá ser aplicada a outros tipos de indicadores de
rentabilidade.

Tipos de indicadores de rentabilidade e da situação


econômica de empresas
Um especialista fala sobre os tipos de indicadores da rentabilidade e da
situação econômica de empresas, apresentando alguns exemplos para facilitar
sua compreensão..

VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. Podemos afirmar que o objetivo da análise dos indicadores da
rentabilidade e da situação econômica de empresas é:
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa
Entender a capacidade de as empresas honrarem seus compromissos com
terceiros e dimensionar as necessidades de recursos para financiamento de
estoques, contas a receber e outros ativos circulantes.

Informar se as empresas estão muito ou pouco endividadas e qual é sua


probabilidade de calote (risco de inadimplência ou de crédito).

Avaliar a capacidade de as empresas gerarem lucros e remunerarem os


recursos investidos pelos sócios.

Analisar indicadores da conjuntura econômica, como índices de inflação e


crescimento do PIB, entre outros.

Entender a capacidade de as empresas gerarem fluxo de caixa para os


investidores e pagarem suas dívidas.
Responder
Comentário
2. Três tipos de indicadores são utilizados na análise da situação
econômica de empresas: as margens de lucro, os índices de
retorno e os indicadores de risco de inadimplência e
endividamento. Em relação a estes tipos de indicadores, é correto
afirmar que:

As margens de lucro informam sobre a capacidade de as empresas gerarem


receitas a partir dos recursos investidos.

O giro dos investimentos pode ser calculado pelo produto da margem de


lucro e o retorno adequados.

Os índices de retorno consistem na razão entre lucro e receita das empresas.


Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa
A razão entre os índices de retorno e giro dos investimentos relacionados nos
informam a margem de lucro da empresa.

As margens de lucro nos dizem quanto a empresa gerou de fluxo de caixa em


relação aos investimentos efetuados.
Responder
Comentário

MÓDULO 2

Listar os indicadores utilizados para a análise das margens de lucro e


giro dos investimentos de empresas, bem como sua aplicação e
interpretação

ANÁLISE DAS MARGENS DE LUCRO E


GIRO DOS INVESTIMENTOS
Neste módulo, trataremos com maior profundidade os componentes dos
índices de retorno: as margens de lucro e o giro dos investimentos. Em
seguida, apresentaremos os tipos de margens e a forma de analisá-las (isolada
e conjuntamente), buscando, com isso, entender a habilidade das empresas de
gerir seus custos e despesas.
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa
De maneira similar, apresentaremos as diferentes abordagens de giros que
podem variam em função do tipo de investimento considerado em seu
cálculo.

MARGENS DE LUCRO — TIPOS E


ANÁLISE
Como vimos no módulo 1, os índices de retorno podem ser considerados os
mais relevantes no diagnóstico do desempenho econômico de empresas.
Apesar dessa constatação, a vivência nos ambientes corporativos e no
mercado financeiro revela outra coisa.

Em termos de popularidade, outro grupo de indicadores lidera a preferência


dos analistas: o das margens de lucro.

Relembrando
Conforme explicado anteriormente, as margens comparam o lucro gerado em
determinado período com a receita da empresa. Isso permite uma análise da
eficiência na gestão de custos e despesas da companhia.
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa

Essa habilidade (informação sobre o gerenciamento de custos e despesas) é


fundamental para gerir orçamentos e atingir metas corporativas de curto
prazo (um exercício). Esses pontos justificam, em parte, a grande
popularidade das margens.

Adicionalmente, entende-se que, no curto prazo, a habilidade de gerir


investimentos seja reduzida. Muitas vezes, ela está fora da alçada de diversos
gestores, limitando-os a atuar nos componentes de resultado (integrantes da
DRE), que podem ser medidos pelas margens.
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa

Outro ponto que explica o interesse pelas margens de lucro é o uso dela nas
projeções de resultados efetuada por analistas (internos e externos). Isso não
só simplifica a realização do trabalho a partir da estimativa de resultados de
receitas, mas também facilita o entendimento dos “clientes” da projeção.

Há diversos tipos de margens. Eles levam geralmente o nome do lucro


utilizado para seu cálculo, tendo como denominador a receita líquida de
vendas. Na literatura, as principais margens baseadas nos demonstrativos de
resultado do exercício societários são estas: bruta, LAJI, lucro antes dos
juros, impostos, depreciação e amortização (LAJIDA) e líquida.
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econômica da empresa

Dessa forma, a margem bruta é a razão do lucro bruto, enquanto tanto a


receita líquida quanto as margens LAJI, LAJIDA e líquida são
respectivamente as razões entre o LAJI, o LAJIDA e o lucro líquido e a
receita líquida.

As fórmulas 6, 7, 8 e 9 apresentam, de forma respectiva, as margens bruta,


LAJI, LAJIDA e líquida:

ííMargem bruta= Lucro bruto Receita líquida (6)


ííMargem LAJI = LAJI Receita líquida (7)
ííMargem LAJIDA = LAJIDA Receita líquida (8)
ííííííMargem líquida = Lucro líquido Receita líquida(9)
À exceção da margem LAJIDA, todas as informações necessárias para o
cálculo das margens (grifadas em negrito no quadro abaixo) estão
diretamente acessíveis na DRE. Este quadro contém a estrutura típica de uma
demonstração de resultado do exercício:

Quadro: Estrutura típica de uma DRE e os componentes das


margens de lucro (em negrito)
Receita bruta
(-) Deduções da receita bruta
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa
(=) Receita líquida
(-) Custo dos produtos, mercadorias ou serviços vendidos (CPV, CMV ou
CSV)
(=) Lucro bruto
(-) Despesas administrativas e comerciais
(+) Outras receitas operacionais
(=) Lucro antes dos juros e impostos (LAJI)
(-) Despesas financeiras
(+) Receitas financeiras
(=) Lucro antes dos impostos (LAI)
(-) Imposto de renda e contribuição social (IR & CS)
(=) Lucro líquido

Comentário
Dado o interesse dos analistas no conhecimento do LAJIDA, muitas
empresas o informam em seus relatórios financeiros.

Caso essa informação não esteja diretamente disponível:

É possível obtê-la somando ao LAJI os gastos com depreciação e


amortização contidas nos custos dos produtos vendidos (CPV) — no caso das
empresas industriais...
... Nos custos dos serviços vendidos (CSV) — no caso das prestadoras de
serviço...
... E nas despesas administrativas e comerciais – em todos os tipos de
empresa.
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa

Cabe observar que o custo das mercadorias vendidas (CMV), que é


pertinente às empresas comerciais, não inclui depreciação e amortização.
Quando uma organização é puramente comercial, todos os gastos de
depreciação e amortização são registrados unicamente na linha de despesas
administrativas e comerciais.
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa
Outro ponto que merece ser destacado é o seguinte: geralmente, os analistas
não demonstram interesse pelo acompanhamento da margem LAI (razão
entre o lucro antes dos impostos e a receita líquida).

Em geral, são margens baseadas em relatórios societários, como a DRE típica


(produzida pela contabilidade), buscando apresentar o lucro apurado em
determinado exercício. Mas alguns analistas financeiros internos das
empresas utilizam em seus estudos margens de lucro adicionais geradas a
partir de relatórios gerenciais.

Chamados muitas vezes de margens de contribuição, esses indicadores


oferecem quebras do lucro adicionais àquelas apresentadas diretamente na
DRE. Isso permite um entendimento ainda mais aprofundado da apuração de
custos e despesas por produtos e unidades de negócio, o que serve de suporte
para análises gerenciais.

Atenção
A definição de quais custos e despesas devem ser considerados na quebra do
lucro para a montagem das margens de contribuição varia em cada empresa.
Não se pode falar em um padrão único a ser seguido.

O estudo das margens de contribuição é geralmente efetuado dentro da área


de custos e controles gerenciais. Como isso foge ao escopo da análise padrão
de demonstrativos financeiros, tal tópico não será tratado neste tema.

Vamos entender isso melhor? Retomemos então o exemplo da Fábrica de


Embalagens!

Para um melhor entendimento do cálculo e da análise das margens de lucro,


aplicaremos as fórmulas 6, 7, 8 e 9 nos dados da DRE da Fábrica de
Embalagens apresentada no terceiro quadro.

Para uma estimativa do LAJIDA da Fábrica de Embalagens, podemos supor


adicionalmente que a depreciação e a amortização da empresa sejam
equivalentes a 10% do ativo imobilizado do ano analisado.

O quadro a seguir apresenta o cálculo das margens bruta, LAJI, LAJIDA e


líquida dos anos de 20X1 e 20X2 da Fábrica de Embalagens:
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa
Quadro: Cálculo das margens de lucro da Fábrica de
Embalagens em 20X1 e 20X2
Margem bruta = Lucro bruto/Receita líquida
Margem bruta da Fábrica de Embalagens em 20X1 = 197.508/1.307.053 =
15,1%
Margem bruta da Fábrica de Embalagens em 20X2 = 146.995/1.430.723 =
10,3%

Margem LAJI = LAJI/Receita líquida


Margem LAJI da Fábrica de Embalagens em 20X1 = 140.515/1.307.053 =
10,8%
Margem LAJI da Fábrica de Embalagens em 20X2 = 100.808/1.430.723 =
7,0%

Margem LAJIDA = LAJIDA/Receita líquida


LAJIDA = LAJI + Depreciação e amortização
LAJIDA Fábrica de Embalagens em 20X1 = 140.515 + (10% x 1.137.925) =
254.308
Margem LAJIDA da Fábrica de Embalagens em 20X1 = 254.308/1.307.053
= 19,5%
LAJIDA Fábrica de Embalagens em 20X2 = 100.808 + (10% x 1.337.945) =
234.602
Margem LAJIDA da Fábrica de Embalagens em 20X2 = 234.602/1.430.723
= 16,4%

Margem líquida = Lucro líquido/Receita líquida


Margem líquida da Fábrica de Embalagens em 20X1 = 58.518/1.307.053 =
4,5%
Margem líquida da Fábrica de Embalagens em 20X2 = 24.965/1.430.723 =
1,7%

De posse dos resultados das margens de lucro dos anos 20X1 e 20X2 da
Fábrica de Embalagens, é possível efetuar uma análise da lucratividade da
empresa de duas formas distintas.

A primeira forma diz respeito a uma análise da evolução temporal das


margens, comparando a margem de um ano com a do ano anterior. A
segunda maneira se traduz em uma comparação das margens da companhia
com as de empresas similares que atuem no mesmo segmento de atuação.
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa
O quadro a seguir apresenta um resumo dos resultados das margens da
Fábrica de Embalagens (segundo os cálculos efetuados no quadro anterior),
acrescentando-lhe as margens médias hipotéticas das empresas concorrentes:

Quadro: Margens de lucro da Fábrica de Embalagens e


médias setoriais em 20X1 e 20X2

Fábrica de Embalagens Média setorial


Indicador 20X1 20X2 20X1 20X2
Margem bruta 15,1% 10,3% 14,7% 13,1%
Margem LAJI 10,8% 7,0% 11,7% 10,2%
Margem LAJIDA 19,5% 16,4% 19,3% 18,5%
Margem líquida 4,5% 1,7% 6,8% 5,3%

1
A análise das margens no quadro acima aponta uma piora generalizada nas
margens da Fábrica de Embalagens entre os períodos de 20X1 e 20X2.
Enquanto a margem bruta apresentou uma queda de 4,8% (em termos
absolutos), as margens LAJI, LAJIDA e líquida sofreram perdas na ordem de
3,8%, 3,1% e 2,8%, respectivamente.

Como pode ser observado na comparação dos elementos da DRE da Fábrica


de Embalagens no terceiro quadro, a queda da margem bruta se deve a um
aumento no custo dos produtos vendidos superior ao das receitas líquidas nos
períodos analisados.

3
Enquanto as receitas subiram 9,5%, o CPV apresentou um crescimento de
15,7%. Essa redução da margem bruta afetou todos os lucros registrados nas
linhas inferiores da DRE, sendo a principal razão da degradação das demais
margens de lucro.
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa
Analisando os elementos que determinaram a queda da margem LAJI, é
possível observar uma peculiaridade. Além do aumento do CPV, outro
componente contribuiu para sua deterioração: o crescimento das despesas
administrativas e comerciais em 26,8% (superior aos 9,5% relativo às
receitas).

5
Esses efeitos foram parcialmente atenuados pelo aumento das outras receitas
operacionais em aproximadamente 1.800%. Isso fez com que a queda da
margem LAJI – e, por consequência, das demais margens – fosse inferior à
da margem bruta em 1% (em termos absolutos).

A comparação das quedas das margens LAJIDA e LAJI (3,1% contra 4,8%
de redução em termos absolutos) aponta que o aumento da depreciação e da
amortização (de 1,7% em relação à receita líquida correspondente à diferença
da variação das duas margens) diminuiu o impacto da queda da margem
LAJIDA.

7
Isso isoladamente deveria ser considerado um atenuante da queda das
margens se fosse levado em conta que a depreciação e a amortização não são
uma saída efetiva de caixa. Ainda assim, a redução da margem LAJIDA de
18,5% para 16,4% aponta uma piora na lucratividade da empresa.

Quanto à análise da evolução histórica das margens, observa-se, na DRE da


Fábrica de Embalagens, o aumento de 26,7% nas despesas financeiras
líquidas. Esse fator — além dos outros fatores elencados anteriormente —
contribuiu para a degradação da margem líquida.
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa
8
Dessa forma, podemos afirmar que a queda da lucratividade da empresa (de
R$58.518 em 20X1 para R$24.965 em 20X2, equivalente a -57,3%) se deve
ao aumento dos custos e das despesas — CPV (aumento de 15,7%), despesas
administrativas, comerciais e financeiras (aproximadamente 27%).

Podemos inferir isso pelo fato de as despesas terem sido superiores ao


aumento das receitas líquidas (de R$1.307.053 em 20X1 para R$1.430.723
em 20X2, equivalente a 9,5%). Elas só foram atenuadas pelo aumento das
outras receitas operacionais, que cresceram aproximadamente 18 vezes no
período analisado (1.800%).

Comentário
Em casos do tipo, a fim de buscar informações para inferências futuras,
sugere-se averiguar a composição das outras receitas operacionais,
verificando se elas foram compostas de receitas recorrentes ou ocasionais.

Caso se observe a expectativa da não recorrência das outras receitas


operacionais para os exercícios futuros, isso poderá ser considerado um fator
agravante na análise.

Buscando capturar esse efeito, é usual nesses casos efetuar correções tanto no
LAJI e LAJIDA — que passariam a ser chamados de LAJI e LAJIDA
ajustados — quanto no cálculo das margens decorrentes.

Além das outras receitas operacionais, as próprias receitas de vendas, custos


e despesas podem ser afetadas por componentes não recorrentes que
deveriam ser estornados para o cálculo dos lucros ajustados.

Exemplo
Supondo que, no caso da Fábrica de Embalagens, 90% das outras receitas
operacionais de 20X2 fossem consideradas não recorrentes, poderíamos
calcular o LAJI e o LAJIDA ajustados (e as margens correspondentes).

Quadro: Cálculo do LAJI, LAJIDA e margens ajustadas da


Fábrica de Embalagens em 20X2
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa
Outras receitas operacionais em 20X2 = R$27.975
Outras receitas operacionais não recorrentes em 20X2 = R$27.975 x 90% =
R$25.178
LAJI em 20X2 = R$100.808
LAJI ajustado em 20X2 = LAJI em 20X2 – Outras rec. oper. não recorrentes
em 20X2
LAJI ajustado em 20X2 = R$100.808 – R$25.178 = R$75.630
Margem LAJI ajustada em 20X2 = 75.630/1.430.723 = 5,3%
LAJIDA em 20X2 = 234.602
LAJIDA ajustado em 20X2 = LAJIDA em 20X2 – Outras rec. oper. não
recor. em 20X2
LAJIDA ajustado em 20X2 = R$234.602 –R$25.178 = R$209.425
Margem LAJIDA da Fábrica de Embalagens em 20X2 =
209.425/1.430.723 = 14,6%

Comparando as margens LAJI e LAJIDA com suas versões baseadas em


lucros ajustados, observamos uma queda de aproximadamente 1,7% em
termos absolutos. Isso demonstra que a deterioração da lucratividade da
Fábrica de Embalagens teria sido ainda pior se não tivessem ocorridos os
ganhos ocasionais registrados em 20X2.

O quadro a seguir combina as informações integrantes dos dois quadros


anteriores:

Quadro: Margens de lucro da Fábrica de Embalagens e


médias setoriais em 20X1 e 20X2, incluindo as margens LAJI
e LAJIDA ajustadas em 20X2

Fábrica de Embalagens Média setorial


Indicador 20X1 20X2 20X1 20X2
Margem bruta 15,1 10,3 14,7 13,1
Margem LAJI 10,8 7,0 11,7 10,2
Margem LAJI Ajustada - 5,3 - -
Margem LAJIDA 19,5 16,4 19,3 18,5
Margem LAJI ajustada - 14,6 - -
Margem líquida 4,5 1,7 6,8 5,3
Este quadro fornece um grupo de informações mais completas para uma
comparação entre as margens da Fábrica de Embalagem e as médias
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa
setoriais. Como podemos observar, não foram calculadas as margens LAJI e
LAJI ajustadas referentes ao ano de 20X1 dessa fábrica.

Isso ocorreu por se entender que o volume das possíveis receitas operacionais
não recorrentes poderia ser desprezado face ao pequeno valor percentual das
receitas não recorrentes deste ano. Consideremos ainda que as margens
ajustadas setoriais não estariam disponíveis para os anos analisados.

Tomando inicialmente os dados de 20X1, podemos verificar que as margens


bruta, LAJI e LAJIDA são bastante próximas da média setorial (diferença
inferior a 1% para cima ou para baixo). Isso é um indicador de que a Fábrica
de Embalagens operou com uma estrutura de custos similar à média de seus
concorrentes no exercício.

A margem líquida apresentou especificamente neste ano uma diferença de


2,3% a menos que a média do setor, gerando indícios de uma estrutura de
capital (nível de endividamento em relação ao capital próprio) mais
alavancada, ou seja, mais endividada, que a média do segmento.

A análise comparativa (Fábrica de Embalagens X média setorial) das


margens de 20X1 para 20X2 aponta a deterioração da lucratividade do setor e
a queda ainda mais severa da lucratividade da empresa.

Ao contrário do que foi verificado em 20X1, em 20X2, as margens bruta,


LAJI, LAJIDA e líquida da fábrica foram significativamente inferiores em
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa
relação à média do segmento (-2,8% no caso da margem bruta; -3,2% na
margem LAJI; -2,1% na margem LAJIDA; e -3,6% na margem líquida).

Ainda que considerássemos a comparação com as margens ajustadas, essa


diferença ainda seria superior (-4,9% em relação à margem LAJI ajustada e -
3,9% em comparação com a LAJIDA ajustada).

Dessa forma, com base nas análises efetuadas, podemos concluir que a
Fábrica de Embalagens registrou substancial piora em sua lucratividade na
comparação dos exercícios de 20X1 e 20X2.

Essa queda se deve aparentemente – e em parte – a situações que afetaram o


segmento de atuação (como aponta a queda das margens médias setoriais) e,
em maior grau, a questões especificas da própria empresa. Entre esses
fatores, podemos assinalar o aumento do CPV e das despesas administrativas
e comerciais em níveis substancialmente superiores ao crescimento das
receitas de vendas.

GIRO DOS INVESTIMENTOS — TIPOS


E ANÁLISE
Menos populares que os índices de retorno e margens de lucro, os
indicadores de giro dos investimentos complementam a análise da situação
econômica das empresas. Eles permitem avaliar a eficiência na geração de
receitas a partir dos capitais investidos.

São diversos os tipos de giro. Eles sempre têm como numerador a receita
líquida e como denominador o montante de investimentos que se pretende
comparar. Os principais tipos de giro avaliados pelos analistas são os
seguintes:

Do patrimônio líquido (giro do PL);

Do capital investido (giro do CI);

Do ativo permanente (giro do AP);

Do ativo total (giro do AT).


Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa
Eles podem ser calculados respectivamente pelas fórmulas 10, 11, 12 e 13:

íôííôíGiro do PL= Receita líquida Patrimônio líquido (10)


ííGiro do CI= Receita líquida Capital investido (11)
Sendo capital investido = Patrimônio líquido + Empréstimos e
financiamentos

ííGiro do AP= Receita líquida Ativo permanente (12)


Sendo ativo permanente = Imobilizado + Investimentos + Intangível

ííGiro do AT= Receita líquida Ativo total (13)


Pela análise das formulações dos indicadores de giro, nota-se que o
investimento utilizado como numerador nas expressões pode ser um
componente do passivo ou do ativo.

Clique nas informações a seguir.


Componente do passivo
Componente do ativo
Cabe ressaltar que o conceito do capital investido utilizado no numerador do
giro do CI abrange todos os recursos onerosos que financiam a empresa:

Recursos provenientes dos sócios (patrimônio líquido);

Credores (empréstimos e financiamentos contidos no passivo circulante e


passivo não circulante).

No caso do giro do AP, o denominador da fórmula (ativo permanente)


corresponde aos elementos do ativo não circulante, à exceção do grupo do
realizável a longo prazo.

Veremos agora uma estrutura típica de um BP na qual podemos observar


(grifados em negrito e sublinhados) os grupos utilizados como
denominadores no cálculo do giro dos investimentos:

Quadro: Estrutura típica de um BP e os componentes dos


denominadores dos indicadores de giro dos investimentos
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa
Ativo Passivo
Ativo circulante (AC) Passivo circulante (PC)
 Disponibilidades  Empréstimos e financiamentos
 Clientes  Fornecedores e contas a pagar
 Estoques  Salários
 Adiantamento a fornecedores  Impostos
 Impostos a recuperar  Dividendos
 Outros  Outros

Ativo não circulante (ANC) Passivo não circulante


 Realizável a longo prazo  Empréstimos e financiamentos
 Investimentos  Outros
 Imobilizado
 Intangível

Ativo total (AT=AC + ANC) Patrimônio líquido

 Capital social
 Reserva de lucros
Passivo total (PT=PC + PNC + PL)
Para termos um melhor entendimento do cálculo e da análise dos indicadores
de giro dos investimentos, aplicaremos as fórmulas 10, 11, 12 e 13 nos dados
do BP e da DRE da Fábrica de Embalagens apresentados, respectivamente,
nos três primeiros quadros deste tema.

Este quadro indica o cálculo dos indicadores de giro dos investimentos da


Fábrica de Embalagens nos anos de 20X1 e 20X2:

Quadro: Cálculo dos indicadores de giro dos investimentos da


Fábrica de Embalagens em 20X1 e 20X2
Giro do PL = Receita líquida/Patrimônio líquido
Giro do PL da Fábrica de Embalagens em 20X1 = 1.307.053/652.395 = 2,00
Giro do PL da Fábrica de Embalagens em 20X2 = 1.430.723/890.433 = 1,61

Giro do CI = Receita líquida/Capital investido


Giro do CI da Fáb. de Embal. 20X1 = 1.307.053/ (652.395 + 518.685 +
590.178) = 0,74
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa
Giro do CI da Fáb. de Embal. 20X2 = 1.430.723/ (890.433 + 646.375 +
931.193) = 0,58

Giro do AP = Receita líquida/Ativo permanente


Giro do AP da Fábrica de Embalagens em 20X1 = 1.307.053/1.137.925 =
1,15
Giro do AP da Fábrica de Embalagens em 20X2 = 1.430.723/1.337.945 =
1,07

Giro do AT = Receita líquida/Ativo total


Giro do AT da Fábrica de Embalagens em 20X1 = 1.307.053/1.966.115 =
0,66
Giro do AT da Fábrica de Embalagens em 20X2 = 1.430.723/2.812.680 =
0,51

Observemos que, no cálculo do giro do CI, considerou-se que todo o passivo


não circulante da Fábrica de Embalagens seria composto por empréstimos e
financiamentos nos dois anos analisados.

De forma análoga ao que foi aplicado nas margens de lucro, a análise do giro
dos investimentos pode ser realizada de duas formas:

Clique nas informações a seguir.


Forma 01
Forma 02
O próximo quadro apresenta um resumo dos resultados indicadores de giro
da Fábrica de Embalagens (conforme cálculos efetuados no quadro anterior),
acrescentando-lhe as médias hipotéticas do giro de empresas concorrentes:

Quadro: Indicadores de giro dos investimentos da Fábrica de


Embalagens e médias setoriais em 20X1 e 20X2

Fábrica de Embalagens Média setorial


Indicador 20X1 20X2 20X1 20X2
Girodo PL 2,00 1,61 1,58 1,63
Girodo CI 0,74 0,58 0,67 0,76
Girodo AP 1,15 1,07 1,02 1,06
Girodo AT 0,66 0,51 0,60 0,67
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa
A análise dos indicadores de giro deste quadro indica uma piora na
capacidade da Fábrica de Embalagens gerar receitas a partir dos recursos
investidos entre os períodos de 20X1 e 20X2.

Em termos relativos, os indicadores de giro do PL, CI e AT apresentaram


quedas próximas a 20% (-19,8% no caso do giro do PL; -21,9% no giro do
CI; e -23,5% no giro do AT), enquanto o giro do AP teve uma queda não tão
significativa: 7%.

Essa redução de eficiência pode ser explicada pelo aumento dos recursos
tomados (como é possível visualizar no passivo) e investidos (basta ver o
ativo) em taxas superiores ao que se verificou no crescimento das receitas.

Além disso, outra análise que pode ser feita é a seguinte: as receitas líquidas
da Fábrica de Embalagens cresceram 9,5% de 20X1 para 20X2; o patrimônio
líquido, 36,5%; os empréstimos e financiamentos (de curto e longo prazo),
42,4%; o ativo permanente (imobilizado), 17,8%; e o ativo total, 43,1%.

A decomposição dos fatores dos indicadores de giro nos permite inferir que a
empresa captou recursos com sócios e terceiros. Ela os investiu tanto em
ativos imobilizados – buscando provavelmente ampliar sua capacidade
produtiva – quanto em componentes do ativo circulante (como pode ser
verificado pelo crescimento do disponível, dos clientes e dos estoques).
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa
No entanto, até o momento dessa análise (20X2), a Fábrica de Embalagens
ainda não experimentou a contrapartida no crescimento de suas vendas.

Observando as colunas referentes às médias setoriais, é possível constatar


que os indicadores de giro médios das empresas concorrentes apresentaram
um comportamento distinto. Eles apontam um crescimento médio de 8% em
termos relativos (3,5% no giro do PL, 13,4% no giro do CI, 3,9% no giro do
AP e 13,1% no giro do AT).
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa
Outro ponto que merece ser observado é que, em 20X1, todos os indicadores
de giro da Fábrica de Embalagens eram superiores às médias setoriais. Por
outro lado, em 20X2, os giros do PL e AP da empresa e do setor
apresentaram valores coincidentes (muito próximos). Já os giros do CI e AT
setoriais foram significativamente superiores aos da Fábrica de Embalagens.

Essa piora relativa nos indicadores da empresa em relação à média dos seus
concorrentes corrobora a perda de eficiência antes anunciada. Isso nos
permite inferir que, na média, seus competidores investiram
proporcionalmente menos ou tiveram mais êxito comercial (vendas) em suas
operações.

INDICADORES PARA ANÁLISE DAS


MARGENS DE LUCRO E GIRO DOS
INVESTIMENTOS DE EMPRESAS
Descrevemos neste vídeo os diversos tipos de índices de margem e de giro.

VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. Apesar de os índices de retornos serem considerados os mais
relevantes no diagnóstico do desempenho econômico de
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa
empresas, as margens de lucro consistem no grupo de indicadores
que desfruta de maior popularidade, liderando a preferência dos
analistas financeiros. Podemos afirmar que essa popularidade se
deve fundamentalmente a um(a):

Habilidade das margens em informar sobre o gerenciamento de custos e


despesas.

Simplicidade do cálculo das margens, que é menos complexo que os outros


indicadores para análise da situação econômica.

Uso das margens na avaliação da eficiência das empresas em gerar receitas a


partir dos investimentos efetuados.

Capacidade das margens de informar sobre a rentabilidade dos recursos


apontados pelos sócios.

Habilidade das margens em informar quanto a empresa gerou de receita no


período analisado.
Responder
Comentário
2. Margens de lucro e de giro dos investimentos são instrumentos
úteis para a compreensão da situação econômica das empresas.
Na análise desses indicadores, geralmente são utilizadas duas
abordagens distintas. Elas são a...

Análise da evolução histórica (comparação entre períodos distintos) dos


indicadores da própria empresa e a comparação dos indicadores dela
com benchmarks (parâmetros) de empresas similares atuantes em outros
países.

Análise da evolução histórica (comparação entre períodos distintos) das


margens e indicadores de giro da própria empresa e a comparação de seus
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa
índices com os indicadores de outras companhias atuantes na mesma região
geográfica.

Comparação dos índices da empresa com os indicadores de outras


companhias atuantes na mesma região geográfica em períodos distintos e a
apuração de benchmarks (parâmetros) de empresas similares atuantes em
outros países.

Comparação dos indicadores de giro e de margem da empresa analisada com


os indicadores de outras empresas similares e a análise da evolução histórica
(comparação entre períodos distintos) dos indicadores da própria empresa.

Análise de benchmark com empresas nacionais que efetuam a mesma


atividade e a comparação histórica com empresas internacionais.
Responder
Comentário

MÓDULO 3

Listar os indicadores utilizados para a análise da rentabilidade e do


lucro econômico, bem como sua aplicação e interpretação

ANÁLISE DOS ÍNDICES DE RETORNO


E DO LUCRO ECONÔMICO
Neste módulo, realizaremos, de forma mais aprofundada, a análise dos
índices de retorno, complementando a discussão apresentada no módulo 1.
Em seguida, descreveremos os indicadores adicionais ao ROE e sua
decomposição a partir das margens e dos giros apresentados no módulo
anterior.
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa

Por fim, apresentaremos e discutiremos o cálculo e a utilização do lucro


econômico, métrica que revela quanto (em R$) o lucro gerado em
determinado período superou os encargos de capital dos recursos investidos
na empresa.

ÍNDICES DE RETORNO — TIPOS E


ANÁLISE
Conforme explicamos anteriormente, os índices de retorno comparam o lucro
gerado em determinado período com os recursos investidos na companhia.
Eles constituem a métrica mais relevante para a análise da situação
econômica das empresas.

De maneira semelhante ao que foi verificado nas margens e nos giros, o


retorno sobre os investimentos pode ser avaliado sob óticas distintas. Três
tipos de indicadores são mais utilizados pelos analistas:

Clique nas informações a seguir.


ROE
ROA
ROIC
O cálculo desses indicadores pode ser efetuado com as fórmulas 14, 15 e 16:

íôííôíROE = Lucro líquido Patrimônio líquido (14)


ROA= LAJI Ativo total (15)
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa
ííROIC= LAJI x (1 – Alíquota de IR & CS) Capital investido
(16)
Em que:

íçãíçãAlíquota de IR & CS= Despesas com imposto de renda


e contribuição social Lucro antes dos impostos
Em que:

Capital investido = Patrimônio líquido + Empréstimos e


financiamentos
Como podemos verificar na fórmula 14, o ROE compara o lucro líquido
(lucro destinado aos sócios da empresa) com o patrimônio líquido (montante
de recursos investidos pelos sócios).

Comentário
Como padrão, utilizaremos neste material tanto o lucro como o patrimônio
líquido referentes ao mesmo período. Porém, na literatura especializada, são
propostas alternativas em relação ao período de apuração do denominador da
equação. Alguns autores sugerem, por exemplo, o uso de médias trimestrais
do patrimônio líquido, buscando, com isso, capturar variações no
investimento dos sócios no decorrer de um exercício. A desvantagem dessa
abordagem está justamente em sua eventual carência de informações,
dificultando o cálculo das médias.

De forma geral, no âmbito da análise de demonstrativos financeiros, mais


importante que a adoção da “melhor” abordagem é a padronização,
buscando, dessa forma, uma comparabilidade. Em termos práticos, o
fundamental é que a mesma forma de cálculo deve ser utilizada no decorrer
de períodos e empresas distintas.

Na fórmula 15, é possível observar que o ROA consiste na razão entre o


LAJI e o ativo total. O ROA pode ser entendido como uma medida da
eficiência operacional da empresa.

Podemos levar em conta que o LAJI não sofre impacto da estrutura de capital
da empresa (forma que ela é financiada) por não contemplar as despesas
financeiras pertinentes ao período analisado. Podemos levar em conta que o
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa
LAJI não sofre impacto da estrutura de capital da empresa (forma que ela é
financiada) por não contemplar as despesas financeiras pertinentes ao período
analisado.

Conforme verificaremos mais adiante, a comparação entre o ROA e o ROE


da própria empresa pode denotar distinções na alavancagem financeira (nível
de endividamento) dos negócios analisados. Isso ocorre independentemente
do ROE registrado em períodos distintos ou de ser uma empresa com
companhias atuantes no mesmo segmento.

A fórmula 16 contém o ROIC, cujo numerador (LAJI x (1 – Alíq. IR & CS))


é chamado, em diversos textos acadêmicos, de NOPAT, sigla da expressão
em inglês net operate profit after taxes. Ela poderia ser traduzida como
“lucro operacional após impostos”.

O NOPAT consiste em uma medida de lucro hipotética. Ele busca apurar o


que foi gerado pela operação da empresa deduzido dos impostos que a
companhia pagaria sem contemplar os benefícios tributários (redução de
impostos) referentes às despesas financeiras.

Considerando que o NOPAT não contempla o abatimento das despesas


financeiras, podemos entendê-lo como um lucro que incorpora a
remuneração tanto dos sócios quanto do capital de terceiros, ainda que sua
divisão pelo capital investido (patrimônio líquido mais empréstimos e
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa
financiamentos) indique a rentabilidade de todos os recursos onerosos que
financiam a empresa.

Para haver um melhor entendimento do cálculo e da análise dos índices de


retorno, aplicaremos as fórmulas 14, 15 e 16 nos dados apresentados do BP e
da DRE da Fábrica de Embalagens.

Observemos respectivamente os três primeiros quadros. Notemos agora que o


quadro a seguir apresenta o cálculo dos índices de retorno da Fábrica de
Embalagens nos anos de 20X1 e 20X2:

Quadro: Cálculo dos índices de retorno da fábrica de


embalagens em 20X1 e 20X2
ROE = Lucro líquido/Patrimônio líquido
ROE da Fábrica de Embalagens em 20X1 = 58.518/652.395 = 9,0%
ROE da Fábrica de Embalagens em 20X2 = 24.965/890.433 = 2,8%

ROA = LAJI/Ativo total


ROA da Fábrica de Embalagens em 20X1 = 140.515/1.966.115 = 7,1%
ROA da Fábrica de Embalagens em 20X2 = 100.808/2.812.680= 3,6%

ROIC = LAJI x (1 – Alíquota de IR & CS) /Capital investido


ROIC = NOPAT/Capital investido
ROIC Fábrica Emb. 20X1 = (140.515 x (1–0,34)) / (652.395 + 518.685 +
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa
590.178) = 5,2%
ROIC Fábrica Emb. 20X2 = (100.808 x (1 – 0,30)) / (890.433 + 646.375 +
931.193) = 2,9%

Os indicadores apresentados apontam uma queda generalizada e substancial


da rentabilidade da Fábrica de Embalagens entres os anos 20X1 e 20X2.

Além dessa forma de análise, também é possível, da mesma maneira que a


feita com as margens e os giros, comparar os índices de retornos com os de
empresas similares atuantes no mesmo segmento econômico.
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa

Há ainda uma terceira forma de análise. Restrita ao ROE e ao ROIC, ela


consiste na comparação dos índices com os custos de capitais
correspondentes. No caso do ROE, essa comparação deve ser efetuada com o
custo do capital próprio, ou, em inglês, cost of equity (Ke). No caso do
ROIC, ela o será com o custo médio ponderado de capital (CMPC), ou, em
inglês, weighted average cost of capital (WACC).

Para o cálculo Ke, comumente é empregado no mercado o capital asset


pricing model (CAPM).

Você sabia
Criado na década de 1960, este modelo associa o retorno exigido pelos sócios
das empresas ao nível corrente das taxas básicas de juros na economia e ao
prêmio pelo risco do investimento em renda variável (prêmio pelo risco de
mercado). Esse prêmio é ponderado pelo índice beta das ações da empresa
avaliada.

A fórmula 17 se refere à equação do CAPM:

Kei = rf + Betai x [E(rm) – rf] (17)


Em que:

Kei – custo do capital próprio relativo à empresa i;


Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa
rf – taxa do ativo livro de risco;

Betai – índice do beta das ações da empresa i;

[E(rm) – rf] – prêmio pelo risco de mercado.

O WACC consiste em uma média ponderada dos custos dos capitais próprio
(Ke) e de terceiros (Kd). Ele leva em conta o peso desses recursos na
estrutura de capital da empresa. A fórmula 18 se refere à equação do WACC:

ííWACCi = [(E/(D+E)) x Kei]x [(D/(D+E)) x Kdi x (1 – Alíq.


IR & CS)] (18)
Em que:

WACCi – custo médio ponderado de capital relativo à empresa i;

E – valor da participação acionária;

D – valor das dívidas (empréstimos e financiamentos);

Kei – custo do capital próprio relativa à empresa i;

Kdi – custo das dívidas relativo à empresa i;

Alíq. IR & CS – alíquota de imposto de renda e contribuição social.

Considerando o enfoque e os objetivos deste tema, não serão discutidos nem


detalhados os aspectos teóricos relativos aos modelos apresentados para o
cálculo do Ke e do WACC. Tampouco serão demonstrados seus cálculos.

Saiba mais
Para um melhor entendimento desse assunto, sugerimos a pesquisa de livros
e textos relativos ao tópico de finanças corporativas.

Buscando analisar o ROE e o ROIC da Fábrica de Embalagens nos anos de


20X1 e 20X2, vamos supor um Ke de 9% e um WACC de 5% em termos
reais para os dois períodos analisados.
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa
O quadro a seguir compila os índices de retorno da Fábrica de Embalagens,
os de retorno médios setoriais dos anos e os custos de capitais
correspondentes para os anos de 20X1 e 20X2:

Quadro: Índices de retorno da Fábrica de Embalagens, médias


setoriais e custos de capitais correspondentes em 20X1 e
20X2

Fábrica de Embalagens Média setorial Custo de capital


Indicador 20X1 20X2 20X1 20X2 20X1 e 20X2
ROE 9,0% 2,8% 10,7% 8,6% 8,0%
ROA 7,1% 3,6% 7,0% 6,8% -
ROIC 5,2% 2,9% 5,17% 5,12% 5,0%
Notamos que, em 20X1, tanto o ROE quanto o ROIC da Fábrica de
Embalagens apresentavam patamares satisfatórios, sendo levemente
superiores ao custo do capital correspondente. Além disso, ambos estavam
relativamente próximos às médias setoriais.

No ano de 20X2, de forma diversa à do período anterior, o desempenho da


empresa demonstrou ser insuficiente em relação a todos
os benchmarks (parâmetros de comparação): ROE inferior ao Ke e à média
setorial; ROIC inferior ao WACC e à média setorial; e ROA inferior à média
setorial.

Por fim, cabe observar que as médias setoriais do ROE e do ROIC


permaneceram superiores aos custos de capital correspondentes. Isso
reforçou o entendimento de que o desempenho da empresa vinha ocorrendo
em níveis inferiores ao da média de seus concorrentes.

DECOMPOSIÇÃO DOS ÍNDICES DE


RETORNO
Demonstramos no módulo 1 que é possível decompor o ROE nos indicadores
de margem líquida e no giro do patrimônio líquido. Isso gera um maior
entendimento acerca dos fatores que influenciam a variação na rentabilidade
de uma empresa de um período a outro. Demonstramos no módulo 1 que é
possível decompor o ROE nos indicadores de margem líquida e no giro do
patrimônio líquido. Isso gera um maior entendimento acerca dos fatores que
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa
influenciam a variação na rentabilidade de uma empresa de um período a
outro.

De forma similar, o mesmo tipo de decomposição pode ser efetuado com os


demais índices de retorno, o que pode ser verificado nas fórmulas 18, 19 e
20:

ííííííííííííROE =Lucro líquidoReceita líquida×Receita líquidaPatrim. líqu


ido=Lucro líquidoPatrim. líquido

íôííôíROE = Margem líquida x Giro do patrimônio líquido (18)

ííííROA =LAJIReceita líquida×Receita líquidaAtivo total=LAJIAtivo to


tal

ROA = Margem LAJI x Giro do ativo total (19)

ííííROIC =NOPATReceita líquida×Receita líquidaCapital inv


estido=NOPATCapital investido

ROIC = Margem NOPAT x Giro do capital investido (20)


Conforme aponta a fórmula 20, a razão entre o NOPAT e a receita líquida é
denominada margem NOPAT.

O quadro a seguir apresenta os índices de retorno, as margens de lucro e o


giro dos investimentos da Fábrica de Embalagens nos anos de 20X1 e 20X1:

Quadro: Análise comparativa dos indicadores da situação


econômica da Fábrica de Embalagens dos Exercícios de 20X1
e 20X2
Indicador 20X0 20X1 Variação relativa
ROE 9,0% 2,8% -68,7%
Margem líquida 4,5% 1,7% -61,0%
Girodo PL 2,00 1,61 -19,8%
Indicador 20X0 20X1 Variação relativa
ROA 7,1% 3,6% -49,9%
Margem LAJI 10,8% 7,0% -34,5%
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa
Girodo AT 0,66 0,51 -23,5%
Indicador 20X0 20X1 Variação relativa
ROIC 5,2% 2,9% -45,4%
Margem NOPAT 7,1% 4,9% -30,1%
Girodo CI 0,74 0,54 -21,9%
A análise deste quadro resume as informações dos indicadores da situação
econômica da Fábrica de Embalagens. Além disso, ele nos permite entender
o efeito combinado da queda das margens de lucro e do giro dos
investimentos, gerando um efeito amplificado nos índices de retorno.

Como pode ser observado na última coluna do quadro acima, o efeito da


redução das margens de lucro foi, nos três indicadores de retorno analisados,
mais impactante que a queda dos indicadores de giro.

O LUCRO ECONÔMICO
Conforme foi apontado ao longo do texto, os índices de retorno consistem em
uma categoria de indicadores mais relevante que as margens de lucro e o giro
dos investimentos.

Certamente, isso se dá por eles serem justamente uma composição dos outros
dois tipos (retorno = margem x giro). Outra razão para isso é que esses
índices configuram uma métrica aplicável na verificação do atingimento dos
objetivos econômicos das corporações, ou seja, nos permitem analisar se os
recursos investidos estão rendendo adequadamente.
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa
Outra vantagem dos índices de retorno é que eles
possuem benchmarks (referências para comparação) menos subjetivos. Este é
o caso dos custos de capital.

Como foi verificado nas seções anteriores, é possível afirmar se o ROE e o


ROIC gerados pela empresa em determinado período são adequados; para
isso, basta verificar se eles superaram respectivamente o Ke e o WACC.

Na análise de margens e indicadores de giro, não contamos com dispositivos


similares, nos restando avaliar a eficiência da empresa pela comparação com
o próprio histórico ou com o desempenho de companhias atuantes no mesmo
setor econômico.Na análise de margens e indicadores de giro, não contamos
com dispositivos similares, nos restando avaliar a eficiência da empresa pela
comparação com o próprio histórico ou com o desempenho de companhias
atuantes no mesmo setor econômico.

A despeito das vantagens apontadas para os indicadores de retorno, uma


crítica comum é que eles constituem uma métrica relativa (traduzida em
termos percentuais). Por isso, eles desconsideram a dimensão do montante de
recursos investidos na apresentação dos resultados.

Exemplo
Imaginemos duas organizações atuantes no mesmo segmento. As empresas A
e B apresentaram respectivamente um lucro líquido de R$150 e R$1.200 em
determinado exercício (20X1). Suponhamos ainda que, no mesmo período,
os patrimônios líquidos de A e B fossem respectivamente de R$1.000 e
R$10.000.

Tendo como base essas informações, qual empresa teria apresentado o


melhor desempenho?

Um sumário das informações fornecidas e o cálculo do ROE das empresas A


e B podem contribuir em nossa análise:

Quadro: Informações financeiras das Empresas A e B em


20X1Quadro: Informações financeiras das Empresas A e B
em 20X1
Dados financeiros Empresa A Empresa B
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa
Lucro líquido $150 $1.200
Patrimônio líquido $1.000 $10.000
ROE 15% 12%
A análise das informações deste quadro demonstra a possível dificuldade
gerada pela falta de dimensionalidade do ROE no que se refere ao volume de
recursos investidos na empresa.

No caso em questão, supondo que o Ke de ambas fosse de 13%, seria


possível afirmar que o desempenho de A teria sido satisfatório (por superar o
Ke)...

... Enquanto o de B teria sido insuficiente (por ser inferior ao Ke). Dessa
forma, poderíamos dizer que A teve um desempenho superior a B.

Por outro lado, se supuséssemos um Ke de 10% para as duas empresas, tanto


A quanto B teriam apresentado resultados aceitáveis. Considerando que a
rentabilidade auferida por ambas teria sido superior ao Ke, apontar qual delas
teria tido o melhor desempenho não seria uma tarefa tão trivial.

Em termos relativos, A gerou um retorno (ROE) 5% superior a


seu benchmark (Ke), enquanto B teve um excedente de apenas 2%. No
entanto, em termos absolutos (em R$), B apresentou um ganho sete vezes
superior a A.

1
Muitos analistas passaram a adotar nos dias de hoje o lucro econômico como
um indicador para a análise do desempenho econômico das empresas a fim
de dirimir casos como o ilustrado no exemplo do quadro acima e outras
situações em que se deseja considerar a dimensão dos investimentos
efetuados nos negócios.

O lucro econômico consiste no quanto uma empresa gerou de lucro em


determinado período acima dos encargos com a estrutura de capital. Ele
mensura em moeda ($) o excedente de lucro em relação ao que deveria ser
considerado minimamente aceitável pelos investidores da empresa, levando
em conta o capital por eles investido. O lucro econômico consiste no quanto
uma empresa gerou de lucro em determinado período acima dos encargos
com a estrutura de capital. Ele mensura em moeda ($) o excedente de lucro
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa
em relação ao que deveria ser considerado minimamente aceitável pelos
investidores da empresa, levando em conta o capital por eles investido.

3
Trata-se de um conceito relativamente antigo. Alguns estudiosos acreditam
que Hicks o criou na década de 1940. Outros o atribuem a Marshal por conta
de um trabalho que, elaborado na década de 1980, só passou a fazer parte do
conjunto de métricas utilizadas por analistas e empresas no final da década
seguinte.

O lucro econômico é o conceito que está por trás do valor econômico


adicionado, ou, em inglês, economic value added (EVA). Ele constitui
métrica e modelo de gestão registrado pela empresa de consultoria Stern
Stewart, que propõe seu uso tanto como base para aferição de resultados em
empresas e unidades de negócio dela quanto como parâmetro para
remuneração variável. O lucro econômico é o conceito que está por trás do
valor econômico adicionado, ou, em inglês, economic value added (EVA).
Ele constitui métrica e modelo de gestão registrado pela empresa de
consultoria Stern Stewart, que propõe seu uso tanto como base para aferição
de resultados em empresas e unidades de negócio dela quanto como
parâmetro para remuneração variável.

4
Comentário
Pretendemos nos ater neste tema ao cálculo e à utilização do lucro econômico
no contexto da análise de demonstrativos financeiros. Ou seja, não vamos
explorar a possibilidade de seu uso em modelos de gestão ou outras
aplicações.Pretendemos nos ater neste tema ao cálculo e à utilização do lucro
econômico no contexto da análise de demonstrativos financeiros. Ou seja,
não vamos explorar a possibilidade de seu uso em modelos de gestão ou
outras aplicações.
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa
O lucro econômico pode ser calculado de formas distintas que variam em
função do uso de índices de retorno ou do lucro gerado no período. Neste
módulo, discutiremos quatro abordagens para o cálculo do lucro econômico.
Elas serão apresentadas nas fórmulas 21, 22, 23 e 24:

ôíóôíóLucro econômico = Lucro líquido – Encargos do capital


próprio

ôíôíôíôíLucro econômico = Lucro líquido – (Patrimônio líquid


o x Ke) (21)
ôôíôôíLucro econômico = (ROE – Ke) x Patrimônio líquido
(22)
ôôLucro econômico = NOPAT – Encargos do capital investid
o

ôôLucro econômico = NOPAT – (Capital investido x WACC)


(23)
ôôLucro econômico = (ROIC – WACC) x Capital investido (
24)

ííSendo: NOPAT = LAJI x (1 – Alíquota de IR & CS)

ôíéôíéCapital investido = Patrimônio líquido + Empréstimos e


financiamentos
Como atesta a fórmula 21, o lucro econômico pode ser calculado a partir do
lucro e da exigência do lucro minimamente aceitável para os recursos
investidos pelos sócios (chamado de encargos do capital próprio).

Prestemos atenção ao conjunto de equações apresentados na sequência deste


texto; afinal, a fórmula 22 pode ser deduzida pela manipulação dos termos da
21:

ôíôíôíôíLucro econômico = Lucro líquido – (Patrimônio líquid


o x Ke) (21)
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa
ôíííôíôíííôíLucro econômico = Lucro líquido Patr. líquido x Pa
tr. líquido – (Patrimônio líquido x Ke)
ôííôííLucro econômico = ROE x Patr. líquido – (Ke x Patr. líq
uido)

ôôíôôíLucro econômio = (ROE – Ke) x Patrimônio líquido


(22)
Apesar de as duas equações (21 e 22) gerarem valores idênticos, há uma
vantagem na fórmula 22. Ela nos permite analisar quanto do lucro econômico
é proveniente da diferença do retorno (ROE) e do custo de capital (Ke) e
quanto provém do capital investido (patrimônio líquido). Apesar de as duas
equações (21 e 22) gerarem valores idênticos, há uma vantagem na fórmula
22. Ela nos permite analisar quanto do lucro econômico é proveniente da
diferença do retorno (ROE) e do custo de capital (Ke) e quanto provém do
capital investido (patrimônio líquido).

As fórmulas 23 e 24 são respectivamente análogas às anteriores (21 e 22).


Elas nos permitem efetuar análises do lucro econômico pela perspectiva de
todos os capitais investidos na empresa, incluindo os sócios (patrimônio
líquido) e a dívida onerosa (empréstimos e financiamentos).

Na fórmula 23, o lucro econômico é calculado a partir do NOPAT e da


exigência de lucro minimamente aceitável para os recursos investidos pelos
sócios e credores da empresa (chamado de encargos do capital investido).

Semelhante ao caso anterior, a fórmula 24 pode ser deduzida pela


manipulação dos termos da 23 conforme demonstra este conjunto de
equações:

ôôLucro econômico = NOPAT – (Capital investido x WACC)


(23)

ôôLucro econômico = NOPAT Cap. invest.x Cap. invest. – (


WACC x Cap. investido)
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa
ôôLucro econômico = ROIC x Cap. invest. – (WACC X Cap
. investido)

ôôLucro econômico = (ROIC – WACC) x Capital investido


(24)
Na aplicação das formulações apresentadas, as fórmulas 21 e 22 garantem a
determinação do mesmo valor. O mesmo ocorre com as fórmulas 23 e 24. No
entanto, não é garantido que, em casos práticos, as abordagens do lucro
econômico calculadas tanto pela ótica dos sócios quanto pela do capital
investido (sócios e credores) gerem valores idênticos.

Tais diferenças podem advir prioritariamente de especificidades referentes ao


cálculo do WACC e das despesas financeiras consideradas na apuração do
lucro líquido. Apesar disso, espera-se que os valores gerados pelas duas
abordagens sejam relativamente próximos.

Buscando gerar um entendimento do cálculo e do uso do lucro econômico,


aplicaremos as formulações apresentadas em 21, 22, 23 e 24 nos resultados
da Fábrica de Embalagens (descritos nos três primeiros quadros deste tema).

Este quadro contém o cálculo das quatro abordagens do lucro econômico nos
resultados dos anos 20X1 e 20X2 da Fábrica de Embalagens:Este quadro
contém o cálculo das quatro abordagens do lucro econômico nos resultados
dos anos 20X1 e 20X2 da Fábrica de Embalagens:
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa
Quadro: Cálculo do lucro econômico da Fábrica de
Embalagens em 20X1 e 20X2
Lucro econômico = Lucro líquido – (Patrimônio líquido x Ke)
Lucro econômico Fáb. Emb. 20X1= 58.518 – (652.395 x 8,0%) = R$6.326
Lucro econômico Fáb. Emb. 20X2= 24.965 – (890.433 x 5,0%) = –R$46.270

Lucro econômico = (ROE – Ke) x Patrimônio líquido


Lucro econômico Fáb. Emb. 20X1= (9,0% – 8,0%) x 652.395 = R$6.326
Lucro econômico Fáb. Emb. 20X2= (2,8% – 8,0%) x 890.433 = –R$46.270

Lucro econômico = NOPAT – (Capital investido x WACC)


Lucro econômico Fáb. Emb. 20X1= 92.267 – (1.761.258 x 5%) = R$4.204
Lucro econômico Fáb. Emb. 20X2= 70.569 – (2.469.000 x 5%) = –R$52.881

Lucro econômico = (ROIC – WACC) x Capital investido


Lucro econômico Fáb. Emb. 20X1= (5,2% – 5,0%) X 1.761.258 = R$4.204
Lucro econômico Fáb. Emb. 20X2= (2,9% – 5,0%) X 2.469.000 = –
R$52.881

Os valores calculados pelas fórmulas 21 e 22 (abordagem do capital próprio)


são idênticos e relativamente próximos ao valor calculado pelas
fórmulas 23 e 24 (abordagem do capital investido).

1
Nas duas abordagens, podemos observar que o lucro econômico em 20X1 foi
positivo, demonstrando que a Fábrica de Embalagens teve um desempenho
satisfatório. Isso gerou um excedente de lucro para os sócios de R$4.204 ou
R$6.326.

Neste ponto, cabe observar que, independentemente da abordagem utilizada


(capital próprio ou capital investido), o lucro econômico “pertence” aos
sócios da empresa.

2
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa
3
A remuneração dos credores foi incluída (nas despesas financeiras) no
cálculo do lucro líquido (na abordagem do capital próprio) e no Kd no
cálculo do WACC (na abordagem do capital investido). Dessa forma, não há
excedente a ser considerado para as dívidas além das despesas financeiras.

De forma diversa à ocorrida em 20X1, em 20X2, os dois cálculos referentes


ao lucro econômico apontam uma forte queda: –R$46.270 (abordagem do
capital próprio) e –R$52.881 (abordagem do capital investido).

5
Tais valores denotam a “destruição de valor” ocorrida no segundo ano
analisado e o desapontamento em relação aos objetivos corporativos.

Por fim, observamos que a “virada” (de levemente positivo para fortemente
negativo) do lucro econômico pode ser explicada pelo fato de os indicadores
de retorno (ROE e ROIC) terem caído para patamares inferiores ao do custo
do capital correspondente (Ke e WACC, respectivamente). De forma
simultânea – e agravando a situação –, a empresa tem experimentado um
aumento do capital investido por sócios e credores.

INDICADORES DA RENTABILIDADE E
LUCRO ECONÔMICO
Um especialista apresenta os diversos tipos de índices de retorno,
estabelecendo uma comparação com o custo de capital e explicando o que o
lucro econômico agrega ao índice de retorno.
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. Um índice de rentabilidade bastante utilizado na análise da
situação econômica das empresas é o ROIC, que consiste no
retorno dos capitais investidos por sócios e credores. De maneira
semelhante à efetuada com o ROE, o ROIC pode ser descomposto
em margem de lucro e giro. Dessa forma, podemos afirmar que o
ROIC é o produto:

Da margem LAJI e do giro do ativo total.

Da margem líquida e o giro do patrimônio.

Da margem NOPAT e do giro do capital investido.

Da margem LAJIDA e do giro do ativo permanente.

Da margem bruta e do giro do capital investido.


Responder
Comentário
2. O lucro econômico indica quanto uma empresa gerou de lucro
em determinado período acima dos encargos com a estrutura de
capital, podendo ser calculado por abordagens distintas. Entre as
formulações habitualmente utilizadas para o cálculo deste tipo de
lucro, podemos citar:

Lucro econômico = NOPAT – (Patrimônio líquido x WACC).

Lucro econômico = (ROE – Ke) x Capital investido.

Lucro econômico = Lucro líquido – (Patrimônio líquido x Ke).


Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa
Lucro econômico = (ROIC – WACC) x Patrimônio líquido.

Lucro Econômico = (ROE – WACC) x Capital Investido.


Responder
Comentário

CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No decorrer deste tema, discorremos sobre as formulações dos principais
indicadores habitualmente utilizados na análise da rentabilidade e da situação
econômica das empresas. Inicialmente, abordamos o cálculo dos diversos
tipos de margem de lucro e giro dos investimentos. Além disso, listamos as
maneiras de analisá-los, seja por comparação histórica ou mediante o
emprego de indicadores de outras organizações atuantes no mesmo
segmento.

Em seguida, apresentamos de forma detalhada as equações dos índices de


retorno, o processo de decomposição dos índices (produto da margem e giro)
e a forma com que eles podem ser analisados (incluindo a comparação com o
custo de capital). Por fim, demonstramos as diferentes abordagens de cálculo,
discutindo ainda o uso do lucro econômico como um complemento à análise
dos retornos. Nesse processo, também trouxemos para o debate a dimensão
do volume de investimentos e geramos um indicador mensurado em moeda
corrente ($).

Estabelecemos exemplos para todos os tipos de indicadores, utilizando dados


financeiros de dois exercícios (20X1 e 20X2) de uma companhia hipotética: a
Fábrica de Embalagens. Essa aplicação demonstra a grande serventia da
metodologia e seu potencial como suporte para as análises da rentabilidade
da situação econômica de empresas que são efetuadas no mercado.

PODCAST
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa
0:00
8:25

REFERÊNCIAS
ASSAF NETO, A. Estrutura e análise de balanços — um enfoque
econômico-financeiro. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2015.

BAZZI, S. Análise das demonstrações. 2. ed. São Paulo: Pearson, 2019.

CHEROBIM, A. P. M. S.; LEMES JÚNIOR, A. B.; RIGO, C.


M. Fundamentos de finanças empresariais: técnicas e práticas essenciais.
Rio de Janeiro: LTC, 2018.

IUDÍCIBUS, S. de. Análise de balanços. 11. ed. Rio de Janeiro: Grupo


GEN, 2017.

PEREZ JÚNIOR, J. H. Elaboração e análise das demonstrações


financeiras. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2015.

RIBEIRO, O. M. Demonstrações financeiras: mudanças na lei das


sociedades por ações: como era e como ficou. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2014.

RIBEIRO, O. M. Estrutura e análise de balanços fácil. 11. ed. São Paulo:


Saraiva, 2015.

SILVA, A. A. Estrutura, análise e interpretação das demonstrações


contábeis. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2017.

EXPLORE+
Assista ao vídeo Economic Value Added (EVA) no YouTube. Ele foi
elaborado pelo Corporate Finance Institute para aprofundar seus
conhecimentos sobre lucro econômico e EVA.

Leia este artigo para aprender um pouco mais sobre o custo de capital de
empresas:
Indicadores da rentabilidade e situação
econômica da empresa
MENEZES, T. T. E. A. Estimativa do custo de capital de empresas
brasileiras de capital fechado (sem comparáveis de capital aberto). In:
Revista de Administração. v. 37. São Paulo. 2002.

CONTEUDISTA
Luiz Ozorio
Currículo Lattes

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